Deewaneando
  • INÍCIO
  • SOBRE O BLOG
  • BOLLYWOODCAST
  • ACONTECEU EM BOLLY
  • ESPECIAIS
    • Semana Nutan
    • Família Kapoor
    • Diretores
  • RESENHAS
    • Índice por letra
    • Por décadas
      • Anos 40
      • Anos 50
      • Anos 60
      • Anos 70
      • Anos 80
      • Anos 90
      • Anos 2000-2009
      • Anos 2010-2019
      • Anos 2020-2029



Há muito o que colocar em dia! Hoje temos acusações de assédio, bebês, casamento, doença, reencontros e plágio. Descubra tudo o que aconteceu em Bolly - e não foi pouco.

Na torcida!

Irrfan Khan havia declarado que tem uma doença grave e pediu privacidade para a família neste momento de dificuldade. O diagnóstico já foi feito e o ator contou que tem tumor neuroendócrino, uma forma rara de câncer que pode atingir várias partes do corpo. Irrfan está fora do país para o tratamento e toda a indústria de Bollywood tem enviado desejos de melhora ao ator.


Fonte: Times of India.

Novidades

Priyanka Chopra e Salman Khan voltarão a fazer um filme juntos. O filme será dirigido por Ali Abbas Zafar, de Tinger Zinda Hai. O filme se chamará Bharat e será puro entretenimento, de acordo com Priyanka.

Fonte: DNA India.

Papais

Como vocês viram no Facebook e Instagram do blog, Shahid Kapoor e Mira têm um novo bebê a caminho. A família decidiu contar a notícia da forma mais fofa possível, postando nas contas de ambos no Instagram a foto da filha Misha com os dizeres "Big Sister". Sobre a foto e este momento de sua vida, Shahid declarou:

"Estou muito feliz. Nós queríamos compartilhar com todos. Mira disse que queria pôr no Instagram e eu achei a foto muito fofa. Então foi uma decisão espontânea que apenas aconteceu."




Fonte: Hindustan Times.
  
#MeToo



O cantor e ator paquistanês Ali Zafar, de filmes como Tere Bin Laden e Mere Brother Ki Dulhan, está recebendo graves acusações de assédio sexual. Tudo começou quando a cantora paquistanesa Meesha Shafi fez a primeira acusação, que imediatamente foi seguida por outras. Após ver o primeiro relato, a maquiadora Leena Ghani tweetou:

"Vendo a sua coragem, agora fica impossível para mim não falar, não apenas em apoio a ela, mas também para dizer que ela não está sozinha. Nos muitos anos em que conheço Ali Zafar, ele passou dos limites do que seria o comportamento apropriado entre amigos em muitas ocasiões.

Toques inapropriados, apalpadas e comentários sexuais não devem cair na área nebulosa entre humor e indecência. Comentários que lhe deixam arrepiada e a fazem sentir-se objetificada não devem ser reduzidos a uma piada. Tais comportamentos podem fazem com que mulheres se sintam constrangidas, pequenas e reduzidas ao nível de entretenimento nas mãos de um homem."

A jornalista paquistanesa Maham Javaid comentou que há anos o cantor tentou beijar sua prima à força e fazê-la entrar em um banheiro com ele, sendo impedido pelos amigos da jovem.

Ali Zafar negou todas as acusações e pretende adotar medidas legais contra Meesha Shafi. Recentemente algumas mulheres que trabalharam com ele compartilharam textos negando que ele tenha cometido qualquer ato de assédio sexual.

Eu já cansei de me decepcionar, honestamente.


Fontes: Times of India, Hindustan Times, Hindustan Times

Bonde do plágio




Os problemas com plágio não são novos em Bollywood e temos um novo episódio. Shoojit Sircar foi acusado de ter roubado a história de October, seu recente sucesso estrelado por Varun Dhawan e Banita Sandhu. A diretora Sarika Mahesh Mene afirma que o filme foi copiado de seu trabalho, o filme marathi Aarti - The Unknown Love Story (2017), cuja adaptação hindi estava sendo desenvolvida. A cineasta Hemal Trivedi postou no Facebook:

"Shoojit Sircar roubou o aclamado filme marathi de Sarika Mene, Aarti - The Unknown Love Story, para fazer October. Sircar não apenas roubou o tema e o roteiro, mas também copiou descaradamente os momentos do filme original. Os realizadores de October nunca adquiriram os direitos do filme marathi e nunca contactaram Sarika."

Sarika declarou:

"Aarti é baseado num incidente real que ocorreu com o meu irmão, Sunny Pawar, e sua namorada Arti Makwana. October é similar demais à história deles e ao meu filme. Não estou dizendo tudo isso sem assistir a October. Obviamente eles adicionaram algumas mudanças estéticas, mas como os eventos e a abordagem são tão similares? Eles começam mostrando um hotel onde os personagens são estagiários; meu filme começa com uma redação de jornal onde Sunny e Aarti são estagiários."

Ocultei outras similaridades expostas pela diretora porque elas revelam o enredo completo do filme, mas elas incluem até diálogos iguais. Uma queixa legal foi registrada.

 Fonte: Hindustan Times.

Girl power

Foi lançado o trailer de Veere Di Wedding, filme estrelado por Kareena Kapoor, Sonam Kapoor, Swara Bhaskar e Shikha Talsania. O filme falará sobre a jornada de autodescoberta de quatro amigas durante os preparativos para o casamento da personagem de Kareena. Nesta semana também foi lançado mais um pôster do filme, desta vez representando uma festa do pijama.



Kareena Kapoor contou sobre como foi ter engravidado após a decisão de fazer o filme.

"Fiquei grávida após assinar o filme, então contei para Rhea e disse que eles precisavam chamar outra pessoa. Como produtora, ela ficou ao meu lado. Ela decidiu mudar a personagem para que ficasse grávida. Mas eu disse a eles que não poderia fazer isso. De toda forma, a Rhea estava convicta de sua decisão e disse: 'Vamos esperar'. "


Taimur Ali Khan Pataudi

Bebo também falou sobre seus próximos projetos e o apoio do marido para que mantivesse sua carreira após o nascimento de Taimur.

