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Amante dos clássicos como sou, aqui estou fazendo minha segunda lista das músicas de filmes antigos que mais ouvi e gostei em 2011. Diferentemente da lista de canções atuais, esta foi muito fácil de montar. Foi só pegar os filmes antigos que vi neste ano, que logo pensei nas minhas canções preferidas. Para minha surpresa, dois filmes dominaram a lista, o que reforça meu amor por suas trilhas. E para quem lê isto aqui, todas as músicas já foram citadas em outros posts.

10) Chanda Hai Tu, Mera Suraj Hai Tu de Aradhana (1969)

Falei há pouco tempo sobre Aradhana e meu encantamento com esta música. Com uma letra doce e sensível, para mim é muito difícil não me apaixonar por músicas de mãe para filho. Além de ser uma das gravações em que a voz da Lata está mais bonita, a ternura com que a Sharmila olha para a criança no vídeo é adorável. Não importa se entenderem hindi ou não: quando tiver filhos, aprenderei a cantar esta música para que eles cresçam com a lembrança.



9) Logon Na Maron Ise  de Anamika (1973)

Asha Bhosle, minha diva! Foi em Anamika que percebi o quão graciosa e espirituosa era a Jaya Bachchan quando mais nova, e esta música é a que melhor este espírito alegre. Sinto que a Asha era melhor que a Lata para canções alegres, vide item numbers da Helen.



8) Har Dil Jo Pyar Karega de Sangam (1964)

Esta música nem me chamou muito a atenção enquanto estava vendo o filme, mas não foram poucas as vezes em que me peguei girando pela casa e fingindo que eu era o Raj Kapoor, totalmente cego ao clima rolando entre os personagens da Vyjayanthi e do Rajendra. A alegria dele é tão fofa! É engraçado como a gente se acostuma a pensar na voz do Mukesh como pertencendo ao Raj.



7) Parda Hai Parda de Amar Akbar Anthony (1977)

Rishi Kapoor. Neetu Singh. Amitabh Bachchan ocasionalmente fazendo gracinhas. Mohammed Rafi. Céus, como a voz do Rafi faz falta em Bollywood!



6) Bahon Mein Chale Aao de Anamika (1973)

O que mais gosto neste clipe é o tom de brincadeira, a sensação de que a Anamika e o Devendra estão num mundo próprio na madrugada, mundo este que deve ser mantido em segredo. E mesmo que a Jaya esteja pedindo a ele para ir para os seus braços, ela mais uma vez consegue ser totalmente fofa. O sorriso dela não é lindo demais?

Obs: estão reclamando muito da tradução nos comentários, então desconsiderem.



5) Mujhe Kuch Kehna Hai de Bobby (1973)

Parece que gosto muito de músicas fofas. Esta é especial por ter um casal realmente jovem cantando sobre o amor adolescente, então passa um pouco mais de realidade aos sonhos de Raj Kapoor. Gosto do ritmo ora animado, ora mais calmo e da letra tão inocente. Por sinal, acho que foi a primeira vez que ouvi uma música com o Shailendra Singh como cantor principal.

Infelizmente, é como eu estava dizendo ao Pedro esses dias: comigo, não iria funcionar. Se quero muito dizer algo, a outra pessoa também quer e ela diz "você primeiro", já falei antes da outra perceber que eu tinha estragado a brincadeira. Não poderia atuar nos filmes do Raj, tsc.




4) Bol Radha Bol Sangam Hoga Ke Nahi de Sangam (1964)

Sangam e Raj Kapoor outra vez enchendo a lista. Esta música gruda como chiclete na cabeça e o clipe é basicamente sobre como o Sunder é tão insuportável que persegue a Radha até no rio (reparem que ela não parece feliz). Mas vicia, tanto que tive de ir atrás  só porque estava tão fixa na minha cabeça que a única solução para arrancá-la de lá me pareceu ser ouvir até não aguentar mais. Ouvi muito e ainda estou aguentando.



3) Anhoni Ko Honi de Amar Akbar Anthony (1977)

Este clipe me faz perceber o quão estranho é o meu senso de humor. Não rio de quase nada que os filmes indianos dizem ser engraçado, mas não aguentei quando vi Vinod, Rishi e Amitabh disfarçados e fazendo altas dancinhas. O Amit com aquela cara de quem está zombando da gente, o Rishi rebolando vestido de velhinh, o Vinod com uma expressão cômica que não consigo ligar a ele — que é meu símbolo sexual da velha Bolly. Além do clipe ser esta alegria toda que tanto me agrada, o ritmo da música é muito gostoso. Eterna favorita!



