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Adoro fim de ano. Época de pensar, rever minhas metas para o ano que se foi e escrever novas. Isto vale tanto para a vida quanto para minha relação com Bollywood.

O cinema hindi tem mudado bastante nos últimos anos. Ano após ano, fica difícil entender se a tendência é em direção a coisas novas ou a fórmulas batidas. Vejamos por 2011. The Dirty Picture, um filme impensável na carreira de uma "mocinha" há 20 anos, fortaleceu a posição da Vidya Balan como atriz que faz personagens femininas fortes que cativam o público. No mesmo ano, Ajay Devgan e Salman Khan fizeram rios de dinheiro com Singham e Bodyguard, filmes sem heroínas fortes e que resgataram o típico herói masala, macho e ainda muito presente nos filmes das indústrias do sul.

Essa mistura de estilos dominando as bilheterias me animou muito, já que se podia encontrar de tudo. Comecei o ano de 2012 animada, vendo de tudo que saía e ansiosa para os lançamentos de final de ano, que são os mais caros e esperados. O tempo foi passando, problemas surgindo, muita coisa triste para resolver e...bem, claro que fui ficando desanimada. Entretanto, não foi apenas minha vida pessoal a responsável pelo desânimo. A certa altura do ano, notei que maioria dos conteúdos que eu esperava parecia algo já havia visto.  Vejam só:



Madhur Bhandarkar, que tem fama de testes de sofá, falando sobre ~mulheres fortes e independentes~. Sentido, cadê? Bebo provavelmente faria alguma coisa como sexo fora do casamento (que drama, gente) e beber, isso seria considerado mega transgressor e um ponto de virada em sua carreira. Não duvido nada que ela espere um National Film Award, assim como a Priyanka ganhou por Fashion (mistérios da vida). Minha sensação é de que eu iria apenas aplaudir a Bebo por ser poderosa, como sempre faço, e fim. Nada de novo.



Shahrukh Khan com quase 50 anos no mesmo papel que fez trocentas vezes aos 25. Quando lembrei que o filme era do Yash Chopra, até a curiosidade começou a morrer. Pensei em Silsila e temi passar 3 horas de vida assistindo a um absurdo justificado por alguma moral romântica ridícula como ~amor é fé, e a fé é para sempre~. Eventualmente assistirei, afinal, Shahrukh romanceando com mera Kat e Anushka-raio-de-sol não é algo descartável. Ah, quase esqueci! Descanse em paz, Yash ji.


Uou, eu estava animada. Bastante coisa! Adoro carros voadores, Rohit Shetty, cores fortes e Abhi na comédia - ou seja, tudo o que o filme prometia. Tive algum tempo livre entre uma aula e outra e pude assistir algo. Foi quando me perguntei: quero mesmo gastar meu tempo com mais um Golmaal? Descartando todas as piadas preconceituosas (i.e, 90% delas), a trilogia Golmaal me faz muito feliz. Só que não preciso de mais um filme quando já vi - e revi - três iguais.


Esse, eu nem sabia do que se tratava, mas era um dos que mais queria assistir no ano. Quando chegou o momento, parecia uma mistura de vários filmes de ação do Salman Khan. Provavelmente fiz um julgamento sem sentido, mas o resultado foi o mesmo das outras situações: desisti temporariamente. O mesmo se aplica a Dabangg 2.


Tenho quase certeza de que vou assisti-lo e adorá-lo, já que é este o efeito dos filmes do Ranbir sobre minha pessoa. Ainda assim, os trailers me remetiam à persona Chaplin do Raj Kapoor, vovô do Ranbir. Associados à presença da Priyanka - cuja atuação anda me irritando -, os pequenos motivos foram se unindo e até hoje estou enrolando.


A série Khiladi é MUITO divertida, mas...chega, né?

Há outros filmes que não vi, mas ainda mantive uma boa expectativa. Alguns, como Talaash, espero que sejam excelentes!


Como ano novo também é essa época gostosa de pensar no que deu certo, vamos falar do que gostei. Menção honrosa para dois não-favoritos que me fizeram passar horas agradáveis sentada no sofá:


Apesar de eu ter desistido gradualmente de 2012, uma parte dele me fez muito feliz mesmo, sendo todos filmes da primeira metade do ano. E cá estão meus filmes mais que favoritos do ano!

Kahaani, Agneepath e Rowdy Rathore: SEUS LINDOS.

Quando vejo meus favoritos, penso que vale a pena ver um mar de coisas chatas para encontrar uma única pérola que seja (brega, sim ou com certeza?). E como a boa amiga que sou, estou pronta para o que Bolly trouxer. Pode chegar, que a casa é sua, 2013!
Kamal Hassan era uma figura misteriosa para mim. Nunca havia sido citado em nenhum texto que eu lia sobre cinema indiano, até que repentinamente descobri não apenas sua existência, mas também que é um dos atores mais queridos e consagrados da Índia. Queria conhecê-lo há algum tempo e escolhi Moondam Pirai para isto porque 1) Sridevi está no filme (é sempre bom ter alguém “de casa” por perto) e 2) Kamal ganhou o prêmio de melhor ator do National Film Award por seu personagem. Quem seria esta maravilha escondida no mundo tâmil?


Moondram Pirai é a história de Bhagyalakshmi (Sridevi), moça que sofre um acidente de carro e desenvolve um estranho problema: sua mentalidade regride e passa a agir como se ainda fosse criança. Numa visita ao psiquiatra, é enganada por um homem, que a leva à uma casa de prostituição. Lá conhece Srinivas (Kamal Hassan), que havia sido levado ao lugar por um amigo. O primeiro contato entre ambos não é harmonioso, porém “Seenu” retorna e consegue levar a moça embora. Ele a leva para morar em sua casa e os dois desenvolvem uma forte relação de carinho, sem imaginarem o quão desesperadamente os pais de Bhagyalaksmi – que ele começa a chamar de Vijji – procuram por ela.

