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Ficha Técnica

Tradução: A história de amor de Rocky e Rani
Ano: 2023
Direção: Karan Johar
Roteiro: Shashank Khaitan, Ishita Moitra e Sumit Roy
Direção Musical: Pritam
Estrelando: Alia Bhatt, Ranveer Singh, Jaya Bachchan, Shabana Azmi, Dharmendra, Tota Roy Chowdhury, Churni Ganguly, Aamir Bashir, Kshitee Jog e Anjali Anand
Disponível em: Prime Video

"Por que não celebramos mais os filmes que nos trazem alegria?", questionou Anupama Chopra em sua crítica de Rocky Aur Rani. Essa pergunta aparentemente simples ficou comigo desde o lançamento do filme e se expandiu para outras áreas da minha vida, como celebrar mais as pessoas, músicas, cores e lugares que nos trazem alegria. Este filme é uma festa, é o motivo que me fez amar Bollywood há 15 anos e seguir renovando este amor a cada ano. Me sinto tão transbordante de afeto ao falar dele que nem sei como escrever a respeito, mas tentemos.

O filme conta a história de amor de Rocky Randhawa (Ranveer Singh), um rapaz punjabi exuberante e Rani Chatterjee (Alia Bhatt), uma jornalista bengali culta e sofisticada. Kanwal Lund (Dharmendra), avô de Rocky, está demenciando e, em meio às suas dificuldades de memória, consegue lembrar-se recorrentemente do nome de Jamini (Shabana Azmi), um amor de juventude. Ao buscar Jamini para ajudar no processo de recuperação do avô, Rocky descobre que ela é avó da bela Rani. Rocky e Rani se apaixonam e decidem se casar, porém este amor enfrenta resistência de suas famílias, que encarnam profundas diferenças culturais e de valores. É na tentativa de contornar tal dificuldade que Rocky e Rani decidem passar um tempo morando um com a família do outro, de forma a formar vínculos e quebrar a resistência familiar - sem imaginar que o esforço de Dhanlakshmi (Jaya Bachchan), matriarca dos Randhawa, para separá-los será maior do que fica claro à primeira vista.

A primeira crise de riso que tive no filme

As questões culturais entre diferentes regiões da Índia, aqui representados pelas famílias punjabi e bengali, são o motor principal da narrativa. Karan e  seu time de roteiristas composto por Shashank Khaitan, Ishita Moitra e Sumit Roy, recorreram a alguns estereótipos clássicos para descrever os dois grupos. Os punjabis são mostrados como barulhentos, esbanjadores e pouco afeitos à discussões sobre cultura e política. Mesmo com Rocky sendo filho de uma família endinheirada e tendo acesso à educação, ele não sabe responder questões simples como quem é o presidente da Índia. Por sua vez, os bengalis são cultos e articulados. A divisão entre os grupos serve bem à narrativa, mas também não deixa de ser ofensiva com os punjabis. Quem quer ser visto como burro? Eu não. Os bengalis poderiam ser arrogantes, mas eu preferiria bem mais ser retratada como arrogante do que como ignorante com um grande coração.

E ainda assim, Ranveer brilha com seu Rocky. Lembro de assistir a uma entrevista em que o Karan Johar dizia que a inspiração para o personagem eram os rapazes viciados em academia de Delhi, sempre muito exuberantes. Comparando com o Brasil, talvez seja como aqueles homens que passam o dia falando de Whey e do seu treino diário de quatro horas. O que me encantou no roteiro e na atuação estelar de Ranveer é que o estereótipo do bombado de academia não aprisiona Rocky. Toda a beleza do personagem está em um questionamento das regras de masculinidade de forma muito orgânica, sem parecer uma aula de Ciências Sociais. Recentemente eu e meu amigo Pedro conversávamos sobre como nem todo diretor e roteirista sabe falar de questões sociais sem comprometer o entretenimento - afinal, se quisermos apenas aprender sobre masculinidade, vale mais a pena assistir a uma aula ou ler um artigo acadêmico. O cinema tem como função trazer os assuntos que desejar tratar de uma forma que nos conecte e entretenha, acima de tudo. E rapaz, eu realmente me diverti e comovi com Rocky. Conhecer o pai de Rani, dançarino de Kathak, faz com que ele entre em contato com dores do seu próprio crescimento. Rocky amava dançar, mas não pôde porque não era coisa de macho. O que me apaixona no personagem é seu olhar de curiosidade infantil para o mundo. Rocky tem preconceitos como todos nós, mas também tem um genuíno interesse por tudo aquilo que é novo. Ele quer entender o mundo de Rani, mesmo sendo tão diferente do seu. Enquanto reassistia ao filme, a palavra respeito me veio à mente ao pensar em Rocky. Um respeito entusiasmado de quem quer conhecer. Algumas das minhas cenas favoritas eram aquelas em que ele ouvia Rani. Ouvia com atenção, fazendo perguntas, permitindo que ela terminasse seu raciocínio e sem interrompê-la. Sou um mulher negra acadêmica, então ver uma cena de um homem com essa postura não é algo que eu acompanhe tanto (talvez nunca tenha visto). Rocky não respeita e se distancia, ele respeita e quer participar. É um dos melhores personagens da carreira de Ranveer Singh, que de alguma forma conseguiu fazer um personagem tão parecido consigo mesmo parecer único e especial.


