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Ficha Técnica

Tradução: A história de amor de Rocky e Rani
Ano: 2023
Direção: Karan Johar
Roteiro: Shashank Khaitan, Ishita Moitra e Sumit Roy
Direção Musical: Pritam
Estrelando: Alia Bhatt, Ranveer Singh, Jaya Bachchan, Shabana Azmi, Dharmendra, Tota Roy Chowdhury, Churni Ganguly, Aamir Bashir, Kshitee Jog e Anjali Anand
Disponível em: Prime Video

"Por que não celebramos mais os filmes que nos trazem alegria?", questionou Anupama Chopra em sua crítica de Rocky Aur Rani. Essa pergunta aparentemente simples ficou comigo desde o lançamento do filme e se expandiu para outras áreas da minha vida, como celebrar mais as pessoas, músicas, cores e lugares que nos trazem alegria. Este filme é uma festa, é o motivo que me fez amar Bollywood há 15 anos e seguir renovando este amor a cada ano. Me sinto tão transbordante de afeto ao falar dele que nem sei como escrever a respeito, mas tentemos.

O filme conta a história de amor de Rocky Randhawa (Ranveer Singh), um rapaz punjabi exuberante e Rani Chatterjee (Alia Bhatt), uma jornalista bengali culta e sofisticada. Kanwal Lund (Dharmendra), avô de Rocky, está demenciando e, em meio às suas dificuldades de memória, consegue lembrar-se recorrentemente do nome de Jamini (Shabana Azmi), um amor de juventude. Ao buscar Jamini para ajudar no processo de recuperação do avô, Rocky descobre que ela é avó da bela Rani. Rocky e Rani se apaixonam e decidem se casar, porém este amor enfrenta resistência de suas famílias, que encarnam profundas diferenças culturais e de valores. É na tentativa de contornar tal dificuldade que Rocky e Rani decidem passar um tempo morando um com a família do outro, de forma a formar vínculos e quebrar a resistência familiar - sem imaginar que o esforço de Dhanlakshmi (Jaya Bachchan), matriarca dos Randhawa, para separá-los será maior do que fica claro à primeira vista.

A primeira crise de riso que tive no filme

As questões culturais entre diferentes regiões da Índia, aqui representados pelas famílias punjabi e bengali, são o motor principal da narrativa. Karan e  seu time de roteiristas composto por Shashank Khaitan, Ishita Moitra e Sumit Roy, recorreram a alguns estereótipos clássicos para descrever os dois grupos. Os punjabis são mostrados como barulhentos, esbanjadores e pouco afeitos à discussões sobre cultura e política. Mesmo com Rocky sendo filho de uma família endinheirada e tendo acesso à educação, ele não sabe responder questões simples como quem é o presidente da Índia. Por sua vez, os bengalis são cultos e articulados. A divisão entre os grupos serve bem à narrativa, mas também não deixa de ser ofensiva com os punjabis. Quem quer ser visto como burro? Eu não. Os bengalis poderiam ser arrogantes, mas eu preferiria bem mais ser retratada como arrogante do que como ignorante com um grande coração.

E ainda assim, Ranveer brilha com seu Rocky. Lembro de assistir a uma entrevista em que o Karan Johar dizia que a inspiração para o personagem eram os rapazes viciados em academia de Delhi, sempre muito exuberantes. Comparando com o Brasil, talvez seja como aqueles homens que passam o dia falando de Whey e do seu treino diário de quatro horas. O que me encantou no roteiro e na atuação estelar de Ranveer é que o estereótipo do bombado de academia não aprisiona Rocky. Toda a beleza do personagem está em um questionamento das regras de masculinidade de forma muito orgânica, sem parecer uma aula de Ciências Sociais. Recentemente eu e meu amigo Pedro conversávamos sobre como nem todo diretor e roteirista sabe falar de questões sociais sem comprometer o entretenimento - afinal, se quisermos apenas aprender sobre masculinidade, vale mais a pena assistir a uma aula ou ler um artigo acadêmico. O cinema tem como função trazer os assuntos que desejar tratar de uma forma que nos conecte e entretenha, acima de tudo. E rapaz, eu realmente me diverti e comovi com Rocky. Conhecer o pai de Rani, dançarino de Kathak, faz com que ele entre em contato com dores do seu próprio crescimento. Rocky amava dançar, mas não pôde porque não era coisa de macho. O que me apaixona no personagem é seu olhar de curiosidade infantil para o mundo. Rocky tem preconceitos como todos nós, mas também tem um genuíno interesse por tudo aquilo que é novo. Ele quer entender o mundo de Rani, mesmo sendo tão diferente do seu. Enquanto reassistia ao filme, a palavra respeito me veio à mente ao pensar em Rocky. Um respeito entusiasmado de quem quer conhecer. Algumas das minhas cenas favoritas eram aquelas em que ele ouvia Rani. Ouvia com atenção, fazendo perguntas, permitindo que ela terminasse seu raciocínio e sem interrompê-la. Sou um mulher negra acadêmica, então ver uma cena de um homem com essa postura não é algo que eu acompanhe tanto (talvez nunca tenha visto). Rocky não respeita e se distancia, ele respeita e quer participar. É um dos melhores personagens da carreira de Ranveer Singh, que de alguma forma conseguiu fazer um personagem tão parecido consigo mesmo parecer único e especial.