Dois fatores poderiam ter destruído o filme: a atuação da Sridevi como criança e o ritmo lento da história. O primeiro elemento já de cara me incomodou, pois a voz infantil da atriz e alguns maneirismos – movimentos das mãos, principalmente – são exagerados e caricatos. Não parecia uma criança, mas sim uma adulta tentando imitar uma. Acontece que Sridevi tem uma arma secreta muito eficiente para esta situação: os olhos. Seus olhos são grandes e brilhantes, perfeitos para mostrarem o medo ou a alegria de uma criança. Já o segundo fator que poderia ter destruído o filme, o ritmo, é complicado pela história. Há poucos grandes acontecimentos e muito tempo do filme é usado apenas para mostrar o cotidiano de Vijji e Seenu. No início é algo um pouco entediante, mas a dupla é tão adorável e o cachorrinho adotado por eles, tão fofo, que acabei sendo conquistada. 

Foi difícil entender os sentimentos e ações de Seenu. Ele nunca procurou os pais de Vijji, mas também não parecia estar agindo de má-fé, guardando-a somente para si. Aparentava não estar pensando em muita coisa. Apenas a levou para casa e seguiu vivendo, evitando dar algum passo mais decisivo que desfizesse o lar criado por ambos. Ele começou a amá-la, apesar de não tentar nenhuma aproximação para não assustá-la. Não compreendi o surgimento desse amor, já que ela pensava e agia como criança. Talvez ele amasse o que aquela moça tão bonita poderia ser. É fácil um rapaz solitário se apaixonar por alguém que passe a fazer parte de seu convívio diário.

Há alguém especial que deseja acabar com a solidão de Kamal: sua vizinha, interpretada por Silk Smitha. Foi meu primeiro filme da Silk e eu morria de curiosidade por conhecê-la desde The Dirty Picture (2011). Sua personagem corresponde ao estereótipo dos trabalhos da Silk apresentados em TDP: sedutora, cheia de desejo e a única do filme que tem alguma experiência de sexualidade. Ela mostra suas pernas, seu colo, qualquer coisa que servisse para incendiar o público. Em meio a um filme doce e simples, repentinamente aparecem Kamal e Silk dançando com pouca roupa e de modo selvagem. Passarei muito tempo procurando por algo mais surpreendente que isto:

Apenas ISTO.

As músicas não são marcantes, porém são agradáveis. É claro que a mais especial é a dos dois selvagens aí de cima, Ponmeni Urugute . Junto com Amitabh Bachchan saindo de dentro de um ovo, já está na minha lista de Clipes Imperdíveis do Cinema Indiano.

A falta de clareza sobre a condição psiquiárica de Vijji é um dos pontos mais fracos do filme. Não faço ideia se o problema dela é possível de acontecer, mas não me admiraria se fosse mais um dos fantásticos deewaneios do cinema indiano. Não apenas a doença, como também o tratamento de Vijji ficou nebuloso, passando da Psiquiatria tradicional a curandeiros. Ainda assim, o aspecto da relação entre a criança grande e o rapaz gentil, que é o foco por meio do qual a doença nos é apresentada, me agradou. O que se estabelece entre os dois é uma relação de confiança que não tinha nome - não era de pai e filha, entre irmãos ou amantes; era apenas amor. O que faltou foi movimentação, dado que o assunto do filme é interessante e daria margens a reflexões sobre a subjetividade de Vijji, por exemplo. Seria ela capaz de enxergar Seenu como parceiro e crescer mentalmente com isto? Sendo criança, não sentia falta de seus pais e estranhava passar tanto tempo com um desconhecido? O que esperava do futuro? E Seenu, o que planejava fazer após recuperá-la? Em que base se deu o surgimento do seu amor por Vijji, além da convivência? Todos esses são só alguns tópicos que poderiam ter sido abordados e deixado o filme mais rico.



E Kamal Hassan, o Sr. Mistério? Não me decepcionou, mas também não arrebatou. Seu personagem é muito quieto, diferentemente de como o imaginei. Não é a primeira vez que tenho a impressão de que um prêmio foi dado por uma cena específica do filme. E esta cena, no caso de Moondram Pirai, é uma das mais tristes que já vi. Parte o coração e é merecedora de todos os prêmios. Se não por outros elementos, o filme já valeria a pena apenas por ela. E é nela que Kamal consegue demonstrar seu potencial enquanto ator (aqui, para quem não se importa com spoilers).

Não me rendi aos talentos do Kamal com Moondram Pirai, provavelmente por o roteiro não permitir que o filme seja tão interessante quanto poderia. Ele e Sridevi fizeram o melhor que podiam com seus papéis, o que me garantiu umas horinhas de meiguice tamílista - o que não é suficiente, mas ao menos faz o filme ser ''assistível''. E doce, muito doce.
Acho que não gosto de um filme do Shahid Kapoor desde Kaminey. Ou seja, faz três anos que crio expectativas e termino frustada. É comum haver aqueles atores que caem em um projeto ruim após o outro, mas me incomoda ser este o caso do Shahid porque o rapaz é muito talentoso. Dá angústia vê-lo sendo a única parte boa de filmes que nem os roteiristas sabem por que escreveram. E apesar de ter consciência do quanto sou exigente com meus artistas favoritos, digo sem medo de ser infeliz que pelo menos 50% da filmografia do Shahid é um desperdício de tempo, dinheiro e talento.


Quando o projeto de Teri Meri Kahaani foi anunciado, o Shahid e a Priyanka estavam num dos momentos mais insuportáveis de suas vidas: estavam juntos. Ou melhor, quase juntos. Quero dizer, ninguém sabe! Davam entrevistas nas quais declaravam que não falavam sobre vida pessoal, mas depois iam ao Koffee With Karan ficar dando risadinhas um para o outro e dar a entender que tinham alguma coisa. Foi vergonhoso. Pareciam ter 12 anos de idade e uma tonelada de hormônios em ebulição. A última coisa que eu queria ver era um filme com os dois em três diferentes histórias de amor. Já não estavam chatos o suficiente em apenas uma? Dados o histórico não muito bom do Shahid, os filmes meio estranhos dirigidos pelo Kunal Kohli, meu desânimo com a atuação da Priyanka e o trailer com ar mais superficial do que eu esperava, a única coisa mais desanimadora que Teri Meri Kahaani era Mausam — e não é lá tão difícil ser mais animador que Mausam.