A explosão de carisma de Rocky poderia ofuscar Rani caso tivéssemos uma atriz menos competente no papel. Mas Karan Johar não estava para brincadeira ao escalar Alia Bhatt - uma atriz por quem eu não dava nada em sua estreia e que hoje é uma das minhas favoritas. Fiquei até um pouco emocionada ao revê-la em um filme do Karan, visto que ele a lançou nos cinemas com Student of the Year, filme onde interpretou uma adolescente quando praticamente ainda era uma. Agora ela é uma mulher adulta, mãe, com uma carreira consolidada como o maior nome da indústria da atualidade e pôde interpretar uma heroína madura de Karan. Nossas idades são muito próximas, mas parece que vi minha filha crescendo. Que orgulho!


Na minha visão, Rani exige um pouco mais de complexidade na atuação por não ter a fofura de Rocky. Sua entrada na casa dos Randhawa é bem mais conflituosa do que os desafios que seu amado está passando do outro lado. Rani muitas vezes me irritou porque seu feminismo (e digo isso como feminista de carteirinha) e vontade de defender e fortalecer a mãe e irmã de Rocky pareciam ignorar o medo e até mesmo as opiniões das mulheres que ela visava ajudar. Uma cena que me irritou em particular foi o momento em que ela julga fortemente a sogra, exigindo coragem dela sem considerar minimamente que os contextos em que ambas foram criadas são completamente diferentes. Rani tem um lado crítico e condescendente que me lembrou o de sua própria mãe, que fez um discurso feminista sobre sutiãs após Rocky muito coerentemente (para dizer o mínimo) se sentir desconfortável em experimentá-los em público quando ela foi comprar lingeries. Não era um cenário natural, eles não eram íntimos e o rapaz nunca fez isso. Por que seria estranho ele se incomodar? É essa mesma sensação que tive com Rani, que adentrou a casa dos Randhawa com a força de um furacão tendo muita certeza de si mesma. E mesmo que isso me incomode a nível pessoal, enquanto narrativa é ótimo que seja assim porque mostra que a nossa heroína tem falhas e contradições. Em um determinado momento ela precisa aceitar seus erros e pedir desculpas. Todo mundo tem espaço para crescimento neste filme, seja pelo amor ou pela dor. Alia conseguiu trazer elementos de diversão à personagem, com sua gargalhada e carinho pelas bobagens de Rocky. Esse equilíbrio não foi fácil ao longo do filme, mas como eu disse antes, não era qualquer atriz no papel.

O luxo desse look, gente

Um dos pontos fortes do filme é trazer atores veteranos e não diminuir seu tamanho na história. Jaya Bachchan entregou uma matriarca amarga e absolutamente detestável. Portanto, perfeita. Sentia falta de ver grandes atores em cenas longas e significativas com a geração mais nova, o que tornou muito prazeroso ver seus embates com Alia Bhatt. Tive a mesma sensação ao ver Ranveer Singh atuando com Shabana Azmi, provavelmente a atriz mais respeitada da indústria, e Dharmendra. Este blog surgiu com o nome Vivendo na Velha Bolly, então não ficar completamente arrepiada vendo Jaya, Shabana e Dharmendra na mesma cena foi completamente impossível. Eu não conseguia acreditar no que estava assistindo, principalmente nas sequências românticas de Shabana e Dharmendra ao som das canções mais lindas da velha Bolly. Amo e me identifico com o tanto que o Karan é um nerd do cinema hindi, sempre inserindo músicas e referências cinematográficas que nos fazem lembrar que ele e seus filmes fazem parte de uma longa tradição do cinema mais lindo do mundo. Amo diretores que amam profundamente o cinema indiano e tudo que o fez ser o que é hoje. 



