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Não sou de postar novidades, mas talvez isto possa me ajudar a exorcizar essa música da minha vida.

Imaginem a situação: um filme ainda não lançado, os atores principais gravam o vídeo de uma música da trilha cuja letra é uma brincadeira sem sentido, repentinamente a coisa estoura e tem mais de um milhão de exibições. Foi isto o que aconteceu com Why This Kolaveri Di?, integrante da trilha do filme tâmil 3 (estou num momento Kolly, não?), que será lançado em 2012. É uma mistura de tâmil com inglês que não quer dizer nada, mas o sucesso foi tão grande que o Times Of India — retardadamente, diga-se de passagem — chamou de "novo hino da juventude".

O blog Aahsome fez o favor de traduzir a música para o inglês. Vou tentar traduzi-la para o português, mas não esperem muita coisa. É mais divertido pelo vídeo em si, em que o Dhanush deixa o inglês carregado. Não consegui pensar em outra coisa para "killer rage" além de "raiva matadora" e não tenho ideia do que seja "Kaila glass". Alguém tem sugestões melhores?

Ainda não acredito que isso está fazendo sucesso, gente. Mas é engraçado! Antes de ver, fiquem com as sábias palavras de Pedro Custódio:


"Jamais entenderei o que faz ( ou não) sucesso na Índia. Nunca tem lógica."





Sim, caras, estou cantando uma canção...
Canção de rejeição, canção de fracasso.

Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?
Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?

Ritmo certo.


Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?
Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?

Mantenha, por favor.

Por que esta raiva matadora...garota?

A lua está distante, a lua.
A cor da lua é branca.
O cenário da noite é branco, a noite,
A cor da noite é branca.


Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?
Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?

Ela é uma garota de pele branca,
O coração da garota é negro,
Seus olhos e meus olhos se encontram,
Meu futuro agora é negro.


Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?
Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?

Cara, tome nota.
E pegue o saxofone.

“Pa pa paan pa pa paan pa pa paa pa pa paan”

Toque direito.


Super, cara! Pronto?
Pronto? 1...2...3...4...

Uau, que diferença, cara!
Certo, cara, agora a melodia muda.

Copo "Kaila"
Só inglês, sim!

Copo na mão,
Uísque no copo,
Lágrimas nos olhos,
A vida está vazia,
A garota aparece,
A vida está indo ladeira abaixo.

Amor, amor, oh meu amor,
Você me deu um bolo.
Caramba!
Quero você aqui agora!
Deus, estou morrendo agora,
Mas ela está feliz, como?

Esta canção é para os caras rejeitados,
Nós não temos escolha.


Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?
Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?

Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?
Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?
Atenção: o post a seguir será pouquíssimo informativo.

Lá na QCINB estamos numa onda de sair um pouco de Mumbai e conhecer as outras indústrias de cinema indianas. Já vi uns poucos filmes de quase todas elas e tenho um carinho especial por Kollywood, a indústria de língua tamil, o que certamente se deve ao fato de o Madhavan ser tão importante nos filmes de lá. Como não amar um lugar que aprecia o Maddy? Decidi fazer uma busca de filmes e vi que Mankatha foi um grande sucesso deste ano. Arrisquei, não tinha nada a perder mesmo!

O filme foi dirigido por Venkat Prabhu e nos apresenta Vinayak Mahadevan (Ajith Kumar), um policial corrupto que é suspenso de seu cargo ao salvar a vida de um criminoso e deixá-lo fugir. Ele namora Sanjana (Trisha Krishnan), filha de Chettiyar (Jayaprakash), um criminoso que atua no poderoso império das apostas ilegais em jogos de críquete. Chetttiyar não imagina que um de seus capangas, Sumanth (Vaibhav Reddy), esteja envolvido em um plano para roubar todo o dinheiro das apostas que está em um teatro que funciona como sede de seus negócios. Sumanth está neste plano com Mahat (Mahat Raghavendra), o nerd Prem (Premji Amaren) e o policial corrupto Ganesh (Ashwin Kakumanu). Complicando um plano já complexo, Vinayak dá um jeito de ser incluído no grupo e consegue executar o roubo. E tentanto atrapalhar os planos de todos está o policial Prithviraj (Arjun Sarja), cuja missão é desmontar o império das apostas ilegais.


Pois bem, a história se dá em duas partes de acordo com a minha vida.

Parte 1: ANTES DO SHOPPING

Comecei a ver o filme de manhã e apesar de não estar achando ruim, fiquei entediada. Bem cedo notei que as personagens femininas não teriam grande importância, estavam ali apenas para tornar os clipes mais agradáveis aos olhos masculinos. As letras das músicas não tinham muito conteúdo também. Mas o que realmente estava me incomodando era o fato de não estar entendendo o filme. O Vinayak era policial, mas ficava vigiando os bandidos e depois se unindo a eles, do nada começou um clipe romântico mostrando um monte de gente que eu nem tinha notado na história, eu não sabia nem de quem era o dinheiro que tentavam roubar, coisas assim. Estava realmente confusa, mas todos aqueles socos e tiros cheios de estilo estavam me agradando. Então tive que ir ao shopping comprar um livro para o meu amigo-oculto e como não estava muito presa ao filme, decidi dar pausa e terminar na volta.

Parte 2: DEPOIS DO SHOPPING

Voltei feliz e o filme virou outra coisa, especialmente depois do intervalo — que nem sei se era intervalo mesmo; repentinamente uma cena tensa congelou e uma frase de efeito apareceu, então tomei como intervalo porque é o que acontece nos filmes indianos. Bem, acho que toda a mudança foi uma junção dos acontecimentos pós-intervalo com o próprio intervalo que me dei. Tudo ficou muito claro, diferentemente do resto deste parágrafo.

Para começar, o Vinayak era difícil de entender porque eu o estava encaixando em um padrão no qual ele nunca entraria. A cada vez que fumava, se embebedava ou praticava atividades ilícitas, esperei pela hora em que ele mostraria o sentido de estar fazendo tudo aquilo, o momento em que demonstraria a bondade eterna e o doce coração do herói. Isto nunca iria acontecer, já que ele era o vilão! A última coisa que eu esperava em um filme indiano tão famoso era o herói ser anti-herói, porém fiquei muito grata por ser surpreendida. Mentiroso, corrupto, enganador e cruel não são palavras comumente aplicáveis a personagens principais. O Ajith deu um toque especial ao Vinayak em algumas cenas, fazendo-o parecer um pouco desequilibrado. Logo me lembrei do Prakash Raj em Wanted e Singham. Gosto desses vilões megalomaníacos, que ficam rapidamente irritados quando alguém ousa desafiar sua força e riem como loucos. Ele só não precisava ter passado o filme inteiro com aquele cigarrinho na boca.