Como já disse, três histórias de amor guiam o filme: uma em 1910, outra nos anos 60 e a última, nos tempos atuais. A de 1910 mostra o amor entre Javed, um poeta boêmio e namorador, e Aradhana, filha de um homem sério que luta pela independência da Índia. A dos anos 60 nos traz o romance de Govind, um jovem simples e divertido que vai para Bombaim tentar a vida como guitarrista, e Rukhsar, uma estrela de cinema. Os tempos atuais são embalados pelo romance entre Krish e Radha, universitários indianos estudando na Inglaterra e que vivem a maior parte de seu relacionamento de modo virtual, pelos Facebooks e Twitters da vida.

Tudo começa pela história dos anos 60. O início é legal, com Priyanka fazendo uma diva um pouco mimada, porém simpática, e Shahid parecendo um adorável maluquinho. Entretanto, as coisas pareceram ficar um pouco "plásticas" rapidamente. O cenário contribuiu para isso. Pelo que entendi, foi utilizada computação para recriar a Mumbai dos anos 60, o que tirou a espontaneidade da história. Eles pareciam estar caminhando por um clipe retrô ou pelo cenário de uma peça de teatro, não pela cidade.

A Prachi não é uma gracinha?

Govind torna-se alvo do amor de Mahi (a sempre bonitinha Prachi Desai), que acredita ser correspondida. E não havia como não ser. Em plenos anos 60, Govind segura sua mão, anda com ela para todo canto, cria uma intimidade típica de apaixonados. O amor de Rukhsar por ele ficou mais claro desde o início, não deixa dúvidas. Como Govind tratava a Mahi de um modo parecido, sorrindo e brincando, dá para a gente se enganar e pensar que ele também gostava dela. Ou será que foi apenas comigo? Sou lenta para essas coisas, mas acredito que comportamentos signifiquem algo, e os do Govind pareciam informar à Mahi que ele a amava.

O desenvolvimento e o fechamento dessa história não tiveram muita emoção, então partamos para a próxima: a de 2012. Esta foi ainda mais falsa, mas alguns elementos me fizeram gostar dela. Krish e Radha se conhecem quando esbarram um no outro, trocam de telefones, ela o manda para a cadeia por achar que roubou seu celular e o tira de lá quando descobre que foi um engano. Depois ambos decidem passar o dia juntos, já que é aniversário dele e ela no mínimo tem que compensá-lo por tê-lo feito passar um tempinho na prisão. O que mais encantou nesta história foi o casal ter mantido o romance pela internet, mas o encantamento ter surgido no contato real. Apesar de todo o crescimento tecnológico e de haver tantas histórias de casais que passam anos se comunicando apenas por computador, acredito que não se deva perder de vista a sensação que a pessoa desperta em você quando estão frente a frente. Krish e Radha conseguiram reunir as duas coisas. Como nem tudo são flores, é difícil evitar o sentimento de vergonha alheia quando começa uma espécie de batalha virtual entre Krish e a ex-namorada. Aquele tipo de exposição pode até acontecer, mas essa história de exposição em telão e todo o mundo rindo é tão...falsa. Dá a impressão de que o Kunal estava escrevendo a história, não sabia muito bem o que dizer dos romances modernos e decidiu inventar qualquer coisa sobre ''aquele tal de Facebook, aquele site lá''. Não acho que ele seja um usuário frequente de redes sociais.

Por último, temos a história de 1910. Foi a de que mais gostei — e acho que o Kunal Kohli também, pois pareceu a mais bem cuidada. Shahid interpreta um Javed sem-vergonha, namorador e alienado, enquanto Priyanka traz uma Aradhana (adoro este nome) tranquila, inteligente e divertida. Ela é filha de um homem que luta contra o poder britânico sobre a Índia e por este motivo, nem ela e nem seu pai conseguem levar Javed a sério. Alguns acontecimentos fazem com que Javed seja pintado da cor do açafrão e dê importância à questões políticas que não lhe interessavam. É quando seu romance com Aradhana floresce, para logo ser interrompido.


Os diálogos, figurinos, musicais e até mesmo atuações da história de 1910 foram mais bonitos e exuberantes que os das outras duas histórias. Diálogos que se utilizam de ''batalhas poéticas'' costumam me entediar (à la Fanaa), porém neste filme tiveram um clima divertido e  me agradaram. Shahid e Priyanka pareciam estar se divertindo e bem à vontade em cena. Será o ar livre?

A trilha de Teri Meri Kahaani não é sensacional, mas alguns musicais poderiam ter tido mais brilho. O principal caso disto é Jabse Mere Dil Ko Uff (ótimos vocais de Sonu Nigam), canção divertidíssima e que remete ao melhor dos anos 60, como os musicais do Shammi Kapoor. Para alguém que dança tão bem e com tamanho carisma, Shahid poderia parecer mais inspirado. Quando ouvia a música, imaginava Shahid e Priyanka dançando muito e cores por toda parte. No lugar disto tivemos uma câmera dando voltas pelo salão. É questão de expectativa, pois passei semanas imaginando exatamente como desejava que o clipe fosse. Já Mukhtasar...bem, há gosto para tudo. Até para quatro minutos de Shahid e Priyanka se balançando sem motivo aparente. Sabem como é, clipe pra juventude. O melhor do filme é Humse Pyaar Kar Le Tu. Engraçado, romântico, colorido, alegre, enfim, tudo que a música prometia e um pouco mais. E ainda tem dança com lenços!


