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Eu não era muito fã do Shammi Kapoor. Falei aqui que um dia explicaria o "Pacto Shammi" e a hora chegou. Pois bem, o Pacto Shammi foi um acordo que eu havia feito com o Shammi enquanto assistia a Kashmir Ki Kali (1964), se não me engano. Ele me irritava com todos aqueles pulos, caras e bocas, mas ainda assim eu conseguia sair bem de seus filmes porque me concentrava só nas coisas boas dele: o modo sensacional como cantava as músicas do Rafi, seu dinamismo, seu jeito engraçado. Eu não o deixava me incomodar e ele não me incomodava. Entretanto, comecei este relato dizendo que eu não era fã dele, no passado. Junglee chegou na minha vida e não trouxe nada de diferente do que eu já havia visto do Shammi ji, mas foi isto que modificou tudo. Vi que seria sempre daquele jeito e que isto não era necessariamente ruim. Então finalmente entendi a função do Shammi Kapoor na minha vida: me fazer sorrir. Nossa relação não funcionava enquanto eu cobrava que ele me emocionasse e tomasse conta de todos os meus sentidos, como tão bem faz seu sobrinho Rishi. Enquanto isto, aquele homem alto de olhos verdes estava tentando me colocar para dançar e eu não percebia. Eu só precisava me divertir.

Para mim é importante tentar passar como me sinto em relação a atores que vejo tão constantemente. Esta breve explicação sobre o Shammi na minha vida foi mais importante ainda porque ele faleceu há pouco tempo. Como foi o primeiro falecimento que "presenciei" no cinema indiano, me deixou um pouco impressionada. Espero que ele tenha tido uma boa vida e fico feliz por fazer parte do grupo de pessoas que tem acesso a seu trabalho.

Agora...

YAAAAAAHOO!


Junglee é um filme bem simples, divertido e o melhor de tudo: muito colorido! Não consigo resistir às cores, então esta postagem terá tantas imagens que será como se eu estivesse revendo o filme.

Shekhar (Shammi) tem uma mamãe muito controladora, interpretada pela minha querida Lalita Pawar. Viúva e fiel à memória do marido, ela não deixa de manter sua família na linha e cumprindo à regra que ele impôs em vida: em sua família, ninguém deve sorrir. Sorrir é para os fracos! Por sorte, seu mal-humorado filho segue muito bem a tradição paterna.


Lalitinha: muito digna.


Entretanto, toda família tem seu ovo podre (?). Mala (Shashikala), irmã de Shekhar, adora sorrir e aproveitar a vida. E, absurdo dos absurdos, tem até um namorado! Ela e Jeevan (Anoop Kumar) namoram escondidos da família de Mala. Um dia, um amigo da família que também trabalha na empresa vê os dois juntos e avisa a Shekhar e sua mãe que Mala está se "desviando". Shekhar ia a Kashmir resolver algumas coisas (que não sei quais são), para depois voltar e resolver seu casamento com uma princesa de uma linhagem real falida, mas deste último detalhe Shekhar e sua mãe não sabem. Todos decidem que levar Mala para Kashmir é um bom caminho. Pobre Mala!

Andando com sua carinha fechada e seu biquinho constante por Kashmir, Shekhar conhece Rajkumari (Saira Banu), uma mocinha espevitada que parece curtir implicar com Shekhar. Raj está em processo de abandonar a infância e abraçar a mocidade, o que é mostrado no clipe Ja Ja Ja Mere Bachpan. Música doce da mocinha? Só pode ser cantada pela Lata Mangeshkar.

Querem entender por que adoro ver filmes antigos que se passam em Kashmir ?


Olhem esta paisagem!

Querem entender o que era ser uma diva nos anos 60?


Pode não ser a melhor, mas é linda demais.

Há alguns acontecimentos que fazem Mala e Raj ficarem amigas. Raj e Shekhar acabam ficando presos em uma cabana durante uma tempestade de neve. É claro que não acontece nada físico entre eles, afinal isto é um filme indiano dos anos 60 (ok, aconteceu em Aradhana, mas eles estavam casados). E por ser um filme indiano, os dois se apaixonam. Shekhar aceita a felicidade e sai sorrindo, pulando e cantando. Fica doido mesmo, bem como o Shammi sabe fazer. Como Shekhar vai apresentar seu novo jeito de ser para a sua rígida mãe? Como irá livrar-se do noivado desejado por seu pai para ficar com Raj? Como Mala resolverá seus problemas? Irá Raj parar de cantar para cabras em Kashmir? Vejam Junglee para saber!