A explosão de carisma de Rocky poderia ofuscar Rani caso tivéssemos uma atriz menos competente no papel. Mas Karan Johar não estava para brincadeira ao escalar Alia Bhatt - uma atriz por quem eu não dava nada em sua estreia e que hoje é uma das minhas favoritas. Fiquei até um pouco emocionada ao revê-la em um filme do Karan, visto que ele a lançou nos cinemas com Student of the Year, filme onde interpretou uma adolescente quando praticamente ainda era uma. Agora ela é uma mulher adulta, mãe, com uma carreira consolidada como o maior nome da indústria da atualidade e pôde interpretar uma heroína madura de Karan. Nossas idades são muito próximas, mas parece que vi minha filha crescendo. Que orgulho!


Na minha visão, Rani exige um pouco mais de complexidade na atuação por não ter a fofura de Rocky. Sua entrada na casa dos Randhawa é bem mais conflituosa do que os desafios que seu amado está passando do outro lado. Rani muitas vezes me irritou porque seu feminismo (e digo isso como feminista de carteirinha) e vontade de defender e fortalecer a mãe e irmã de Rocky pareciam ignorar o medo e até mesmo as opiniões das mulheres que ela visava ajudar. Uma cena que me irritou em particular foi o momento em que ela julga fortemente a sogra, exigindo coragem dela sem considerar minimamente que os contextos em que ambas foram criadas são completamente diferentes. Rani tem um lado crítico e condescendente que me lembrou o de sua própria mãe, que fez um discurso feminista sobre sutiãs após Rocky muito coerentemente (para dizer o mínimo) se sentir desconfortável em experimentá-los em público quando ela foi comprar lingeries. Não era um cenário natural, eles não eram íntimos e o rapaz nunca fez isso. Por que seria estranho ele se incomodar? É essa mesma sensação que tive com Rani, que adentrou a casa dos Randhawa com a força de um furacão tendo muita certeza de si mesma. E mesmo que isso me incomode a nível pessoal, enquanto narrativa é ótimo que seja assim porque mostra que a nossa heroína tem falhas e contradições. Em um determinado momento ela precisa aceitar seus erros e pedir desculpas. Todo mundo tem espaço para crescimento neste filme, seja pelo amor ou pela dor. Alia conseguiu trazer elementos de diversão à personagem, com sua gargalhada e carinho pelas bobagens de Rocky. Esse equilíbrio não foi fácil ao longo do filme, mas como eu disse antes, não era qualquer atriz no papel.

O luxo desse look, gente

Um dos pontos fortes do filme é trazer atores veteranos e não diminuir seu tamanho na história. Jaya Bachchan entregou uma matriarca amarga e absolutamente detestável. Portanto, perfeita. Sentia falta de ver grandes atores em cenas longas e significativas com a geração mais nova, o que tornou muito prazeroso ver seus embates com Alia Bhatt. Tive a mesma sensação ao ver Ranveer Singh atuando com Shabana Azmi, provavelmente a atriz mais respeitada da indústria, e Dharmendra. Este blog surgiu com o nome Vivendo na Velha Bolly, então não ficar completamente arrepiada vendo Jaya, Shabana e Dharmendra na mesma cena foi completamente impossível. Eu não conseguia acreditar no que estava assistindo, principalmente nas sequências românticas de Shabana e Dharmendra ao som das canções mais lindas da velha Bolly. Amo e me identifico com o tanto que o Karan é um nerd do cinema hindi, sempre inserindo músicas e referências cinematográficas que nos fazem lembrar que ele e seus filmes fazem parte de uma longa tradição do cinema mais lindo do mundo. Amo diretores que amam profundamente o cinema indiano e tudo que o fez ser o que é hoje. 



