Deewaneando
  • INÍCIO
  • SOBRE O BLOG
  • BOLLYWOODCAST
  • ACONTECEU EM BOLLY
  • ESPECIAIS
    • Semana Nutan
    • Família Kapoor
    • Diretores
  • RESENHAS
    • Índice por letra
    • Por décadas
      • Anos 40
      • Anos 50
      • Anos 60
      • Anos 70
      • Anos 80
      • Anos 90
      • Anos 2000-2009
      • Anos 2010-2019
      • Anos 2020-2029
Este é um filme muito sério do senhor Abrar Alvi. Aliás, o único que ele dirigiu. Não sei como vai ser falar dele neste momento Akshay Kumar da minha vida, mas tentemos.

A história se passa no século XIX e é contada pela perspectiva de Bhoothnath (Guru Dutt), que sai de sua cidadezinha e vai para Calcutá em busca de trabalho. Chegando à cidade, ele vai morar com seu cunhado, que reside e trabalha na mansão da família Chaudhary. Seu cunhado lhe consegue um trabalho na fábrica de sindoors de Suvinoy Babu (Nasir Hussain). Suvinoy Babu é pai de Jabba (Waheeda Rehman), uma moça inteligente que sempre arruma um modo de deixar Bhoothnath desconcertado. Juntamente com ela, a outra mulher que faz parte da vida de Bhoothnath é Chhoti Bahu (Meena Kumari), a devotada esposa do boêmio Chhote Sarkar (Rehman). A infeliz esposa encontra em Bhoothnath um confidente para seus momentos infelizes.

Leio muito por aí que Chhoti Bahu foi o melhor papel da vida de Meena Kumari, e até o momento ainda não tive motivos para discordar da afirmação. Não expliquei todo o drama da personagem no resumo, mas espero conseguir agora. Ela veio de uma família pequena do interior, tendo sido criada com o ensinamento de que a esposa deve tratar seu marido como um Deus. Seria muito fácil pensar "ah, machismo" e desanimar da personagem, mas tentei me imaginar tendo uma criação orientada para um objetivo tão diferente do meu. A partir daí, foi só aproveitar a atuação da Meena e sofrer junto com a Chhoti Bahu. O porquê do sofrimento? Bem, o marido dela nunca estava em casa. Segundo alguns diálogos do filme, a esposa deveria ficar muito alegre por seu marido agir como um perfeito membro da aristocracia, gastando com suas cortesãs e passando toda a noite fora de casa, provando sua virilidade. Agindo deste modo, fica claro que não havia como Chhoti Bahu ser a esposa que desejava, e esta situação a destruía lentamente. Ela implora a ele que a deixe servi-lo, mas a esposa e nada são a mesma coisa para Chhote Sarkar. Um dia, ele diz que ela deve beber vinho para ser como as cortesãs que ele visita, e esta situação a desespera. Pelo que entendi, uma boa mulher hindu não deve tomar bebida alcóolica, mas ela o faz depois de uma grande luta interna. Chhoti Bahu se torna alcóolatra, e fico muito triste toda vez que vejo aquelas cenas porque a própria Meena Kumari era alcóolatra e, se não me engano, morreu devido a isto. Às vezes me pego lembrando das cenas do filme e tentando imaginar se havia um pouco do desespero da própria Meena nos gritos e lágrimas de Chhoti Bahu. Talvez seja por isto que me sinto tão incomodada quando leio algumas pessoas reduzindo a história do filme à palavra "machismo". O papel de Chhoti Bahu fala sobre educação, submissão, dos extremos em que repentinamente podemos cair, dor, honra, entrega. Fico me perguntando se realmente há pessoas assim por aí, e como será que vivem. Não gostaria de ser como ela e muito menos que alguma filha minha fosse, mas a personagem é muito forte e não deve ser desmerecida. Isso sem contar a coragem da atriz em fazer uma personagem assim em plena Índia nos anos 60!


Meena é sempre lembrada pela personagem, mas às vezes me parece que as pessoas não lembram que a Waheeda estava no filme. Ela estava LINDA, brincalhona, dramática, tudo o que você pedir. Confesso até que na primeira vez em que assisti ao filme, queria que as cenas de todos os outros acabassem de uma vez, só para que ela voltasse para a tela...ser muito fã de alguém muitas vezes nos cega para o resto do mundo. A Jabba até hoje é uma das personagens de que mais gosto no cinema indiano, e ela trazia um clima mais leve ao filme depois das cenas pesadas da Chhoti Bahu. Jabba gostava de Bhoothnath, mas era daquele tipo que implica com as pessoas que gostam, sabem? Como aqueles garotinhos de filmes americanos que batem nas meninas de que estão gostando. Foi a primeira vez que vi o Guru Dutt fazendo papel de bobão, e estava tão adorável! Se a Jabba implicava com ele, este fazia uma expressão de menino contrariado tããão bonitinha! Uma vez ela disse a ele que os dois não tinham laços, tudo o que ela tinha de fazer era se certificar de que ele estava alimentado. Quando mais tarde eles já estavam naquela relação meio flerte não-declarado, ele a lembrou da frase umas duas vezes. Menino bobo. Voltando à Jabba, até hoje foi a personagem em que a Waheeda me pareceu mais bonita...e esta impressão sempre se intensifica devido ao fato de eu gostar da personalidade da Jabba.