O filme me divertiu o tempo todo, inclusive nas poucas cenas dramáticas. É interessante que mesmo no meio de tudo isto a Lalita Pawar ainda tenha conseguido manter uma sólida imagem de mulher séria. Realmente via-se sua tensão, austeridade e resistência à mudanças. Já a vi em vários papéis iguais e também em filmes do Shammi, mas toda vez é uma bela experiência.

Saira Banu estava em sua estreia nos filmes, tendo apenas 17 anos. Isto foi o suficiente para eu perdoá-la por ser tão...sem-graça? Em todas as danças e muitas cenas me pareceu que ela não sabia o que estava fazendo. Em vários momentos tinha tanta intensidade nas expressões quanto uma boneca de cera. Talvez tenha sido a descoberta de que era tão nova, mas de uns tempos para cá comecei a achá-la adorável no filme. A própria música de adeus à infância começou a fazer mais sentido, já que ela estava passando de garotinha à diva do cinema. Meu momento favorito dela no filme é a música Kashmir Ki Kali, clipe no qual parece uma flor tanto ou mais bela do que aquelas que a rodeiam. Reparem em como ela não sabia dançar bem (não sei se melhorou mais tarde, foi meu primeiro filme dela). Vi até mesmo uma dificuldade em dar leveza e graça aos movimentos como atrizes mais experientes conseguem. Além do fato de eu adorar a paisagem e finalmente ver uma garota implicando com um rapaz , esta questão de ainda não saber calcular muito bem cada movimento e ainda assim ser tão encantadora me faze adorar o vídeo. Confesso que pausei o filme para dançar junto com ela, apesar de não ser nem de longe a música mais animada da trilha.

Pararam para refletir que ele tinha 30 anos e ela, 17?


O Shammi é louco. Quando se busca sobre ele na internet é comum encontrar o termo "Elvis indiano" porque seu visual e habilidades de dança foram baseados nos do cantor, mas há nele um certo ar desengonçado que não encontro não Elvis (não que eu o conheça muito). Pelo pouco que já vi do Elvis, ele parecia ter mais controle de seus movimentos, enquanto o Shammi é realmente selvagem. Isto fica claro na música principal do filme e marca registrada do Shammi, Yahoo. Tal como uma doce vovó, a todo momento me perguntava  se o menino não ia se machucar ao se jogar tão fortemente na neve. E a Saira lá, de bucha.


Quando se imagina que  criatura não possa ser mais louca do que isto, vem melhor: item number com a diva mor, Helen. Suku Suku é um espetáculo para os olhos. Gosto do vídeo, me divirto com a música e a Helen está lindíssima, mas prefiro items em que ela "canta" também. Deste modo, posso brincar de incorporá-la ao ouvir a música!

No fim tive mais uma surpresa: um musical que me fez apaixonar pelo Shammi, no sentido mocinha ama o herói romântico. Ehsaan Tera Hoga, lindamente cantada pelo mais lindo ainda Mohammed Rafi. Shammi, o canastrão. Saira, a boneca de cera. Carol, a sem sentido.

E Helen ji, A dama.


Dirigido por Subodh Mukerjee, eu chamaria Junglee  de comédia romântica porque a gente consegue rir e suspirar também. Atualmente é o primeiro filme de que recordo quando penso em entretenimento nos anos 60 e poucos trabalharam as cores tão bem (e tão cedo). É meio pastelão? Certamente. Mas isto só deixa tudo ainda mais adorável. Tem uma inocência nas cenas, no roteiro simples e na vontade de agradar. Até o momento posso dizer com certeza que é meu filme favorito do Shammi!
O último dos filmes de arte sobre o qual falei foi Junoon, e só eu sei o quanto aquela postagem foi trabalhosa. Eu descobria novas coisas enquanto escrevia, mudava de opinião durante o texto, parecia que estava revendo o filme a cada linha. No resultado final não transpareceu o quanto aquele filme me perseguiu, encantou e cansou mentalmente. Esperava ter a mesma reação com Arth, acreditei até que me atingiria mais fortemente. Afinal, seria um filme centrado na Shabana Azmi, atriz para a qual não tenho bons adjetivos o suficiente para descrever. Fiquei impressionada, mas não fui tão arrebatada quanto esperava ser.


