Konchem Ishtam Konchem Kashtam (2009)


Hoje é dia de Tolly no Deewaneando!

Destino: Andhra Pradesh!
Siddhu (Siddhart) é filho de pais separados. Ele e Geeta (Tamannaah) se apaixonam, mas o pai dela, Subramaniam (Nassar), não aprova seu casamento por acreditar que os pais de Siddhu não lhe ensinaram sobre a importância dos valores familiares. Siddhu e Geeta assumem para si a tarefa de unir os pais dele, tendo de passar por cima do orgulho de Prakash (Prakash Raj), o pai, e da raiva de Rajji (Ramya Krishnan), a mãe. Acreditem ou não: o nome de quem dirigiu é Kishore Kumar.

O filme tem dois romances: o interrompido e o recém-iniciado. O último começa a existir a partir do momento em que Geeta, que é uma séria e doce moça de aldeia (clássica!), percebe que Siddhu esconde muitas coisas boas por trás da aparência de moleque travesso. Por influência dele, ela passou a se divertir mais e aproveitar o dia. Já ele começou a enxergar responsabilidades a partir do contato com ela, além de alguma coisa que não peguei muito bem sobre abraçar a própria tristeza. Entendi que por ter se acostumado a sorrir para tudo e não pensar a fundo sobre nada, ele havia desaprendido a dar espaço para o sofrimento que também faz parte de nós – o que voltou a acontecer após conhecer Geeta. O casal interagiu bem, os atores pareciam confortáveis um com o outro.


Os pais de Siddhu são complexos e tomaram algumas das piores decisões possíveis em relação ao filho. Quando se separaram, a mãe levou o menino e o pai ficou vendo-o mais ou menos às escondidas durantes vários anos. Falar o nome do pai traz óbvio desconforto à mãe, e vice-versa. Um acha que o outro está tentando roubar seu filho e fazem o rapaz se sentir em constante divisão de afeto. Este povo precisa de um treinamento em habilidades parentais para ontem! Ao mesmo tempo em que não concordei com o preconceito do pai da Geeta relação a um filho de pais divorciados, ele teve razão em relação ao Siddhu: com pais como aqueles, realmente não havia como entender qualquer coisa sobre valores familiares. Os dois não fizeram o menor esforço para tornar o processo de separação o menos traumático quanto fosse possível para a criança.

Siddhu me trouxe uma sensação de déjà vu em relação aos outros (poucos) personagens que vi do Siddharth no cinema telugu, especialmente o meu amado Santosh de Nuvvostanante Nenoddantana (meu filme telugu favorito). Os dois são namoradores, bagunceiros e irritam as sérias mocinhas com suas brincadeiras fora de hora, mas acabam demonstrando alguma parte mais sensível que as encanta. Como já tinha recebido disto antes, acabei não sendo muito afetada desta vez. Até sua atuação parecia ter menos energia, provavelmente por estar mais velho (e ainda fazendo romances, shahrukhinho do sul!). Não entendi bem seu círculo de amizade, que incluía um homem de uns 35 anos que não fazia nada além de segui-lo e levar tapas na cara. O núcleo cômico do filme é bem ruim.


Reação de Siddharth ao ver seu penteado.

Esta moça é incrivelmente bonita.

Geeta tinha traços que achei um pouco difíceis de entender e uma atitude de solidariedade feminina que às vezes me fazia bocejar. Minha dificuldade foi em entender como ela passou de menina séria à moça livre, e desta para namorada com humor altamente inconstante. Não é uma personagem insuportável, é até meiga e gostei de vê-la em cena. Só fiquei com a impressão de que repentinamente colocaram o mega clichê “mulheres são difíceis” para a história ficar mais engraçadinha, e não acho isto muito legal. Homens são difíceis, mulheres são difíceis, relacionamentos são difíceis, a vida é difícil.

Este tipo de coisa só reforça estereótipos bobos, mas...ei, isto é um romance. Era de se esperar alguns clichês. Lembrei da Kajol no DDLJ, que era um doce de pessoa até encontrar um rapaz e ficar enjoadinha. Me desanima ver que o herói costuma ter uma evolução legal ao se apaixonar, ao passo que a heroína costuma ficar chata.

Hein?

Gente...!?!?!?!

Falando de heroínas e mulheres em geral, o filme tem duas mães em pólos opostos: uma ficou independente do marido, foi trabalhar e provou sua independência; a outra tinha tanta presença que só notei que a Geeta também tinha mãe após mais de uma hora de filme! O pai de Geeta é o senhor das decisões. Não vi nenhuma mulher falando, a menina só falou sobre a forte ligação que tinha com o pai...pensei que a mãe não fosse viva.