Premji Amaren foi quem mais me irritou. Ele pelo jeito era o ponto de comédia do filme, mas eu não achava graça nenhuma no nerd medroso que nem sabia como havia ido parar no meio daqueles ladrões. Quando começavam a falar sobre como poderiam ser mortos no meio do roubo, seu estômago revirava e ele corria para o banheiro. Nossa, que piada sensacional, hein, Venkat Prabhu? Rolei de rir.


Dos outros da gangue, prestei mais atenção ao Ganesh. Não sei se foi só atração física, mas sei que não lembrava nem o nome do protagonista e perguntava "mas cadê o Ganesh? Ganesh está bem?" a mim mesma  toda hora. Preocupação mesmo. Foi uma coisa tão infundada que nem tenho mais o que comentar a respeito. Amor de verão, acabou com a estação.

Não resisti. 

A coisa que mais me saltou aos olhos em Mankatha foi o estilo. Tinha um clima bem Tashan: gente atirando enquanto fazia pose com seus óculos escuros, frases de efeito e o melhor: aquelas cenas de lutas fantásticas que as pessoas adoram zombar na internet, mas que amo intensamente. O policial Prithviraj era o mais espetacular: a cada cena de ação sua, fui brindada com uma entrada gloriosa e momentos de luta com muito vento nos cabelos! Minha relação com esses elementos não é do tipo "é tão ruim que fica bom", muito pelo contrário! Realmente acho maravilhoso. Me dê um punhado de carros voadores, heróis invencíveis e muito dishoom e terá uma moça entretida, sorridente e batendo palmas por toda uma tarde.



Há muitas surpresas na história, mas uma ideia geral que adorei foi que ninguém é totalmente bonzinho ou mauzinho. O final me deixou boquiaberta, percebi como os filmes em Bollywood andam tendo finais previsíveis. Eu não tinha ideia do que aconteceria, temia perder qualquer detalhe. É triste escrever sobre um filme tão dinâmico, tudo pode ser spoiler!

Voa, carro, voa!


Os clipes não me animaram muito, mas dois chamaram minha atenção. O primeiro é Vaada Bin Lada, que teve muitos efeitos de computador, nem sei para quê. Várias trocas de roupas, cores, uma confusão que só. O exemplo mais claro do uso que fizeram das atrizes do filme, que sumiam até a hora de uma canção. O segundo foi o único que gostei de verdade e só tinha homens, Machi Open The Bottle. Todos bêbados, rindo, pulando, cantando e dançando juntos! Adoro um bando de homens de todos os tipos, tamanhos e idades fazendo coreografia juntos. Às vezes isso me cansa um pouco em Bollywood: se o Shahid Kapoor estiver dançando e houver dançarinos junto com ele, por exemplo, serão todos da mesma faixa etária. Em Machi, só o Ajith e o Premji já eram diferentes dos outros o suficiente para me passar o clima de diversão entre amigos que a música sugere! A coreografia é simples, então tem mais dos atores dançando e menos edição. Me pergunto como alguém que não bebe gosta tanto de musicais de bêbados, mas esta é a minha realidade. E ainda tem o lindo do Ganesh dançando com o uniforme policial indiano, que tanto adoro (não sei como mantenho minha credibilidade escrevendo este tipo de coisa). Muitas pessoas reclamam das danças em filmes indianos, dizendo que surgem do nada e não se encaixam na história. Quem gosta e está acostumado sabe que não é assim, as canções ajudam a contar a história e dar seu clima, tanto que notamos quando isto não acontece. Não gostei deste fator em Mankatha. Todos os clipes foram encaixados aleatoriamente na história, não fizeram muito sentido.

Ai ai, esse sorriso!

Mankatha é ótimo e trouxe um sopro de ar fresco ao meu dia, que ia ser preenchido por algum romance deprimente dos anos 60. Se for para ver filmes assim, cada viagem para fora de Bolly que eu fizer valerá muito o esforço. Na verdade, é capaz de eu investir menos em outras indústrias alternativas à Bolly caso Kolly continue sendo tão boa. Parece que o filme é importante por ter muitas estrelas, mas eu não conhecia ninguém ali e infelizmente não pude sentir a emoção de vê-los juntos que muitos fãs devem ter tido. E como comentário final, meu cansaço me permite dizer: o Ajith Kumar não é muito gato?



Tive uma semana não muito boa. Apesar do feriado, há sempre tanto o que fazer no fim de ano...trabalhos, provas, seminários e o que mais vier. Passo muito tempo parada no trânsito carioca e tento passar estes momentos ouvindo coisas que me alegrem, ou então chego em casa pronta para matar um. O que escolhi como remédio anti-trânsito na quinta e na sexta foi meu episódio favorito do podcast Masala Zindabad, em que a Beth e a Amrita falaram sobre Aa Gale Lag Jaa ("Sofrimento de Amor" em Portugal), filme de 1973 do qual gosto muito. Eu já tinha ouvido o episódio umas duas vezes e agora foram mais duas ou três. Pra vocês verem meu sofrimento no trânsito.

O que tudo isto tem a ver com o Clipe Do Dia: Vaada Karo é a música colocada no início do episódio e uma das mais alegres da trilha do filme. Mostra o Shashi Kapoor mais stalker-boy do que nunca, lindinho e perseguindo a Sharmila Tagore enquanto os dois patinam. É certo que esses perseguidores que não deixam a heroína em paz são irritantes e abusados, mas era o que mais havia em clipes de filmes antigos. Pego o que há de bom e sorrio. Nesses dias em que fiquei meio triste, lembrar daquele imagem colorida me fez um bem danado. Tanto que estava fazendo um trabalho insuportável até poucos minutos e vim aqui só para fazer isto e ver todas aquelas cores outra vez! :)

A música é cantada pela Lata Mangeshkar e pelo Kishore Kumar, sendo a trilha de autoria do R.D. Burman. Amo, amo, amo a voz do Kishore nesta.