Diz-se que o filme, dirigido por Mahesh Bhatt, conta muito da relação extra-conjugal que ele mantinha com a Parveen Babi. Há algum tempo li que ela tinha esquizofrenia e quase tudo o que encontro me faz acreditar que tenha tido uma vida conturbada. No filme, Mahesh seria o personagem Inder Malhotra (Kulbhushan Kharbanda), um diretor de cinema casado com Pooja (Shabana Azmi) e que a deixa após começar a se envolver com a atriz Kavita Sanyal (Smita Patil), que seria a Parveen.

O que me incomodou no começo do filme foi sentir uma certa falta de naturalidade em cena, não sei por quê. A Shabana é sempre ótima, mas eu não estava suportando ver o Kulbhushan e a Smita. Fiquei comparando muito com Junoon e refletindo sobre o quanto eu queria que Arth houvesse sido dirigido pelo Shyam Benegal, para sentir aquela fluidez tão boa dos filmes dele. Entretanto, provavelmente muito da emoção de várias cenas venha do fato de o diretor colocar sua vida no filme. Talvez tivesse que ser ele mesmo.


Vou começar pelo mais fácil: Pooja e a posição da mulher. Logo no começo do filme há uma cena dela com sua empregada na qual Pooja diz que não suportaria a situação da mulher, que era espancada pelo marido e tinha de aguentar a amante dele. Pouco tempo depois a vemos basicamente implorando para que o seu marido volte, se contradizendo. Não consegui sentir raiva. Ela era uma mulher na Índia que só sabia como ser esposa, não se via como pessoa autônoma separada do seu marido. Na verdade, suas cenas se rebaixando aumentaram minha empatia para com Pooja. Consigo me ligar mais a personagens que vez ou outra voltam em sua palavra, porque acredito que a vida seja deste mesmo modo, em que é muito fácil falar até nos depararmos com as circunstâncias que antes eram apenas hipóteses. O que ela faria caso se separasse? Ela não é nenhuma integrante de Sex And The City para sair construindo carreira, seu meio social  não é o mesmo. Repentinamente ela estava ali, olhando ao redor e vendo destruído tudo aquilo que considerava como base na vida. É difícil não saber por onde começar, mas não saber nem o que começar é pior ainda.

Só que eventualmente, ela começa. Primeiro sai da casa que Inder havia colocado em seu nome, logo que descobre ter sido financiada por Kavita. Muda-se para um dormitório feminino, encontra um emprego. Diferentemente de outros filmes nos quais os personagens tem mudanças bruscas, Arth tem uma honestidade na transformação. Tudo acontece a seu tempo, um passo de cada vez. Durante o tempo de filme realmente senti que estava ali com a Pooja, vivendo seu tempo. Ela havia passado muito tempo vivendo em função de outra pessoa e dentro de uma instituição que reprimia qualquer possibilidade de surgimento de uma individualidade. Até descobrir quem era, ia levar um tempo mesmo. Enquanto isto, a perda de si ia acontecendo com Kavita, lá do outro lado da história. Seus problemas mentais se intensificaram pela culpa sentida por ter "roubado" o marido de Pooja e "destruído" uma família. Isto me lembra uma expressão que não suporto, "destruidora de lares". Se o marido não está comprometido com sua família, ele de algum modo vai desmembrá-la, seja arrumando outra mulher ou não. Quem desfaz os laços é ele, não a amante. Só que tentam colocar na nossa cabeça que a culpa é sempre nossa, no fim as mulheres acabam lutando umas contra as outras. A Kavita, sua mãe e a Pooja passaram um bom tempo do filme dizendo que a culpa por tudo o que estava acontecendo era dela, inclusive há uma linda cena da Pooja ao telefone com a Kavita pedindo para devolver seu marido. É como se o poder de fazer ou desfazer tudo aquilo fosse dela, enquanto o Inder seria apenas um pobre homem desviado do seu caminho.