Fora a questão das inabilidades parentais, o casal mais velho roubou o filme. Ver os dois negando a óbvia saudade que sentiam um do outro, agindo como crianças e não percebendo que estavam sendo manipulados pelos jovens do filme foi adorável. Isto se deve muito ao imenso talento do Sr. Prakash Raj, que a partir de agora é um queridinho deste blog. Ele tem gestos muito expansivos, mas consegue modulá-los facilmente para as cenas mais ternas, como as com o filho. A Ramya Krishnan não me causou nenhuma impressão mais profunda, senti até mesmo que poderia ter demonstrado mais emoção em algumas cenas. De qualquer maneira, foi surpreendente assistir à uma história em que um casal mais velho tivesse a mesma importância que um casal jovem, sem aquele clima caricato que às vezes se dá. O diálogo final deles é minha cena favorita no filme, além de uma das mais doces e belas que já vi do Prakash. Nossa, ele é tão bom!


As músicas do filme são meigas. Minhas favoritas foram duas ao ar livre: a simpática, repleta de efeitos de câmera lenta e com o pombo mais falso do mundo Egire Egire; e outra que não acho de jeito nenhum no Youtube. É a primeira, que introduz os personagens. A trilha é do trio SEL.

Tujhe dekha to telugu!

KIKK é bem gostosinho de se assistir, especialmente se deixarmos de lado o senhor que faz hilárias piadas sobre críquete e nos focarmos nas fofas histórias de amor (a quem quero enganar? Olhem para o Prakash Raj!) e no belo modo como o cinema telugu consegue mostrar a natureza. É um modo bem legal de passear por Tollywood.

5 comments

  1. Anônimo30/4/12

    Que lindo, Carol!

    São quase 3 horas de filme e a gene nem percebe. É gostoso de assistir como você disse. E o Prakash Raj é sensacional!! Até o momento Tolly só me deu alegrias!
    Adorei o seu artigo!
    bjos

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  2. Gente achei tão fofo esta filme!

    Adorei o Siddu,filme muito gostoso de ver. Jo realmente vc nem percebe as 3 horas de filme.

    Adorei os pais do Siddu, muito fofos.

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  3. Eu amei esse filme... estou adorando ver que os regionais estão tomando espaço nos blogs...e nos corações...me lembrei agora da Jo me chamando para participar desse projeto...incentivar e abrir essa porta para os regionais e que surpresa boa eles estão sendo...humm...orgulho. Beijos Carol, parabéns pelo post.

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  4. Anônimo30/4/12

    “além de alguma coisa que não peguei muito bem sobre abraçar a própria tristeza”.

    Eu entendi diferente... Tipo fingir que ela não existisse, sabe? Sufocar os problemas pra ver se eles somem. Uma espécie de disfarce psicológico para não pensar na tristeza. Depois que encontra a Geeta e rola toda a história Siddhu não suporta mais manter o equilíbrio falso que criou.


    A Geeta tinha mãe?? Não vi mesmo... Coisa séria!!


    Estou curtindo muito as atuações do Prakash Raj... Ótimo ator!!

    Raquel

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  5. Jo, você já saiu do momento Tolly e está numa vida Tolly há algum tempo! :D

    Lalita, tão fofo quanto tudo o que o Siddhu faz. Opa, menos Rang de Basanti, né? heheh

    Alice, e quem imaginava que aquela simples iniciativa da Jo daria em todo o nosso grupo fascinado com tanta coisa nova? Fico encantada vendo a gente engatinhar nesse mundo novo, com nomes antes desconhecidos começando a fazer parte do nosso vocabulário. Quem diria que Siddhu, Trisha e Prakash Raj virariam tão assunto de conversa quanto SRK, Aish e Amitabh? hahahah

    Raquel, sua interpretação é muito boa! Eu entendi como se ele estivesse dessensibilizado, já no que você falou parece haver mais um esforço consciente para não pensar nos problemas, é isso? Eu entendi como se ele nem mais soubesse definir o que eram problemas ou tristeza.

    Tinha uma mulher lá na casa dela que depois entendi ser a mãe nem sei como, já que agora nem lembro direito do filme. Era bem ninguém na história! Será que entendi errado? A tia eu sei que não era.

    Obrigada pelos comentários, meninas!

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