It Was 5 Years Ago Today...

Após uma semana estressante na faculdade, decidiu que era melhor fazer algo para se divertir. Sabe como é, antes que a cabeça, sei lá, explodisse.

"Acho que vou tentar ver aquele filme indiano de uma vez."

Já sabia mais ou menos o desenrolar da história. O que havia entendido da Wikipedia em inglês estava mais para menos, porém sabia que alguém estava doente e que o personagem principal mudaria a vida da heroína. Ter um inglês tão primitivo e ainda assim ter chorado lendo a sinopse repleta de spoilers parecia sinal de que o filme valia a pena.

Aprontou o computador, o quarto, seu primeiro filme com legenda em inglês e deu o play. 

"O mocinho é feio." 

Nova York, uma família indiana e uma mocinha que usa óculos. Estava simpatizando e achando tudo muito normal, quando repentinamente começou um musical. Parecia uma versão de Pretty Woman, do Roy Orbison, estranhamente adaptada ao cinema indiano. Nem conseguiu processar aquilo e não entendeu por que começou a tocar no meio da história. Estava num misto de confusão e choque. Que era aquilo?

24 minutos depois, percebeu que estava entendendo exatamente: nada. E seu não-entendimento se devia mais à barreira do idioma que ao fato de haver gente dançando no meio da rua. Como estava gostando, considerou melhor voltar tudo até o começo. Abriu o Google Tradutor no navegador e pausava para traduzir cada frase não entendida. Não foram poucas.

"Aman é tão legal. A Naina também. Tô morrendo de sono, mas quero terminar. E lá vem mais duas horas..."

No meio da experiência, já estava acostumada aos musicais e tudo o mais. Era íntima das famílias e dos personagens. Provavelmente, já amava a todos. Aí veio um intervalo e tudo ficou tão diferente que não parecia o mesmo filme. Tinha muita, muita dor naquela história. Acostumada aos filmes sóbrios e pouco ousados na expressão das emoções que viu ultimamente, não sabia de onde seu corpo conseguia arrancar tantas lágrimas. 

Começou um musical coloridíssimo, parecia uma festa de noivado. Lenços esvoaçavam, as mulheres estavam lindamente vestidas e os dois protagonistas, em clima de amizade, dançavam para a noiva. Com dificuldade, compreendeu que um musical indiano poderia retratar também um evento real, e não apenas sentimentos.

"Isso é a coisa mais linda que já vi na minha vida."

O filme ficou cada vez mais triste. O protagonista não poderia ficar com a mulher amada e queria que ela amasse outro. Não só queria, como fez de tudo para isso. Manipulação emocional, machismo? Coisas que a pessoa de 17 anos só pensaria anos depois. Naquele momento, só sofria por todo o mundo ali e morria de medo de perder o Aman. Seu Aman. Sim, à essa altura já era seu. Todos ali eram.

Veio o musical do casamento, com uma versão triste da música-título do filme.

"Eu...vou...morrer...de...tanto...chorar..."

Deu pausa porque chorava tanto que já tinha molhado a roupa e os óculos estavam totalmente embaçados. Lavou o rosto, bebeu água, respirou fundo e continuou.

10 minutos depois:

"EU NÃO VOU AGUENTAR, MEU CORAÇÃO DÓI!"

Já era alta madrugada quando terminou. Lágrimas por todo lado e uma dor de cabeça infernal. Um vexame. 

"Melhor filme da minha vida!"

17, a idade da fofura

Seria lindo terminar a história por aqui, mas alguém não foi dormir tão cedo naquele dia.



E 3 dias depois...é, adolescentes são chatos:


5 anos depois...bom, o resto é deewaneio puro.

3 comments

  1. Faz duas semanas que assisti esse filme. Foi muito triste, não gosto de ver o Shahrukh morrer ( por que ele morre em tantos filmes?) gosto de vê-lo espirituoso, charmoso, generoso, romântico, sexy e debochado, nos finais mais coloridos e felizes do mundo do cinema.
    Ps. Você escreve muito bem.
    Beijo.

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  2. A Magia do primeiro contato...Pena que depois vamos ficando exigentes e críticos. Lembro que conversamos sobre esse filme e como nossas opiniões mudaram quando assistimos novamente alguns anos depois! E acho que ainda vamos mudar de opinião se assistirmos outra e outra vez. Deevaneio!

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  3. Anônimo30/4/14

    A Magia do primeiro contato...Pena que depois vamos ficando exigentes e críticos. (1)

    Passei por isso recentemente com Aashiqui 2. Esqueci da regra básica: desligar o sensor crítico por algumas horas...Desastre total!!

    Raquel

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