E se tem algo que faz o cinema indiano ser o que é, sabemos que é a música. A trilha foi composta por Pritam, que não é dos meus diretores musicais favoritos. Considero-o competente, mas falta alguma coisa que não sei explicar o que é. Geralmente tem uma ou duas músicas de suas trilhas que acho incríveis, e o resto precisa do apoio visual dos clipes para ficar interessante. E digo isso até de trilhas consagradas como a de Ae Dil Hai Mushkil. Em Rocky Aur Rani os meus destaques vão para What Jhumka, o remix contagiante do clássico Jhumka Gira Re do filme Mera Saaya (que foi a primeira resenha do blog há assustadores 14 anos atrás!). Evito ao máximo ver qualquer clipe antes de assistir aos filmes, mas não resisti e lembro até hoje da sensação de euforia que tive ao ver a profusão de cores, dançarinos e a interpretação tão travessa de Alia e Ranveer. Os remixes em Bollywood muitas vezes têm assassinado os clássicos do cinema indiano, mas aqui tivemos uma releitura engraçada e que fazia sentido dentro da relação de flerte provocante dos protagonistas. Dhindhora Baje Re foi pensada como uma homenagem à estética dos filmes de Sanjay Leela Bhansali, o que achei de um respeito e carinho enormes de Karan Johar. O clipe representa um momento dramaticamente intenso do filme e um desafio amoroso que me remeteu ao clássico Jab Pyar Kiya To Darna Kya de Mughal-E-Azam (1960). O cinema indiano nos ensinou e segue ensinando que jamais se deve desafiar o amor, pois você irá perder. Não acredito nisso nem minimamente, mas durante os filmes eu acredito em qualquer coisa que um bom diretor tente me passar. Ponto para Karan!

Também gosto muito de Heart Throb. Começar o filme e ver todas as participações especiais das jovens atrizes de quem tanto gosto com um clima tão alegre me fez chorar. Eu precisava desse resgate da alegria do cinema hindi após a pandemia. Quando começou aquele lindo vídeo com sua histeria, parecia que eu tinha voltado para casa. A arte tem um poder absurdo sobre a gente. Nunca serei suficientemente grata ao Karan Johar por aquela sensação.

O inimigo da tristeza

Um "personagem" do filme ainda precisa ser analisado: figurino. Especialmente os sáris de chiffon de Alia Bhatt, que são apenas as coisas mais lindas que vi nos últimos anos, talvez décadas. Me remeteu aos figurinos das belíssimas heroínas de Yash Chopra. Segundo Karan, ele queria mostrar que uma heroína moderna e trabalhadora também poderia utilizar sáris, não tendo que usar um figurino mais ocidentalizado para expressar modernidade. As escolhas de cores são de tirar o fôlego e tiveram o objetivo de expressar a personalidade forte e vibrante de Rani. Todos os sáris são de Manish Malhotra, que detalhou aqui suas reflexões para a criação dos visuais. O estilista explicou que sempre encarou os sáris como uma mistura de sensualidade e sofisticação, e que desejava trazer o charme do cinema antigo para a personagem.

Imagina ser assim

O único ponto que realmente não gostei no filme foi um monólogo a respeito de cultura do cancelamento que me pareceu forçado, mas não gostei porque considero tanto a expressão quanto o debate em torno dela rasos e desinteressantes. Fora isso, a reflexão de Rocky sobre a importância de darmos espaço para que as pessoas possam aprender e mudar é relevante. O que me parece é que o Karan tem passado tempo demais nas redes sociais lendo a enorme quantidade de lixo maldoso (e homofóbico) que é direcionada a ele. É claro que isso mexe com uma pessoa, mas se eu fosse rica desse jeito eu confesso que nunca mais entraria numa rede social na vida e apenas deixaria tudo nas mãos dos meus assessores. O final da personagem de Jaya Bachchan também é um aspecto controverso. Inicialmente não gostei, mas ao rever considerei uma pitada de ousadia dentro de uma comédia romântica clássica que deixa um ponto de interrogação conosco. E como é bom ser pega de surpresa e não saber o que pensar, porque assim o filme mora por mais tempo dentro da gente.