E se tem algo que faz o cinema indiano ser o que é, sabemos que é a música. A trilha foi composta por Pritam, que não é dos meus diretores musicais favoritos. Considero-o competente, mas falta alguma coisa que não sei explicar o que é. Geralmente tem uma ou duas músicas de suas trilhas que acho incríveis, e o resto precisa do apoio visual dos clipes para ficar interessante. E digo isso até de trilhas consagradas como a de Ae Dil Hai Mushkil. Em Rocky Aur Rani os meus destaques vão para What Jhumka, o remix contagiante do clássico Jhumka Gira Re do filme Mera Saaya (que foi a primeira resenha do blog há assustadores 14 anos atrás!). Evito ao máximo ver qualquer clipe antes de assistir aos filmes, mas não resisti e lembro até hoje da sensação de euforia que tive ao ver a profusão de cores, dançarinos e a interpretação tão travessa de Alia e Ranveer. Os remixes em Bollywood muitas vezes têm assassinado os clássicos do cinema indiano, mas aqui tivemos uma releitura engraçada e que fazia sentido dentro da relação de flerte provocante dos protagonistas. Dhindhora Baje Re foi pensada como uma homenagem à estética dos filmes de Sanjay Leela Bhansali, o que achei de um respeito e carinho enormes de Karan Johar. O clipe representa um momento dramaticamente intenso do filme e um desafio amoroso que me remeteu ao clássico Jab Pyar Kiya To Darna Kya de Mughal-E-Azam (1960). O cinema indiano nos ensinou e segue ensinando que jamais se deve desafiar o amor, pois você irá perder. Não acredito nisso nem minimamente, mas durante os filmes eu acredito em qualquer coisa que um bom diretor tente me passar. Ponto para Karan!

Também gosto muito de Heart Throb. Começar o filme e ver todas as participações especiais das jovens atrizes de quem tanto gosto com um clima tão alegre me fez chorar. Eu precisava desse resgate da alegria do cinema hindi após a pandemia. Quando começou aquele lindo vídeo com sua histeria, parecia que eu tinha voltado para casa. A arte tem um poder absurdo sobre a gente. Nunca serei suficientemente grata ao Karan Johar por aquela sensação.

O inimigo da tristeza

Um "personagem" do filme ainda precisa ser analisado: figurino. Especialmente os sáris de chiffon de Alia Bhatt, que são apenas as coisas mais lindas que vi nos últimos anos, talvez décadas. Me remeteu aos figurinos das belíssimas heroínas de Yash Chopra. Segundo Karan, ele queria mostrar que uma heroína moderna e trabalhadora também poderia utilizar sáris, não tendo que usar um figurino mais ocidentalizado para expressar modernidade. As escolhas de cores são de tirar o fôlego e tiveram o objetivo de expressar a personalidade forte e vibrante de Rani. Todos os sáris são de Manish Malhotra, que detalhou aqui suas reflexões para a criação dos visuais. O estilista explicou que sempre encarou os sáris como uma mistura de sensualidade e sofisticação, e que desejava trazer o charme do cinema antigo para a personagem.

Imagina ser assim

O único ponto que realmente não gostei no filme foi um monólogo a respeito de cultura do cancelamento que me pareceu forçado, mas não gostei porque considero tanto a expressão quanto o debate em torno dela rasos e desinteressantes. Fora isso, a reflexão de Rocky sobre a importância de darmos espaço para que as pessoas possam aprender e mudar é relevante. O que me parece é que o Karan tem passado tempo demais nas redes sociais lendo a enorme quantidade de lixo maldoso (e homofóbico) que é direcionada a ele. É claro que isso mexe com uma pessoa, mas se eu fosse rica desse jeito eu confesso que nunca mais entraria numa rede social na vida e apenas deixaria tudo nas mãos dos meus assessores. O final da personagem de Jaya Bachchan também é um aspecto controverso. Inicialmente não gostei, mas ao rever considerei uma pitada de ousadia dentro de uma comédia romântica clássica que deixa um ponto de interrogação conosco. E como é bom ser pega de surpresa e não saber o que pensar, porque assim o filme mora por mais tempo dentro da gente.