Cada história terminar quando já estava me cansando dela foi o trunfo do filme. Conheci aqueles casais de modo superficial, mas foi o suficiente para achá-los adoráveis. Priyanka não me cativou, mas também não desgostei de sua atuação. É que o Shahid Kapoor foi tão brilhante, estonteante e carismático que ela perdeu um pouco de espaço. O filme é dele. Estar perigosamente bonito não é novidade, mas carisma vai além disso. Seu trabalho corporal, expressões faciais e o modo de entregar cada fala fizeram o filme mais prazeroso de assistir, para além das inconsistências de Krish e de pessoas lendo tweets em voz alta (ônus de fazer filmes sobre vida virtual). Não é o romance mais inspirado do ano, mas Teri Meri Kahaani conseguiu me arrancar alguns suspiros.
Ao ver histórias como a de Paan Singh Tomar, fico em um estado de surpresa que me vem ao perceber como o mundo é repleto de pessoas vivendo de tudo. O filme é baseado em uma história real que tinha os elementos para ser simples e se perder em meio a tantas outras, como a minha e talvez a de quem esteja lendo este texto. Entretanto, alguns pequenos e inesperados desvios fizeram com que hoje possamos assistir a um filme sobre aquela vida, com Irrfan Khan como protagonista. A vida é realmente imprevisível.


Paan Singh foi um soldado do Exército indiano que adorava correr. Seu talento logo foi descoberto e ele se tornou atleta do Exército na corrida de obstáculos. Paan Singh ganhou várias medalhas e se tornou campeão nacional muitas vezes. Só que nada disso o ajuda na disputa por terras que mantém com seu primo, Bhanwar Singh (Jahangir Khan). Paan Singh pede ajuda às autoridades por todos os meios possíveis e deixa claro que sua família está sendo ameaçada de morte, mas seus apelos não são ouvidos. É neste momento que desiste de seguir as regras e forma uma gangue de rebeldes juntamente com outros familiares e amigos também ameaçados por Bhanwar Singh. A corrida se transforma e os obstáculos crescem.

Irrfan ♥
O Paan Singh construído pelo Irrfan é um homem com mentalidade tomada pelo militarismo: honra, disciplina e esforço guiam sua conduta. De início achei o personagem um pouco estranho porque parecia abobado, mas depois entendi aquele tom dado pelo Irrfan como característico da extrema simplicidade de Paan Singh. Ele e sua família não eram de trocar muitas palavras, não há nenhum grande discurso seu durante o filme (me lembrei de Vidas Secas). Paan apenas via o que tinha de ser feito e fazia do melhor modo possível, fim da história. Esta objetividade fez dele um líder respeitado, pois conseguiu conduzir bem sua gangue em direção a todos os objetivos planejados. Às vezes parece que membros das Forças Armadas desenvolvem uma "personalidade militar", com aquelas características de honra e disciplina que citei. É um modo de funcionamento que persiste até quando não está servindo em seus postos. Para azar da Justiça, Paan levou este modo de funcionamento até para sua vida de rebelde, o que justifica bastante sua eficiência.

Fora Bhanwar Singh, a esposa de Paan é a única pessoa de sua família a receber maior projeção na história. Mahi Gill fez uma esposa "turrona", mandona, daquele tipo "dura por fora e doce por dentro" que costumamos ver. Suas cenas íntimas com o marido não são repletas de palavras doces e românticas, mas fica claro que ambos se gostam. A esposa é como o marido: fala pouco e age bastante. A Mahi é uma atriz muito boa e vai a passos largos em direção à excelência. Mostrou versatilidade com esta personagem rústica.


A metáfora feita entre a corrida com obstáculos e a vida de rebelde de Paan Singh foi boa, mas discordei do personagem quando este "teve" que matar várias pessoas que traíram sua gangue. Perturbado, Paan tentava convencer a si mesmo e a nós de que não era um assassino. Com ou sem motivo, tirar a vida de outra pessoa é assassinato. E matar aldeões desarmados só enfraquece qualquer justificativa apresentada.

Dois membros da gangue se destacaram mais: o tio Matadeen (Imran Hasnee) e Gopi — interpretado por Nawazuddin Siddiqui, em quem presto muita atenção desde Kahaani (2012). Sua participação é rápida, porém brilhante e essencial para a resolução da história. Já o tio é uma figura paterna simples e sólida para a gangue. Tanto Imran quando Nawazuddin deixaram forte impressão, mesmo com o pouco tempo em cena. Bons atores sabem o que fazer, especialmente quando estão em boas histórias.


Como muitos estavam em polvorosa no Twitter na época da estreia do filme, criei algumas expectativas que Paan Singh Tomar não conseguiu suprir. Talvez eu esteja acostumada com aqueles filmes cheios de discursos e lições de moral, e este tipo de coisa me emocione mais. PST não é apenas sobre corrida, mas sobre o que a corrida significou nos vários pontos da vida daquele homem. Foi um hobby, se transformou em seu trabalho e terminou como a totalidade de sua vida — correr era sobreviver.

O filme foi dedicado a todos os atletas não-reconhecidos do esporte indiano. Nos ajuda a pensar no Brasil, que também não valoriza os atletas que engrandecem nosso nome aos olhos do mundo. É bom saber que ao menos a complicada história da vida de Paan Singh Tomar não vai se perder em alguma página esquecida da história do esporte mundial.
Vocês provavelmente já viram este comercial na TV:


 

A voz maravilhosa é de Mohammed Rafi e a música é  Jaan Pehechan Ho, do filme Gumnaam (1965). Este é o o clipe original:




No clipe, a banda é interpretada pelo grupo Ted Lyons and His Cubs. Eles participaram de vários clipes de filmes de Bollywood durante os anos 60 e vocês podem ler mais sobre eles no blog da Memsaab, que tem um incrível projeto de identificação de artistas da velha Bolly. 


Mas não foi por Gumnaam  ou pela Heineken que conheci Jaan Pehechan Ho. Soube de sua existência quando estava procurando músicas de Bollywood que fossem famosas no Ocidente e descobri que há um filme chamado Ghost World (2001) cuja abertura tem não apenas o clipe original, como também uma garota dançando ao som da música.


   


É fantástico terem descoberto uma música tão divertida para o filme, ainda mais sendo uma cantada pelo Rafi! E vamos todos dançar ao som de Jaan Pehechan Ho, que a vida é curta demais para desperdiçarmos Rafi.