A relação entre Bhoothnath e Chhoti Bahu era meio estranha, meio platônica da parte dele. Eles começaram a se falar quando ela pediu a ele que trouxesse sindoor do trabalho dele para que ela usasse, já que a propaganda do Mohini Sindoor afirmava que ele trazia alegria aos apaixonados. Sabemos que não funcionou para ela, pobre Chhoti Bahu. O interessante era que toda vez que o Bhoothnath olhava para ela, havia uma iluminação em torno dela que a fazia parecer...celestial. Como o Bhoothnath parecia um menininho, o olhar dele para ela era todo encantado, o que me lembrava quando eu era pequenininha e gostava de um menino mais velho. Momento recordação. Quando tinha uns 9 anos, gostei por uns meses de um garoto que devia ter uns 14, 15. Parecia que ele era a pessoa mais especial e mágica do mundo, a maior pessoa do universo. Talvez meu olhar tenha ficado como o do Bhoothnath naquela época. A diferença é que eu achava que estava perdidamente apaixonada (tããão fofa!), enquanto que até hoje não entendo o que Bhoothnath sentia pela Chhoti Bahu. Aceito que ele só a via como aquela pessoa inalcançável.


O filme fala também da decadência dos Zamindar, que pelo que entendi, eram os tais senhores da terra, uma coisa bem feudal (lembrei da minha 6ª série). Você vê pelo olhar dos donos da mansão o quanto se sentem superiores, e o bando de bajuladores que os rodeavam só reforça a impressão. Tiravam tudo de quem já não tinha nada, mas não hesitavam em fazer um casamento luxuoso para os gatos da família. É uma pena que toda esta questão não tenha chamado a minha atenção, de tanto que eu estava interessada nas histórias dos personagens. Achei que o fato de eu estudar Psicologia fosse o motivo de eu ser tão apegada aos personagens e suas ações, mas nem ligo muito pra Psicologia...acho que gente fazendo coisas diferentes das minhas é o que me prende. Não é incrível como existem milhões de diferentes pessoas no mundo, tomando as mais diversas atitudes e tendo as mais diversas personalidades? Acho sensacional!

FOCO, CAROLYNE!

A trilha do filme é de Hemanta Mukherjee (ou Hemant Kumar), e as letras das músicas são muito marcantes, autoria de Shakeel Badayuni. Uma das canções mais tristes é Meri Baat Rahi Mere Man Mein, que é cantada por Asha Bhosle e interpretada pela Waheeda no filme. A letra diz algo como "Minhas palavras não ditas jazem seladas em meu coração", e os olhos cheios de lágrimas da Jabba já nos informam tudo o que ela não conseguiu dizer ao Bhoothnath. "Ainda que a chuva tenha caído, meu coração permaceu seco".Ah, que lindo...e deprimente.

Gosto muito de Bhanwara Bada Naadaan, outra da Asha Bhosle. Mas esta, só assistindo para ver como é graciosa. Ai ai, essas abelhas ingênuas!

Na Jao Saiyan Chudaake Baiyan foi o clipe mais deprimente que já vi da Meena Kumari até hoje. Não aguento vê-la se arrastando daquele modo para um homem que pouco se importa se ela está viva ou morta. Não gosto muito de ver o clipe, porque já fico triste com 2 segundos. Acho que nunca ouvi uma música da Geeta Dutt que não me fizesse ter vontade de me jogar na cama e ficar chorando eternamente.

SBAG é baseado no livro Shaheb Bibi Golam, de Bimal Mitra. É válido lembrar que meu aniversário é em novembro.

Apesar de o efeito do filme sobre mim ter sido bem menor quando o revi, acho que ainda o manterei entre meus favoritos por um bom tempo, principalmente devido às duas atrizes que fizeram dele uma experiência tão intensa. Hoje é a primeira vez em que termino um post com um vídeo, mesmo que o post já esteja longo. Saqiyaa Aaj Mujhe Neend Nahin (pode chamar de Saqiyaaaaaaaaaaa) está entre meus clipes favoritos de Bollywood, e foi ele que me fez ficar fã da Minoo Mumtaz. Queria que sempre fizessem vídeos de cortesãs como este...faz valer a pena por um filme inteiro. Até a próxima!


