Deewaneando
  • INÍCIO
  • SOBRE O BLOG
  • BOLLYWOODCAST
  • ACONTECEU EM BOLLY
  • ESPECIAIS
    • Semana Nutan
    • Família Kapoor
    • Diretores
  • RESENHAS
    • Índice por letra
    • Por décadas
      • Anos 40
      • Anos 50
      • Anos 60
      • Anos 70
      • Anos 80
      • Anos 90
      • Anos 2000-2009
      • Anos 2010-2019
      • Anos 2020-2029
Tenho apreço por histórias de gêmeos. Desde novelas como A Usurpadora, passando por filmes clássicos como Seeta Aur Geeta ou o atual Kaminey, considero a trama da troca de papéis suficiente para boas horas de entretenimento. Ela permite momentos engraçados enquanto um gêmeo faz as tarefas rotineiras do outro e também o meu ponto favorito, que é quando um resolve conflitos da vida do outro.

Ram Aur Shyam seguiu a já conhecida fórmula. Ram e Shyam (Dilip Kumar) são fisicamente idênticos, porém tem personalidades opostas. Ram é medroso e tem todos os seus bens controlados pelo cunhado, Gajendra (Pran), que o submete a agressões físicas. Shyam é destemido, abusado e não hesita em dizer o que lhe vem à mente.Os dois trocam de lugar por engano, quando Ram foge de casa com medo de ser assassinado pelo cunhado e Shyam foge de sua aldeia para tentar ser ator de Bollywood. Tudo perfeitamente armado para um maravilhoso clichê com 3 horas de duração, porém a maravilha não aconteceu. Tentemos entender o porquê.

Tem coisa mais linda que ver o Rei da Tragédia gargalhando?

O cansaço me pegou já pela metade do filme, talvez antes. O evento mais antecipado é o confronto entre Shyam e o malvado cunhado de Ram. Ele só acontece após o intervalo, fazendo o espectador esperar por mais de uma hora. A espera não teria sido problema caso houvesse mais movimentação na primeira metade, o que também não ocorreu. O tempo da primeira parte foi gasto com o romance entre Shyam e Anjana (Waheeda Rehman), além de também terem sido mostradas as armações de Gajendra. Acredito que não seria cansativo se esse tempo tivesse sido empregado para mostrar as confusões relativas à troca de papéis. Não houve aproveitamento da adaptação de Ram, rapaz urbano assustado, ao cotidiano da aldeia em que dele se esperava que fosse um habilidoso agricultor. Foi dedicado mais tempo à história de Shyam, mas ainda assim não foi bem aproveitada. Houve uma mistura de momentos em que consertava as injustiças da casa de Ram ou flertava com Anjana, entretanto foram poucos aqueles nos quais teve problemas por não se portar como se esperaria do covarde Ram.

O exorcismo de Ram
A atuação de Dilip me deixou dividida. Sou fã de sua veia cômica pelo simples motivo de adorar vê-lo sorrindo, então tive uma boa surpresa ao ver um Shyam tão piadista. Sua expressão corporal estava mais livre do que me lembro de ter visto. Como tantas outras coisas, isto também não foi bem trabalhado no filme. Chegou um momento em que as gargalhadas histéricas já não tinham mais sentido nas cenas. Como Ram, Dilip iniciou mostrando um rapaz doce e assustado, que foi sumindo ao longo do filme. Gostaria de ter visto mais do processo de amadurecimento que teve ao relacionar-se com Shanta (Mumtaz), aldeã que não se dava bem com o grosseiro Shyam e encontrou o amor na doçura e calma de Ram.

Pran estava excelente. Não me lembro da última vez em que gostei tanto de um papel seu como neste filme. Gajendra é desprezível e apavorante na medida certa, nos fazendo torcer para que alguém o faça em pedacinhos. Quando Shyam toma o lugar de Ram e ameaça Gajendra, é visível a mudança do olhar dominador para o temeroso. Sua esposa, interpretada por Nirupa Roy, reforçou a visão que tenho de suas personagens: excessivamente abnegadas e passivas, acabando por deixar as cenas muito pesadas. Por último, comento a atuação das duas heroínas – Mumtaz e Waheeda Rehman. A última ganhou um pouco mais de espaço na história por conta da trama de seu noivado com Shyan, enquanto Mumtaz foi totalmente desperdiçada. Apareceu em algumas sequências musicais típicas de filmes que retratam aldeias, uma ou duas cenas no final e nada mais. Para alguém facilmente impressionável pelo carisma das atrizes, considerei uma pena não ver mais de ambas.


A trilha sonora de Naushad não impressiona. O clipe mais interessante é Dheere Dheere Bol, responsável por eu ter passado anos ansiosa por assistir ao filme. Tem pitadas de crítica social que não receberam maior importância no roteiro e é fortemente representativo dos clipes típicos de aldeia - apesar de não ser o caso no filme. Já a única música que me marcou foi Aaj Ki Raat Mere Dil Ki Salami Lele, cantada pelo fantástico Mohammed Rafi. Com ela, descobri meu pendor por clipes com revelações públicas de sentimentos dolorosos.