Não consigo imaginar um meio de falar sobre este filme sem entregar a história. Pelo menos não tem como falar tudo o que quero. Da primeira até a última cena, Silsila é altamente discutível. Sendo assim, o alerta de spoilers está funcionando desde já.

Shashi e Jaya: não são uns lindos?

O filme é inicialmente a história de Shekhar (Shashi Kapoor), um piloto apaixonado por sua namorada, Shobha (Jaya Bhaduri). Ele é muito apegado ao irmão mais novo, Amit (Amitabh Bachchan), um jovem escritor. Shekhar só quer se casar quando o irmão também o fizer, e a oportunidade surge quando Amit se apaixona pela bela Chandni (Rekha). O mundo de todos cai quando Shekhar morre em um acidente de avião, deixando Shobha grávida e desolada. Amit assume a responsabilidade por Shobha e se casa com ela, partindo seu próprio coração e o de Chandni. Os dois não conseguem esquecer um do outro e começam a ter um caso, mesmo com ambos estando casados com outras pessoas.

Obs: A foto a seguir não tem nada a ver com o post e também não tinha com o filme, mas não havia como deixá-la de fora. Irmãos adultos tomando banho juntos e fazendo piadas sobre se abaixar para pegar o sabonete não é uma coisa que se veja todo dia. Ainda bem.



Yash Chopra é uma das figuras favoritas aqui do blog. Adoro escrever sobre seus filmes porque nunca consigo passar imune pelas loucuras deles. Há sempre muita confusão e lições de moral estranhas envolvidas por belos musicais e véus flutuando ao vento.

Yash uncle: mestre na arte de tapear morais tortas com belos cenários.

Como qualquer filme sobre infidelidade, Silsila é doloroso de assistir. Você sabe que em algum momento tudo aquilo será descoberto pelas pessoas traídas e passa o filme inteiro apreensivo. Bom, pelo menos comigo é assim. Começando pelo fato de que eu não sabia que o Shashi Kapoor estaria no filme e ao vê-lo, pensei que haveria uma história de amor bizarra em que ele começaria a ficar com a Rekha para se vingar de uma traição da Jaya com o Amitabh. Perversão em alto nível, eu sei. Mas eu precisava organizar aquele elenco todo em minha cabeça. Com toda a espera para ver o que seria do Shashi no filme, jamais imaginei que ele morreria. Poxa, a química com a Jaya estava tão boa! A química com o Amitabh também estava, apesar de eu ter a impressão de que o Shashi fica um tantinho histérico ao fazer papéis em que é muito amigo do Amitabh. Enfim, ele morreu e tudo virou uma loucura. Amit se casou com Shobha por algum sentimento que é uma mistura de obrigação, honra e respeito. E céus, isso foi terrível. Odeio quando uma mulher fica grávida no cinema indiano e fica desesperada porque ninguém vai se casar com ela e sua vida acabou. Neste contexto, podemos interpretar que Amit teve um ato de heroísmo ao impedir que a vida de Shobha fosse destruída?! O quão estúpido e cruel é um meio social que põe uma mulher nesta posição totalmente vulnerável por não ter um homem ao seu lado?

Após o casamento, Amit não parecia estar fazendo nenhum esforço para que aquela união funcionasse. Não que fosse grosso ou desrespeitoso, mas ficar tratando a esposa como se fosse apenas seu enfermeiro e provedor também não ajudava muito. Ela ficava magoada quando ele fazia algo gentil por ela e dizia que era uma obrigação (com a ressalva de que talvez a legenda que tenha dado a entender isto). Como em todo drama bollywoodiano, as coisas sempre podem piorar. Chandni e Amit se reencontram. Yash (já somos íntimos) tentou mostrar alguma espécie de eletricidade jamais perdida entre ambos, mas isto não me convenceu. Chandni é provavelmente um dos papéis mais sem expressão que a Rekha já fez na vida (não que eu tenha visto muita coisa dela). Sabem, aquela ali é a Rekha. Rekha, pelo amor de Helen! Ela tem aqueles olhos hipnotizantes, seu super batom vermelho e toda aquela energia que parece ser liberada a cada passo dado. É muito desperdício pegar isto tudo para fazer uma personagem que apenas fica suspirando por aí. Parece que tem algo dentro dela querendo explodir, mas não consegue. A Rekha é movimento, é poder, é fazer. É desanimador vê-la apenas chorando de saudades do Amit e depois sendo a esposa mais chata do mundo.

De alguma forma tenta-se mostrar que Chandni e Amit se amavam intensamente e que não podem mais resistir à força desse amor todo. E aí entrou meu primeiro problema, o mesmo que tive com Kabhi Alvida Naa Kehna: ninguém realmente tentou dar uma chance aos seus casamentos, exceto por Shobha e Anand (Sanjeev Kumar), o marido de Chandni. Se fosse há uns três anos, eu diria que "ah, mas o amor não deixa a gente pensar" e mais uma centena de frases parecidas, mas hoje não consigo pensar assim. Eles sabiam exatamente o que estavam fazendo e a quem estavam atingindo com suas ações. Posso até aceitar que talvez não conseguissem refletir sobre o quanto poderiam magoar seus cônjuges, mas tinham alguma consciência do que estavam fazendo. A pessoa não raciocina bem o suficiente para concluir que ter um caso não é algo legal, mas pensa muito bem em como marcar centenas de encontros às escondidas e subornar policiais fofoqueiros. Ok, sei que não estou analisando a complexidade de toda a situação, mas é que Silsila também não forneceu material o suficiente para tanto. Costumo achar os filmes do Yash meio pobres em desenvolvimento emocional, já que as coisas costumam ser justificadas com "o amor é tudo" e outras frases do tipo, mas neste filme não enxerguei isto (quer dizer, até a última cena). O ruim é que o filme ficou num meio caminho nebuloso: ao mesmo tempo em que não se utilizava nenhuma frase de efeito boba para justificar todas as cenas, também não houve uma boa explicação da confusão mental dos personagens. Parecia todo o mundo meio perdido, meio ao sabor do vento.