Vou lá voltar pra esta vida bandida. Odeio fim de período.


Gurtej Singh Kahlon (Rishi Kapoor), que a família chama de "Bauji", vive na Inglaterra, onde seu irmão foi morto em uma onda de xenofobia. Isto faz Bauji odiar os ingleses, tornando-o porta-voz dos indianos residentes em Southall. A partir daí ele passa a ser um homem muito dominador, decidindo sobre os destinos de todos os membros da sua família. Sua posição é reforçada pela atitude de seu filho Parghat Singh, chamado de "Gattu" (Akshay Kumar), que não se manifestou contra a imposição do pai para que não aceitasse jogar pela seleção de críquete inglesa. A atitude passiva de Gattu faz com que seja usado pelo pai como exemplo de comportamento para toda a família, que fica impedida de realizar seus sonhos. Quando Gattu ganha a rara chance de poder realizar seu sonho de jogar pela seleção aos 34 anos, sua vizinha Simran (Anushka Sharma) mobiliza a família dele para não deixá-lo perder esta chance...e para isto acontecer, todos tem de se unir num grande plano para esconder a verdade de Bauji.

Enquanto pessoa confortavelmente instalada na minha posição urbana e ocidental, Patiala House me traz algumas dificuldades de análise (soou sério, né?). A maior foi entender a força da hierarquia familiar: o pai deve ser posto acima de tudo, a atitude do filho mais velho guia a de todos os outros filhos, a mãe não tem voz. Já estou me acostumando mais à questão da submissão às figuras parentais, mas esta importância do filho mais velho foi algo que me impressionou muito tanto em Patiala quanto no Hum Saath-Saath Hain (1999). Não conseguia entender como todas aquelas pessoas achavam muito óbvio e justo jogar toda a culpa pela insatisfação com suas vidas sobre a permissividade de uma única pessoa (pobre Gattu!). Só que elas não apenas achavam isto normal, como o próprio Gattu disse claramente que da realização do seu sonho dependiam os de todas aquelas pessoas. Aqui no ocidente (ê  vidinha individualista) a gente tem uma mentalidade (que acho muito ilusória) de que a pessoa se faz sozinha, é cada um por si. Ver aquela ideia de cada membro da família encarando-a como um sistema em que há membros com poder de decisão muito maior que os dos outros durante a vida inteira foi algo curioso para mim. Entendo que minha mãe decidisse o que eu deveria fazer aos 10 anos, mas chegar aos 34 assim deve ser tenso.


A mãe não ter voz dentro da família foi algo que mais não gostei do que estranhei. Uma cena rápida que  ficou na minha cabeça foi quando ela tentou questionar uma atitude exagerada do pai e ele apenas levantou o dedo firmemente para calá-la, sabendo que não era necessário mais do que aquilo para encerrar a discussão. Tão absurdo! Talvez o que mais tenha me incomodado foi terem envelhecido a Dimple Kapadia para fazer o papel. Detesto ver uma atriz tão importante já caindo na rede dos eternos papéis de mãe! Mães no cinema indiano me irritam um pouco, já que na maior parte das vezes nem nome elas tem. A própria personagem da Dimple está registrada no IMDB como "Sra. Kahlon". Sem voz, sem nome...qual é, gente? Quando minhas amigas da escola vinham na minha casa, tratavam a minha mãe por "tia", mas sabiam muito bem seu nome.

A Simran não tinha tantas cenas quanto eu estava esperando, mas o efeito Anushka Sharma ainda conseguiu ser devastador: aparecia e iluminava a tela. O interessante da personagem foi apenas ter dado o empurrão inicial para a mudança do Gattu. Ela não ficou ao lado dele dia e noite dizendo que ele deveria ser mais isso ou aquilo, pois logo percebeu que o seu problema não era apenas precisar sorrir . Havia de fato acontecido algo que tirou sua motivação para ser feliz, era muito mais profundo do que um simples mau humor. Tanto isto me pareceu verdade que mesmo após o Gattu ter começado a jogar, uma certa timidez que ele tinha desde o início da história continuou presente. Achei que foi um respeito muito grande ao personagem não ter sido submetido a uma brusca mudança de personalidade na qual ele viraria uma versão masculina da Simran, todo sorridente e tagarela. Mas via-se uma nova confiança e um sorriso mais constante suficientes para sabermos que ele finalmente estava feliz. E voltando a falar dela, adorei a força da personagem e o garoto que ela criava (lembro que se chamava Seeshan, mas não o encontro na Wiki e nem no IMDB). Vejo Patiala como um filme mais sobre a relação pai e filho do que como romance, então a participação da Simran ter sido mais em função do que ela fazia em relação ao Gattu nem me irritou. E ela ainda faz parte da lista de mocinhas que se declaram antes do mocinho, na maior coragem. Tem como não achar incrível? Amo a Anushka Sharma cada vez mais...é a vida.



Apesar de muito tradicional por um lado, o filme tem pedacinhos de transgressão aqui e ali...por exemplo, a mãe do Seeshan o abandonou, o que vai contra a mensagem da deusa-mãe que tantos filmes passam. Nem toda mãe ama seu filho, encaremos. Há a rapper Hard Kaur fazendo o papel de...bem, uma moça que quer ser rapper, o que também não é algo que se vê todos os dias. Uma das filhas quer se casar com um rapaz inglês, o que reforça muito a mensagem de não-ódio do filme. Já falei que tenho dificuldades de aceitar filmes em que a briga entre ingleses e indianos seja alimentada, então Patiala ir totalmente na direção oposta me faz muito feliz. E com a tal menina que queria casar, não apenas se diz "ingleses e indianos podem ser amigos", mas "ingleses e indianos podem ser família". Não é lindo? Outra: um dos filhos do Bauji havia sido enganado por seu sócio inglês e teve que se mudar com esposa e filho para a casa do pai. Ter sido trapaceado o deixou desconfiado de todos e leal como um cachorrinho ao pai, o que desesperou sua esposa e a fez reclamar o filme todo de que ele estava se tornando o Gattu. Vi como uma esposa claramente incomodada com a inflexibilidade e fraqueza do marido, dizendo que não gostava do que ele estava se tornando. Não é todo dia que vemos algo assim em Bollywood. Pena que tudo isto não foi tão bem explorado quanto poderia ser, mas ainda assim valeu a pena. Na verdade, valeu muito a pena. O filme não seria a mesma coisa sem todos esses atores que fizeram a família do Gattu, cada um conseguiu se fazer perceber e deixou o filme mais bonito. Sem contar a beleza que foi ver todos se unindo para montar um esquema na vizinhança que impedisse Bauji de descobrir o que o filho estava fazendo. Adulteração das fotos dos jornais, corte da TV a cabo nos dias de jogo, descobrir segredos de pessoas que poderiam contar a verdade e ameaçá-las com eles (soou pesado, mas não é!)...um super trabalho de equipe para todo o mundo conseguir viver um pouquinho de liberdade através de um deles. Tenho um lado super social, adoro ver cada pessoa jogando um pedacinho do que no final será uma bela ideia de grupo! Ainda mais se este grupo for uma família.