"Neste momento, quero que este filme seja lançado. Eu queria ser parte dele e estou feliz. Não pensei no que farei em seguida. Vejamos. Taimur só tem 16 meses, então quero passar mais tempo com ele. Depois do lançamento deste filme, tirarei três meses para decidir meu próximo projeto. Mas prometo fazer ao menos um ou dois filmes por ano.

Tenho muita sorte de ter um marido tão compreensivo. Ele me disse para ir à academia e voltar para o estúdio, levando meu filho comigo para servir de exemplo. Sim, nós (mulheres) podemos fazer as duas coisas."

Adorei o trailer e estou bastante animada para o filme! Assista aqui.

Fonte: Miss Malini.

Casamento

E por falar em Sonam Kapoor, os rumores sobre seu casamento com o empresário Anand Ahuja só se intensificam. Diferentemente de outros rumores sobre casamentos que ouvimos, estes envolvem data, convidados e até mesmo a programação. Por enquanto as datas especuladas são 7 ou 8 de maio. Na sexta foram vistos chegando à casa de Sonam o diretor Karan Johar, a diretora e coreógrafa Farah Khan e outros possíveis convidados. Farah estaria coreografando a canção que Sonam dançará durante o sangeet, um dos eventos pré-casamento que envolve dança e diversão. A casa também está sendo decorada.

Eu realmente gosto desse cara


Fonte: Hindustan Times.

Incêndio



Um incêndio destruiu os sets de Kesari, próximo filme de Akshay Kumar. O filme é histórico e tem cenas de batalhas com muitas explosões, tendo sido uma delas a responsável pelo incêndio. Felizmente, ninguém se feriu. Akshay Kumar e Parineeti Chopra não estavam gravando no momento.

Fonte: Miss Malini. 

A bela arte de ficar calada

A coreógrafa Saroj Khan se envolveu em uma polêmica ao dar sua opinião sobre a presença de testes do sofá em Bollywood. Em entrevista à uma rede de TV, ela declarou:

"Isso acontece desde o início dos tempos. Não começou agora. Alguém sempre tenta tirar vantagem de alguma garota. As pessoas do governo também o fazem. Então por que vocês estão focando na indústria de cinema? Isso pelo menos dá sustento. Não é apenas estuprar e largar. Depende da garota e do que ela quer fazer. Se você não quiser cair nas mãos erradas, você não cairá. Se você tem arte (talento), então por que se venderia? Não usem o nome da indústria da cinema, ela é tudo para nós."

Com a repercussão negativa, Saroj fez um pedido de desculpas publicamente por suas declarações.

Fonte: DNA India.

Mais bebê!

Lembram quando anunciei sobre o casamento arranjado de Neil Nitin Mukesh com Rukmini Sahay? Pois bem, o casal já está esperando seu primeiro filho! Será um ano de bebês fofos em Bollywood.

Depois de Shahid e Mira e agora com esses dois, estou repensando meus conceitos sobre casamento arranjado...



Fonte: Miss Malini.

Sanju

Foram lançados nesta semana o primeiro pôster e o teaser de Sanju, filme de Rajkumar Hirani (3 Idiots, P.K.) no qual Ranbir Kapoor vive Sanjay Dutt. O filme mostrará Ranbir em várias fases da vida do ator, como seu abuso de álcool e drogas e a prisão por ligação com os grupos terroristas que perpetraram os ataques terroristas de Mumbai nos anos 90. Público e indústria ficaram impressionados com a semelhança de Ranbir com Sanjay. O filme estreará em 29 de junho. Você pode assistir ao teaser aqui.


Ranbir declarou:

"O roteiro todo me deixou chocado. Eu conheci um Sanjay Dutt diferente. Eu o conheci como um amigo da família. Ele sempre me tratou como um irmão mais novo e sempre fui fã dele. Mas quando li sobre sua vida, foi chocante para mim. Toda a fase das drogas, a morte da mãe dois ou três dias antes da estreia do filme, a controvérsia com o terrorismo, armas, o relacionamento com o pai, melhor amigo, as mulheres em sua vida...tudo isso foi chocante pra mim. Eu pensei 'como um homem pode viver tantas vidas em apenas uma vida?'. Foi um roteiro enviado pelos céus."

O diretor Rajkumar Hirani falou sobre a experiência de dirigir uma biografia pela primeira vez:

"Nesta jornada, descobri que uma biografia é um monstro completamente diferente porque você não tem total controle sobre ela. Quando você está escrevendo um roteiro novo, de ficção, o personagem é seu. Com a biografia, você tem que se manter verdadeiro ao que aconteceu na vida da pessoa. Ele (Dutt) nos contou histórias. Descobrimos uma criação diferente. O bom é que Sanju nos deu detalhes. Se tivéssemos que escrever usando a imaginação, não conseguiríamos. Como cineasta, todos têm seus gostos e eu sou mais interessado em histórias humanas. Eu vi aqui a história de pai e filho, de um amigo..."

O cineasta explicou a escolha de Ranbir para o papel:

"A primeira razão para escolhê-lo é por ser um ator fantástico. E a segunda razão é por ele estar na idade perfeita. Eu precisava de um ator que pudesse parecer ter 21 anos porque é quando o filme começa. Foi nessa idade que Sanju estava gravando Rocky e sua fase com as drogas teve início. E  temos Sanju quando saiu da prisão (por volta de 56 anos). Então precisávamos de alguém que se encaixasse nessa transformação."

O filme conta com várias atrizes representando as muitas mulheres que passaram pela vida de Sanjay, como Sonam Kapoor (Tina Munim), Anushka Sharma (advogada), Karishma Tanna (Madhuri Dixit) e Dia Mirza (Manyata Dutt). Os pais de Sanjay, os atores Nargis e Sunil Dutt, são interpretados por Manisha Koirala e Paresh Rawal. Alia Bhatt fará uma participação como sua irmã, Pooja Bhatt.

Fontes: DNA India, DNA India.