Rocky Aur Rani Kii Prem Kahaani foi o resgate do cinema hindi que todos sempre amamos. Muito se vinha falando sobre Bollywood estar acabada (juro) e que as indústrias sulistas seriam as únicas relevantes a partir de agora. É como se Karan tivesse tomado para si o desafio de mostrar o que é Bollywood para ninguém esquecer do que essa indústria é capaz. E tudo isso com uma comédia romântica, algo de que sentia tanta falta e que foi o que me fez amar o cinema indiano. Toda a equipe conseguiu construir um universo de fantasia onde eu definitivamente gostaria de viver, mas que conversa com o mundo real de um forma que reflete na minha vida. Desde Band Baaja Baarat eu não sentia que o gênero do romance tivesse sido atualizado desse mesmo jeito. Brinquei muito após ver esse filme que eu pedi a Deus um diretor e ganhei um pai- inclusive eu não consigo ver os clipes tranquilamente, pois em segundos começo a chorar como uma heroína dos anos 60. Dentro desse exagero vive a sensação de que Karan me fez lembrar que uma vida sem arte não faz sentido. Não tem emoção, não há transcendência, é apenas vazia. E foi de fato transcendente ver Rocky Aur Rani. Eu não era a Carol, eu saí de mim e só estava lá com eles, sentindo e vivendo cada momento. Não tem outra forma de terminar este texto que não sejam estas três palavras: obrigada, Karan Johar.


Ficha Técnica
Direção: Raj Khosla 
Roteiro: Raj Bharti, Chandrakant Kakodkar, G.R. Kamath, Rahi Masoom Reza, Suraj Sanim
Obra original: Ashi Tujhi Preet de Chandrakant Kakodkar
Direção Musical: Laxmikant-Pyarelal
Ano: 1978
Estrelando: Asha Parekh, Nutan, Vijay Anand, Vinod Khanna e Deb Mukherjee

Main Tulsi Tere Aangan Ki (trad. "Eu sou o manjericão do seu quintal") tem a premissa de um filme dos anos 60, as canções de um filme dos anos 60, as estrelas dos filmes dos anos 60, e de alguma forma conseguiu se perder no tempo e ser lançado praticamente às portas dos anos 80. Não sei o que rolou, mas o resultado dessa miscelânea é um filme que tenta organizar o caos. 

O filme conta a história de Tulsi (Asha Parekh), uma cortesã que se apaixona pelo aristocrata Thakur Rajnath Singh Chouhan (Vijay Anand) após ser protegida por ele das garras de sua cafetina. O amor de ambos não é aceito pela sociedade e nem pela mãe de Rajnath, que se recusa a receber uma cortesã como parte da família. A fim de evitar o sofrimento de todos, a bondosa Tulsi convence seu amado Rajnath a se casar com alguém de sua classe e status social, o que ele faz a contragosto. Rajnath se casa com a tradicional Sanjukta (Nutan), levando uma vida conjugal distanciada da esposa. Após Tulsi sacrificar seu amor pelo bem da nova família que ele se recusa a construir, diversos eventos se desenrolam até chegarmos aos tempos atuais, quando Pratap (Deb Mukherjee) e Ajay (Vinod Khanna), filhos de Sanjukta e Tulsi, disputam espaço como herdeiros de Rajnath. 




