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O seu podcast sobre Bollywood voltou! Na segunda edição do Bollycast, a Isa do Mania de Bolly e eu (Carol) comentamos sobre as mudanças dos últimos anos em Bollwyood: novos filmes, releituras de gêneros e mulheres arrasando. Alguns dos assuntos comentados foram:

- Beijos em Bollywood
- Atrizes: mudando tudo.
- Atores: ainda apegados aos seus papéis antigos?
- O que diabos aconteceu com as músicas?

Não deixem de comentar suas ideias e impressões sobre os assuntos abordados. Do que você mais gosta ou não gosta nas mudanças mostradas em Bolly nos últimos anos?

Filmes citados:

7 Khoon Maaf
Bajirao Mastani
Band Baaja Baarat
Dear Zindagi
Dev.D
Devdas
Dhoom 2
Dilwale
Dilwale Dulhania Le Jayenge (DLLJ)
Fanaa
Heroine
Highway
Hum Saath-Saath Hain
Ishqiya
Jab Tak Hai Jaan
Laaga Chunari Mein Daag
Mohabbatein
Neerja
Ra.One
Raja Hindustani
Student Of The Year
The Dirty Picture
Wake Up Sid
We Are Family

Clipes citados (com links)

Gallan Goodiyaan
Munni Badnaam Hui
Saree Ke Fall Sa
Mhare Hiwda

Faça o download do podcast clicando clicando aqui ou clique no play para ouvir.



Um homem imponente, de vestes impecavelmente brancas e dirigindo uma imponente Mercedes: Haji Mastan é considerado o primeiro elo da cadeia que até hoje une Bollywood ao crime organizado. Mastan era visto como um ícone pelos meninos pobres de periferia, que sonhavam em ser como o famoso contrabandista. Sua primeira ligação com a indústria do cinema surgiu através do surpreendente caminho do romance. Fã ardoroso de Madhubala, Mastan ficou impressionado com a semelhança da jovem Sona com a falecida atriz. O romance teve início e o contrabandista passou a investir nos filmes de sua amada, que posteriormente se tornaria esposa. A partir de então era comum vê-lo em festas da indústria  nos anos 70 acompanhado pelos grandes atores e produtores do seu tempo, como Dilip Kumar, Raj Kapoor e Dharmendra.

Haji Mastan e Sona

Apesar de criminoso, Haji Mastan não era um homem temido e diz-se que jamais matou uma pessoa. O contrabandista mantinha relações elegantes e respeitosas com outros grandes líderes criminosos de sua época, como Karim Lala e Varadarajan Mudaliar. Tamanha tranquilidade não caracterizou as futuras relações entre a máfia indiana e Bollywood, graças ao sucessor de Mastan. Dawood Ibrahim foi o homem que mudou drasticamente o nível de violência do submundo com sua poderosa organização criminosa, a D-Company. Seu império criminoso nos anos 80 e 90 foi marcado por assassinatos implacáveis e busca de extrema lealdade por parte de seus capangas. Um erro governamental foi responsável pela escalada do poder da D-Company e do crime organizado em geral: uma regulação governamental impediu que o cinema fosse financiado por meios legítimos. Sem mais poder contar com empréstimos bancários, os produtores de filme passaram a buscar desesperadamente por fontes alternativas de financiamento.

Dawood Ibrahim ao lado de Anil Kapoor
Bollywood provou-se um lugar proveitoso para a máfia, pois serviu como um meio de lavagem de dinheiro. Além do investimento na produção de filmes em si, também é possível lucrar com os direitos de distribuição internacionais, com a pirataria e com a extorsão - atividade que mais prejudicou e até hoje assombra as estrelas de Bollywood. Uma das primeiras e mais significativas vítimas da expansão do crime organizado foi o produtor musical Gulshan Kumar, assassinado com dezesseis tiros em plena luz do dia quando saía de um templo em Juhu no ano de 1997. Seu crime foi recusar-se a gravar canções de Nadeem Saifee, que possuía ligações com Dawood Ibrahim e planejou o assassinato do produtor.

Com o aumento do poder sobre a indústria cinematográfica, a máfia indiana expandiu seu controle até mesmo para o conteúdo produzido. Dawood Ibrahim ordenou que muçulmanos não fossem apresentados de forma negativa em nenhum filme, chegando ao ponto de Kamal Hassan ter que alterar cenas de um filme sobre um conflito histórico entre hindus e muçulmanos para obedecer à regra, mesmo às custas de o roteiro ficar historicamente incorreto. Assim como outros de sua geração, Madhuri Dixit e Govinda já foram levados a estúdios para gravar cenas sob a mira de armas. A relação entre as estrelas e o submundo é tão perigosa quanto instável: ao mesmo tempo em que sofrem constantes extorsões, os artistas também são vistos frequentemente nas luxuosas festas dadas por criminosos ao redor do mundo.

Muitas atrizes se beneficiaram de suas conexões criminosas. Talvez o caso de amor mais famoso seja o de Monica Bedi com Abu Salem. Casos de amor não eram incomuns na vida de Salem, porém sua paixão por Monica foi tão intensa que o levou a fazer sérias ameaças a produtores e diretores para que a jovem atriz tivesse uma chance. E ele o conseguiu, levando-a a uma estreia tímida no filme Jaanam Samjha Karo (1999). Após isso, também conseguiu que ela estrelasse o filme Jodi No 1 ao lado de Sanjay Dutt - que estava irritado e queria sair do filme por ser par de uma atriz desconhecida, mas cuja opinião magicamente mudou após receber algumas ligações. Um dos romances que chegou mais longe foi o da atriz Mamta Kulkarni com o traficante internacional Vikram Goswami, chegando ao ponto de a atriz ser detida por tráfico de drogas.