Reencontro

Após a colaboração em Guzaarish, Sanjay Leela Bhansali pode escalar Hrithik Roshan para seu próximo drama histórico. Hrithik interpretaria Shiva na adaptação do livro The Immortals of Meluha, de Amish Tripathi. Seria o primeiro filme de Bhansali sem Ranveer Singh como protagonista após a trilogia Ram-Leela, Bajirao Mastani  e Padmaavat.

Fonte: Miss Malini.

Diversão!

Aamir Khan falou sobre seu próximo filme, Thugs of Hindostan. Suas palavras prometem muito entretenimento:

"Thugs of Hindostan é um grande filme de ação e aventura. Não há nenhuma mensagem nele. Faço um personagem em quem ninguém pode confiar - então é o completo oposto de Dangal. Ele é muito enganador. Não tem escrúpulos nenhum - por dinheiro, venderia até a mãe."

Ele também disse que a personagem central é a de Fatima Sana Shaikh, que interpretou sua filha em Dangal. O gênero do filme segue os passos de Indiana Jones e Piratas do Caribe. Thugs of Hindostan estreará em novembro e trará também Katrina Kaif e Amitabh Bachchan.



Fonte: Miss Malini.


Muitas estrelas

Há 15 anos, Karan Johar e o falecido Yash Johar começaram a desenvolver o projeto do drama épico Kalank, que se passaria nos anos 40. Hoje o filme finalmente foi levado adiante e contará com um elenco de peso: Alia Bhatt, Varun Dhawan, Madhuri Dixit, Sonakshi Sinha, Aditya Roy Kapoor e Sanjay Dutt. Karan declarou:

"Kalank tem sido uma jornada emocional para mim! A semente de uma ideia que eu tive há quase quinze anos...um filme que estava em estágio de pré-produção guiado pelo meu pai. Agora tenho orgulho de passá-lo para as mãos extremamente capazes e visionárias do nosso diretor Abhishek Varman! Uma história lindamente estruturada por Shibani Bathija com uma narrativa extremamente fluida e roteiro de Abhishek."

O filme estreará em abril de 2019 e provavelmente será uma das estreias mais aguardadas do ano que vem.

Fonte: Miss Malini.


Go girl!

Sara Ali Khan pode não estar feliz com as dificuldades na produção de Kedarnath, mas a jovem tem ótimos projetos no horizonte. A filha de Saif atuará ao lado de Ranveer Singh em Simmba, dirigido por Rohit Shetty e com previsão de lançamento ainda para dezembro deste ano. O filme será a primeira colaboração entre Shetty e a produtora de Karan Johar. Terá Ranveer seu próprio Chennai Express em mãos?



Fonte: Miss Malini.

Hoje vamos iniciar uma nova seção na coluna, a Era uma vez em Bolly! Conheçam algumas das fofocas antigas da indústria.

Era uma vez em Bolly...

Em 1984, a polêmica sobre o romance entre Rekha e Amitabh Bachchan ganhou um novo capítulo após a atriz declarar o seguinte em entrevista à Filmfare:

"Ninguém liga para o que eu tenho a dizer. Eu basicamente sou a outra, não? Os pais também estão envergonhados. Que pais não estariam envergonhados quando seu filho tem um caso?"

Ela também falou sobre Jaya, esposa de Amitabh:

"É uma boa qualidade, você conseguir matar seu desejo e ficar com alguém mesmo sabendo que essa pessoa ama outra, continuar debaixo do mesmo teto. Isto mostra força. É algo que eu não tenho. Eu não vou me submeter. Nenhuma relação é real se você se subjuga. Dar e receber, tudo bem. Mas é melhor terminar a relação se você se subjugar.

Hoje, não consigo imaginar me comprometer com outra pessoa. Sinto-me ligada à esta relação. Afinal, apesar de tudo, está acontecendo há dez anos. É incrível que nunca tenha estagnado. Pode não durar mais dez anos, quem sabe? Tudo o que aconteceu na minha vida, o crescimento, a força, tudo veio dele. Mas, casamento? Para que pensar no impossível e ser infeliz?"



Rekha também falou sobre Amitabh negar o relacionamento.

"Por que ele não faria isso? Ele fez isso para proteger sua imagem, sua família, seus filhos. Acho lindo. Não me importo com o que o público ache disso. Por que o público deveria saber do meu amor por ele ou do amor dele por mim?

Eu o amo, ele me ama - é isto! Não ligo para o que ninguém pensa. Se ele reagisse assim comigo no privado, eu ficaria muito decepcionada. Mas ele já fez isso? Eu pergunto a você. Então por que devo me importar com o que ele disse em público?

Talvez eu mereça pena. Não que ele tenha dez casos! O Sr. Bachchan ainda funciona à moda antiga. Ele não quer magoar ninguém, então por que magoar a esposa?

A minha reação não é típica, eu sei disso. Mas estou completamente realizada. Somos seres humanos que amam e aceitam um ao outro pelo que são. Há mais felicidade que tristeza em nossas vidas. Nada mais importa. Enquanto eu estiver com a pessoa, eu não me importo. Eu não consigo me identificar com mais ninguém. Não publique isto, pois ele negará e eu afirmarei. Então haverá uma declaração da equipe dele dizendo 'Não, não, ela é louca como Parveen Babi.'.



A família Bachchan sempre se manteve em silêncio sobre a questão. Em 2004, Rekha declarou que foi apaixonada por Amitabh, mas que não houve nenhuma relação. Nossa única certeza é que Silsila é um clássico por representar no cinema aquilo que se especulava na vida real e que esta com certeza é uma das histórias mais lendárias de Bollywood.

Fontes: Pinkvilla, India Today

Gostaram da nova seção? Contem nos comentários. Até a próxima!


Apenas hoje tive a sorte de encontrar um texto escrito por Sonam Kapoor para o Buzzfeed India em 2017. Sonam é conhecida como a mulher mais bem vestida e estilosa de Bollywood há onze anos, desde sua estreia na indústria. Sua imagem sempre esteve associada ao glamour das grandes marcas, mas a atriz tem mudado bastante com a maturidade e falado cada vez mais sobre assuntos espinhosos como feminismo, desigualdade salarial em Bollywood e a indústria da beleza. É uma das poucas atrizes que abertamente se declara como feminista. Neste artigo, Sonam contou sobre sua dificuldade com autoimagem durante toda a vida e do que há por trás da perfeição das divas de Bollywood. Fiz uma tradução livre e uni algumas partes porque os parágrafos eram curtos. Espero que o artigo toque vocês tanto quanto a mim. Leia o original aqui.