Plano maléfico!


Uma das lições mais legais que tirei do filme foi tomar cuidado para não entrar no automatismo em nossas ações. Quando sua família estava sendo atacada nas ondas de ódio, Bauji teve que assumir uma posição forte. O problema foi ter ficado tão firme nesta posição de agressão que não percebeu o movimento do mundo se transformando ao seu redor e ficou ali, defendendo os que amava e atacando sem parar. Ainda vendo tudo como uma relação vítima-agressor. Parado no tempo. Acredito piamente que enquanto tivermos vida, é para aprender coisas novas. Para isso é bom parar, refletir sempre sobre o lugar em que você se encontra no momento presente, perceber se ele ainda faz sentido. Estou reflexiva assim porque tenho umas apresentações de trabalhos em breve, odeio fazer isto e sempre fico me questionando qual é o sentido de estudar nestas ocasiões...

Atuações sensacionais: Rishi e Anushka. Me pergunto o que será de mim e do cinema indiano quando Rishi Kapoor não estiver mais entre nós para dar tanta energia aos seus papéis, mas por enquanto aproveitemos o fato de ele estar aqui. Toda vez que o Bauji começava a ser mandão, eu queria esganá-lo. Porém ainda assim entendi que ele achava estar protegendo toda a sua família ao mantê-los ali, sempre por perto. Quanto à Anushka, para mim a piadinha "furacão Anushka" faria mais sentido que "furacão Katrina". Ela arrasa. Atuação boa: Akshay. Eu realmente gosto dele e acho que isto influencia muito o modo como encaro seus filmes. Sempre o vejo gritando e pulando pelas comédias da vida, então fiquei com o coração partido ao ver aquele rostinho coberto de infelicidade. Eu ficava olhando para a tela e pensando "Por que ninguém faz nada para o Akshay sorrir? QUAL É O PROBLEMA COM VOCÊS?". Gosto mesmo desta criatura. Mesmo não sendo tão bom quanto o Rishi e a Anushka, ele não é ofuscado pelos outros no filme. Pelo menos eu torci pelo Gattu o tempo todo! Apesar da cara de sofrido do Akki se confundir com sua cara de nada. Mas ele é um lindo, né? *Fã do Akki ativada*

A trilha sonora do filme é do trio Shankar–Ehsaan–Loy e foi uma das que mais gostei em 2011!  Laung Da Lashkara me faz dançar, vejo-a como a mais importante da trilha. É cantada por Jasbir Jassi, Mahalakshmi Iyer e Hard Kaur. Gosto muito de ver a Hard cantando o próprio rap e apesar de gostar do clipe, o excesso de luzes me incomoda. Mas o Akki não é lindoooooo? *Continuo ativada*



Kyun Mein Jagoon me deixa na fossa instantaneamente, até por ser a trilha da desesperança do Gattu. Cantada por Shaqfat Amanat Ali. Também gosto de Rola Pe Gaya porque o clipe é o máximo e pela frase "Somos super como o Nintendo". E olha a Hard cantando o próprio rap de novo! Ainda por cima, me tirou a saudade que eu estava da voz do Shankar Mahadevan.

Patiala House é uma gracinha de filme. É bastante previsível, mas isto ainda não é um problema para mim em Bollywood. Às vezes o ritmo fica um pouco lento e os diálogos são exatamente o que eu imaginava (olha a previsibilidade aí, gente!), mas havia algo de muito doce no Gattu e em toda aquela história que acabou me cativando. Não mudou a minha vida e definitivamente não entendo nada de críquete, mas passei alguns momentos agradáveis, ainda mais com o clima punjabi! E achei que foi feito com o coração, coisa que está ficando difícil de ver e me deixa com uma sensação de bem-estar ao fim do filme. As pessoas poderiam nem mostrar isto do melhor modo, mas se importavam com os sentimentos umas das outras. Continue tentando, Nikhil Advani! O caminho é por aí.

Ps:
♥


Achei Luv Ka The End um dos piores filmes do ano, a morte me pareceu uma boa opção enquanto assistia a Pyaar Ka Punchnama e não vi nem 1% da graça que todo o mundo viu em Delhi Belly. Mesmo assim gostei (um pouco) de Always Kabhi Kabhi, outro desses filmes para a juventude que é tão ruim quanto ou pior que a maior parte dos outros. Estou tentando me entender. 

Esse Rebelde indiano foi dirigido por Roshan Abbas e conta a história de quatro jovens no último ano na escola. É clichê que não acaba mais, divertidíssimo. Sam (Ali Fazal) é sempre repreendido pelo pai, que já reclama do filho antes de o garoto de fato fazer alguma coisa. O rapaz passa o filme todo tentando conseguir dinheiro para dar aos policiais corruptos que ameaçam divulgar a notícia falsa de que ele é traficante de drogas (não se engane pela descrição, não é nada sério). Sam apaixona-se à primeira vista por Aishwarya (Giselli Monteiro), a doce filha de uma ex-item girl que é pressionada pela mãe e seu agente a fazer de tudo para conseguir ser uma grande estrela de Bollywood. O melhor amigo de Sam é Tariq “Einstein” (Satyajeet Dubey), o gênio da escola. Ele sofre muita pressão do pai para entrar no M.I.T. (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, sonho de muitos nerds), seguindo os passos dos homens da família. A última da galera é Nandini “Nandy” (Zoa Morani), a rebelde. Adivinhe com quem ela tem problemas? Se disse “com os pais”, ponto! O papis e a mami nunca tem tempo para a filha, que é durona por fora, mas um doce por dentro. O coração dela vai ser rebelde para sempre!* Não consigo parar de ser ridícula, sóri ae. 