Bimal Roy. Ah, Bimal Roy. Meu amor, meu lindo, meu doce, meu forte, meu querido Bimal Roy. Ainda não conheço gente o suficiente para ter um diretor favorito, mas o Sr. Roy já está na lista. Nunca vi algo dele que eu não gostasse e a ele devo o fato de finalmente ter gostado da história de Devdas, que antes eu achava muito chata. Depois de trazer uma Nutan tão fofa e doce em Sujata (1958), conseguiu repetir o feito em Bandini. Além da Nutella, também estão no elenco Ashok Kumar (grrrrr), Dharmendra (!), Raja Paranjpe e Tarun Bose. 

A história começa com Kalyani (Nutan) no lugar em que eu menos esperava ver uma cena da Nutan: a prisão. O médico Devendra (Dharmendra) precisa que alguma detenta se voluntarie para cuidar de uma delas, uma senhora com tuberculose. A única que tem coragem para tanto é Kalyani, que cuida da senhora com muita paciência a carinho. Vendo a bondade e dedicação da moça, Devendra se apaixona por ela, que não quer que o futuro dela seja manchado pelas ações de seu passado. Quando o diretor da prisão (Tarun Bose) questiona sobre sua vida e o que a levou a cometer o assassinato que a fez ser condenada, somos levados a conhecer as memórias de Kalyani. Flashback!

Cara de "Eu sofro": especialidade de Nutan ou Meena Kumari?

"Oi, meu nome é Dharmendra e
 minha especialidade é SER LINDO"
Este filme é lindo. Comentei no post anterior sobre a importância das mulheres nos filmes do Bimal Roy, e Bandini é todo centrado na Kalyani: sua dor, seus desejos, suas decisões, seu destino. Outra coisa que eu havia comentado é sobre como a Nutan me faz gostar de personagens que eu facilmente odiaria, e isto aconteceu com a Kalyani. Ela fala baixo, baixa a cabeça. Aliás, alguém já reparou que a voz da Nutan parecia um miado de filhotinho de gato? É muito bonitinha! Ofendo ao perguntar se já havia dublagem na época? [/momento vovó] Voltando ao filme, a Kalyani é mais uma das personagens que mostram todo o sofrimento pelo qual passa a mulher indiana no cinema (na vida, talvez?). É a mulher injustiçada, que sofre calada, que aceita sua punição, que suporta tudo. O que gosto nos filmes que focam este tipo de mulher é mostrarem que mesmo calada, consegue se fazer ouvir por outros meios. Kalyani não precisava gritar, nós víamos seu olhar. Às vezes, no meio de uma multidão ensandecida, quem chama mais a atenção é aquele que está quieto. E assim foi com ela até na cadeia, onde várias detentas a perturbavam. Dentre todas elas, Devendra viu aquela que parecia ser diferente. Acredito que este filme tenha feito muita gente olhar para as mulheres de outro modo.


OLHA PRA CIMA, NUTAN!
Bikas Ghosh (Ashok Kumar) é um detento que luta pela liberdade de seu país, e a figura central no passado de Kalyani (a partir da separação deles, a vida dela entra em declínio). O filme fala muito sobre o tema da independência, e volta e meia surgia alguma frase sobre como os revolucionários eram corajosos. Ele e Kalyani se apaixonam um pelo outro lentamente, já que era permitido sair por algumas horas no regime de prisão de Bikas, e ele as passava conversando com Kalyani e o pai dela (Raja Paranjpe). Eu estava achando o Ashok até legal, o que é um progresso enorme se formos pensar na minha recentemente adquirida aversão por ele (obrigada, Mahal!). Não vou dar spoilers, mas meu problema com ele anda sendo ele sempre aparecer para destruir a vida das heroínas que eu gosto. Mas, sejamos justos: a atuação dele foi boa no filme. Realmente acreditei que estava apaixonado. Aliás, também acreditei no amor do Devendra, mas o Dharmendra apareceu tão pouquinho (uma pena)! Se pensarmos no tempo em que a Nutan estava na tela, todo o resto apareceu pouco. Voltando ao Bikas, foi interessante terem mostrado que o amor à sua nação é tão intenso quanto qualquer outra forma de amor. 

Teve uma coisa que me incomodou num nível altíssimo...o tal assassinato que a Kalyani cometeu. Dadas as circunstâncias, ela estava errada. E isto me incomodou tanto que falei "VOCÊ ESTÁ ERRADA!" para a tela (eu interajo muito com os filmes). Depois vieram todos falando sobre como ela era um anjo e eu não conseguia aceitar isto. Porque ela errou, errou, errou, errou. Errou feio! Pronto, fim do desabafo. Todos erram, mas talvez ela não tenha sido suficientemente punida pelo que fez. Se cada um se deixar levar pelas emoções como quiser, não poderemos mais viver em sociedade. Pelo menos a Kalyani era muito consciente de tudo o que fez, o que me satisfez.  Além de consciente, ela também tomava as próprias decisões. É difícil assumir que uma pessoa tomou as próprias decisões quando ela faz tudo o que você não queria que ela fizesse, mas assim o foi. *spoiler* Quando saiu de casa, quando foi trabalhar como criada e quando cometeu o assassinato, Kalyani fez o que queria. É claro que as circunstâncias a foram levando mais ou menos para tudo aquilo, mas ela poderia ter feito tudo diferente e não quis. E aproveitando o clima de spoiler, gostei muito da atriz que fez a mulher histérica. Eu queria tacar uma cadeira nela.*fim do spoiler*