Eu não acordei assim

Por Sonam Kapoor

Como toda garota, passei muitas noites durante a adolescência olhando para o espelho do meu quarto, me perguntando por que meu corpo não parecia nada com o que ele deveria ser. Por que a minha barriga dobra? Por que meus braços sacodem? Por que não tenho pele clara? Por que tenho olheiras? Por que sou mais alta que os garotos da minha idade? Estrias somem? Essa celulite continuará aqui para sempre?

"Tão alta, tão escura", um parente casualmente deixou escapar em uma reunião familiar. "Quem vai casar com ela?". Isso confirmou que as minhas maiores inseguranças tinham fundamento. Quando tinha 13 anos, minha família viajou para Goa. Aishwarya Rai estava lá de férias com uma amiga e passamos uma noite com ela. Ainda me lembro que de jeans e regata branca, ela parecia ser de realeza. Fiquei perplexa.

Eu não sabia de muita coisa aos 15. Mas sabia que nunca iria parecer com uma atriz de Bollywood. Dois anos e algumas surpreendentes decisões de vida depois, Sanjay Leela Bhansali me escalou para Saawariya. Apesar de estar prestes a me tornar uma estrela do cinema, eu não acreditava que tivesse a aparência certa. Eu ficava constantemente preocupada que se me pedissem para dançar com uma blusa de frente única, as gorduras das minhas costas mostrariam à indústria que eu era uma impostora. Ninguém faz fila para comprar ingressos e ver celulites.

Então embarquei em uma série de comportamentos não saudáveis. Fiz dieta seriamente, algumas vezes a de South Bech, em outras a Atkins. Uma vez, por desespero, fiz uma dieta que me fazia comer abacaxis o dia inteiro. Eu me esforçava demais na bicicleta, fazia power yoga por horas seguidas e desenvolvi uma relação nada saudável com a comida. Em algumas semanas, desesperada para perder alguns quilos, eu simplesmente não comia.

Aos 18, fui a um encontro que pensava ter sido bom. Depois, o garoto disse a um amigo em comum, "Sonam é muito gorda". Eu passei o dia sem comer (agora, graças a essas decisões adolescentes idiotas, tenho acidez pelo resto da vida).

Eu achava que o ódio por si mesma iria embora quando você estivesse nos outdoors da praia de Juhu. Eu estava tão errada. Longe de aceitar meu corpo, quando eu já me sustentava como atriz, tive novas razões para odiá-lo. Artigos apareciam online, fotos davam zoom nos meus braços e coxas, círculos vermelhos eram desenhados em torno do menor sinal de um defeito. Quando eu tinha alguns filmes lançados, Shobhaa De escreveu um post de blog dizendo que Sonam Kapoor "simplesmente não se encaixa nos padrões de sex appeal".

As pessoas começaram a dizer que eu não tinha peito. Eu nunca tinha sido insegura sobre meus seios, mas fiquei defensiva sobre eles no Koffee With Karan. Eventualmente eu nem precisava mais que os tablóides apontassem as minhas falhas - eu poderia me olhar sozinha nos monitores e prever o que seria criticado. Ainda me lembro das imagens que odiei imediatamente: o vestido prateado justo de Bewakoofiyaan, a canção com Neil Nitin em Players, o maiô e shorts em Aisha, só para citar alguns.



É claro que o escrutínio dos corpos femininos não é novo ou restrito às celebridades. Levante a mão se você já foi chamada de "saudável" por um parente ou recebeu conselhos não solicitados de um amigo sobre como perder peso. Levante a mão se já lhe disseram para ficar longe do sol para não ficar escura. Levante a mão se você começou a odiar o seu corpo após alguém lhe ensinar como.

Aqui está o que deu errado: fomos ensinadas que as mulheres precisam ser perfeitas mesmo quando nossa perfeição é completamente implausível, sexies quando nossa sensualidade não faz sentido. Estamos correndo pelo Jurassic Park de salto alto, combatendo super-vilões de espartilho, sendo amarradas em ilhas desertas sem um sinal de cordas. Os corpos femininos reais são tão tabus que propagandas de cremes removedores de pêlos mostram pernas sem pêlos mesmo antes de o creme ser passado.

As regras da beleza são rígidas e praticamente impossíveis de seguir. Anushka Sharma foi exposta por ser magra, Sonakshi Sinha foi exposta por ser gorda, Katrina Kaif foi exposta por estar em forma. Essas mulheres são e sempre foram absurdamente lindas.

Mas onde há um sistema falido, há uma solução. O problema está nas rígidas definições de beleza da cultura dominante. A solução, para mim, está nas mulheres que conheço. Faz uma década que entrei na indústria do cinema acompanhada pela minha péssima autoestima e, graças ao apoio feminino que tive durante esse tempo, essa autoestima está mais saudável agora.

Tenho a sorte de ter minha amiga e maquiadora Namrata Soni, que vê meu rosto de muito perto e faz de tudo para que eu me sinta bem com ele. Quando reclamo de linhas de expressão ou olheiras, ela me diz que são naturais e por isso são lindas. Eu tenho uma cicatriz de fórceps no lado direito do rosto e um lado do meu lábio levanta (você percebe essas coisas quando passa muito tempo na frente das câmeras). Quando levanto a ideia de mexer neles, Namrata me lembra que são eles que fazem com eu seja eu. Em vez de me deixar interpretar as peculiaridades e mudanças do meu corpo como falhas, Namrata me ajuda a celebrá-las como marcas únicas de uma beleza única.