Apesar de ter protagonistas adolescentes, o filme me pareceu muito infantil. Os personagens não tem nenhuma profundidade emocional e tudo acontece enquanto eles usam seus uniformes totalmente estilo Rebelde – que achei uma graça. Todos tinham um comportamento de criança, o qual era reforçado pelas letras bobinhas das músicas e pelas coreografias fofinhas com todos pulando enquanto vestiam suas roupas coloridas. Isto é realmente um problema? Pior que gostei. As cenas que eram para ser cômicas não tinham graça (chega de piadas sobre cocô!) e eu me divertia nas que deveriam ser sérias. As cenas não tem muita coerência, mas isto é menos incômodo antes do intervalo, porque ao menos todos estavam se divertindo. Depois dele o drama aumentou um pouco, mas até isso me divertiu. Me senti uma fanfarrona de tanto que eu ria de nada.


Adorei os clipes, são todos alegres e...ah, bobinhos. Já fui conquistada de cara com School Ke Din e sua coreografia adorável (tão Rebelde!). Gente, tem rappers! Na verdade quem me conquistou mesmo foi o Ali Fazal, passei 75% do tempo do filme apaixonada por ele. A música é cantada por Suhail Kaul e Ishq Bector. Undi The Condi também é ótima para ver o belo Ali, além de uma Giselli Monteiro mais expressiva e muitos bambolês! Esta me lembrou muito Nakhre do Action Replayy (2010). Agora, a melhor coisa do filme são as duas versões de Antenna. Além de conter o CLÁSSICO "Pai/Mãe, este é o seu sonho, não o meu" e frases como "Vocês não captam o nosso sinal" , a versão final tem uma participação especial linda. Quase todo o mundo que conheço sabe de quem é, mas não quero acabar com a surpresa dos desavisados.

A coisa mais inacreditável que vi foi um clipe patrocinado pela Fanta. A menina olhava as coisas com um “olhar Fanta” e tudo era mais divertido quando estava laranja. Deu para entender melhor por que ri tanto com esse filme? Propaganda assim, na maior cara de pau. Pena que ocorreu minha tragédia tecno-cultural, ou eu colocaria uns prints aqui.

As atuações estavam bem para o que o filme pedia. É claro que eu estava curiosa para ver como a Giselli Monteiro se sairia, já que é a nossa presença brasileira mais marcante em Bollywood. Olha, por comparação com Love Aaj Kal, ela melhorou. Pena que foi dublada (me pareceu), o que é uma prática comum nos filmes indianos. Como tenho esperança de que ela se torne uma Katrina Kaif e isto aconteceu com a Kat em seus primeiros filmes, fico tranquila. A personagem da Giselli era engraçadinha, fofinha, tudo de inha, então não tinha muito o que oferecer. Eu normalmente acharia uma ofensa  a Aishwarya dando a entender que 30 anos é uma idade problemática, mas este não é um filme cujo roteiro cause grande comoção. Gostei mesmo do Ali e da Zoa Morani, certamente vou ficar de olho em suas carreiras. Lembrando de uma cena ou outra, também gostei do Satyajeet, apesar de sua voz às vezes me irritar. Mesmo sendo o nerd forçado, o personagem em si  até conseguiu me cativar.


♥
Professores estereotipados, um colégio que facilmente seria americano (com direito a todos encenando Romeu e Julieta), nerds, rebeldes, a garota mais bonita da escola, pais incompreensivos...Always Kabhi Kabhi é exatamente o tipo de filme que eu adorava aos meus 10 anos, semanalmente fornecidos pela Sessão da Tarde. Ela É Demais, 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você, Amor ou Amizade, — a Wiki do Freddie Prinze Jr. é quase um relato da minha infância —filmes que não me causariam o mesmo efeito hoje em dia. Apesar de que eu provavelmente nunca voltarei a vê-lo, tive meus bons momentos. Muito da nossa experiência com um filme vem das nossas expectativas, e desde os primeiros trailers eu esperava um filme muito ruim. Sendo assim, apenas ruim foi um lucro. Queria ter conseguido levar o filme mais a sério. Meu fraco por filmes coloridos me influenciou muito ao assisti-lo, não consigo falar totalmente mal de alguma coisa que me deixou alegre em algum nível...é uma questão de respeito, pô. Sendo assim...melhor parar por aqui.

* Certeza que ninguém entendeu.


Todas as fotos do post estavam na busca do Google Imagens.
Faz algum tempo que venho pensando em fazer uma organização dos sites e blogs que mais visito quando quero saber de cinema indiano. São muitos, especialmente os blogs, mas alguns visito quase todos os dias e pensei que seria bom não apenas divulgá-los, mas dizer o que me leva até eles. Ler sobre Bollywood é uma das minhas atividades favoritas, tanto quanto assistir aos filmes. Ainda irei me aventurar por Kollywood, Tollywood e todas as outras, mas cada coisa a seu tempo. A maioria dos links de hoje trata de filmes em hindi.

Lembrando que não são todos os endereços, mas os que visito mais constantemente. Tudo aquilo em que eu estiver envolvida terá uma carinha feliz porque sou legal. Vamos lá?

- Em português

-Blogs

Cinema Indiano ou blog do Ibs


O mais clássico, o essencial, o portal de entrada para toda criancinha brasileira assustada com a enormidade do cinema indiano. Lá tem...tudo. Críticas, notícias, infinitas explicações sobre todas as indústrias de cinema indianas. O blog pode ser do Ibirá, mas já virei tantas madrugadas naquele lugar que sinto como se fosse um lar para mim.

O único problema é a falta de atualizações, cóf.

