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Dirigido por Shyam Benegal, Junoon foi vencedor de dois prêmios importantes para mim: o Filmfare e o National Film Awards (este é muito mais significativo). É certo que a cada vinte filmes que vejo escrevo sobre um, mas a vontade de falar a respeito de Junoon era muita e acabei vindo aqui.

O filme tem um lado histórico muito forte que não sei descrever, já tinha ficado claro no post sobre Dr. Kotnis Ki Amar Kahani que tenho que correr muito atrás de informação ao escrever sobre histórias que contam sobre algum fato histórico. Até tento prestar atenção a todas estas informações durante o filme, mas então surge um personagem tão interessante que vou me perdendo e no fim..."pluft, esqueci! Que guerra era aquela mesmo?". Sendo assim, vou utilizar a sinopse do meu amiguinho IMDB ao resumir a história.

Tudo acontece no período de 1857 a 1858, quando os soldados da "Companhia do Leste da Índia" (acho que é isto) levantaram-se contra o regime britânico e muitos reinos menores uniram-se aos soldados na esperança de reaverem seus territórios. No dia do motim, os rebeldes invadem uma igreja frequentada pelos ingleses e matam quase todos os presentes. A única sobrevivente foi Ruth Labadoor (Nafisa Ali), cujo pai foi assassinado na sua frente. Os rebeldes caçam e matam todos os ingleses da cidade (que não sei qual é), mas Ruth, sua mãe Miriam (Jennifer Kendal) e sua avó são salvas por Ramjilal (Kulbhushan Kharbanda), que se sente em dívida com a família Labadoor. As três passam algum tempo escondidas na casa de Ramjilal, mas logo são tiradas de lá por Javed Khan (Shashi Kapoor), um dos líderes do movimento rebelde. Ele estava obcecado por Ruth desde antes do conflito acontecer e aproveitou a ocasião para tê-la perto de si. Javed decide se casar com Ruth, o que desespera Miriam e Firdaus (Shabana Azmi), primeira esposa de Javed. A história é baseada no livro A Flight Of Pigeons, de Ruskin Bond.

A luz do filme é a Jennifer Kendal e sua Miriam. Já nem reclamo mais das esposas doces e apáticas dos filmes antigos porque é muito comum, mas quando vejo uma mulher forte e decidida reparo o quanto sinto falta deste tipo de presença. A Miriam teve pouco ou nenhum tempo entre vivenciar o seu luto e lutar pela segurança da mãe e da filha, mas encarou o desafio com bravura — tanta que a fez não ter medo de ficar à frente do Javed e gritar que ele não tocaria em Ruth. O bonito na personagem é que nada disto acontece como se ela não estivesse sofrendo; há até mesmo um momento no qual desata a chorar. Os olhos da Miriam estão sempre tristes e seus ombros, tensos. Ela só não desaba completamente por saber que precisa cuidar da filha.

Apesar de o Javed parecer um troglodita pedófilo pelo modo como estive falando até agora, ele passa longe disto. A Miriam pode ser a personagem mais forte, mas ele é o que mais me intriga a cada vez que vejo o filme. Javed em nenhum momento obriga Ruth a se casar com ele, muito pelo contrário: pede a permissão de Miriam e tenta controlar sua frustração a cada vez que ela adia o assunto. Ele não queria apenas o corpo de Ruth, queria seu respeito e amor também. Não sei bem se é realmente amor, parece mais que ele pôs Ruth em um pedestal que está muito acima dele. Javed parece ter medo de olhá-la, tocá-la...ou o medo pode ser da intensidade do que sente por ela. Vê-se claramente que ele está tomado pela garota e o modo como ele claramente expressa isto para qualquer um que pergunte é admirável. E foram exatamente as cenas em que ele diz às pessoas o quanto quer Ruth que me deixaram tão embasbacada com o personagem. Javed claramente não entendia como todos não compreendiam o que estava se passando dentro dele, a importância de Ruth para sua vida. Está certo que há a questão de ele ser homem em um sistema social machista e assim acreditar que poderia fazer o que bem quisesse, mas nem mesmo um sentimento de poder tão grande conseguiria passar por cima do fato de ele ser um indiano muçulmano e rebelde querendo se casar com uma inglesa cristã quando todos na cidade estavam matando qualquer estrangeiro que aparecesse. Esta obstinação que cega para tudo o que depõe contra o seu desejo é a obsessão de que fala o título do filme (Junoon).