Rocky Aur Rani Kii Prem Kahaani foi o resgate do cinema hindi que todos sempre amamos. Muito se vinha falando sobre Bollywood estar acabada (juro) e que as indústrias sulistas seriam as únicas relevantes a partir de agora. É como se Karan tivesse tomado para si o desafio de mostrar o que é Bollywood para ninguém esquecer do que essa indústria é capaz. E tudo isso com uma comédia romântica, algo de que sentia tanta falta e que foi o que me fez amar o cinema indiano. Toda a equipe conseguiu construir um universo de fantasia onde eu definitivamente gostaria de viver, mas que conversa com o mundo real de um forma que reflete na minha vida. Desde Band Baaja Baarat eu não sentia que o gênero do romance tivesse sido atualizado desse mesmo jeito. Brinquei muito após ver esse filme que eu pedi a Deus um diretor e ganhei um pai- inclusive eu não consigo ver os clipes tranquilamente, pois em segundos começo a chorar como uma heroína dos anos 60. Dentro desse exagero vive a sensação de que Karan me fez lembrar que uma vida sem arte não faz sentido. Não tem emoção, não há transcendência, é apenas vazia. E foi de fato transcendente ver Rocky Aur Rani. Eu não era a Carol, eu saí de mim e só estava lá com eles, sentindo e vivendo cada momento. Não tem outra forma de terminar este texto que não sejam estas três palavras: obrigada, Karan Johar.


Ficha Técnica
Direção: Raj Khosla 
Roteiro: Raj Bharti, Chandrakant Kakodkar, G.R. Kamath, Rahi Masoom Reza, Suraj Sanim
Obra original: Ashi Tujhi Preet de Chandrakant Kakodkar
Direção Musical: Laxmikant-Pyarelal
Ano: 1978
Estrelando: Asha Parekh, Nutan, Vijay Anand, Vinod Khanna e Deb Mukherjee

Main Tulsi Tere Aangan Ki (trad. "Eu sou o manjericão do seu quintal") tem a premissa de um filme dos anos 60, as canções de um filme dos anos 60, as estrelas dos filmes dos anos 60, e de alguma forma conseguiu se perder no tempo e ser lançado praticamente às portas dos anos 80. Não sei o que rolou, mas o resultado dessa miscelânea é um filme que tenta organizar o caos. 

O filme conta a história de Tulsi (Asha Parekh), uma cortesã que se apaixona pelo aristocrata Thakur Rajnath Singh Chouhan (Vijay Anand) após ser protegida por ele das garras de sua cafetina. O amor de ambos não é aceito pela sociedade e nem pela mãe de Rajnath, que se recusa a receber uma cortesã como parte da família. A fim de evitar o sofrimento de todos, a bondosa Tulsi convence seu amado Rajnath a se casar com alguém de sua classe e status social, o que ele faz a contragosto. Rajnath se casa com a tradicional Sanjukta (Nutan), levando uma vida conjugal distanciada da esposa. Após Tulsi sacrificar seu amor pelo bem da nova família que ele se recusa a construir, diversos eventos se desenrolam até chegarmos aos tempos atuais, quando Pratap (Deb Mukherjee) e Ajay (Vinod Khanna), filhos de Sanjukta e Tulsi, disputam espaço como herdeiros de Rajnath. 