Já disse que o filme é da Nutan? Não sei muito o que escrever sobre a Nutan, porque a mistura de segurança e leveza que ela me transmite é algo complicado de explicar em palavras. Uma vez eu disse que uma amiga minha parecia aquele ventinho que bate no fim de tarde. Um dia desses eu estava observando as folhas das árvores se movendo por causa desse mesmo vento, e pensei na Nutan enquanto olhava pela janela. Estou certa de que isto vem de algum clipe de Sujata, mas depois verei isto. O que quero dizer é que não entendo como ela conseguia carregar filmes inteiros onde as personagens principais eram tão doces e simples, filmes que não precisariam se esforçar muito para serem insuportáveis . Estou seriamente encantada por ela.


As letras da trilha de Bandini são lindas, de autoria de Shailendra. A trilha é de S.D. Burman (estou cansada de elogiá-lo). Como aconteceu com a trlha de Kala Bazaar, volto a me sentir mal por falar de uma ou duas músicas quando tudo é tão belo. Uma música que me emocionou muito foi Mat Ro Mata, cuja letra falava sobre liberdade (eu disse que a voz do Manna Dey me deixava triste). "Mãe, eu nascerei outra vez no dia em que o Ganges fluir livremente" foi uma frase tããão bonita! Também gostei de O Jaanewale Ho Sake To Laut Ke Aana, na voz de Mukesh. Olha, vou ser sincera: estou lembrando de músicas meio por cima e comentando...tudo é muito bonito.

The Dark Side Of Nutan
Bandini é belo, é sensível, é forte, me deixou feliz, me deixou triste, me fez sentir amor, me fez sentir ódio. O final dá material para muita reflexão, e você pensa sobre o que é estar preso, em vários sentidos. Preso  à regras sociais, a princípios, a um amor, às regras do seu coração, à uma família, à uma nação...cada personagem estava um pouco aprisionado a algo. Sou muito apegada a personagens, tanto que só falo deles nos meus textos. Um filme pode ter um roteiro lindo e maravilhoso, que não causará o menor efeito sobre mim caso não haja um personagem que me deixe pensando sobre a vida. Pelo que me parece, a Kalyani me deixou com material para reflexão para uma semana, pelo menos. E é este tipo de coisa que não me deixa desistir do cinema.

Até uma próxima! ;)
Vou falar sobre dois filmes em um post pelo seguinte motivo: assisti aos dois online e se não me engano, em dois  dias seguidos. Sendo assim, não tenho como tirar prints com fotos legais e nem rever cenas. Se é para ser assim, que venham logo dois.

Aag é um filme todo marcado por fatos históricos: primeiro filme dirigido por Raj Kapoor e também o primeiro dos filmes que ele fez com a Nargis (acho que foram 16). Raj e Nargis são um daqueles casais eternos do cinema indiano e o Raj é um dos artistas mais importantes da história da Índia (exagerei ou não?), e acho que tudo isto explicou um pouco porque assistir Aag é um privilégio para quem ama Bollywood.

O filme conta a história de Kewal (Shashi Kapoor), um menino que é apaixonado por teatro. Em suas brincadeiras é sempre acompanhado por sua amiguinha inseparável, Nimmi (não me atrevo a pôr os nomes de todas as Nimmis). A família de Nimmi acaba se mudando, mas Kewal nunca mais a esquece. Já adulto, o jovem Kewal (Raj Kapoor) diz ao seu pai (Kamal  Kapoor) que não quer seguir a advocacia, como é tradicional entre os homens de sua família. Kewal sai de casa e durante a sua vida adulta, conhece três mulheres por quem se apaixona, interpretadas por Kamini Kaushal, Nargis e Nigar Sultana. Apesar de conhecê-las em diferentes épocas e situações, uma coisa não muda: todas elas sabem da importância que aquela garotinha teve na vida de Kewal e sabem que a maior prova de amor que ele pode dar à uma mulher é chamá-la de "Nimmi".

A Nimmi (Kamini Kaushal) que Kewal conhece na universidade passa rapidamente por sua vida. A outra Nimmi (Nargis) teve com ele uma história muito mais intensa: surgiu quando ele estava montando a primeira peça em seu teatro, que foi financiado por Rajan (Premnath), o homem que acabaria se tornando seu melhor amigo. Rajan é apaixonado por uma mulher desconhecida, que acaba sendo a personagem da Nargis. O problema é que ela se apaixonou por Kewal...ou apenas pelos lindos olhos azuis dele, como constatamos. Para garantir que aquela mulher tão superficial ficasse com o seu amigo, Kewal acaba tomando medidas tão drásticas quanto dolorosas. Já sobre a terceira Nimmi não vale muito a pena falar.