Muito climão, gente.

A melhor pessoa desse filme.
Anand me impressionou, é de certa forma uma personagem masculino até ousado para o cinema indiano. Ele sabia que estava sendo traído, mas estava disposto a perdoar o erro da esposa. Fiquei encantada quando ele disse que considerava sua esposa um ser humano, não uma escrava. Não que escravos não sejam humanos, mas o tratamento dispensado a eles não o é. E era assim que ele evitava agir com a esposa. Apesar de mostrar esta faceta tão legal de um personagem, o filme escorrega feio do outro lado da história ao colocar Shobha cantando "Você é o meu Senhor, sou sua escrava" para o marido. Pensei que fosse ser mostrado o quão ruim é se pôr nesta posição, mas não. Pelo contrário, o final do filme foi totalmente nonsense, absurdo, vazio e tudo o que foi mostrado até então foi repentinamente virado do avesso.  Como se justificou isso? Com a frase "Amor é fé e a fé é para sempre". Sério. E lá vem mais spoilers.

Spoilers Proibidões Amit não amava Shobha e morria de saudades de Chandni, certo? Shobha sentia falta dele e ficava magoada por ele não vê-la como mulher, certo? Sendo assim, que história foi aquela de gravidez? Enfraqueceu muito a ideia que eu tinha do Amit, além da própria reconciliação dele com a esposa. Se antes parecia que ele só estava com ela por obrigação, depois da história do bebê eu passaria a vida achando isso. Fim dos Spoilers Proibidões


"Uma rodada de climão pra todo
o mundo, por minha conta!"

A trilha do filme é sensível e muito bem adaptada a ele. O clipe mais sensacional é Rang Barse, que retrata um Amit bêbado flertando com Chandni diante de todos. O clipe mostra seus cônjuges desconfortáveis com a cena e eu também me senti assim. Muita tensão para um Holi só. Muitos clipes são baseados na poesia do Amit e tem um clima sereno, porém triste. As letras são de Javed Akhtar e já tem vida por si próprias. A trilha é de Shiv-Hari.

Tem um ponto que eu não queria abordar, mas seria falso da minha parte fazer isto, pois foi o que me levou ao filme. Jaya e Amitabh são casados na vida real e dizem que ele e Rekha tinham um caso na época do filme. Sendo assim, o filme mostraria uma tensão existente na vida real entre o trio principal. Bem, são rumores. Mas que rolou climão, rolou.

Nunca espero nada muito espetacular do Yash Chopra (a não ser esteticamente), mas este filme foi mais balde de água fria do que eu imaginava. Parecia que ele estava ousando e se deixando surpreender, para no fim destruir tudo o que havia construído e dar lugar às ideias a que estava acostumado. Quando não estou concordando com as coisas, mas a história é instigante, parece que o filme me fascina ainda mais porque fico tentando me deixar convencer. Silsila me prendeu até os 30 minutos finais e depois foi só decepção. Ainda assim, não consigo não gostar do filme porque pelo menos ele nos coloca para pensar e também nos deixa em constante tensão. Dica mental para minha próxima aventura com Yash: não se deixe enganar, porque ele não vai sair da zona de conforto.
Este texto estava guardado há muito tempo. Agneepath teve um enorme impacto sobre mim e tive dificuldades em resumir todos os motivos pelos quais adorei o filme. Sendo assim, mexi tanto nesta postagem que nem sei mais como imaginava que ela seria no início. Estava ficando difícil conclui-la e ia desistir, mas pensei que uma última tentativa para organizar a bagunça não custaria muito esforço. Até porque já tinha muita coisa escrita e tive pena de jogar fora! Este é o resultado. 

Recentemente vem sendo feitos alguns remakes de filmes clássicos em Bollywood. Não gosto desta tendência porque a maioria dos filmes é muito boa e qual é o sentido de fazer um remake, se não para adicionar algo de bom que tenha faltado no original? Um bom remake foi o de Don, um filme cuja história poderia se beneficiar bastante sendo produzida atualmente, já que traz um traficante internacional e muitas cenas de ação. Um remake desnecessário foi o de Umrao Jaan. E um que me deixou indecisa foi o de Agneepath. Ao mesmo tempo em que percebi que muito poderia ser melhorado em relação ao original, este havia sido feito em 1990. Parecia cedo demais para se refazer um filme. Foi com a cabeça cheia de dúvidas, muita vontade de ver o Rishi Kapoor e curiosidade pelo personagem do Sanjay Dutt que fui assistir ao filme. O plano para hoje é discutir um pouco de ambos os filmes, compará-los no que for possível e ver suas maiores forças e fraquezas. Tratarei mais do novo por ter me impressionado mais. 

Agneepath, que pode ser traduzido como “caminho do fogo”, é a história de Vijay Dinanath Chauhan (Amitabh Bachchan/Hrithik Roshan). Quando criança, Vijay morava com os pais na aldeia de Mandwa. Seu pai era o honesto professor Dinanath Chauhahn (Alok Nath/Chetan Pandey), que tinha o respeito e admiração de todos os aldeões. Kancha Cheena (Danny Denzongpa/Sanjay Dutt) planeja começar um negócio de venda de drogas e precisa das terras dos aldeões para o plantio de coca. Como o professor convence o povo a não emprestar suas terras, o vilão arma um plano para desmoralizá-lo e fazê-lo ser linchado. A tragédia acontece e Vijay passa anos de sua vida sedento por vingança. 

Muito Vijay Chauhan nesta vida.

Para facilitar, vou dividir em tópicos e chamar o primeiro de antigo e o segundo de novo.