Asha Parekh sempre foi vista como uma bubbly girl no início de sua carreira, marcada por atuações em filmes divertidos, movimentados e de pouco peso dramático. Enquanto suas contemporâneas como a própria Nutan, Sharmila Tagore e Waheeda Rehman tiveram seus desempenhos dramáticos reverenciados em dramas como Sujata, Aradhana e Guide, durante anos não vimos o trabalho de Asha receber a mesma admiração por parte da crítica. O final dos anos 60 e início dos anos 70 finalmente trouxeram alguma glória e atenção para Asha como atriz, e não apenas heroína. Esta nova fase de sua carreira tem seu ápice em Main Tulsi, pois Tulsi não é um papel fácil. Sua abnegação extrema e ideais superiores a afastam de nós, meros mortais guiados por nossos desejos e maldades. Contudo, a expressividade do olhar que Asha imprimiu à personagem, além de suas posturas carinhosas com o outro, fazem de Tulsi uma das personagens mais gostáveis que já vi no campo das prostitutas e cortesãs. O trabalho de toda a equipe do filme, especialmente o belíssimo figurino, nos entrega uma Tulsi sempre bela e modesta. Enquanto Asha Parekh teve em Tulsi uma nova oportunidade em sua carreira, Nutan tem em Sanjukta uma certa repetição de outras personagens dignas e imaculadas que já havia feito. O que recebemos de novidade foi um roteiro, no primeiro ato, focado nas duas personagens femininas. E mesmo com o discurso extremamente moralista dessa parte do filme, o carisma de Asha e Nutan preenche a tela. Os embates e sofrimentos de ambas as mulheres são definitivamente o ponto alto do filme.




A partir da segundo ato o foco da narrativa é deslocado para os personagens masculinos e é neste momento que a coisa desanda. A história deixa de ser sobre Tulsi e foca-se na disputa dos irmãos Pratap e Ajay. Temos sequências sem pé nem cabeça, muita violência contra a mulher a troco de nada e uma quantidade dispensável de cavalos. Uma Mojo Dojo Casa House sem um Ken para sustentar meu interesse enquanto espectadora. Detesto quando o cinema hindi utiliza muitas cenas de violência contra a mulher para estabelecer a diferença de caráter entre antagonistas de um filme, especialmente porque muitas vezes esses personagens recebem uma não-merecida redenção após cometerem diversos crimes sexuais, sendo perdoados como se apenas tivessem se desviado do caminho do bem. Vinod Khanna atua bem dentro do pouco que lhe foi exigido, porém os outros protagonistas masculinos são fracos. Vijay Anand, querido diretor que só Deus sabe por que decidiu se aventurar como ator, só não consegue destruir todas as cenas da primeira parte porque Asha e Nutan carregam o filme sem esforço.



Além de a história mudar os personagens em destaque, o próprio ritmo do filme muda intensamente. Antes tínhamos um melodrama bastante sessentista e com um ritmo mais lento que é substituído por diversas cenas longuíssimas de ação sem razão de ser além de nos mostrar a persona viril de Vinod Khanna — o que definitivamente não é um problema para mim, desde que seja em um bom filme. E acredito que já tenha esclarecido que este não é o caso, considerando também que nem a trilha de Laxmikant-Pyarelal salva a experiência. A canção que dá título ao filme, Main Tulsi Tere Aangan Ki, acaba sendo o único destaque da trilha sonora. Além do tom melancólico que muito me lembrou musicais tristes dos anos 50, Lata Mangeshkar entrega alguns dos melhores vocais da sua carreira. O vídeo, com belos usos da luz do entardecer, entrega uma experiência quase religiosa com seus raios de luz invadindo a escuridão. É sem dúvidas um dos melhores das carreiras de Asha e Nutan.


Mojo Dojo Casa House

O título do filme faz referência ao manjericão que costuma ficar nos pátios das casas, considerado sagrado na tradição hindu por ser visto como uma das manifestações da deusa Lakshmi. Assim como o manjericão, Tulsi enxerga a si mesma como protetora da casa de seu amado, não parte dela. Ela simboliza uma história de sacrifício, e talvez este seja o legado mais coerente deste filme. Foram sacrificados o roteiro, as atuações e qualquer senso crítico por parte da indústria, que coroou esta obra terrível e inconstante com os prêmios Filmfare de Melhor Filme, Melhor Diálogo e Melhor Atriz (Nutan). Às vezes se paga um preço muito alto para ser fã de Nutan.
Shammi Kapoor

Este é o terceiro post da série sobre a história da família Kapoor e seus mais de 90 anos de cinema indiano. Conheça as histórias de Prithviraj Kapoor e Raj Kapoor. 