Sonam e a maquiadora Namrata Soni

Tenho sorte de ter tido minha irmã e às vezes estilista Rhea, a mulher mais gata que conheço. Quando me deprecio por ser magricela ou por não ter curvas como ela, ela me faz parar e insiste que fico bem em tudo o que ela me faz usar. Quando começo a reclamar que não tenho mais a aparência dos 21 anos, Rhea me diz que estou melhor agora.

Todas as mulheres que me apoiaram me ensinaram que apoio gentil e genuíno pode mudar a vida da sua amiga, irmã ou colega (pense em como seu dia é melhor quando começa com um elogio. Pense em como é fácil dar isso a alguém. Faça isso sempre que puder). Hoje, aos 31, gosto do meu corpo porque ele é saudável. Cansei de celebrar a magreza ou a perfeição. Adotei um estilo de vida saudável, boa alimentação e a busca por acordar toda manhã me sentindo energizada. Há beleza na boa saúde.

Sonam e Rhea

Agora é responsabilidade da mídia celebrar corpos saudáveis em vez de magros, e saber a diferença. Agora sei que não há nada de errado com estrias, celulites ou cicatrizes. São marcas do nosso crescimento. Há beleza em sua autenticidade.

E, só para avisar, não estou escrevendo isto para desencorajar a busca pelo glamour. Todos que me conhecem sabem que amo me sentir linda - roupas podem dar poder, maquiagem pode tornar-se motivação, um acessório divertido torna-se sua fonte de confiança para o dia.

Mas busque a beleza para si mesma, segundo as suas próprias definições - não para atender a noções de perfeição definidas pela cultura. Porque a perfeição é um mito perigoso e de alto orçamento, e é a hora de destruí-lo.


Então, para toda adolescente se olhando no espelho do quarto, se perguntando por que não parece uma celebridade: por favor, saiba que ninguém acorda assim. Nem eu. Nem nenhuma outra atriz (nem mesmo a Beyoncé. Juro).

Esta é a realidade: antes de cada aparição pública, eu passo 90 minutos na cadeira de maquiagem. De três a seis pessoas trabalham no meu cabelo e maquiagem, enquanto um profissional cuida das minhas unhas. Minhas sobrancelhas são pinçadas e depiladas toda semana. Há corretivos em partes do meu corpo que eu jamais imaginaria que precisariam ser corrigidas.

Todos os dias estou de pé às 6 e na academia às 7:30. Malho por 90 minutos e em algumas noites, malho outra vez antes de dormir. É o trabalho em tempo integral de alguém decidir o que posso ou não comer. Há mais ingredientes nos meus cremes faciais do que na minha comida. Há uma equipe dedicada a encontrar roupas que me vistam bem. Depois de tudo isso, se eu não estiver perfeita o suficiente, há um uso generoso do Photoshop.

Eu disse antes e continuarei dizendo: é preciso um exército, muito dinheiro e uma inacreditável quantidade de tempo para fazer uma celebridade parecer do jeito como você a vê. Não é realista e não é nada a se desejar.



Deseje, em vez disso, dar ao seu corpo tanto sono quanto ele precisa. Deseje encontrar uma forma de exercício que seja divertida de fazer. Deseje conhecer seu corpo e viver bem nele. Deseje ter confiança. Deseje sentir-se bonita, livre e feliz, sem precisar parecer de um jeito específico.

E da próxima vez que você vir uma menina de 13 anos olhando com tristeza para uma atriz de Bollywood sem imperfeições e de pernas depiladas na capa de uma revista, destrua o mito da perfeição para ela. Diga o quão bonita ela é. Elogie seu sorriso, sua risada, sua mente, seu andar.



Não deixe que ela cresça acreditando que ela é imperfeita ou que falta algo à ela por ser diferente da mulher no outdoor. Não a deixe se prender a um padrão que é alto demais até para as mulheres que estão nos outdoors. 

Diga à ela que eu definitivamente não acordei assim. Ela também não acordará assim. E está tudo bem nisso, totalmente e completamente.


Não é fácil admitir que gosto da Rajshri e, para mudar esta situação, já passei muito tempo recitando mentalmente o porquê de as produções serem ruins: todos os filmes da produtora são melodramas gigantescos sem grande profundidade emocional, no qual os atores passam três horas dançando, sorrindo histericamente e falando sobre valores familiares inalcançáveis. Os roteiros são dolorosamente fracos e soam falsos até para a pessoa mais crente em rígidos valores morais. Eles promovem a imagem de bom moço do Salman Khan desde 1989. Minha mente entende todos os argumentos, mas eles pouco importam quando surgem os belos sáris, começam os musicais caríssimos e todos começam a se abraçar e falar sobre o amor que sentem pelos pais. É tão bonito de ver e fácil de assistir que não requer o mínimo esforço, mas não é só isso. Há uma sensação de estar em casa com aqueles filmes. Quando dou por mim, já estou dançando Maiyya Yashoda.

Hum Saath-Saath Hain é provavelmente meu filme favorito da produtora, disputando espaço com o recente Prem Ratan Dhan Payo. Ambos são obras do diretor Sooraj R. Barjatya, que é responsável pelos maiores sucessos da Rajshri e também por conceder a Salman Khan o eterno papel de Prem, o mocinho romântico que é obediente aos pais e tem um enorme coração. Salman foi Prem em quatro dos seis filmes dirigidos por Barjatya, o que nos dá a dimensão da importância dessa relação para as carreiras de ambos. Em HSSH temos o Prem que mais divide espaço com outros personagens, pois é o filho do meio do casal Mamta (Reema Lagoo) e Ramkishan (Alok Nath). Junto aos irmãos Vivek (Mohnish Bahl), Vinod (Saif Ali Khan) e Sangita (Neelam Kothari), todos formam uma família feliz e extremamente unida que tem suas estruturas abaladas quando as amigas de Mamta sugerem que Vivek, que ela criou como um filho após a morte da primeira esposa de Ramkishan, possa um dia deixar os irmãos na miséria caso seja colocado à frente dos negócios da família. Temendo pelo bem-estar dos filhos biológicos, a mãe acaba dividindo a família quando faz a sugestão aparentemente absurda de uma divisão igualitária dos bens, ameaçando a união que tanto prezam.