Aag é um filme muito bom, mas se "arrastava" tanto que fiquei cansada muitas vezes. Senti o peso dessa mesma lentidão em Awaara (1951), mas lá me cansou um pouco menos. Na verdade, achei os dois filmes bem parecidos, especialmente pelo tom dramático dado à cenas que seriam banais em filmes atuais: uma discussão com o pai, a mãe demonstrando carinho. O que me incomodou foi que não vi muita base para tanto amor por Nimmi: houve um momento em que Kewal disse que ela era a única que gostava dele do jeito como ele era, que não via apenas a aparência. Sério, de onde ele tirou isso? Eles só pareciam duas crianças normais brincando, não entendi nada. Por falar em crianças, fofo demais era o Shashi (irmão do Raj) pequenininho fazendo o papel de Kewal. Todo cheio de atitude.

Pesadas foram as cenas do Raj com a Nargis, de uma intensidade assustadora (exagerei?). Ela foi a mulher que mais apareceu no filme, e não esperava vê-la em uma espécie de papel negativo assim. Ela ser tão frívola foi uma surpresa na história. Aliás, digo "frívola" para os padrões das heroínas de filmes indianos (as que fazem sacrifícios eternamente), porque até entendo a atitude histérica que ela tomou depois das tais decisões drásticas do Kewal. Para mim, Nargis já era uma estrela em Aag. Tem uma espécie de olhar forte dela que já estava presente neste filme.

Bem, o filme é chato às vezes, então só arrisque quem tiver paciência. Não dá tanto sono quanto o Mahal (1949), que foi meu sonífero mor, mas também requer esforço. No geral, gostei do filme...e adorei a cena final. Eu deveria tê-lo visto na minha Semana Anos 40.

Coisa mais fofa


Parineeta, uma das adaptações do romance de Sarat Chandra Chattopdhyay, eu tinha interesse em ver por amar a versão de 2005, com Saif Ali Khan e Vidya Balan. No elenco da versão de 1953 estão Meena Kumari, Ashok Kumar, Asitbaran e Nasir Hussain.

O filme conta sobre Lalita (Meena Kumari) e Shekhar (Ashok Kumar), vizinhos que se conhecem desde a infância. Só não percebe o amor entre os dois quem não quer: a cumplicidade, o carinho e os ciúmes de um pelo outro são gritantes. A família de Shekhar é rica, a de Lalita não. Ela é órfã e mora com o tio (Nasir Hussain), que deve uma quantia em dinheiro ao pai de Shekhar. O pai de Shekhar é um homem rico, mas deseja para si a casa do vizinho. Ao mesmo tempo em que tudo isto acontece, Lalita tem de lidar com a família de Shekhar procurando uma noiva rica para ele e com Girin (Asit Baran), o adorável irmão da vizinha que está apaixonado por ela.

Para mim, a palavra para Parineeta é "encantador". Não conseguia evitar comparações com a versão mais recente, especialmente em relação ao casal principal. O que senti foi que, cada uma ao seu modo, tanto Meena Kumari quando Vidya Balan foram as Lalitas perfeitas, tanto que não imagino outras atrizes fazendo o mesmo papel nas duas versões. Já o Shekhar é um pouco mais difícil: ao mesmo tempo em que o Saif Ali Khan deixou o personagem mais marcante, Ashok Kumar o fez menos irritante. No fim, o importante é mesmo a Lalita...e sempre sinto isso nas personagens femininas dos filmes do Bimal Roy. Eles não seriam nada sem elas. Se formos pensar que nos anos 70 as heroínas tinham muito menos papel nos roteiros do que nos anos 50, dá para sentir que talvez algo tenha se perdido pelo caminho.


Apesar de comumente serem colocadas nos papéis das sofredoras que sempre se sacrificam, o que vejo no tipo de papel da Lalita é que a mulher é valorizada, sim. Não sei se eles queriam dizer que este o único papel possível para a mulher na sociedade, mas sei que em cada cena é mostrado o quão difícil é ser assim. *spoiler*  Há uma cena linda em Parineeta na qual Shekhar e Lalita se casam, mas não convencionalmente. Como ela coloca uma guirlanda nele e ele faz o mesmo com ela em um dia considerado auspicioso, eles aceitam que estão casados. Quando mais tarde os dois tem de se separar, Lalita não deixa de se considerar uma mulher casada, mesmo sabendo que Shekhar irá se casar com outra. As cenas em que ela está triste por tudo o que está acontecendo em sua vida mostram que ela é forte, sim, mas que isso é muito, muito difícil. É difícil ter a honra e o desprendimento da Lalita, tanto que o homem que ela amava não  as tinha. Casando ou não com outra, ela era a esposa de Shekhar. Se ele não tinha certeza das próprias crenças, pouco importava. Ela sabia muito bem quem era, e isto independia das ações dos outros. Não achem que eu preferia que ela fosse eternamente fiel a ele: por muito menos, eu já teria mandado o Shekhar ao inferno. Só que são culturas diferentes, e acho muito bom que ela tenha tido liberdade para permanecer firme na própria decisão. Viva Lalita! *fim do spoiler*