O quão obcecado você tem que estar para dizer isso na cara da sua esposa?

O olhar magoado. Te amo, Shabana.
Firdaus é uma doce insuportável por quem foi fácil sentir empatia (Shabana consegue tudo). Tendo de aguentar um marido que só se importa com seus pombos, a rejeita, coloca uma estrangeira acima dela e declara isto abertamente ao mundo, talvez fique difícil não ser antipática. Ela poderia passar desapercebida, mas isto não acontecer é total mérito da presença forte da Shabana. Por trás daquela aparência de mulher mimada, vê-se uma pessoa cujo orgulho foi ferido profundamente. Fazendo uma comparação distante, é como a Chhoti Bahu do Sahib Bibi Aur Ghulam: meninas que tem a criação voltada para a dedicação ao casamento e sentem-se perdidas (e traídas?) quando este direito lhes é tirado. Se ser mulher é ser esposa e mãe e nem isto elas podem fazer, qual é seu papel no mundo? Por falar nisto, quase atravessei a tela para socar Javed quando ela diminuiu a esposa por não lhe dar um herdeiro.

Uma linda!
Tudo isto se dá em torno de Ruth: ela é desejada por Javed, cuidada por Miriam e invejada por Firdaus. Pois bem, ela não tem nenhuma personalidade sensacional. Na verdade, Ruth pouco fala. Ontem eu estava quebrando minha cabeça ao tentar entender o porquê de Javed gostar dela, mas será que era para ter explicação? Percebi que não há sequer uma troca de diálogos entre ela e Javed durante o filme e a única ligação entre os dois é apenas ela gostar daqueles pombos dele. A Ruth tem um olhar infantil, parece que está vendo tudo pela primeira vez. Entendo como é fácil sentir-se encantado por ela, mas ainda assim não entendo a obsessão do Javed.

O bom de a Ruth ser sempre tão silenciosa é que nunca sabemos como estão seus sentimentos por Javed. Sua mãe sempre fala por ela, que só uma vez no início chorou por não querer se casar com Javed. O olhar de Ruth vai mudando, mas não é nada brusco. A mudança é suficiente apenas para...bem, para percebermos que algo está mudando. Por que mudou, não sei. Deve ter alguma coisa a ver com os pombos.

Spoilers. O Naseeruddin Shah também está no filme, mas sinto dizer que pouco me interessei por ele. Os momentos em que chamou minha atenção foram três: quando matou o pai de Ruth na igreja, quando acusou Javed de estar esquecendo seus propósitos revolucionários por causa da obsessão por Ruth — o que é verdade, já que ele deixou de ir para a batalha para ficar perto dela — e quando voltou derrotado da batalha e tentou matar os pombos de Javed (as estrelas do filme). Ele é uma presença bem forte e assustadora, mas pertence mais à parte do filme que é focada na guerra; parte na qual eu infelizmente estava pouco interessada. Era tanto sangue e tristeza, que tudo o que eu me perguntava era por que a gente faz isso.

Eu não entendia o fim do filme. Por que o Javed havia ido embora logo no momento em que a Ruth havia autonomamente ido até ele? Escrevendo este post e levantando aquela ideia de que ele colocava Ruth em um pedestal, uma interpretação possível surgiu: quando Ruth "desceu" até ele, foi como se tivesse quebrado o feitiço no qual ele estava preso e Javed finalmente tivesse visto que era apenas uma obsessão. Por outro lado, Ruth nunca se casou. Talvez a partir dali ela tivesse desenvolvido uma obsessão em relação a Javed ao vê-lo como uma figura distante e inatingível, ou seja, do mesmo modo que a obsessão dele surgiu. Agora esta interpretação está fixa na minha cabeça, mas é triste demais e não quero aceitá-la. Prefiro pensar que como Javed apenas queria ver Ruth pela última vez e sabia que o inimigo estava chegando e logo o matariam, sentiu-se satisfeito em ir para a batalha com esta última imagem de Ruth finalmente abrindo seu coração para ele. Certo, ri de mim agora. Foi bonito e romântico, não? Sou cria de Shahrukh Khan, rapá! Fim dos spoilers.