A figura rebelde e selvagem que Shammi Kapoor viria a eternizar no cinema indiano jamais seria imaginada por quem o conheceu quando criança. Nascido em 21 de outubro de 1931, Shamsherraj Kapoor foi uma criança bastante doente e tímida por conta de problemas nos pulmões. Diferentemente do irmão Raj, Shammi não demonstrou apego pelo cinema desde cedo, preferindo os livros, que consumia vorazmente. Ele tentou romper com a tradição da família Kapoor de não concluir os estudos ao entrar para o Ruia College e estudar ciências para tornar-se engenheiro aeronáutico. O flerte com a vida acadêmica não durou muito tempo e o rapaz abandonou os estudos aos 17 anos, logo unindo-se à companhia teatral do pai, o Prithvi Theatres, em 1948. Prithviraj colocou o filho na peça Kalakar, escrevendo para ele um personagem exuberante, urbano e rebelde, mas de bom coração, baseado em personagens de Shakespeare. O personagem andava de lado, sacudia a cabeça e tinha todo um estilo diferente, o que seria a base do que anos depois viria a ser sua persona clássica em filmes, sempre energético e extravagante. 

O primeiro papel de Shammi como herói em um filme veio em Jeevan Jioty (1953), sendo sucedido por uma série de filmes de pouca repercussão. Shammi não estreou em um bom momento para atrair a atenção do público, que na  época só tinha olhos para os filmes da santíssima trindade formada por Dilip Kumar, Raj Kapoor e Dev Anand. Em 1955 conheceu a atriz Geeta Bali durante as gravações do filme Miss Coca Cola (1955), apaixonando-se imediatamente. Após Geeta rejeitar todos os seus pedidos de casamento, ela finalmente disse sim e os dois se casaram. Shammi sempre foi grato à esposa, que já era famosa quando se casaram. Segundo o ator, ele não era ninguém e mesmo assim ela acreditou nele.

Shammi e Geeta Bali em seu casamento


Aos 17 anos, Shammi deu início às aulas de dança - habilidade que marcaria fortemente sua carreira. Seu novo talento foi bem explorado em Tumsi Nahin Dekha (1957), uma comédia romântica leve que foi responsável por sua escalada ao sucesso. Neste filme finalmente a figura exuberante e divertida de Shammi foi desenvolvida, com seus maneirismos e expressão corporal característicos. Tumsi Nahin Dekha encerrou o ciclo de 18 filmes com fracasso de bilheteria na carreira de Shammi, que construiu com cuidado sua nova imagem de herói moderno e dançante. Com o auxílio de Geeta Dutt, Shammi raspou o bigode e comprou no exterior roupas novas como jeans, jaquetas e cachecóis estilosos. O novo visual se afastava do guarda-roupa clássico do herói indiano vestido de forma tradicional. O pesquisador e pioneiro no ativismo pelos direitos LGBT na Índia Ashok Row Kavi, analisa desta forma a mudança na imagem da imagem do herói indiano trazida por Shammi Kapoor:


"O primeiro passo significativo na erotização completa do herói foi a ascensão do herói flexível Shammi Kapoor, do clã ''RK''. Shammi Kapoor alcançou essa erotização por meio de uma forma muito própria de atuação, teatral e exagerada, que o tornou o centro das atenções. A heroína em todos os seus filmes era uma personagem silenciosa, imóvel e ligeiramente assustada que desviava a atenção de si mesma por meio de uma atuação muito discreta. Enquanto isso, dançando e empinando-se à sua volta em uma mistura de movimentos flexíveis e imprevisíveis estava o herói, que redirecionava a atenção do público para sua performance vibrante e sexualizada (...) Shammi não apenas trouxe frescor para seus papéis, mas também externalizou o personagem do herói. O herói agora não era mais o repositório do sistema de valores tradicional, que havia moldado o Renascimento indiano e a luta pela independência da Índia; em vez disso, ele era um símbolo frágil e fiel do jovem indiano, nascido após a independência. Essa figura do herói do pós-independência enfatiza mais a fisicalidade do homem jovem."
Kavi, 2000

Saira Banu e Shammi em Junglee (1961)
Saira Banu e Shammi em Junglee (1961)