Apesar de traída por Inder, Pooja não desacredita das pessoas e dá abertura para uma amizade com Raj (Raj Kiran), um músico simpático que logo se apaixona por ela. A relação deles é um dos pontos altos do filme. Como muitos filmes indianos, espera-se que aquele homem entre para salvar o dia e proteger a Pooja, mas o que acontece passa longe disto. O roteiro logo nos faz lembrar que aquela ali é uma história de autoconhecimento e que o caminho para ele é difícil, um pouco distante do romantismo todo de outros filmes. Há uma honestidade admirável nisto.

Há umas poucas coisas de que não gostei: os ataques exagerados da Kavita, a confusão que era sua condição médica, e a tristeza que dá pensar que a Parveen pode ter passado por tudo aquilo.

Arth é um dos filmes indianos mais especiais que já vi. Para quem ama ver um retrato honesto sobre a mulher indiana, como eu, é um prato cheio. É todo sobre liberdade, se conhecer e surpreender-se com a força que pode encontrar dentro de si. As questões que ele levantou há 30 anos ainda soam como novidade se colocadas em um filme de hoje. Foi pensando nisto que me encantei com a coragem do Mahesh, da Shabana, da Smita e de todos os envolvidos na história. Houve até um apelo para que o final fosse modificado na época, mas Shabana e Mahesh foram totalmente contra. Eles acreditaram nesta história e lutaram por ela, e fico grata por o terem feito. Não são muitos os filmes que no final me fazem sentir que aprendi ali algo importante que vou levar comigo por toda a vida. Obrigada, Pooja.

Fotos demais das mulheres e nada do homem? Sim.  Afinal, 
quem é que importa nisto aqui? Sorria, Pooja mais linda, que
nesse sorriso  devem ter sorrido muitas mulheres indianas!



Este é um vídeo de uma série que pode ser encontrada no Youtube, na qual os atores contam qual filme mudou sua vida e os motivos. A Shabana fala de Arth. Não tem tradução ou legenda, mas ela fala em inglês e dá para entender. Vale a pena.
Rio de Janeiro, março de 2009. Primeira semana de aula dos calouros do Instituto de Psicologia. A programação do dia era uma aula inaugural com uma professora convidada da PUC. Eu nervosa, sem saber se deveria anotar ou não. "Se anotar, podem me achar esnobe. Se não, podem me achar relapsa". Ninguém anotava nada, então desisti. Nada do que a professora falava me interessava, até que fez uma pergunta:

- Quem viu Quem Quer Ser Um Milionário?

Eu não havia visto e ainda não sonhava em conhecer nada nem parecido com cinema indiano, mas sabia que estava fazendo muito sucesso e fiquei curiosa para ver como seria inserido na aula. A única coisa que guardei de tudo o que ela disse foi que para um irmão poder ser o "bonzinho", o outro tinha que assumir o posto de "mauzinho". Foi uma mensagem muito forte para os meus 17 anos, já que eu até então pensava que bom e mau fossem apenas questões de caráter, uma linha reta com dois pólos. Assistindo a Deewaar, claramente fonte inspiradora de QQUSM?, aquela aula logo me voltou à mente. Vijay (Amitabh Bachchan), o irmão mau. Ravi (Shashi Kapoor), o irmão bom. Sumitra Devi (Nirupa Roy), elemento que não tem correlato no filme, a mãe por quem aqueles filhos fariam qualquer coisa. E um forte amor unindo os três, apesar das diferenças.

Parece que este filme foi o verdadeiro início da persona do angry young man do Amitabh Bachchan, criada pelo duo Salim-Javed para o filme Zanjeer (1973), sobre o qual tenho preguiça de escrever. Vou traduzir como jovem homem bravo porque o Ibirá o fez aqui. É um tipo de personagem repetido por ele em vários filmes: um jovem sério e sisudo de bom coração que em algum momento não hesita em fazer justiça com as próprias mãos. O Vijay é a manifestação mais forte do tipo e logo em sua infância é mostrado o motivo de tanta amargura: seu pai foi injustamente acusado de desonestidade e a família passou a viver em um inferno no qual não hesitaram nem em tatuar "Meu pai é um ladrão" no braço de uma criança. Como se já não bastasse, o pai entrou nu momento Mother India e abandonou a família por não suportar a pressão. Ao compartilhar de todo o sofrimento da mãe para manter a família, Vijay amadurece antes do tempo e acaba se tornando cínico em relação à vida. Ainda assim, aquela ponta de bondade que precisa existir para caracteriza o jovem homem bravo (não me acostumo com isso) continua presente. Uma imagem emblemática do filme que demonstra isto muito bem é Vijay nunca entrar no templo, já que sua vida permite-lhe sentir que não deve gratidão nenhuma a Deus. Entretanto, mesmo esta raiva não exclui o fato de que é um bom filho que acompanha a mãe e o irmão ao templo.