Abu Salem e Monica Bedi
Mas não são apenas as atrizes que se beneficiam de suas ligações perigosas. Sanjay Dutt é o ator cujas relações com a máfia indiana mais foram especuladas até hoje. O ator foi preso em 1993 após terem sido encontradas em sua casa armas utilizadas nas explosões de Mumbai, a série de atentados a bomba mais destrutivas da história da Índia. As armas foram deixadas em sua casa por Abu Salem, criminoso ligado ao poderoso Dawood Ibrahim. Sanjay alegou que as armas estavam em sua casa para a proteção de sua família, porém foi acusado de terrorismo e passou alguns poucos anos na prisão. Ao mesmo tempo em que foi prejudicado por ela, Sanjay também soube usar suas conexões com a máfia para obter vantagens. Em 2004 foram expostas gravações de conversas telefônicas nas quais Dutt passa relatos das atividades de Bollywood para Chhota Shakeel, contando que Hrithik Roshan ligou para uma atriz - supostamente, Karisma Kapoor - e a insultou. Shakeel diz que Hrithik não durará muitos dias.

Sanjay Dutt preso em 1993

A venda de direitos de distribuição de filmes representou uma das atividades mais disputadas violentamente por criminosos. O blockbuster Lagaan (2001) é até hoje um dos maiores sucessos internacionais de Bollywood, especialmente por sua indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. As cifras milionárias chamaram a atenção da temida D-Company, que encontrou uma inesperada recusa dos produtores do filme a vender seus direitos. Para resolver a questão, a organização enviou uma equipe para matar o ator Aamir Khan, o diretor Ashutosh Gowariker e o produtor e distribuidor Jhamu Sughand. Felizmente a missão fracassou e os assassinos contratados foram presos em Bandra. O diretor e produtor Rakesh Roshan não teve a mesma sorte quando negou os direitos internacionais de Kaho Naa...Pyaar Hai (2001), filme de estreia de seu filho Hrithik, ao extorsionista Ali Budesh. Em 2001, dois membros de sua gangue deram dois tiros no produtor enquanto ele saía de sua casa. O ataque não teve a intenção de matá-lo, mas apenas de mostrar que ele não estava protegido.

A atriz Mandakini com Dawood Ibrahim
Há vezes em que o perigo mora mais próximo do que se imagina. Em 2001 o comerciante de diamantes e financiador de filmes Bharat Shah produziu o filme Chori Chori Chupke Chupke, estrelado por Salman Khan, Preity Zinta e Rani Mukerji. Os atores do filme receberam inúmeras ligações extorsivas vindas da máfia. O escândalo estourou e Bharat Shah foi a julgamento por suas ligações com o crime, especialmente com Chhota Shakeel, que teria financiado parte do filme. O produtor do filme, Nazim Rizvi, e seu assistente Abdul Rahim Allahbaksh Khan foram sentenciados a seis anos de prisão por facilitarem o acesso dos mafiosos às estrelas. Preity Zinta foi a única artista que não retirou seu depoimento quanto a ter recebido ligações extorsivas, tornando necessária sua entrada no programa de proteção a testemunhas. Atores como Salman Khan e Shahrukh Khan retiraram seus depoimentos. O ato de bravura fez a atriz ser nacionalmente apreciada.

O governo indiano concedeu o status de indústria à Bollywood no ano de 2001, o que significou a possibilidade de obter financiamentos por meios legítimos. Este movimento foi um dos grandes responsáveis pela queda da influência da máfia que dominou a indústria com pulso firme nos anos 90, além do maior número de investigações policiais e prisões. Não é mais tão comum ver atores trabalhando sob a mira de revólveres ou pessoas sendo baleadas à luz do dia, porém o laço entre Bollywood e o crime não será desfeito tão facilmente após tantos anos de dinheiro fácil por meio de extorsões. Ainda surgem notícias na imprensa sobre ameaças a artistas e outras figuras do meio. Na época do lançamento de Happy New Year (2014), estrelado por Shahrukh Khan, o produtor Karim Morani viu sua casa em Mumbai ser alvo de um tiroteio perpetrado por três homens em motocicletas. Eles teriam sido enviados por um mafioso como resposta à recusa de Morani em vender os direitos internacionais do filme, que ainda nem havia sido lançado. No lugar do tiroteio foi deixado um bilhete com os dizeres "SRK será o próximo".

Chhota Shakeel
Para uma indústria cujos filmes são baseados em valores familiares e em ideias ingênuas de amor e fraternidade, Bollywood manteve um flerte perigosamente longo com o submundo do crime indiano. Uma relação iniciada por necessidade financeira foi responsável por anos de ameaças, extorsões e assassinatos. A mesma mão que forneceu ajuda voltou-se contra a indústria para estrangulá-la. Não podemos imaginar quanto tempo levará para que esta relação baseada no medo tenha fim - talvez não seja realista esperar que algo assim de fato acabe. A única certeza é a de que os olhos do espectador que assiste a um filme esperando entretenimento e lições de vida nunca mais são os mesmos após saber tudo o que acontece em torno de um filme de Bollywood.
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"DEEWANEANDO"?

Devanear = divagar, imaginar, fantasiar. Deewani = louca, maluca. Deewaneando = pensar aleatória e loucamente sobre cinema indiano.

Meu nome é Carol e sou a maior bollynerd que você vai conhecer! O Deewaneando existe desde 2010 e guarda todo o meu amor pelo cinema indiano, especialmente Bollywood - o cinema hindi. Dos filmes antigos aos mais recentes, aqui e no Bollywoodcast, seguirei devaneando sobre Bollywood.

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