Sempre mostrando assuntos importantes para a sociedade, Bimal Roy o fez em Parineeta por meio do personagem de Girin, que pertencia à uma casta inferior à da família de Lalita. Quando ofendem Girin, o único que lhe estendeu a mão nos tempos de dificuldade, o tio de Lalita diz que o rapaz vale muito mais do que todos que estão ali e que prefere nem estar numa casta como aquela. Amo essa característica do Bimal Roy de fazer filmes comerciais que abordem questões sociais importantes, porque aí ele consegue fazer obras que se conectam com a nossa realidade e nos passam mensagens importantes, ao mesmo tempo em que não deixam de nos divertir e...sei lá, nos tiram um pouco daquele clima pesado do dia-a-dia. Imaginem que ele tivesse adaptado para o cinema uma história em que tudo o que acontecesse fosse uma luta social?Acho que teria sido muito menos interessante, e o Girin teria chamado muito menos a minha atenção se a única dimensão trabalhada dele fosse a do homem de casta inferior. Vê-lo se apaixonando, sendo gentil e bom foi o que fez com que também a minha indignação surgisse no momento em que ele foi ofendido. Ele era humano, oras. Também gosto de filmes que pesam mais no lado realista, mas essa mistura do real e do comercial me encanta mais porque me parece mais difícil de ser feita com sucesso. Esse assunto todo me faz lembrar do Aamir Khan, outro que sabe levar mensagens às massas.


Lembro pouco das músicas, mas uma que ficou comigo foi Chali Radhe Rani, cantada por Manna Dey. Num bom sentido, a voz do Manna Dey me deixa triste.


Espero que não tenha ficado claro apenas para mim o quanto gostei de Parineeta. E espero mais ainda que outras pessoas vejam não só este filme, mas qualquer um do Bimal Roy. Ah, e pela Meena também. Agora estou realmente gostando dela.


Até mais! ;)
Acabei de ver o Rajendra Kumar sofrendo por horas e horas. Isso não se faz.

:'(
Dirigido por Chetan Anand e estrelado por Dev Anand, Kalpana Kartik, Sheila Ramani e Johnny Walker, Taxi Driver é um filme que eu queria ver há tempos, desde que assisti ao clipe de Jaye To Jaye Kahan no Youtube. Por não ser uma época de filmes coloridos, às vezes me esqueço de como os anos 50 trouxeram filmes legais à Bollywood. 

O filme conta a história de Hero*, um taxista de Bombay ("Bombaim" é feio). Quando pega como passageiros dois homens e uma mulher, ele acaba por salvar a honra de Mala (Kalpana Kartik), que iria sofrer abuso por parte dos dois homens. Sem ninguém em Bombay e tendo ido para a cidade atrás do produtor musical Ratan Lal, Mala desperta a simpatia de Hero, que a leva para morar em sua casa. 

Direção segura, a gente vê por aqui.

A história básica do filme não apenas soa simples, como realmente o é. Achei o início até bonitinho, mas foi ficando lento e quase perdi o interesse na história. Hero andava por aí, Johnny Walker fazendo graça, a heroína da história tão fofa que me dava sono. Aí apareceu Sylvie (Sheila Ramani), uma cantora de bar que me fez pensar que eu finalmente teria meu momento Helen no filme (um dia explicarei o que é isto). Perdão para quem viu o filme e gostou, mas achei os musicais dela até meio chatinhos. Legal que comecei falando sobre como a época tinha bons filmes e estou bombardeando o pobre Taxi Driver. Meus pensamentos estão confusos, então vou falando de personagem por personagem. 

Sylvie não me convenceu muito com seu amor. Nos filmes quase sempre há a mocinha toda virginal apaixonada pelo cara e a super sensual que não merece tanta consideração quanto a mocinha virginal. Apesar da minha constante torcida pela mocinha virginal porque DÃ, ELA É A HEROÍNA E TEMOS DE TORCER POR ELA, costumo desenvolver um carinho pela mulher toda errada. Ela é sempre aquela apaixonada que nós sabemos que é dedicada ao herói até a morte, mas não ficará com ele...por isso sou solidária. Só que eu não senti solidariedade nenhuma pela Sylvie. Não fazia a menor ideia do que ela via no Hero, e o roteirista também não fez questão de me explicar. Lembro que no Muqaddar Ka Sikandar (1978), a cortesã Zohra era apaixonada pelo Sikandar por várias razões (ela tinha o vírus de Chandramukhi**) e mesmo com ele não a amando, eles passavam tanto tempo juntos que entendi de onde surgiu toda a afeição dela. O Hero não me pareceu nem ser um grande frequentador do bar de Sylvie, então não entendi nada. De todo modo, a Sheila Ramani era lindíssima e fazia valer a ação de ver seu rosto valer a pena (superficialidade pode servir para algo).