A trilha é linda, mas não há nenhum musical. Quer dizer, até tem um, mas não é exatamente um musical, musicaaal. É um qawwali, Aaj Rang Hai. Um doce momento do filme são as canções Sawan Ki Aayi Bahaar Re e Come Live With Me And Be My Love, sendo que a Jennifer canta a última com a Nafisa.

Junoon é belo, sensível e inteligente. Todos os atores estão sensacionais e foi graças a este filme que comecei a admirar o Shashi Kapoor. Mesmo  com todos esses atributos positivos, deve-se ter paciência com o filme. Assisti-o num dia em que eu estava querendo pensar bastante, quando precisava de algo que me desafiasse. Não é todo dia que estou assim e isto foi provado quando eu o estava revendo e achando quase tudo insuportável. Nada está dado em Junoon. Boa parte da comunicação se dá por olhares, o que faz a gente se perguntar o que raios está acontecendo nas mentes daquelas pessoas vivendo em uma situação tão tensa. Para mim, este filme é um grande exercício intelectual. E é lindo demais!

Termino com minha música e cena favoritas do filme, Ishq Ne Todi Dar Pe Qayamat, cantada pelo sempre perfeito Mohammed Rafi. Firdaus observa o marido enquanto ele observa Ruth e Miriam protege a filha. Nenhuma interação verbal, apenas uma forte presença física de todos os atores e olhares intensos. Parabéns, Shyam Benegal. Você conseguiu me tirar da minha zona de conforto e me deixar feliz com isto. 


Não posso dizer que fui assistir a Wanted desavisada. Sabia que era o Salman no auge de sua nova onda como herói masala, que haveria muitos tiros, alguma heroína doce sempre pedindo socorro e um vilão muito mau. Mesmo tão preparada, não esperava ter reagido do modo como reagi...fiquei enjoada. Não de um modo subjetivo, foi fisicamente mesmo! Levantei me sentindo meio fraca, com um enjôo estranho ao pensar em todo aquele sangue. Não me lembro disto acontecendo comigo em relação a qualquer filme indiano antes.

Radhe (Salman Khan) é um bandido que não se prende a nenhum chefe: ele faz o trabalho se você pagar bem, fim. Radhe não tem medo da morte, expondo-se à ela constantemente — seja arriscando sua própria vida ou tirando a de outros. Há muitos bandidos na história e me perdi em todos os nomes, mas entendi que Gani Bhai (Prakash Raj) é o principal, sendo um grande traficante internacional. Nem dele Radhe tem medo, agindo de forma autônoma dentro da gangue de Golden (Aseem Merchant), braço-direito de Gani Bhai em Mumbai. O policial Ashraf Khan (Govind Namdeo) fez uma promessa a si próprio de que prenderia Gani Bhai, mas sua ação é sempre prejudicada pelas conexões políticas do criminoso. O Inspetor de polícia Talpade (Mahesh Manjrekar) é corrupto e trabalha para Gani Bhai, e também gasta seu tempo assediando Jhanvi (Ayesha Takia), interesse amoroso de Radhe. A moça gosta de Radhe, mas saber que ele é um assassino a impede de estar com ele. Temos aí herói invencível, mocinha simpática sempre em risco, um bandido muito do mal, romance, uma boa dose de patriotismo, comédia, uma pitada de drama e grandes musicais. Masala, eu te amo!

O filme é dirigido pelo Prabhudeva, o Rivaldo. Na minha nova atitude de prestigiar roteiristas: o filme foi escrito pelo próprio Rivaldo Prabhudeva e por Puri Jagannadh, que na verdade escreveu e dirigiu o filme original telugu, Pokiri (2006).