Como não amar a velha Bolly?

Para alguém que não se cansa das mesmices das tramas de gêmeos, fui surpreendida pelo sentimento de decepção ao fim de Ram Aur Shyam. Por mais agradável que seja ver o Dilip Kumar sorrindo, a Mumtaz vestida de aldeã ou a Waheeda Rehman apenas existindo, nada disto foi suficiente para substituir todas as possibilidades não exploradas. Nem sempre os clássicos nos dão tudo o que esperamos deles.
Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial

"DEEWANEANDO"?

Devanear = divagar, imaginar, fantasiar. Deewani = louca, maluca. Deewaneando = pensar aleatória e loucamente sobre cinema indiano.

Meu nome é Carol e sou a maior bollynerd que você vai conhecer! O Deewaneando existe desde 2010 e guarda todo o meu amor pelo cinema indiano, especialmente Bollywood - o cinema hindi. Dos filmes antigos aos mais recentes, aqui e no Bollywoodcast, seguirei devaneando sobre Bollywood.

Contato

Fale comigo em deewaneando@gmail.com

siga

PESQUISE NO BLOG

POSTS POPULARES

  • Diretores: Sanjay Leela Bhansali
  • Padmaavat (2018)
  • Aconteceu em Bolly # 17
  • Aconteceu em Bolly # 12
  • As homenagens de Shahrukh Khan em Phir Milenge Chalte Chalte

ARQUIVO

  • ►  2024 (2)
    • ►  outubro (1)
    • ►  maio (1)
  • ►  2023 (1)
    • ►  junho (1)
  • ►  2021 (5)
    • ►  abril (1)
    • ►  março (2)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2020 (21)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (3)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (6)
    • ►  agosto (3)
    • ►  julho (1)
    • ►  junho (1)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (1)
  • ►  2019 (2)
    • ►  novembro (2)
  • ►  2018 (14)
    • ►  junho (3)
    • ►  maio (4)
    • ►  abril (4)
    • ►  fevereiro (3)
  • ►  2017 (12)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  julho (3)
    • ►  junho (1)
    • ►  abril (2)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2016 (20)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  outubro (1)
    • ►  junho (2)
    • ►  maio (2)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (4)
    • ►  janeiro (8)
  • ►  2015 (21)
    • ►  dezembro (9)
    • ►  novembro (8)
    • ►  outubro (1)
    • ►  julho (1)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2014 (6)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  agosto (1)
    • ►  abril (1)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (2)
  • ▼  2013 (10)
    • ►  dezembro (5)
    • ▼  novembro (1)
      • Ram Aur Shyam (1967)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2012 (31)
    • ►  dezembro (3)
    • ►  setembro (1)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (5)
    • ►  maio (1)
    • ►  abril (5)
    • ►  março (8)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (3)
  • ►  2011 (58)
    • ►  dezembro (7)
    • ►  novembro (9)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (3)
    • ►  agosto (1)
    • ►  julho (12)
    • ►  junho (4)
    • ►  maio (1)
    • ►  março (5)
    • ►  fevereiro (5)
    • ►  janeiro (8)
  • ►  2010 (5)
    • ►  dezembro (5)
Tecnologia do Blogger.

Mais cinema indiano

  • Sridevi
    Sridevi in print magazine: Madhuri Dixit always near by
    Há 10 minutos
  • Dustedoff
    Kaala Paani (1958)
    Há 2 semanas
  • Dichotomy of Irony
    Birthday Post—2025
    Há 4 semanas
  • Totally Filmi
    A Nice Indian Boy (dir. Roshan Sethi, 2024)
    Há 5 semanas
  • dontcallitbollywood
    Jewel Thief (2025) Review: Dead Dog Warning! But Otherwise, Harmless TimePass
    Há 5 semanas
  • Masala Punch
    Three of Us (2022)
    Há um mês
  • Paagal Subtitle
    “Even nobody can even what you have done.” (Aah, 1953)
    Há um ano
  • Let's talk about Bollywood!
    Bombay rose
    Há um ano
  • Conversations Over Chai
    Aruite Mo Aruite Mo (2008)
    Há 2 anos
  • Kabhi Kabhie... Bollywood
    Bollywoodcast # 4: Sanjay Leela Bhansali
    Há 5 anos
  • Beth Loves Bollywood
    2018
    Há 6 anos
  • Mania de Bolly
    Devdas (1917) - Capítulo 3
    Há 7 anos
  • Divã de uma Bollygirl
    Phir Se... (2015)
    Há 7 anos
  • MemsaabStory
    Parwana (1971)
    Há 8 anos
  • Filmi Geek
    Dear Zindagi (2016)
    Há 8 anos
  • Articles
    Historic Hindi Film Poster-cards
    Há 10 anos
  • grand masala
    Shakir Khan e Vikas Tripathi no Museu do Oriente
    Há 11 anos
  • Khandaan Podcast
Mostrar 5 Mostrar todos

Copyright © Deewaneando. Designed by OddThemes