A prole

Não é por eu gostar de um filme que não reconheça quando ele é hilário, o que é totalmente o caso de HSSH. A história começa com uma sequência enorme da família recebendo os convidados para a festa de 25 anos de casamento de Mamta e Ramkishan, que serve de pretexto para a introdução dos personagens e de suas principais características. Tudo normal, se não fôssemos apresentados a umas vinte pessoas. Filhos, filha, tios, primos, amigos, algumas pessoas cujas funções ainda não entendi (Shakti Kapoor parece ser um amigo da família que não sai da casa deles)...é um desfile no qual ao final passamos a confundir rostos e parentescos. O mais engraçado de tudo são os diálogos superficiais: a cada dez segundos alguém discursa sobre como é maravilhoso ter uma família tão unida. Crianças correm gritando "vovó!" (para uma senhora que não é sua avó, mas tudo bem), mulheres adultas brincam de pega-pega e Preeti (Sonali Bendre) enrubesce e desvia o olhar sempre que mencionam o nome de Prem. O conceito de família estendida foi levado muito a sério aqui.

A hierarquia familiar indiana é apresentada de forma bastante didática. Vivek é o herdeiro natural dos negócios e o conselheiro dos irmãos por ser o irmão mais velho. Todos respeitarem essa posição sem questionamento é o que mantém a base familiar, então fica a dúvida sobre como seria caso outro filho fosse mais apto que ele para os negócios. Prem é tímido e passa seu tempo refletindo sobre a simplicidade da vida e Vinod é agitado e brincalhão - posições corretas e nada ameaçadoras para irmãos mais novos. A hierarquia familiar coloca Sadhana (Tabu) logo acima dos rapazes após casar-se com Vivek, mesmo sendo mais nova que Prem. A esposa do irmão mais velho merece o mesmo nível de respeito que uma mãe e espera-se que demonstre afeto em igual nível por seus cunhados. É diferente ver Tabu nesse tipo de papel tradicional e recatado, pois ao longo dos anos nos acostumamos a vê-la como a grande atriz dos papéis pesados do cinema paralelo. Não pareceu normal vê-la servindo comida sem parar enquanto os homens da família permaneciam sentados, e isto ocorreu durante praticamente todo o filme. Independentemente disso, foi encantador vê-la dançando nos musicais.

Karisma Kapoor é a estrela feminina do filme com sua espevitada Sapna. Sua participação foi a maior em todos os musicais e seu romance com Vinod, em meio a piscadelas e cantadas juvenis, é um dos pontos mais adoráveis. De alguma forma Saif consegue fazer seu personagem ser mais divertido do que irritante e o ator certamente merece palmas pelo feito, já que é difícil trabalhar com um roteiro que frequentemente faz com que o núcleo jovem adulto aja como pré-adolescentes descobrindo o amor. Preeti e Prem, por exemplo, mal conseguem trocar duas palavras quando estão juntos e mesmo assim desejam nos convencer de que estão profundamente apaixonados e seu casamento dará certo. Sonali Bendre teve pouco espaço para desenvolver sua Preeti, que funciona na história como um meio-termo entre o tradicional e o moderno: ao mesmo tempo em que será uma boa esposa e é uma boa filha, completou seus estudos e é médica. O roteiro sempre leva à ideia da importância de não abandonar valores tradicionais em um mundo moderno, como também demonstrado pelos elogios ao coração indiano de Sadhana mesmo tendo sido criada no exterior.

Homens sendo servidos: uma constante.
O papel da mãe nas relações familiares é reforçado por Mamta não ser colocada como vilã, mesmo tendo todos os comportamentos de uma. Suas ações são justificadas pelo medo de que algo aconteça aos seus filhos, como aconteceu com o marido de sua filha Sangita (Neelam Kothari) - que foi roubado pelo próprio irmão-, e pela presença das vilãs do filme. São as vilãs que envenenam a alma de uma mãe dedicada, pois seria impossível que ela se voltasse contra um filho por iniciativa própria. Os elementos de cena colaboram para dar o tom da vilania: as vilãs aparecem nas sombras, em oposição às luzes e cores que antes cercavam a família. O preconceito com mulheres que não formaram família é muito claro nas falas dos personagens. Se você não formou família, sua única função é destruir as dos outros.

Boas moças se casam e formam famílias enormes e intrusivas

O drama principal de HSSH é inserido de forma mecânica e pouco natural, da mesma forma como aconteceu no filme anterior de Sooraj Barjatya, Hum Aapke Hain Kaun. O objetivo principal do filme é mostrar valores familiares por meio de diálogos, brincadeiras e canções. E não tem coisa que Barjatya faça tão bem quanto filmar canções. Cada musical deste filme é um festival estético para os olhos. O clássico Maiyya Yashoda se destaca ao mostrar a dança das noras da família em suntuosos sáris. Tenho especial carinho por Mhare Hiwada Mein, que também chamo de "a música dos pavões" (literalmente). Todos os clipes são adoráveis, até mesmo o nonsense ABCD, claramente feito para ser um sucesso entre crianças na fase de alfabetização. O medley de músicas clássicas também é divertido, com homenagens à Helen Jairag, Madhuri Dixit e Aamir Khan. O diretor já havia recorrido ao mesmo recurso em seu primeiro filme, Maine Pyar Kiya, e faz referência até mesmo ao próprio trabalho em Hum Aapke Hain Kaun. Como nunca canso de homenagens grandiosas, por mim ele pode fazer isso quantas vezes quiser.