Asha Parekh sempre foi vista como uma bubbly girl no início de sua carreira, marcada por atuações em filmes divertidos, movimentados e de pouco peso dramático. Enquanto suas contemporâneas como a própria Nutan, Sharmila Tagore e Waheeda Rehman tiveram seus desempenhos dramáticos reverenciados em dramas como Sujata, Aradhana e Guide, durante anos não vimos o trabalho de Asha receber a mesma admiração por parte da crítica. O final dos anos 60 e início dos anos 70 finalmente trouxeram alguma glória e atenção para Asha como atriz, e não apenas heroína. Esta nova fase de sua carreira tem seu ápice em Main Tulsi, pois Tulsi não é um papel fácil. Sua abnegação extrema e ideais superiores a afastam de nós, meros mortais guiados por nossos desejos e maldades. Contudo, a expressividade do olhar que Asha imprimiu à personagem, além de suas posturas carinhosas com o outro, fazem de Tulsi uma das personagens mais gostáveis que já vi no campo das prostitutas e cortesãs. O trabalho de toda a equipe do filme, especialmente o belíssimo figurino, nos entrega uma Tulsi sempre bela e modesta. Enquanto Asha Parekh teve em Tulsi uma nova oportunidade em sua carreira, Nutan tem em Sanjukta uma certa repetição de outras personagens dignas e imaculadas que já havia feito. O que recebemos de novidade foi um roteiro, no primeiro ato, focado nas duas personagens femininas. E mesmo com o discurso extremamente moralista dessa parte do filme, o carisma de Asha e Nutan preenche a tela. Os embates e sofrimentos de ambas as mulheres são definitivamente o ponto alto do filme.




A partir da segundo ato o foco da narrativa é deslocado para os personagens masculinos e é neste momento que a coisa desanda. A história deixa de ser sobre Tulsi e foca-se na disputa dos irmãos Pratap e Ajay. Temos sequências sem pé nem cabeça, muita violência contra a mulher a troco de nada e uma quantidade dispensável de cavalos. Uma Mojo Dojo Casa House sem um Ken para sustentar meu interesse enquanto espectadora. Detesto quando o cinema hindi utiliza muitas cenas de violência contra a mulher para estabelecer a diferença de caráter entre antagonistas de um filme, especialmente porque muitas vezes esses personagens recebem uma não-merecida redenção após cometerem diversos crimes sexuais, sendo perdoados como se apenas tivessem se desviado do caminho do bem. Vinod Khanna atua bem dentro do pouco que lhe foi exigido, porém os outros protagonistas masculinos são fracos. Vijay Anand, querido diretor que só Deus sabe por que decidiu se aventurar como ator, só não consegue destruir todas as cenas da primeira parte porque Asha e Nutan carregam o filme sem esforço.



Além de a história mudar os personagens em destaque, o próprio ritmo do filme muda intensamente. Antes tínhamos um melodrama bastante sessentista e com um ritmo mais lento que é substituído por diversas cenas longuíssimas de ação sem razão de ser além de nos mostrar a persona viril de Vinod Khanna — o que definitivamente não é um problema para mim, desde que seja em um bom filme. E acredito que já tenha esclarecido que este não é o caso, considerando também que nem a trilha de Laxmikant-Pyarelal salva a experiência. A canção que dá título ao filme, Main Tulsi Tere Aangan Ki, acaba sendo o único destaque da trilha sonora. Além do tom melancólico que muito me lembrou musicais tristes dos anos 50, Lata Mangeshkar entrega alguns dos melhores vocais da sua carreira. O vídeo, com belos usos da luz do entardecer, entrega uma experiência quase religiosa com seus raios de luz invadindo a escuridão. É sem dúvidas um dos melhores das carreiras de Asha e Nutan.


Mojo Dojo Casa House

O título do filme faz referência ao manjericão que costuma ficar nos pátios das casas, considerado sagrado na tradição hindu por ser visto como uma das manifestações da deusa Lakshmi. Assim como o manjericão, Tulsi enxerga a si mesma como protetora da casa de seu amado, não parte dela. Ela simboliza uma história de sacrifício, e talvez este seja o legado mais coerente deste filme. Foram sacrificados o roteiro, as atuações e qualquer senso crítico por parte da indústria, que coroou esta obra terrível e inconstante com os prêmios Filmfare de Melhor Filme, Melhor Diálogo e Melhor Atriz (Nutan). Às vezes se paga um preço muito alto para ser fã de Nutan.
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"DEEWANEANDO"?

Devanear = divagar, imaginar, fantasiar. Deewani = louca, maluca. Deewaneando = pensar aleatória e loucamente sobre cinema indiano.

Meu nome é Carol e sou a maior bollynerd que você vai conhecer! O Deewaneando existe desde 2010 e guarda todo o meu amor pelo cinema indiano, especialmente Bollywood - o cinema hindi. Dos filmes antigos aos mais recentes, aqui e no Bollywoodcast, seguirei devaneando sobre Bollywood.

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