Em 1961 ocorreu a grande mudança em sua carreira. Junglee  foi o primeiro filme em cores de Shammi, além de marcar a estreia de Saira Banu como atriz. O filme trouxe uma trilha sonora marcante, muitos momentos cômicos e o auge da persona energética e dançante que o ator vinha construindo. Sua rebeldia, coreografias e visual com influências de Elvis Presley e John Wayne eram exatamente o que o jovem indiano esperava no pós-independência, após anos de filmes sobre questões sociais profundas. O estrelato veio imediatamente e foi fortalecido por outros filmes de sucesso na década de 60, como Professor (1962), Kashmir Ki Kali (1964) e Teesri Manzil (1966). Em todos estes filmes observamos variações da persona louca e agitada de Shammi que havia cativado o público. O sucesso era tanto que diretores como Shakti Samanta o deixavam criar suas próprias coreografias.

Asha Parekh e Shammi Kapoor em Teesri Manzil (1967)

Geeta Bali faleceu em 1965 após contrair varíola. Shammi começou a beber intensamente após a morte da esposa, o que lhe traria complicações posteriores. Geeta adoeceu no dia 1º de janeiro e faleceu no dia 21. Desde então até o ano de sua própria morte, Shammi deixou de beber por 21 dias todos os anos no mês de janeiro como forma de tributo à esposa. O casal tinha dois filhos, Aditya e Kanchan. Anos depois, Shammi decidiu que seus filhos precisavam de uma mãe e pediu a atriz Mumtaz em casamento. Ela negou o pedido, pois estava focada em sua carreira. Assim, Shammi casou-se com Neila Devi em 1969 - diferentemente do casamento por amor com Geeta, este foi arranjado. Segundo seu filho Aditya, Neila preencheu o vazio materno que ele e a irmã sentiam. A madrasta também se recusou a ter filhos, dizendo que não era necessário pois já tinha Aditya e Kanchan. Este gesto sempre foi visto pela família como uma prova de seu amor e cuidado para com os novos filhos.

Neila Devi e Shammi Kapoor

O ano de 1968 trouxe o prêmio Filmfare de Melhor Ator para o trabalho de Shammi em Brahmachari. Já o ano de 1969 apresentou ao cinema indiano Rajesh Khanna, o ator cujo estrelato ofuscaria todos os outros ao seu redor. A chegada de Rajesh, a posterior dominação do cinema pelo herói de ação de Amitabh Bachchan e o ganho de peso de Shammi devido ao álcool contribuíram para o declínio de sua carreira como herói dos filmes. A partir dos anos 70 pudemos ver Shammi apenas em papéis secundários, tais como pai do herói. Esta nova fase de sua carreira lhe rendeu o Filmfare de Melhor Ator Coadjuvante por Vidhaata (1982). Shammi também se aventurou brevemente na direção com os filmes Manoranjan (1974) - adaptado da peça francesa Irma La Douce - e Bundal Baaz (1976). Ambos foram terríveis fracassos de bilheteria. Shammi também atuou em alguns filmes de outras indústrias, como a tâmil e a bengali, e em séries de TV.


Durante os últimos anos de sua vida, a atividade favorita de Shammi era navegar na internet. Ele se dedicava a atualizar o site que criou para contar a história de sua carreira e preservar a memória da família Kapoor. O ator faleceu em 2011 devido a insuficiência renal, após alguns anos em hemodiálise. Sua última participação em um filme foi em Rockstar (2011). Seu sobrinho-neto Ranbir fez uma homenagem ao tio ao reproduzir no filme um trecho de Taarif Karoon Kya Uski, de Kashmir Ki Kali.

Mesmo com o afastamento da tela nos últimos anos de sua carreira, a revolução trazida por Shammi Kapoor marcou em definitivo o cinema indiano. Seus personagens apresentaram novas possibilidades de expressão para os heróis do cinema hindi, com maior liberdade e, certamente, muito mais diversão e alegria.


Fontes para consulta:

Dawar, R. (2006). Bollywood: yesterday, today, tomorrow. Star Publications.