Grand Masala , blog da Barbs e às vezes, Holy Church Of The Holy Helen


Se um dia quis realmente começar a ver os filmes da velha Bolly, foi porque no GM há tantos textos e vídeos sobre eles que minha curiosidade foi a mil. E sem desmerecer os outros autores, mas a minha influência-mor foi a Barb-ji.

O GM não fica apenas em Bollywood, então volta e meia podemos ler resenhas de filmes das outras indústrias.  Falam de música, postam vídeos traduzidos...agora não consigo lembrar de tudo, mas é outra fonte básica.

Kabhi Kabhie...Bollywood ou minha outra casa ☺


Meu primeiro blog sobre Bollywood, feito em parceria com a Isa. O KK-B não tem linha: comentamos sobre algum vídeo legal, uma música, um lançamento aguardado e o que der na telha. E os filmes mais interessantes tem posts com uma estrutura legal: eu e a Isa escrevendo juntas.

O maior problema: outro com falta de atualizações, cóf. Mas 2011 foi bem mais movimentado que 2010, táááá?

Mania de Bolly


Blog recém-criado da Isa, minha parceira de KK. O que vem a gente não sabe, mas não duvido que vou adorar. Tanto que ainda não há nada e já está aqui na minha lista. Muita responsa!

- Outros links

Comunidade "Quero Cinema Indiano no Brasil" ☺


Este post está cada vez mais pessoal, mas como não louvar a minha QCINB, minha família, meu lar, meu pedaço de Shahid Kapoor com cobertura de Madhavan? Éramos umas 20 pessoas discutindo cinema indiano e depois de meses e muito trabalho (nem imaginam o quanto), nos tornamos a maior provedora de filmes indianos na internet brasileira (sempre digo isto sem saber se é verdade). Para terem uma ideia, tínhamos umas 10 legendas no começo e hoje em dia já legendamos mais de 300 filmes. Tudo com muito trabalho voluntário e paciência. Foi lá que notei o quanto o trabalho de uma equipe comprometida faz efeito. E também foi onde consegui amigos lindos!

QCINB no Facebook (só conversas, sem links para as legendas)
QCINB no Twitter

Filhos de Helen ☺


Uma espécie de sub-QCINB no Facebook para reunir os poucos interessados pela velha Bollywood. Muito compartilhamento de vídeos e conhecimento!

Shahrukhetes



Outra sub-QCINB feita para desviar o intenso fluxo de informações do Shahrukh Khan que havia no Facebook da comunidade. 

Atenção: indicado só para quem possui um alto nível de shahrukhice no sangue.

Querida Bollywood ☺


Um Tumblr que fiz para postar imagens aleatórias dos filmes. Minha ideia é que os fãs que queiram possam pegar as imagens de seu interesse, então se eu tiver piadinhas para fazer, deixo-as nas legendas.

Canais no Youtube ☺

Os que postam vídeos legendados em português são o meu e o da Lalita.

-Em inglês

- Blogs

Beth Loves Bollywood


Primeiro blog em inglês sobre Bollywood que li sem parar. Tem resenhas sobre trocentos filmes e uma coisa muito legal é estar sendo escrito desde o início do contato da Beth com Bollywood, então fica claro quanta coisa ela aprendeu de 2005 até aqui. Sou apaixonada pelos textos dela, simples assim. São pessoais ao mesmo tempo em que prendem nossa atenção e os comentários dos leitores também são muito bons. Infinitamente recomendado.

Ps: e graças a quem devemos o banner rotativo do KK-B, hein?

Memsaab Story


Acho que é outro fundamental da blogosfera americana. Além dos textos serem muito bem escritos, a Memsaab sabe tanto, mas tanto, que assusta — e encanta. Não sei explicar tudo que há lá e nem quem é a Memsaab, mas saibam que a mulher conheceu o Shammi Kapoor pessoalmente. Suficiente?

É um bom blog para lermos sobre filmes não tão famosos assim de antigamente.

Filmi Girl


O único que visito todos os dias, faça chuva ou faça sol. Isto se deve à coluna de fofocas diárias, que me poupa o trabalho — que eu nunca teria — de ficar indo atrás dos babados bollywoodianos contados em outros sites. Não tenho muita paciência para fofoca, porém quero saber como as coisas andam, então o serviço da FG é tudo o que preciso.

Ela também começou a incrível-linda-maravilhosa série Bollywood For Beginners, uma espécie de cursinho sobre Bollywood que o Ibirá estava traduzindo para o Cinema Indiano. Não perco uma atualização.

As resenhas são incrivelmente informativas (leiam a de Thoda Pyaar Thoda Magic e entendam o que digo) e o mais legal é que muitas são dedicadas aos filmes considerados "bobos" (Golmaal, por ex.), levando-os tão em consideração quanto qualquer outro filme. Ainda há entrevistas com gente muito interessante. No momento, talvez seja meu blog favorito.

Filmi Geek


Um dos meus primeiros. É fantástico: a Carla consegue escrever posts completos sobre os filmes sem deixá-los longos. Sempre a mesma estrutura e ainda não canso de ficar fascinada com esta capacidade de síntese.

Let's Talk About Bollywood



Nutan, Nutan, Nutan. Aí Nutan, Nutan, Nutan, Nutan! E depois, Nutan, Nutan, Nutan, Nutan. É, realmente Nutan.

Precisa de mais alguma coisa?

Bollystalgia



A autora é indiana e adoro o modo como conta o que fazia sucesso ou não e como cresceu ouvindo as trilhas e vendo os filmes indianos. E me divirto com suas listas!

Bollywood DVD Restoration Project


O melhor projeto do mundo. O indivíduo restaura vídeos raros, especialmente da Helen, e faz DVDs gratuitamente disponibilizados. É para a gente acreditar que ainda existe gente boa neste mundo. Tenho que conseguir espaço no pc para baixar meu Helen Of Bollywood Volume 3!

Já estou ficando cansada e sem conseguir pensar no que gosto, então termino a lista de blogs e começo a de outros links depois!
POR QUE não conseguiram manter este clima?
Esta vai ser difícil.