O universo criado por Hum Saath-Saath Hain é falso e fantasioso em níveis extremos, porém talvez isto é o que faça deste mundo um lugar reconfortante. Esta família é feita de crianças grandes que aceitam e amam o lugar que lhes foi decidido antes de nascerem. Os homens querem seguir os passos do pai, as mulheres sonham em cuidar deles e o médico sugere que Vivek cure o problema do seu braço com homeopatia. É um mundo cor de rosa em que qualquer sofrimento não é criado internamente, mas sim trazido por serpentes venenosas advindas do mundo externo. Filmes não são feitos no vácuo e conversam com a sociedade na qual estão inseridos. A família de Ramkishan talvez seja o ideal a que muitas famílias estendidas aspiram a ser na Índia. Mais doloroso é pensar que os papéis tão subservientes, dóceis e pouco ameaçadores associados às mulheres sejam os sonhos dessas mesmas famílias. Hum Saath-Saath Hain não é um filme que se possa levar muito a sério, porém funciona bem como um retrato das hierarquias em famílias estendidas e um bom passatempo para quem se deixa comprar por sáris e cores. E eu já me vendi há muito tempo.
Se uma coisa pode ser dita sobre Bollywood, é que respeita sua memória. Em diversos filmes contemporâneos é possível ver a presença de homenagens aos filmes clássicos que fizeram a indústria ser o que é hoje. Uma das maiores homenagens foi feita no filme Rab Ne Bana Di Jodi, estrelado por Shahrukh Khan e Anushka Sharma em 2008. Além de o filme ter nos presenteado com a entrada de Anushka no cinema, uma homenagem bem específica a grandes atores e atrizes do cinema antigo foi realizada na canção Phir Milenge Chalte Chalte. Nela, Shahrukh Khan interpretou os maiores apaixonados da história do cinema indiano e teve ao seu lado várias atrizes interpretando as heroínas que fizerem pares inesquecíveis com eles. Vamos conhecer algumas dessas referências, pois como cada verso da música fala de um filme diferente de cada um deles, seria exaustivo listar todas. Que comece o passeio pela velha Bolly!

Anos 50 | Raj Kapoor




O primeiro homenageado é Raj Kapoor, com Shahrukh Khan vestido com o traje clássico de Raju, o adorável vagabundo eternizado em filmes como Awaara (1951) e Shree 420 (1955). O chapéu que caracterizava o personagem recebe destaque.




Kajol faz o papel de Nargis, o par romântico mais conhecido de Raj. O vídeo homenageia Pyar Hua Ikrar Hua, famosa canção romântica do filme Shree 420 que apresenta o casal sob o mesmo guarda-chuva em uma noite chuvosa.


A letra também homenageia outros pares românticos de Raj, como Nutan no filme Anari (1959) e Vyjayanthimala em Sangam (1964).

Anos 60 | Dev Anand



O estiloso Dev Anand é lembrado na sequência com seu romance Tere Ghar Ke Samne (1963). Algumas fontes dizem que Bipasha Basu interpreta Nutan, par de Dev neste filme, porém outras informam que a homenageada seria Sadhana. Pelo estilo do cabelo, a atriz está mais parecida com Sadhana, atriz conhecida por sua franja e o penteado em forma de colméia típico dos anos 60. Entretanto, o par Dev Anand-Nutan é clássico. Talvez seja uma homenagem mista.


Dev Anand e Nutan em Tere Ghar Ke Samne x Shahrukh Khan e Bipasha Basu 

Sadhana e Bipasha Basu

Outros filmes clássicos apresentados na letra são Jab Pyar Kisi Se Hota Hai (1961) e Johny Mera Naam (1970).

Anos 60 | Shammi Kapoor




O Elvis dos anos 60 é lembrado já no grito "Yahoooo!" que dá início a esta parte da música, pois é o grito clássico que Shammi deu no início da canção Chahe Koi Mujhe Junglee Kahe de Junglee (1961). O trecho homenageia principalmente o clipe O Haseena Zulfon Wale do sensacional thriller Teesri Manzil (1966), tanto no cenário, quanto nos figurinos e na própria letra. A melodia é a mesma de Aaja Aaja, canção também de Teesri Manzil.

A grande surpresa dessa passagem é a homenageada não ser uma mocinha romântica. Lara Dutta interpreta Helen - diva inconteste deste blog, maior dançaria da história de Bollywood e presença constante nos musicais da indústria durante várias décadas.




Anos 70 | Rajesh Khanna



O superstar do final dos anos 60 e início dos anos 70 é apresentado antes mesmo de Shahrukh Khan aparecer em cena, com sua voz ao fundo falando Babu moshai, forma como chamava Amitabh Bachchan no clássico Anand (1970). Preity Zinta aparece em um trem como Sharmila Tagore no musical Mere Sapno Ki Rani de Aradhana (1969) e lendo um livro em cuja capa se lê Amar Prem (1972), romance também estrelado por Rajesh e Sharmila.



Uma das principais referências de figurino e cenário é a canção Jai Jai Shiv Shankar, do filme Aap Ki Kasam (1974). O vestuário de Shahrukh Khan e o penteado de Preity remetem  a Rajesh e Hema Malini na canção Zindagi Ek Safar Hai Suhana, de Andaz (1971).

Rajesh e Hema Malini em Andaz (1971) e Shahrukh com Preity Zinta

Anos 80 | Rishi Kapoor


A homenagem final é a de que mais gosto por fazer referência ao meu ator preferido. A música Dard-E-Dil do filme Karz (1980) já aparece no primeiro verso. O visual extravagante do ator em Bachna Ae Haseeno, do filme Hum Kisise Kum Naheen (1977) também é reproduzido pelos dançarinos.


Rani Mukerji representa Neetu Singh, par mais famoso e esposa de Rishi. A referência do vestuário das dançarinas me parece ter vindo do item number Lekar Hum Deewana Dil, que Neetu dançou em Yaadon Ki Baaraat (1973). Esta seria uma homenagem surpreendente por ser um filme do qual Rishi não fez parte. Entretanto, o vestuário de Rani e o penteado de maria-chiquinhas também remetem ao musical romântico Ek Main Aur Ek Tu, canção clássica do casal Rishi-Neetu e parte de Khel Khel Mein (1975).

Neetu Singh de vermelho em Lekar Hum Deewana Dil. Neetu e Rishi
na canção Ek Main Aur Ekk Tu. Rani e as dançarinas.

Os versos fazem alusão a outros filmes de sucesso de Rishi, como Chandni (1989), Yeh Vaada Raha (1982) e Zamane Ko Dikhana Hai (1981).