Mostrando poder.
Não gosto do Salman Khan como ator. Acho que já disse isso em todos os lugares possíveis da internet, menos aqui. Só que eu o adoro como herói masala, acho que é o tipo de papel que melhor se encaixa a ele. O verdadeiro herói masala tem que me fazer acreditar que nada pode derrotá-lo e me fazer pensar "hoho, deixa o fulano chegar para você ver só!" quando o vilão estiver aprontando. Ele não é deste mundo, mas deve me fazer acreditar que seja enquanto o filme durar. O Radhe era tudo isto e mais um pouco. A voz do Salman é inacreditavelmente perfeita para as frases de efeito que o herói precisa dizer. "Um porco sempre anda em bando. Um tigre anda sozinho". Bati palminhas e tudo.

Masala pode ser uma bagunça harmoniosa, mas é algo que levo muito a sério. O conflito entre o que o Radhe fazia para viver  — assassinatos — e a boa pessoa que ele parecia ser me tocou muito. Fiquei bastante satisfeita por a Jhanvi ter refletido tanto se era isto que ela queria para a sua vida ou não, ao invés de ser a mocinha que acha que o amor está acima de tudo e não gasta um minuto refletindo a sério sobre o que é a morte. Uma das cenas mais bonitas do filme (na minha mente doentia) é quando ela vai atrás dele para se declarar mesmo já sabendo que ele era uma espécie de bandido, mas no meio do idílio amoroso surgem vários capangas de um inimigo de Radhe e ele vai matando-os um por um. Sem dó nem piedade, tudo na base do massacre mesmo. Jhanvi assiste a tudo horrorizada e no fim, Radhe pergunta: "Você pensava que eu fosse um bandidinho, não é?". Mata mais um homem, volta e diz: "Sou um assassino. Você ainda diria que me ama? Amo você. Repense". E ela vai embora! É, ela vai pensar! Tudo bem que mais tarde não parece que ela tenha tido grande reflexões, mas ei, isto é Bollywood. A mulher ter se dado tempo para pensar é grande coisa. E eu estava com saudades do jeitinho adorável da Ayesha Takia, que não  parece passar fome para estar na tela.


Apesar de eu estar interessada na história principal de herói x vilões, o que mais me impressionou no filme foram as mulheres. Eu mudaria o nome para Wanted: Um Retrato Do Que Tem De Suportar A Mulher Indiana. A Jhanvi e sua mãe Laxmi tiveram de suportar o assédio sexual escancarado do Inspetor Talpade, e a cena do primeiro encontro deles, com aquele maldito passando a mão na menina e exigindo que ela lhe desse seu telefone, me deu um nojo enorme. Até simulação de estupro para que a mulher ficasse mal-falada e não recebesse nenhuma proposta de casamento houve. Quando realmente houve um estupro, eu já estava indignada em nível 3. A mulher não pode andar na rua em determinado horário e lugar e nem usar determinadas roupas, porque corre o risco de ser abusada. É assim que a gente tem que viver para sempre, e é o que ensinaremos às nossas filhas? Não achem que estou reclamando do filme, estou é sentindo raiva da realidade social que ele tenta retratar da forma como pode. E o que me irritava não se limitou às ações dos vilões. Quando Jhanvi está na academia fazendo os movimentos de sua aula de aeróbica e claramente fica incomodada com os rapazes observando, Radhe diz que "garotas assim fazem essas coisas  *dá uma reboladinha* por nós" . Última manifestação feminista: fiquei com a impressão de que a atriz que fazia a mãe da Jhanvi (Prateeksha Lonkar, segundo a Wiki) era da mesma idade ou mais nova que o Salman. Logo lembrei de uma entrevista da Shobhaa De e da minha musa inspiradora Shabana Azmi no Koffee With Karan, na qual a Shobhaa disse que era ofensivo mulheres de 30 e poucos anos interpretarem mães de homens de 40 (que interpretam os de 20, mas ponto para o Salman, que nunca disse a idade do personagem). Pensei na Kirron Kher, uma das minhas "mães" favoritas. Li aqui que ela tem 56 anos, tendo interpretado a mãe do Aamir Khan em Rang De Basanti. Ele tem 46. Ai ai, essas gestações dessas meninas de 10 anos. 


