Deveria ter corrido para as colinas: Run (2004)

Estava com vontade de falar sobre um filme aleatório e menos especial do que os últimos sobre os quais escrevi. Deewaar, Arth, Junglee...este último trio é composto de filmes sensacionais, mas também muito difíceis de comentar. Hoje eu queria um pouco mais de facilidade: apenas sentar, digitar e não me preocupar muito. Para tanto, é muito bom um dos antigos filmes do Abhishek Bachchan!

Dirigido por Jeeva, este é o único filme Hindi do diretor. Conta a história de Siddhart, um estudante que passa a morar na casa da sua irmã Shivani (Ayesha Jhulka) e seu cunhado Rajeev (Mukesh Rishi) quando passa a estudar em uma universidade de Délhi. Ele se apaixona à primeira vista (zzzZZzzz) por Jhanvi (Bhumika Chawla) , mas tem que lidar com a violenta oposição de seu irmão, Ganpat (Mahesh Manjrekar).

É uma confusão. Sidhu nunca falou com a moça e logo se apaixonou por ela, provavelmente por tê-la achado muito bonita. Mas ele entra num clima stalker à la Dil Se, não aceitando que talvez ela não esteja interessada. Até aí é manejável. Isto é Bollywood, não há lugar melhor para se contar uma história em que a mocinha fica distante e suspirosa enquanto o herói sonha com ela à distância. É então que vem o:

Problema 1
Abhishek + Bhumika = tédio


Sei que a foto é adorável, mas a coisa NÃO é assim.

Jhanvi não diz nada e não consegue ser nenhuma Poonam para me cativar mesmo no silêncio. E neste filme, o Abhishek Bachchan é um dos piores heróis românticos que já vi. Ele não é um daqueles atores que conseguem sustentar sozinhos uma cena romântica idealizada - como aquelas de lembrar da amada sorrindo mesmo que ela não tenha dito nada. A junção destes dois seres apáticos me deixou em profundo estado de coma tédio. Uma boa parte do filme se passa neste amor tão estimulante quanto o BBB12 e pensei que não poderia ficar pior. Foi então que veio o:

Problema 2
As pessoas viraram do avesso...do nada!


Esta é a cara de mau dele para lutar. Aulas de dishoom, precisamos.

Sidhu era um bom menino sem nada muito especial. Repentinamente vira um herói masala que consegue bater em dez homens sozinho, fazendo-os correr de medo em seguida. A situação foi tão inesperada que comecei a rir. Não há absolutamente nada no roteiro que nos leve a imaginar que havia toda aquela força escondida nele, o rapaz até havia apanhado no dia anterior. Além disto, o Abhishek não convence na ação. Acredito que dois fatores poderiam ajudar a aliviar isto: um roteiro melhor que o desse filme e frases de efeito. Nada disto estava a favor do Abhi. Pensei até que o fato de ele ser magrinho interferisse, mas o Amitabh também era magro e arrasava nas lutas. Certo, vou parar com este momento tiazinha chata de ficar comparando pai e filho.

Entretanto, esta nem foi a pior mudança. Sabem quando Jhanvi passou a gostar de Sidhu? Quando ele foi à sua casa e ameaçou sua sobrinha com uma faca para que o irmão dela não fizesse mal à sua família. Para mim, isto não prova coragem alguma. Os meus heróis indianos jamais colocariam em risco a vida de pessoas inocentes, especialmente criancinhas! Voltando à chata da Jhanvi, como uma pessoa que não dá a mínima para a outra muda de ideia quando a última diz que vai matar sua amada família? Pode até existir gente assim, mas precisa mesmo ser a heroína do meu filme?

"Ameaça à crianças é afrodisíaco", declara Jhanvi ao Deewaneando.

Problema 3
Comédia horrível

<Insira aqui uma piada>

Ganesh (Vijay Raaz), amigo de Sidhu, é o responsável pela comédia da história. Antes não fosse e cortassem meia hora de filme. O rapaz foi atrás do amigo e se perdeu na cidade grande, passando por situações hilárias como ter um órgão roubado, ser jogado em um filme pornô e tomar banho num rio poluído. O rapaz grita a cada frase. Pelo amor de Johnny Walker, não preciso disso.

Não posso culpar apenas o rapaz pelo fracasso da comédia. O cunhado de Sidhu também deveria fazer umas gracinhas com a sua seriedade, mas a única coisa minimamente engraçada era minha cisma de que ele parecia uma versão do Akshay Kumar menos trabalhada na academia.



Problema 4
Pior. Trilha. Da. História.

Claro que estou exagerando, mas foi esta minha sensação a cada vez que vinha um clipe ruim depois de uma cena péssima, o que pode resumir o filme. Tenho forte vergonha de clipes praianos (isto existe?) de Bolly no início dos anos 2000, coisa que há neste filme. O único clipe que valeu a pena foi o de Sarki Chunariya Re Zara Zara, que, por sinal, foi o que me levou a saber do filme. A troca de roupas e dinâmica do vídeo é mais interessante que a coreografia, mas vale a pena olhar.


Comigo, vídeos são a última esperança de salvação caso não esteja gostando do filme. Há filmes quase insuportáveis dos quais tenho boas lembranças graças aos clipes, Tees Maar Khan é o melhor exemplo. Ainda paciente, vi só a metade do filme em um dia e deixei o resto para o outro, pois poderia ser que meu humor estivesse ruim. Não adiantou. Um dia depois, vinte minutos de filme e eu estava entediada como no dia anterior. Run é tão desanimador que conseguiu dois feitos incríveis: tirar a graça que eu tinha em ler "Bhumika Chawla" (soa bem) e me fazer não querer ver o original tâmil, com o Madhavan (!). Talvez o tempo faça o filme parecer melhor, mas por enquanto acho difícil. Meu arrependimento foi não ter corrido para as colinas enquanto podia.

3 comments

  1. Waa amei o post e me fez querer ver o porre que esse filme é... Entretanto sempre vejo você afirmar que Tees Maar Khan é insuportavelmente chato, mas apesar de ainda não ter assistido o filme, o acho, pelo menos de aparênica, um filme bem legal e divertido de se ver. E de todo o post o que mais me marcou foi: "Ameaça à crianças é afrodisíaco", declara Jhanvi ao Deewaneando. kkkkkkkk Juro que não paro de rir a cada vez que leio essa simples frase kkk xD

    Bjos, minha Deus *--*

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  2. Sarê, foi como falei hoje pra você: mesmo que o filme seja uma droga, gosto quando desperto a curiosidade da pessoa. Quanto a TMK, ele é colorido e bonito de se olhar, mas tem uma hora em que quero metralhar o elenco todo...fica insuportável mesmo. Se suportei duas vezes, foi pelos clipes.

    Beijo, aluna bonita! :*

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  3. Abhishek consegue ser cômico até quando é pra ser sério, né? Uma piada, o jovem.

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