Os vilões

No antigo, o principal vilão era Kancha Cheena. Havia também outros homens que queriam matar Vijay para não permitir seu crescimento nas atividades ilícitas que conduziam juntos, mas eram rostos sem nome, de pouca importância. Kancha era o cara. O problema foi eu não ter entendido o porquê de tanto ódio ao vilão, que parecia ser mais um articulador das maldades do que um agente em si. Ele disse a um inimigo do professor Dinanath que este precisava ser eliminado, mas a ação mesmo ficou por conta de Dinkar Rao. O filme perde um pouco de sua visceralidade por isto, especialmente em comparação com o novo. Neste, o professor morre pelas mãos de Kancha Cheena. Isto faz uma diferença enorme! Você sabe exatamente por que Vijay passa tantos anos com aquele rosto em seus pensamentos, por que não vai descansar enquanto não destruí-lo. O vilão é muito mais forte no novo. Sanjay Dutt criou um Kancha absolutamente assustador, do tipo que apavora criancinha mesmo. Tem uma pequena passagem do Kancha ouvindo vozes do seu passado que dão a entender que seus problemas no trato social vieram de lá, das humilhações que sofria das outras crianças por não ter cabelo. Isto se reflete na sua perturbação, seu ódio por espelhos e seu desprezo pelo ser humano.

O Kancha de Danny Denzongpa é mais um mafioso estiloso. Seu problema com Vijay parecia mais relacionado ao quanto ele atrapalhava seus negócios. Bem diferente da tensão entre Vijay e Kancha no novo filme. Kancha quer ver as pessoas sofrendo, quer que o circo pegue fogo.

Um novo vilão foi adicionado: Rauf Lala (Rishi Kapoor).  Esta deve ser uma das melhores atuações do Rishi Kapoor em 20 anos, talvez a melhor que jamais verei. Todos os seus negócios são escusos, desde o tráfico de mulheres até o tráfico de drogas. É por meio do império construído por ele que Vijay planeja crescer para enfrentar Kancha. Vijay deseja assumir a posição de Rauf Lala e isto é simbolizado pelos momentos em que calça seus sapatos. Mas Rauf não está disposto a deixar seu império ir tão barato assim, o que nos permite vez a fantástica disputa de poder entre ele e Vijay.

Everyday I love you more and more! Sóri ae, Kaiser Chiefs.

Mesmo sabendo que Kancha é o vilão principal e tendo ficado assustada com ele, Rauf Lala me impressionou mais. Certamente foi por ter mostrado um lado tão diferente do Rishi,  aposto que nem ele imaginava que desempenharia tão bem o papel. Até mesmo agora que está mais velho, ainda é fácil para o Rishi manter a imagem de rapaz adorável que o consagrou. Mas quando o vi como Rauf Lala, o desprezo e raiva que senti me tomaram de surpresa. Eu queria que ele morresse, que pagasse caro por vender meninas a velhos imundos, que sofresse o quanto fosse possível. Rishi é um ator completo. Toda a sua expressão corporal transmitiu a arrogância do Lala, em especial na canção Shah Ka Rutba. Você sabe que ele se sente importante e que as pessoas assim o veem, sua presença domina o ambiente. Nem eu sabia que o Rishi era tão competente.

Vijay Dinanath Chauhan, pura naam

Não vou comparar Hrithik Roshan a Amitabh Bachchan. Primeiro, por serem atores de tempos muito distintos. Mas principalmente por seus Vijays terem sido pensados de modos diferentes.

Moleques tensos.
O Vijay do antigo tem um quê a mais de estilo, de jovem enfurecido (minha tradução de hoje para angry young man, apesar de o Amit nem estar tão jovem). Todas as suas falas parecem clássicas, ele salva a todos, mata alguns, tudo com a grandiosidade do Amitabh Bachchan. Ele fez um experimento que não funcionou para mim e nem para o público da época: mudou sua voz para o filme, deixando-o semelhante à do Don Corleone. Detestei e levei pelo menos 40 minutos para me acostumar com ela. Já o Vijay do Hrithik carrega muita dor dentro de si e ela está manifesta em seus olhos, no andar, em tudo o que é e faz. O ator que fez o Vijay de 12 anos ajudou muito no processo de passar para o público a sensação de que tudo o que aconteceu na vida do garoto transformou sua percepção de vida. Ele ficou assustador. Sua transição para o Hrithik foi bem feita e reforçou a ideia de que o adulto Vijay ainda era o mesmo menino, parado no tempo e imobilizado pela dor da perda do pai.

Toda a dor que o Hrithik conseguiu mostrar me fazia oscilar entre desejar que ele deixasse toda aquela vingança de lado e desejar que conseguisse concretizar seu objetivo. Sou uma pessoa absolutamente contra vinganças, então ficar nesse dilema não foi fácil para mim. Aquele sofrimento parecia ter tomado conta de cada parte dele, por dentro e por fora, então eu queria que ele não mais sentisse aquilo. Na verdade, acho que era isto o que todos do filme queriam. Que ele se libertasse. Vijay é tão ambíguo! Ao mesmo tempo em que contribuía para a caridade, não hesitava em fazer parte da gangue de um traficante de drogas e mulheres. Até nossos sentimentos acabam influenciados pela ambivalência dele.



Pelo que percebi, o Vijay do Hrithik foi construído para ser mais sensível. O Vijay do Amitabh é daquele tipo que grita e maltrata quando quer expressar sentimentos. O do Hrithik estava imerso em si mesmo, chorava, estava altamente perturbado. Pessoalmente, prefiro o novo. 

Baap ka naam, Dinanath Chauhan. Maa ka naam, Suhasini Chauhan. Gaon, Mandwa.

Muita cor dor.
A família do Vijay mudou um pouco de uma versão para a outra. A mãe, Suhasini, não mudou grande coisa: continuou desprezando a vida que o filho levava e negando amor a ele. Já Shiksha, a irmã mais nova, mudou bastante! Na primeira versão foi interpretada pela Neelam e tinha muito carinho pelo irmão, que a amava bastante. Mesmo assim, nem se compara com a importância da personagem no filme novo. Sua idade foi diminuída e em vez de chegar pequena em Mumbai com a mãe e o irmão, nasce apenas ao chegar à cidade. É então estabelecida a primeira ligação entre os irmãos: depois de morte, sofrimento e fuga, Vijay vê o nascimento de uma vida nova. Shiksha mal nasce e já está nos seus braços. Ele acaba de perder um membro da família e logo vem outro tão pequeno, sem saber de nada do que aconteceu. Suhasini separa os dois com Shiksha ainda pequena, então ela passa anos sem saber que tem um irmão. Como perda e ganho vieram em sequência, fica fácil entender por que a distância daquela irmã o machuca tanto. Ele perde sua família duas vezes.