Fiz 20 anos na última terça-feira (ieeeei!). Até ia vir aqui para um super post com vídeos felizes, mas tive aulas importantes às quais não podia faltar. Fiquei consternada com isto, já que não gosto de sair no meu aniversário, mas sempre me esforço para que seja um dia especial com as pequenas coisas de que gosto — neste momento, ver filmes indianos. Fiz toda uma organização para que assim que eu chegasse em casa, houvesse um lindo filme indiano me esperando. Escolhi com todo o amor, achei que nada pudesse ser mais perfeito que um filme do Rajendra Kumar com a Vyjayanthimala. Teria como não ser? Uma pessoa por quem tenho uma intensa queda junto com uma que dançaria adoravelmente! Seria melhor do que meu aniversário de 18, quando vi Chalte Chalte e morri de tédio.

Dirigido por C.V. Sridhar, este filme talvez seja o maior drama que vi no ano. Ravi (Rajendra Kumar) é um médico com formação internacional. Ele se sente em eterna dívida com o homem que o criou e possibilitou que tivesse um bom futuro. Este homem é pai de Rajni (Simi Garewal), que sempre foi apaixonada por Ravi. Sem imaginar que a família espera que se case com Rajni, o médico promete casamento à Shanti (Vyjayanthimala), enfermeira do hospital onde trabalha que havia acabado de perder a mãe. Os dois se casam e são muito felizes, mas o chefe de Ravi diz à Shanti que ela estava atrapalhando o marido em suas pesquisas sobre o câncer, impedindo-o de ser o grande homem que estava destinado a ser. Shanti se afasta e faz Ravi voltar seu foco para o trabalho, dedicando-se dia e noite a ajudá-lo. Ela não o deixa notar que está muito doente e...olha, já tem drama demais aí. Vou contando mais durante o post.

Vyjayanthi, certamente não em
seu melhor momento.
Não sei por onde começar a reclamar. Talvez pelo machismo nosso de cada dia seja bom, e neste filme ele chegou a níveis altos. Shanti era uma enfermeira competente e parou de trabalhar quando se casou. Não houve discussão a respeito, apenas fiquei esperando os dois irem juntos para o trabalho e me surpreendi ao vê-la ficar em casa. Tudo bem, havia coisa muito pior: Shanti se culpando por distrair o marido durante o filme inteiro. Até quando ficou doente e estava sendo cuidada por ele, tudo o que conseguia dizer era: "Ó, como sou infeliz...você me serve, quando eu deveria estar servindo você!". Qualquer coisa era sacrifício, dever da esposa...ARGH! Uma das frases que mais me irrita em filmes indianos foi dita por ela em uma das músicas: "Esta casa é um templo e você é o meu Deus". Não tenho paciência para abnegação contínua...isso lá é saudável? A criatura estava cuspindo sangue e ficou quieta! Também sou um pouco implicante com esposas tímidas...não consigo evitar meus pensamentos de voarem muito alto quando vejo o Rajendra.

Me seduz demais ♥
Rajendra. Kumar. Nutro por ele uma pequena paixão que não sei explicar, talvez venha de Baharon Phool Barsao...suspiro mesmo, e intensamente. Mesmo assim, ainda não consegui colocá-lo na minha lista de favoritos ali do canto. Tinha algo me dizendo que eu ainda me irritaria muito com seus filmes, Saathi me parece apenas o início de muito sofrimento. Estou achando que  escolheu fazer uns filmes que nem minha paixão platônica servirá para me fazer suportar. Da metade para frente sua atuação nem foi ruim, porém no começo do filme todos os atores estavam robóticos! Atuavam muito mal, como eu imaginava que sempre fosse em Bollywood antes de conhecê-la. Os diálogos eram coisas como:

- Shanti, fique com este dinheiro.
- Não, doutor. Dê às criancinhas pobres.

Pior era quando começava o:

- Sou uma pobre órfã que só tinha sua mãe no mundo...

Às vezes um roteiro não tão bom é aproveitável, mas a sucessão de frases ruins em Saathi me deixou com vergonha alheia. Quase não acreditei que fosse do Abrar Alvi, que escreveu coisas tão incríveis como Kaagaz Ke Phool.

Sorriso! *-*
O que prova a estranheza deste filme é minha maior alegria ter sido o Sanjeev Kumar interpretando Ashok, amigo de Ravi. Sorridente, leve, agradável...ou seja, destoando completamente do clima do resto do filme. Para quem acredita que estou exagerando, vou dar um spoiler: Ashok entrou na história para cuidar da cegueira (!) de Ravi., causada por uma briga que teve com Rajni a respeito do sofrimento que ele a fazia passar...desde a suposta morte de Shanti. Suposta morte, cegueira, casamento por obrigação. Precisa de mais? Fim do spoiler.

A Rajni também era uma ótima personagem. Egoísta e mimada, queria se casar com Ravi a qualquer custo. Provavelmente era a mais humana ali. Quando começou a sua parte em todo o drama, seu sofrimento foi muito mais acreditável que o da Shanti e do Ravi. Nem sempre a mulher rejeitada consegue ativar minha empatia nos filmes indianos, mas eu queria que a Rajni fosse feliz. Pena que no final quase a tenham santificado.

Fomos disto...
...para isto.




-------------->







Minha experiência com Saathi não foi nada boa e fiquei grata por não ter conseguido assisti-lo no meu aniversário, já que Chalte Chalte parece um ótimo programa comparado a ele. Este filme me fez pensar coisas que nunca imaginei passando pela minha cabeça:

" Quero morrer, por que não acaba? 


Se a Vyjayanthimala morrer, será que tudo vai ficar melhor?


Morre, Vyjayanthi! Por favor! "


Esqueci de mencionar a trilha tensa de drama que ficava tocando, não é? Mas deixa para lá, que já reclamei o suficiente por hoje. Fiquem com um momento de felicidade em Kashmir, coisa rara neste filme.


Tragédia na minha vida bollywoodiana: perdi o conteúdo do meu HD externo e por consequência, todos os meus filmes indianos. Era tudo o que eu não esperava antes de um feriado, mas ao menos ainda tenho uns seis filmes guardados aqui (sendo um deles telugu). Acredito que agora terei de criar o hábito de assistir ao filme depois que ele chega, ao invés de deixá-lo esquecido até um dia em que lembre da sua existência.