O genro dos sonhos.

A persona do Amitabh é fortalecida pelo contraste oferecido por Shashi Kapoor e seu doce Ravi. Honesto, agradável e simpático, pode ser definido como "tudo o que o Vijay não é". Porém, ele não seria nada disto se não fosse pelo irmão "mau", Quando pequeno, Vijay decidiu trabalhar para ajudar a mãe a permitir que pelo menos Ravi pudesse estudar. Graças a isto, Ravi pôde viver a infância que toda criança deveria ter, com escola e amiguinhos. Para esta vida de tranquila inocência pode acontecer, tinha de haver alguém por trás encarando a parte não tão bonita assim das coisas.

Há três mulheres exercendo papéis importantes no filme. Leena (Neetu Singh) é a namorada de Ravi que com ele vive o tal mundo de algodão doce que o Vijay não pôde ter, com musicais apaixonados, promessas de casamento e brincadeirinhas. É por meio dela e de seu pai que Ravi tem a ideia de tornar-se policial. É uma pena que apareça tão pouco, parecia estar ali só para dar graça aos musicais e mais leveza ao filme. Anita (Parveen Babi) é o oposto: teve uma vida de sofrimento, o que a fez identificar-se com Vijay e logo se apaixonar por ele. O interessante é que Vijay não se interessou por ela de primeira e Anita teve que investir, uma situação normalmente impensável para mocinhas. Na Wiki da Parveen está escrito que ela trouxe uma nova heroína para o cinema indiano: independente, bebe, fuma, vai para a cama com o homem que ama quando quer, tem consciência de seu corpo. É chato que a isso tenham adicionado o sonho de se casar, mas a gente não pode ter tudo nesta vida. Acima de todas está Sumitra Devi, a mãe. E esta merece um parágrafo próprio.

O papel da mãe é fundamental no cinema indiano, mas o da mãe-deusa é o mais importante de todos. Ela é colocada como uma fortaleza que passa por todas as provações com dignidade. Detesto isto. Acho peso demais para uma pessoa esta posição divina, e é quase cruel limitarem seu papel a cuidar e amar os filhos antes de você poder decidir isto. Não acredito que a mãe-deusa vá desaparecer tão cedo, porém não me lembro de exemplos recentes. Isto é bom.

Com ou seu amor pela mãe-deusa e entre os irmãos, um acaba ficando contra o outro. Ravi, o policial honesto e Vijay, o bandido que acredita apenas estar jogando o jogo da sociedade do melhor jeito possível. O que torna tudo mais difícil é Ravir só ser quem é graças a Vijay, mas gosto da ideia de  que nem a gratidão deve nos fazer esquecer do que consideramos bom. Outra ideia legal é que os mais novos também podem ter algo para ensinar aos mais velhos (é um filme indiano, isto não é pouca coisa).

Deewaar é um filme mais emocionante do que eu poderia imaginar e tem um final muito forte e bonito. O drama é enorme e o número de cenas e falas que provavelmente são icônicas também o é, mas agora que descobri que foi dirigido pelo Yash Chopra, faz sentido. Senti que provavelmente nunca verei uma demonstração melhor do que seja o jovem homem bravo ("angry young man" grita na minha mente) e o filme é claramente dominado pelo Amitabh Bachchan e seu perturbado Vijay. Um daqueles clássicos que merece este título...e com todo o louvor.
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"DEEWANEANDO"?

Devanear = divagar, imaginar, fantasiar. Deewani = louca, maluca. Deewaneando = pensar aleatória e loucamente sobre cinema indiano.

Meu nome é Carol e sou a maior bollynerd que você vai conhecer! O Deewaneando existe desde 2010 e guarda todo o meu amor pelo cinema indiano, especialmente Bollywood - o cinema hindi. Dos filmes antigos aos mais recentes, aqui e no Bollywoodcast, seguirei devaneando sobre Bollywood.

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