Menos cor, ainda muita dor.

Mandwa, a aldeia onde tudo acontece. O objetivo do Vijay no antigo é dar Mandwa à sua mãe. Vingar-se de Kancha Cheena parece ser um objetivo maior no novo, sendo Mandwa o local onde tudo deve ter início e fim. Sabem filmes como Wape Up Sid e Kahaani, nos quais a cidade é um dos personagens? No antigo, Mandwa parece um personagem, de tanta vida que ganha na imaginação do Vijay.

As moças

Não é tarefa fácil ser heroína de Agneepath, sejamos justos. Na primeira versão era uma enfermeira interpretada pela Madhavi que só baixava a cabeça e se sentia triste. Na única vez em que levantou a voz, Vijay basicamente a ameaçou de morte. Fiquei apavorada. A situação melhora um pouco no filme novo com a heroína Kaali, uma espevitada moça interpretada por Priyanka Chopra. Kaali tem mais espaço que a Mary da Madhavi, apesar de também não ser peça fundamental do filme. Não gostei de atuação da Priyanka, que achei um pouco forçada nos sorrisos e olhos revirados. "Não gostei" é um pouco forte. Na verdade, acho que poderia ter sido melhor se ela tivesse carregado menos na expressão. Sabem quando parece que uma pessoa está forçando simpatia? Então. Eu via Priyanka interpretado Kaali, não apenas Kaali.

Madhavi não está com cara de foto de RG?

E o humor?

Krishnan Iyer (Mithun Chakraborty) é um personagem muito importante no filme antigo. É um amigo de Vijay que se torna quase um irmão, chegando a ter um romance estranho com Shiksha. Estranho porque é um daqueles romances em que fazem a transformação da moça ocidentalizada descarada em boa moça submissa indiana para mostrar o surgimento do amor entre eles. Argh, detesto isso. Além de ter um romance com mais consistência que o de Vijay, Krishnan também era responsável pela parte cômica do filme, que foi drasticamente diminuída no filme novo. Na minha opinião, foi uma decisão acertada. Apesar de mais pesada, a história também ficou mais focada e algumas cenas menores e clipes conseguiram cortar um pouco o clima sombrio no filme novo.



As músicas!

Filme antigo: trilha? Que trilha?
Filme novo: MELDELS, EU ADOREI ESSA TRILHA, POR QUE NÃO OUVI ISSO ANTES?

Gun Gun Guna, Shah Ka Rutba, Deva Shree Ganesha...é possível não gostar da trilha após ver os clipes? Agneepath já merece todo o meu amor só por ter dado um qawwali ao Rishi Kapoor no qual constatamos o óbvio: Rishi é o maior, Rishi é o melhor, etc, etc.

E tem ela. O item number. A item girl. Não assisti ao clipe antes de ver o filme e acho que fiz bem. Chikni Chameli é um item adaptado ao filme como poucas vezes se viu. A coreografia é estranha, pesada. Só não fica desengonçada porque a Katrina Kaif tem total controle do que está acontecendo. Aquele espaço é dela. A Kat evoluiu muito como dançarina desde Sheila Ki Jawani.

O clipe mostra o retorno do Vijay a Mandwa e sua distância em relação à dançarina parece refletir uma outra, que é a que o separa de Kancha e da Mandwa por ele criada. Ela tenta seduzi-lo, mas ele não quer nem olhá-la. Ela ataca e tenta levá-lo para o seu mundo sujo, mas ele está decidido em seu objetivo e não vai se deixar enganar. Há uma parte em que essa interpretação ficou mais firme para mim, que é o momento em que Kancha fica à frente da dançarina e os dois avançam em direção a Vijay. É como se o estivessem convidando para suas trevas. Enquanto isto, tudo ao redor é dominado por chamas. O caminho de fogo continua.



E este é o clipe que marca a volta do Vijay a Mandwa no antigo. Jamais coloquem o Shakti Kapoor em algo que eu deveria levar a sério, gente.

O que tiro de tudo isto?

O remake de Agneepath foi muito acertado e funcionou totalmente comigo! Consegui me identificar mais com o sofrimento de Vijay Chauhan e assisti a três enforcamentos sem que isto estragasse o filme para mim (apesar de ter ficado um pouco assustada). Não é o mesmo filme de 1990, mas os dois tem em comum um trabalho cuidadoso com  imagens, clipes e figurinos. A história ficou mais forte no novo. Se for para escolher um dos dois como clássico, não duvidem de que escolho o lugar onde Rishi Kapoor estiver.

Minha grande frustração com os filmes é sentir que ainda tenho uma compreensão muito superficial do poema Agneepath, em que são baseados. O significado do caminho do fogo deve ser mais intenso. Parece que não consigo ver além de uma exigência para que jamais se permita a própria fraqueza, coisa da qual discordo plenamente. Mas deve ter mais ali. E no dia em que eu descobrir o que é, escrevo aqui. Mesmo que seja para apenas chegar à conclusão de que não havia muito mais do que eu pensava. Até lá...agneepath, agneepath, agneepath.
O último post sobre as pesquisas que trazem as pessoas ao blog ficou divertido e eu disse que faria outro caso houvesse mais buscas legais. Me esqueci completamente, três meses se passaram e há muita coisa nova! Decidi analisar todas as buscas já feitas desde o início do blog, em dezembro de 2010. Bora ver o que traz o povo até o Deewaneando!

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Meu nome é Carol e sou a maior bollynerd que você vai conhecer! O Deewaneando existe desde 2010 e guarda todo o meu amor pelo cinema indiano, especialmente Bollywood - o cinema hindi. Dos filmes antigos aos mais recentes, aqui e no Bollywoodcast, seguirei devaneando sobre Bollywood.

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