Jain, A. (2021). Shammi Kapoor: The actor who returned after 18 flops to change the ‘Bollywood hero’ forever. Disponível em: https://indianexpress.com/article/entertainment/bollywood/shammi-kapoor-the-actor-who-came-back-after-18-flops-to-change-the-bollywood-hero-forever/

Jain, M. (2009). Kapoors: The First Family of Indian Cinema. Penguin UK.

Kapoor, R. & Iyer, M.(2017). Khullam Khulla: Rishi Kapoor Uncensored. HarperCollins.

Kavi, A. R. (2000). The changing image of the hero in Hindi films. Journal of homosexuality, 39(3-4), 307-312.

The Kapoor Family Website. Disponível em: http://www.junglee.org.in/

 


Bollywoodcast 23 no ar! Hoje falamos sobre Rab Ne Bana Di Jodi, filme de 2008 dirigido por Aditya Chopra e estrelado por Shahrukh Khan e pela estreante Anushka Sharma. Ouça para descobrir se compramos a ideia de que Surinder e Raj eram difíceis de distinguir e também para ouvir nosso papo sobre o humor simples do filme e a trilha encantadora.

O filme está disponível no Amazon Prime.

Link comentados

Post sobre as referências de Phir Milenge Chalte Chalte

Errata: quando comentamos sobre Sharmila Tagore ser representada na parte de Dev Anand em Phir Milenge Chalte Chalte, na verdade nos referíamos à atriz Sadhana.

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Bollywoodcast 22 no ar! Hoje falamos sobre War, o blockbuster de ação de 2019 dirigido por Siddharth Anand e estrelado por Hrithik Roshan e Tiger Shroff. Falamos sobre as cenas de ação, a tensão sexual inesperada e outras polêmicas do filme mais visto de 2019.

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Bollywoodcast 21 no ar! Hoje falamos sobre AK vs AK, um dos últimos lançamentos de Bollywood. Dirigido por Vikramaditya Motwane, o filme é estrelado por Anil Kapoor e Anurag Kashyap. Falamos a respeito das inovações trazidas por um filme tão experimental, da nossa diversão com um Anil Kapoor que consegue rir de si mesmo e dos (muito) plot twists que fazem parte desta produção corajosa.

O filme está disponível na Netflix.

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Bollywoodcast 20 no ar! Hoje falamos sobre uma das últimas grandes comédias românticas, o leve e querido Jab We Met, clássico de 2007 dirigido por Imtiaz Ali e estrelado por Kareena Kapoor e Shahid Kapoor. Discutimos a diferença de percepção que a idade nos trouxe sobre o filme, a revolucionária personagem Geet e sobre as atuações de Kareena e Shahid.

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Aviso de gatilho: discutimos brevemente sobre suicídio e violência sexual neste episódio.

Músicas comentadas

Yeh Ishq Hai
Nagada Nagada
Tum Se Hi
Mauja Hi Mauja

Filmes comentados

Love Aaj Kal (2009)
Fida (2004)
Dil Maange More (2004)
Golmaal Returns (2008)
Golmaal 3 (2010)
3 Idiots (2009)
Kaminey (2009)
Talash (2012)

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Bollywoodcast 19 no ar! Hoje finalmente falamos sobre o favorito dos favoritos, nosso amado Om Shanti Om. Dirigido por Farah Khan em 2007, o filme é estrelado por Shahrukh Khan, Arjun Rampal e marcou a estreia em Bollywood da sensacional Deepika Padukone. Discutimos esta saga de reencarnação e declaração de amor ao cinema hindi com todo o carinho que este filme merece.

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Links comentados

Mera Naam Shabnam, clipe de Bindu
Mera Joota Hai Japani (Phir Bhi Dil Hai Hindustani), de Shree 420
John Jani Janardhan de Naseeb (1980)
Post sobre ver Tees Maar Khan no cinema

Filmes comentados

Karz (1980)
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"DEEWANEANDO"?

Devanear = divagar, imaginar, fantasiar. Deewani = louca, maluca. Deewaneando = pensar aleatória e loucamente sobre cinema indiano.

Meu nome é Carol e sou a maior bollynerd que você vai conhecer! O Deewaneando existe desde 2010 e guarda todo o meu amor pelo cinema indiano, especialmente Bollywood - o cinema hindi. Dos filmes antigos aos mais recentes, aqui e no Bollywoodcast, seguirei devaneando sobre Bollywood.

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