Mera Saaya (1966)



Dirigido por Raj Khosla e estrelado pela Sadhana e pelo sempre ótimo Sunil Dutt, Mera Saaya foi um filme cuja história me surpreendeu muito. A primeira cena já é muito forte: o advogado Rakesh (Sunil) volta correndo de uma viagem ao ser avisado de que sua mulher, Geeta (Sadhana), estava muito doente. Só chega em casa a tempo de vê-la morrer em seus braços. Esses acontecimentos muito rápidos não combinam muito comigo, então eu fiquei meio assustada com o começo do filme. Se a Sadhana já estava morrendo com 3 minutos de filme, o que sobraria para ver?

Depois da tragédia que se abate sobre sua vida, Rakesh torna-se um homem muito infeliz. Os momentos em que mais fiquei comovida durante o filme foram aqueles em que o advogado fica sentado, olhando infeliz para a foto da esposa enquanto ouve a canção que ela cantava quando viva. A letra diz algo como "Em todo lugar ao qual você se dirigir, minha sombra o acompanhará...". É, bem tenso. Quase chorei na primeira vez em que ele ouviu a canção, que é cantada pela Lata Mangeshkar. Depois a canção toca tantas, mas tantas vezes no filme, que eu poderia ter considerado nunca mais ouvir Lata Mangeshkar depois dele.


Tive de pôr esta foto,  é triste demais.






Pela letra da música, eu já tinha o palpite de que a história falaria de reencarnação. Fiquei super animada, o último filme a falar disto que assisti foi Om Shanti Om, que vi há muito tempo! Com o desenrolar da história, fui confirmando minha suspeita: um policial foi à casa de Rakesh pedir que ele fosse à delegacia dizer que sua esposa estava morta, pois havia aparecido uma criminosa idêntica à ela que afirmava ser Geeta, a esposa de Thakur Rakesh Singh. Aí eu comecei a ficar com medo, mas ok. Rakesh foi lá, disse que a mulher era uma impostora, fez cara de asco para ela, aquele papo todo. Aliás, achei lindas as caras que o Sunil fez. Foi mostrado um clipe da tal criminosa sósia da Geeta, e eu realmente não gostei da Sadhana dançando. A música é  Jhumka Gira Ree é muito legal. Sendo música antiga e cheia de vida, a cantora só poderia ser a Asha Bhosle. Amo o figurino da Sadhana neste clipe.




Depois disto começa uma batalha no tribunal, com a mulher de um lado dizendo que é a esposa de Rakesh e ele do outro, dizendo que ela é uma impostora que está tentando sujar a memória de sua esposa. Durante esse período são mostrados muitas lembranças de Rakesh com Geeta, para entendermos o quanto o casal se amava. Eu não aguentando mais ouvir Tu Jahan Jahan Chalega, mas tudo bem. As batalhas no tribunal são muito intensas, cheias de gritos! Achei meio nada a ver quando a suposta Geeta queria provar sua identidade ao juiz e dizia coisas que supostamente somente uma esposa saberia sobre o seu marido, como o fato de Rakesh ter uma mancha nas costas (Sunil Dutt sem camisa!). Pelo amor de Deus, o homem não cremou a própria esposa? Ele não sabe quem ela é? Ele teria de aceitar alguém dizendo que outra mulher é a esposa dele só porque ela sabe da manchinha dele? Bá. Racionalidade não é uma boa pedida nestes momentos do filme.





Acontecem um milhão de viradas no julgamento e no fim, Rakesh conclui que aquela mulher é a criminosa Nisha, e não sua doce Geeta. A cena que se segue é lin-da! Nisha/Geeta começa a gritar que sim, ela é uma criminosa e que irá matar todos. Ainda gritando desesperada e sendo segurada pelos policiais, ela olha para Rakesh e grita para que por favor, não o matem. Ele é o homem que ela ama. Sadhana, você ganhou uma fã emocionada nesta cena.


Lá vem spoiler.

Agora vou contar o final do filme, sendo que certamente esqueci várias coisas que acontecem. Um dia Nisha/Geeta foge do sanatório em que foi internada e vai até Rakesh (aliás, o médico do sanatório é um grosso). Ao chegar até Rakesh, ela diz que tem de confessar algo e que ele não precisará vê-la depois disto. Ela diz que é Geeta, e que tinha uma irmã gêmea chamada Nisha, que não tinha bom caráter. Quando ele estava viajando, Nisha a procurou doente e pedindo abrigo. Ela vestiu Nisha em suas roupas e a colocou em sua cama enquanto saiu escondida para comprar remédios. Nisto, bandidos a sequestraram - Nisha era casada com um criminoso e havia fugido deste. A mulher que morreu nos braços de Rakesh era Nisha. A minha cara se surpresa vendo estas revelações foi sensacional. Pela atuação da Sadhana já não estava parecendo muito uma história de reencarnação ; ela não parecia uma pessoa confusa que retornou à vida, mas sim uma mulher certa de sua identidade. Eu acreditei nela de cara, enquanto Rakesh teve de ver um monte de provas, além do criminoso confessando antes de morrer que Geeta estava viva. Ai ai, esses advogados.



O filme é lindo, lindo. Algumas vezes eu não aguentava mais ver o tribunal, mas no fim tudo valeu a pena. Segundo a Wikipedia, a trilha é de Madan Mohan. Parabéns para ele, uhul. Segundo a mesma fonte, Mera Saaya é remake de um filme Marathi chamado Pathlag. Fim dos créditos.

Sendo inútil, preciso dizer que já vi a Sadhana e o Sunil mais bonitos. Baixei o filme por ela, que tinha me encantado em Mere Mehboob (1963). A trama é muito boa e não há dúvida alguma de que indico o filme para toda e qualquer pessoa no mundo.

Até mais e...feliz Natal outra vez! =)

Ps: estou aqui revendo Jhumka Gira Re e está me parecendo mais legal do que eu me lembrava!

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