Mala era tão chatinha, gente. Religiosa, criou em Hero o costume de ler o Ramayana — achei fofo. Comecei a gostar muito dela quando a cunhada de Hero apareceu na casa dele, o que o pôs em desespero para esconder Mala. A ideia que ele teve foi vesti-la de homem, e para isto ele simplesmente cortou o cabelo da menina. Ainda tenho dúvidas sobre se realmente o cabelo dela foi cortado tão curto (a cena mostrou uma tesoura e tudo), mas as cenas clássicas que se seguem quando uma mulher é vestida de homem sempre me divertem. Ela até levou uns tapas de uns meninos que não a queriam se metendo no negócio de limpadores de carros, e tive que rir dela correndo. Lá para o final, eu estava achando o amor dela e de Hero muito bonitinho e torcia por eles. Esqueci de falar que ela era cantora.


Já o nosso herói Dev Anand foi o fofo de sempre (eu sei, frase boboca). Não sei se foi a surpresa de vê-lo parecer muito natural como taxista ou outra coisa, mas ficava feliz sempre que ele aparecia. Quando a Mala o deixou, ele ficou com uma expressão de abandono muito doce, fiquei até comovida. Ele teve uns momentos de luta, mas essas cenas nunca me impressionam muito (a não ser que sejam divertidas como as do Amar Akbar Anthony). Gostei de umas poucas cenas dele em que o Mastana (Johnny Walker) aparecia, porque tenho a impressão de que quanto mais antigo o filme, mais gosto do Johnny Walker nele. O Mastana era meio bêbado, mas o dono do bar disse que ele nunca tocou em álcool, só andava daquele jeito por estilo. Comecei a rir depois dessa, achei uma coisa tão nada a ver na história! Esses momentos estranhos são muito Johnny.


Olha, a  trilha não me impressionou muito (e é do S.D. Burman!!!!). Sou muito apaixonada pelas trilhas dos filmes antigos, então um "não me impressionou muito" que digo para elas significa muito mais do que se eu  dissesse o mesmo para uma trilha atual. Não achei ruim e nem sensacional, apenas não lembro de nada que não seja Jaye To Jaye Kahan, a que eu disse que me levou ao filme. Foi também com o clipe dela que me apaixonei pelo Dev Anand há vários meses, numa madrugada insone no Youtube.Não lembro se foi esta música ou Jalte Hain Jiske Liye do Sujata (1959) que me fez entrar num vício pela voz do Talat Mahmood...durou umas duas semanas, e eu ficava ouvindo as duas o dia inteiro. De todo modo, também foi legal ver no filme uma versão feminina de Jaye (...), desta vez cantada pela Lata (certas pessoas são tão citadas aqui que nem precisam mais de sobrenome). Não sei o que diz a letra da música, já que o filme não tinha músicas legendadas, mas vou ser sincera: chorei quando ela tocou (foi estranho). Droga, eu queria tanto ter lido as letras! Elas são do Sahir Ludhianvi, que escreveu as letras má-gi-cas do Kabhi Kabhie (1976), Laila Majnu (1979) e Pyaasa (1957). PYAASA! Odeio esses momentos em que sinto que só eu estou impressionada.

A praia onde nossa história começou, Dev  ♥ 

Acho o mar tão lindo em preto e branco.

A conclusão: para mim, Taxi Driver é um filme bonitinho e agradável para se passar o tempo. Nunca estive na Índia, mas sempre fico feliz quando vejo as cidades antigamente. Quando depois estou vendo os filmes atuais, fico tentando lembrar delas nos filmes antigos e comparar (sem sucesso, claro). Só mais uma fofoca informação: o Dev e a Kalpana são casados, e a Wikipedia dela diz que o casamento foi na época do filme. 

Perdão pelo post preguiçoso, mas não lembrava de muita coisa que tivesse chamado a minha atenção no filme. Então...até depois!

*no IMDB diz Mangal/Hero, mas o chamavam de Hero e assim o farei. 

**Vírus de Chandramukhi: muito comum entre cortesãs indianas, seus sintomas são desencadeados quando um homem trata uma cortesã de um modo diferente dos outros. Se um indivíduo rejeita uma cortesã porque não acha sua profissão digna ou a trata com o mesmo respeito que dispensa às mulheres "respeitáveis", a cortesã rapidamente é atacada pelo vírus. Os sintomas incluem vontade de largar a profissão, discursos emocionados sobre a infelicidade de ser cortesã, dedicação e amor instantâneos pelo homem que a rejeitou e disponibilidade para sacrificar-se em nome do amor. 

Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial

"DEEWANEANDO"?

Devanear = divagar, imaginar, fantasiar. Deewani = louca, maluca. Deewaneando = pensar aleatória e loucamente sobre cinema indiano.

Meu nome é Carol e sou a maior bollynerd que você vai conhecer! O Deewaneando existe desde 2010 e guarda todo o meu amor pelo cinema indiano, especialmente Bollywood - o cinema hindi. Dos filmes antigos aos mais recentes, aqui e no Bollywoodcast, seguirei devaneando sobre Bollywood.

Contato

Fale comigo em deewaneando@gmail.com

siga

PESQUISE NO BLOG

POSTS POPULARES

  • Diretores: Sanjay Leela Bhansali
  • Padmaavat (2018)
  • Aconteceu em Bolly # 17
  • Aconteceu em Bolly # 12
  • As homenagens de Shahrukh Khan em Phir Milenge Chalte Chalte

ARQUIVO

  • ►  2024 (2)
    • ►  outubro (1)
    • ►  maio (1)
  • ►  2023 (1)
    • ►  junho (1)
  • ►  2021 (5)
    • ►  abril (1)
    • ►  março (2)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2020 (21)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (3)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (6)
    • ►  agosto (3)
    • ►  julho (1)
    • ►  junho (1)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (1)
  • ►  2019 (2)
    • ►  novembro (2)
  • ►  2018 (14)
    • ►  junho (3)
    • ►  maio (4)
    • ►  abril (4)
    • ►  fevereiro (3)
  • ►  2017 (12)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  julho (3)
    • ►  junho (1)
    • ►  abril (2)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2016 (20)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  outubro (1)
    • ►  junho (2)
    • ►  maio (2)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (4)
    • ►  janeiro (8)
  • ►  2015 (21)
    • ►  dezembro (9)
    • ►  novembro (8)
    • ►  outubro (1)
    • ►  julho (1)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2014 (6)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  agosto (1)
    • ►  abril (1)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2013 (10)
    • ►  dezembro (5)
    • ►  novembro (1)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2012 (31)
    • ►  dezembro (3)
    • ►  setembro (1)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (5)
    • ►  maio (1)
    • ►  abril (5)
    • ►  março (8)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (3)
  • ▼  2011 (58)
    • ►  dezembro (7)
    • ►  novembro (9)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (3)
    • ►  agosto (1)
    • ►  julho (12)
    • ►  junho (4)
    • ►  maio (1)
    • ►  março (5)
    • ▼  fevereiro (5)
      • Sahib Bibi Aur Ghulam (1962)
      • Bandini (1963)
      • Aag (1948) e Parineeta (1953)
      • Desabafo
      • Taxi Driver (1954)
    • ►  janeiro (8)
  • ►  2010 (5)
    • ►  dezembro (5)
Tecnologia do Blogger.

Mais cinema indiano

  • Sridevi
    Sridevi
    Há 28 minutos
  • Dustedoff
    Travels in Karnataka, Part 3: Nagarhole
    Há 4 dias
  • Dichotomy of Irony
    Of Himesh and History
    Há uma semana
  • Totally Filmi
    A Nice Indian Boy (dir. Roshan Sethi, 2024)
    Há 2 meses
  • dontcallitbollywood
    Jewel Thief (2025) Review: Dead Dog Warning! But Otherwise, Harmless TimePass
    Há 2 meses
  • Masala Punch
    Three of Us (2022)
    Há 2 meses
  • Paagal Subtitle
    “Even nobody can even what you have done.” (Aah, 1953)
    Há um ano
  • Let's talk about Bollywood!
    Bombay rose
    Há um ano
  • Conversations Over Chai
    Aruite Mo Aruite Mo (2008)
    Há 2 anos
  • Kabhi Kabhie... Bollywood
    Bollywoodcast # 4: Sanjay Leela Bhansali
    Há 5 anos
  • Beth Loves Bollywood
    2018
    Há 6 anos
  • Mania de Bolly
    Devdas (1917) - Capítulo 3
    Há 7 anos
  • Divã de uma Bollygirl
    Phir Se... (2015)
    Há 7 anos
  • MemsaabStory
    Parwana (1971)
    Há 8 anos
  • Filmi Geek
    Dear Zindagi (2016)
    Há 8 anos
  • Articles
    Historic Hindi Film Poster-cards
    Há 11 anos
  • grand masala
    Shakir Khan e Vikas Tripathi no Museu do Oriente
    Há 11 anos
  • Khandaan Podcast
Mostrar 5 Mostrar todos

Copyright © Deewaneando. Designed by OddThemes