Desde Singham (2011) acho o Prakash Raj o melhor vilão de todos os tempos. Ao mesmo tempo em que sinto raiva dele por querer fazer coisas como explodir uma manifestação cheia de criancinhas, o indivíduo é tão engraçado que não consigo deixar de me sentir feliz por tê-lo no filme. Ele faz o vilão parecer um louco com seu ego super inflado, principalmente quando está encurralado, arregala os olhos e começa a falar sobre todas as suas conexões políticas. Talvez não seja o melhor tipo de vilão por me fazer rir mais do que causa medo, mas como rio com ele e não dele, entendo que me liguei à ideia do personagem. Céus, eu a-do-ro esse cara.

O vilão sempre rodeado de não-indianas...ai ai, Índia.
Todos os últimos filmes indianos que vi e tem algo relacionado à polícia falam de sua corrupção em um tom que exige mudanças imediatas. Não sei quantas vezes já vi cenas de policiais recebendo propinas ou torturando pessoas em Bollywood. Quando até mesmo o cinema comercial, que só quer fazer dinheiro e entreter, fala de um mesmo assunto tantas vezes, fico com a impressão de que ele esteja incomodando muito a população. Será que vai resultar em alguma manifestação? Adoraria saber de um novo efeito RDB, já que isto aconteceu antes de eu conhecer o cinema indiano e eu nunca conseguir entender bem como foi que as pessoas se mobilizaram. Aamir Khan, chama um diretor aí pra fazer um filminho transgressor! Estamos precisando.

Masala que é masala tem que ter comédia, e descontando o vizinho gordo de 50 anos da Jhanvi que pensava ter 20, adorei várias piadinhas do filme  — especialmente a do Mughal-E-Azam (1960). O Radhe pensava em si como o príncipe Salim e na Jhanvi como a Anarkali quase toda vez que a via, e logo começava a tocar Pyaar Kiya To Darna Kya. Não que eu tenha rido, só ri mesmo (e alto) do Prakash Raj. Sou louca pela velha Bollywood, então essas pequenas referências que chamam a atenção do público para os clássicos me deixam muito feliz :)

Tá, dessa cara dele eu ri.
A trilha de Sajid-Wajidé ótima para os clipes. A melhor é Jalwa, cantada por Wajid e Earl D'Souza (a Wiki que diz). É a primeira do filme e apresenta o herói: seu estilo, suas crenças, sua coragem. E descobri vendo este filme que sou fã do Govinda, coisa que eu realmente não sabia. Quando o Anil Kapoor apareceu em Jalwa, sorri. Quando o Prabhudeva apareceu, achei legal. Quando o Govinda apareceu, gritei: "GOVINDAAAAAAAAAAAAAAAA!" *olhinhos brilhando* e comecei a dançar (sentada). Amei a festa dos tiozões!

SHOW ME YOUR JALWA! \o/

Fora Jalwa, só Le Le Mazaa Le (essa tal Mahek Chahal tem um belo potencial como item girl) me chamou a atenção, mas por um motivo diferente. Não falo espanhol, mas estas legendas me pareceram um pouco estranhas:





Quase esqueci de Love Me Love Me, que me divertiu muito! ♪ Love me, love me, love me. Your mama says you love me, your papa says you love me. So love me baby, love me! ♪ Cantada por Wajid e Amrita Kak.



Não posso deixar de dizer que a melhor cena do filme inteiro é do Vinod Khanna, que pra mim é um símbolo sexual eterno (amo! amo! amo!). É uma pena que comentá-la seja entregar o filme, mas saibam que 1) O filme se transforma do nada e 2) Voltei a cena três vezes só para ver a força do Vinod.

♥
Com uns tropeços aqui e ali que a gente permite, Wanted ainda não deixa de ser uma das maiores expressões do que o masala pode ser e lucrar no cinema indiano atual. Apesar do meu vício pelo gênero ser forte, tenho problemas com cenas explícitas de violência (normal em masalas) e esta é a parte ruim do masala contemporâneo: as técnicas são melhores que as de antigamente e a violência está ficando bastante real. Bom, pelo menos real o suficiente para me deixar enjoada no final. Mas não deixo de gostar de Wanted, talvez por trazer um tipo de herói do qual eu sentia muita falta. E que o Salman continue sendo o herói masala, que não consigo nem pensar em reclamar dele assim.
Ando muito experimental e um pouco cansada de romance, o que me faz procurar filmes diferentes dos quais estou acostumada. Eu tinha uma vaga ideia de que Ragini MMS era um filme de terror e que havia sido baseado em uma história real, mas não sabia nada ao certo e decidi arriscar para ver no que dava. 