Outra péssima consequência da minha tragédia cultural é que não tenho como tirar prints de nenhum dos filmes sobre os quais estava planejando escrever. Alguns, como Junglee, Don  e Teesri Manzil, acho especiais demais para não me perder em prints. Já outros mais simples como o nosso Jawani Diwani ("Juventude Louca") de hoje podem muito bem sobreviver com fotos encontradas na busca do Google. A maior parte veio do Bollywood 501. Só é chato porque planejava tirar prints de vários sáris que a Jaya usou!

Vijay (Randhir Kapoor) é um rapaz despreocupado que só tem como interesse se divertir com seus amigos da faculdade, o que deixa triste seu irmão mais velho, Ravi Anand ( Balraj Sahni). Este é casado com Madhu (Nirupa Roy) e ambos são muito felizes, exceto pelo fato de o irmão de Madhu (Iftekhar) ter cortado relações com o casal há muitos anos. Isto se deu devido a família de Madhu ser rica e Ravi ser filho do contador, nunca tendo o irmão dela aceitado este "rebaixamento" da família. Sua filha Neeta (Jaya Bachchan) nem mesmo sabe que a tia está viva. As inimizades vem à tona quando Vijay e Neeta se apaixonam. Direção de Narender Bedi.


Ao mesmo tempo em que este filme não tem uma história muito original, há alguns motivos para eu crer que tenha sido importante. O primeiro é ter sido um dos maiores sucessos de bilheteria de 1972. O segundo é ser um filme sobre jovens e feito por jovens, coisa que pensei ter se iniciado só em Bobby, que veio um ano depois! Nas minhas contas a Jaya tinha 24 anos e o Randhir, 25. A história os mostra contra casamentos arranjados e a favor do amor, fugindo de casa, andando com gente da sua idade, indo à boates e conversando alto na cantina. Foi muito interessante um dos personagens mais velhos, acho que o diretor da faculdade, falando sobre como os pais não prestam atenção aos filhos (ou algo do tipo). Foram umas falas bem breves a favor da juventude, pena eu não ter mais o filme aqui. Se formos pensar que até hoje estão discutindo isto nos filmes indianos, parece que ninguém está ouvindo a lição.

Não entendi a Neeta. Menor de idade, mas na sala do Vijay (qual é a maioridade indiana?). Escrevendo cartinhas de amor e dirigindo, mas carregando uma boneca feia para todo lado. A verdade é que apesar de eu adorar a Jaya e ter gostado muito de vê-la, sua personagem não era muito interessante. Tudo o que fazia era olhar timidamente para baixo e dizer "Vijaaaaay, não vivo sem você", coisa que as heroínas estão sempre fazendo. Entretando, Neeta levantou uma questão muito importante que às vezes me assalta quando estou vendo filmes indianos: esses jovens que fogem para viver seu amor pensam que a vida é fácil? Assim que chegaram ao seu destino, ela enumerou as dificuldades: não sabia cozinhar, não tinham dinheiro nenhum, ele não tinha emprego e o emprego que arranjasse não permitiria que abrisse seu próprio negócio, como Vijay sugeriu. Estava bem interessante até ela sugerir trabalhar para ajudar e ele dizer que não, pois "Você cuidará da minha casa" e ela ter achado ótimo. Bem, mas o que esperar de uma pessoa que sai correndo para chorar no quarto quando a coisa fica séria e  leva uma boneca para a balada? Por falar na balada, havia vários caras puxando o braço da Neeta e há muitos pontinhos de machismo durante o filme, mas é o "de sempre" e estou sem paciência para relembrá-los.

No começo eu não estava aceitando bem o casal porque o Randhir é o único Kapoor do qual não gosto e sinto grande dificuldade em vê-lo como herói romântico (e mais dificuldade ainda em torcer por ele). Tenho um bloquinho do Harry Potter em que anoto algumas coisas durante os filmes, anotações poucas vezes aproveitáveis. A intenção era auxiliar minha memória para quando fosse escrever posts, mas acabou virando um bando de frases minhas zoando durante os filmes. Lendo o que escrevi sobre o Randhir durante o filme, fica claro qual é o meu problema com ele:



- Outra vez, acho o Randhir muito velho para o papel.

- Randhs chama de "tio" um cara que deve ter a idade dele.

- Se olhar bem no rosto, o Randhir não é tão velho.

Ser tão parecido com o pai (Raj Kapoor) só que não tão bonito sempre me faz pensar que o Randhir é muito mais velho do que aparenta. Tanto que achei que ele tivesse uns 35. Mas não é só uma questão física, antes fosse. Ele está sempre com a mesma expressão em todas as cenas! Como este foi um de seus primeiros filmes, talvez eu esteja sendo dura demais.

Os clipes tem bastante energia. Um dos que mais me chamaram a atenção foi  Nahin, Nahin, Abhi Nahin. É uma espécie de clipe sobre iniciação sexual sem que ela realmente aconteça...e a Neeta ficou assustada no fim. Adorei o sári azul da Jaya. Boa também é Agar Saaz Cheda To , me deixou contente porque faz parte do contexto de um desafio musical entre os meninos e as meninas. Gosto de adultos brincando! Também há a clássica Yeh Jawani Hai Diwani , onde vamos Randhir stalkeando bonito com sua motocicleta. Agora que estou vendo o vídeo, lembrei que fiquei dançando! A trilha é de autoria de R.D. Burman e todas as músicas são cantadas pela Asha e pelo Kishore.

Jawani Diwani funciona como entretenimento, mas as mensagens não foram muito bem passadas e os personagens são fracos (tem gente que repentinamente ganha instintos assassinos). As pessoas não devem ser julgadas por sua classe social e casamentos não devem ser forçados a jovens, mas não acredito que a melhor saída seja sair culpando os adultos e fugir de casa sem dinheiro. Tsc, nem sei por que me reclamo. Pelo menos não havia ninguém dizendo que queria viver aos pés do marido.
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"DEEWANEANDO"?

Devanear = divagar, imaginar, fantasiar. Deewani = louca, maluca. Deewaneando = pensar aleatória e loucamente sobre cinema indiano.

Meu nome é Carol e sou a maior bollynerd que você vai conhecer! O Deewaneando existe desde 2010 e guarda todo o meu amor pelo cinema indiano, especialmente Bollywood - o cinema hindi. Dos filmes antigos aos mais recentes, aqui e no Bollywoodcast, seguirei devaneando sobre Bollywood.

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