Pudemos observar que toda a ambientação da canção, versos e figurinos foram criados para celebrar principalmente os atores que trouxeram as primeiras histórias de amor para Bollywood, mas também suas heroínas românticas. A representação dos atores é muito clara, enquanto elementos de várias heroínas foram mesclados. O musical também acaba mostrando a enorme contribuição da família Kapoor para o cinema indiano, pois duas gerações apareceram homenageadas com os irmãos Raj e Shashi e também com Rishi, filho de Raj.

Podemos arriscar ver uma homenagem oculta no próprio refrão da canção, "Hum hain rahi pyar ke, phir milenge chalte chalte". O pedaço "Hum hain rahi pyar ke" vem da canção de mesmo nome de Nau do Gyarah (1957) e "Chalte chalte" pode fazer referência ao filme de mesmo nome de 1976 ou à canção, também de mesmo nome, de Meena Kumari em Pakeezah (1972). Entretanto, é divertido observar que o refrão contém títulos de filmes dos três reis atuais de Bollywood: Hum Hain Rahi Pyar Ke (Aamir Khan, 1993), Phir Milenge (Salman Khan, 2004) e Chalte Chalte (Shahrukh Khan, 2003). Inclusive, eu imaginava que esses três filmes fossem a fonte de referência do refrão quando ainda não conhecia filmes clássicos. Será que foi uma decisão consciente? É divertido pensar que sim.

Esta é uma ótima música para quem gosta de brincar de caçar referências e ser surpreendido por elas. Certamente há várias que não conheço ou deixei passar, portanto contem nos comentários o que vocês perceberam de novo ou as que não conheciam.
Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial

"DEEWANEANDO"?

Devanear = divagar, imaginar, fantasiar. Deewani = louca, maluca. Deewaneando = pensar aleatória e loucamente sobre cinema indiano.

Meu nome é Carol e sou a maior bollynerd que você vai conhecer! O Deewaneando existe desde 2010 e guarda todo o meu amor pelo cinema indiano, especialmente Bollywood - o cinema hindi. Dos filmes antigos aos mais recentes, aqui e no Bollywoodcast, seguirei devaneando sobre Bollywood.

Contato

Fale comigo em deewaneando@gmail.com

siga

PESQUISE NO BLOG

POSTS POPULARES

  • Diretores: Sanjay Leela Bhansali
  • Padmaavat (2018)
  • Aconteceu em Bolly # 17
  • Aconteceu em Bolly # 12
  • As homenagens de Shahrukh Khan em Phir Milenge Chalte Chalte

ARQUIVO

  • ►  2024 (2)
    • ►  outubro (1)
    • ►  maio (1)
  • ►  2023 (1)
    • ►  junho (1)
  • ►  2021 (5)
    • ►  abril (1)
    • ►  março (2)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2020 (21)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (3)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (6)
    • ►  agosto (3)
    • ►  julho (1)
    • ►  junho (1)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (1)
  • ►  2019 (2)
    • ►  novembro (2)
  • ▼  2018 (14)
    • ►  junho (3)
    • ►  maio (4)
    • ▼  abril (4)
      • Aconteceu em Bolly # 17
      • "Eu não acordei assim": um artigo de Sonam Kapoor
      • Hum Saath-Saath Hain (1999)
      • As homenagens de Shahrukh Khan em Phir Milenge Cha...
    • ►  fevereiro (3)
  • ►  2017 (12)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  julho (3)
    • ►  junho (1)
    • ►  abril (2)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2016 (20)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  outubro (1)
    • ►  junho (2)
    • ►  maio (2)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (4)
    • ►  janeiro (8)
  • ►  2015 (21)
    • ►  dezembro (9)
    • ►  novembro (8)
    • ►  outubro (1)
    • ►  julho (1)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2014 (6)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  agosto (1)
    • ►  abril (1)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2013 (10)
    • ►  dezembro (5)
    • ►  novembro (1)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2012 (31)
    • ►  dezembro (3)
    • ►  setembro (1)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (5)
    • ►  maio (1)
    • ►  abril (5)
    • ►  março (8)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (3)
  • ►  2011 (58)
    • ►  dezembro (7)
    • ►  novembro (9)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (3)
    • ►  agosto (1)
    • ►  julho (12)
    • ►  junho (4)
    • ►  maio (1)
    • ►  março (5)
    • ►  fevereiro (5)
    • ►  janeiro (8)
  • ►  2010 (5)
    • ►  dezembro (5)
Tecnologia do Blogger.

Mais cinema indiano

  • Sridevi
    Sridevi
    Há 25 minutos
  • Dustedoff
    Travels in Karnataka, Part 3: Nagarhole
    Há 4 dias
  • Dichotomy of Irony
    Of Himesh and History
    Há uma semana
  • Totally Filmi
    A Nice Indian Boy (dir. Roshan Sethi, 2024)
    Há 2 meses
  • dontcallitbollywood
    Jewel Thief (2025) Review: Dead Dog Warning! But Otherwise, Harmless TimePass
    Há 2 meses
  • Masala Punch
    Three of Us (2022)
    Há 2 meses
  • Paagal Subtitle
    “Even nobody can even what you have done.” (Aah, 1953)
    Há um ano
  • Let's talk about Bollywood!
    Bombay rose
    Há um ano
  • Conversations Over Chai
    Aruite Mo Aruite Mo (2008)
    Há 2 anos
  • Kabhi Kabhie... Bollywood
    Bollywoodcast # 4: Sanjay Leela Bhansali
    Há 5 anos
  • Beth Loves Bollywood
    2018
    Há 6 anos
  • Mania de Bolly
    Devdas (1917) - Capítulo 3
    Há 7 anos
  • Divã de uma Bollygirl
    Phir Se... (2015)
    Há 7 anos
  • MemsaabStory
    Parwana (1971)
    Há 8 anos
  • Filmi Geek
    Dear Zindagi (2016)
    Há 8 anos
  • Articles
    Historic Hindi Film Poster-cards
    Há 11 anos
  • grand masala
    Shakir Khan e Vikas Tripathi no Museu do Oriente
    Há 11 anos
  • Khandaan Podcast
Mostrar 5 Mostrar todos

Copyright © Deewaneando. Designed by OddThemes