Dirigido por Pawan Kripalani, o filme conta a história de Ragini (Kainaz Motivala), uma moça bonitinha que decide fazer sexo com o namorado, Uday (Raj Kumar Yadav). Ela nem imagina que ele planeja gravar a experiência para um homem que prometeu ajudá-lo com sua carreira de ator em troca do vídeo. Uday leva Ragini para uma casa cheia de câmeras escondidas, mas os dois não imaginam que um fantasma de uma bruxa (!) assombra a casa. O melhor? O fantasma curte matar pessoas. 

Não gosto de terror e nem de suspense, então não foram poucas as vezes que me perguntei por que raios eu estava assistindo aquilo. Achei legal o filme ser todo mostrado pelas câmeras dos personagens ou as da casa, mas isto não é uma coisa tão incrível assim. Sou medrosa, mas decidi superar meus limites e tentar ver o filme, mas...não senti medo algum. Nos primeiros trinta minutos estava com o maior frio na barriga, especialmente quando o vulto da fantasminha ficava passando. Então esperei algo acontecer. E esperei. E esperei. Aí aconteceu, mas já não tinha mais graça. Eu estava ali enfrentando meus temores, dá para tentar me causar medo, por favor? Na maior parte das cenas em que acontece algo, a fantasma entra no corpo das pessoas e elas começam a se agredir, então não era nada demais. Essa fantasma me irritou bastante. Acho que no passado ela havia sido acusada de ser uma bruxa e ter matado seus filhos, algo assim. Não estou acostumada com filmes de terror, mas não me parece ser a primeira vez em que vi um espírito querendo provar sua inocência matando pessoas. Não consigo entender isto, de verdade. Outra coisa que não entendo: por que ela fez e aconteceu com o Uday e só dava uns tapas na Ragini? Está certo que mais para o fim a coitada da Ragini também levou umas, mas não entendi porque a fantasminha demorou tanto para atacá-la, até mesmo por a Ragini ser a mais vulnerável — devido à uma gracinha do namoradinho, esteve acorrentada à cama durante quase todo o tempo. Sou mais feliz sem tentar entender lógicas fantasmagóricas. 

A Kainaz Motivala não me convenceu em nenhuma cena de pavor, mesmo com todos os gritos. Já o Raj Kumar Yadav me assustou quando li seu nome pela primeira vez e minha mente captou "Raaj Kumar", cujo fantasma certamente me apavoraria mais que o do filme. Fora isso, seu personagem era um belo de um estúpido, gritando com a namorada o tempo todo. E ela deixava, ó céus. Tudo bem, sei que existem meninas assim (força, garotas!). Pelo menos ele ficou mais histérico com o fantasma do que a Ragini, mostrando que o valentão sempre acaba sendo o covarde. Logo que vi o ator senti uma raiva por dentro e não entendi por que, mas logo começou a tocar uma música do Love, Sex Aur Dhokha (2010) e lembrei que eu queria tirar a vida dele naquele filme. No Ragini ele está bem, mas nada demais. 


Não gostei do filme. Fiquei entediada, vendo quanto tempo faltava para o fim e rindo ou pensando em outras coisas durante as cenas de “terror”. Uma boa lição que pode trazer aos filmes indianos é que...surpresa, seus jovens fazem sexo! Também me deixou curiosa sobre o tal caso no qual o filme se baseou, mas fiz uma pesquisa rápida e não me pareceu tão interessante assim. De resto, ainda espero por um filme de terror indiano que me tire o fôlego...mas que seja de medo.
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"DEEWANEANDO"?

Devanear = divagar, imaginar, fantasiar. Deewani = louca, maluca. Deewaneando = pensar aleatória e loucamente sobre cinema indiano.

Meu nome é Carol e sou a maior bollynerd que você vai conhecer! O Deewaneando existe desde 2010 e guarda todo o meu amor pelo cinema indiano, especialmente Bollywood - o cinema hindi. Dos filmes antigos aos mais recentes, aqui e no Bollywoodcast, seguirei devaneando sobre Bollywood.

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