2) Yeh Mera Prem Patra Padh Kar de Sangam (1964)

Como explicar o quanto amo esta música? As lágrimas (tão irritantes) que vem sempre que ela começa? A vontade que sinto de deitar quietinha a toda vez que ela começa, porque é bonita demais para não receber minha total atenção? Os suspiros ao lembrar do Rajendra e suas flores a cada palavra cantada pelo Rafi? Não tem como. Parecia que cada sentido meu tinha sido tomado por ela quando vi o clipe. Para mim, é simplesmente uma das canções mais bonitas de toda a história de Bollywood, e uma das maiores pérolas do Rafi. Apenas apreciem, não sei nem por que estou falando tanto.



1) Humko Tumse de Amar Akbar Anthony (1977)

A luta entre ela e Yeh Mera Prem foi grande, mas acabei escolhendo-a por número de execuções (valeu, Last. Fm!). O que tem de especial? Bem, três casais lindos declarando amor ad eternum. Como falei no post de AAA, tem o casal novo hiperativo que dança sobre trens, o meio-termo que faz suas gracinhas na carruagem e o maduro que fica em casa mesmo. Parece pouco, mas definitivamente não é. Para mim, é um dos clipes mais completos de Bolly e faz o que poucos vem conseguindo, que é transmitir o estado de espírito em que se encontram os personagens do filme. Como em todo bom masala, as coisas acontecem meio rápido em AAA. Então, nada melhor que uma canção para mostrar que os três casais estavam apaixonados! Só que isto não é apenas dito, é também visto pelo modo como cada casal interage.

Linda, divertida, romântica sem ser boba, completa: esta é a minha Humko Tumse. Primeiro lugar!



Ps: Placar final - Amar Akbar Anthony (3), Sangam (3) e Anamika (2)!
A última lista de músicas favoritas que fiz para o blog foi há um ano, e só de músicas antigas (já virá o próximo). Desta vez, vou listar dez músicas que ouvi bastante em 2011, todas de filmes do ano. Evitei usa a palavra "favoritas" no título do post porque este não foi um ano em que eu tenha me apaixonado por muitas músicas. Foi até difícil pensar em dez. Quase todas podem ser encaixadas na categoria "gosto bastante", mas amor mesmo aconteceu pouco. Nem reclamo muito dos rumos que Bolly anda tomando, mas ó...tem que ver issaê.

Menções honrosas: Mit Jaaye Gham (Dum Maaro Dum) e Ooh La La (The Dirty Picture)

Amantes da boa música, não me matem pela presença de Mit Jaaye Gham, versão de 2011 que assassinou Dum Maaro Dum, uma das músicas mais clássicas da Asha Bhosle. Minha relação com a música é positiva porque quando vi que o Pritam ia fazer um remix de um clássico e que este se tornaria um item number da Deepika, tive certeza de que coisa boa não iria sair. Daí vi, ri e me apeguei à música. Não consigo levar a sério.

E eu gosto da Anushka Manchanda.



Agora, Ooh La La. Comecei a ouvir a trilha de The Dirty Picture há poucos dias e logo caí de amores (como todo o resto do mundo) pela faixa. Como não vejo clipes antes dos filmes, só espero que seja muito bom. De todo modo, tá viva, tá brilhante, tá retrô, tá disco! Sinto que virá muita coisa boa depois desta música.



Obs: é tão estranho postar um vídeo que não conheço. E nem verei tão cedo.

Agora, vamos à lista!

10) Yeh Saali Zindagi (Yeh Saali Zindagi)

Quando vejo esta música aqui, ganho mais certeza de que sou brega. Lembro de ficar chorando tristemente pensando no personagem do Imran Khan no filme e em como ele mesmo não queria ser tão adorável quanto acabou sendo. O que mais gosto na canção são os vocais fortes do trio Sunidhi, Shilpa Rao (que adoro desde Dev.D) e Kunal Ganjawala. Os três tem vozes doces, especialmente o Kunal, que logo são quebradas pelo refrão mais pesado. Não é uma música que eu consiga ouvir todos os dias porque cansa facilmente, mas gostei já na primeira vez. Enfim, uma bela canção de um filme que deveria ser mais visto.



9) Madhubala (Mere Brother Ki Dulhan)

A música mais animada e mais brilhante da trilha de MBKD! Me apeguei facilmente e logo já estava fazendo coreografias pela casa. Todos amam a voz do Ali Zafar nela, mas, sinceramente...sempre imagino que seria melhor com outra pessoa — Sukhwinder Singh, para ser específica. Tenho uma certa birra com o vídeo porque imaginava que haveria a Katrina vestida de Madhubala correndo e brincando por aí, mas os produtores de Bollywood não apostam em nada do que sugiro. Tudo bem, sempre serei grata ao filme por deixar claro o potencial da Kat.



8) Tai Tai Phish (Chillar Party). 


Eu já ouvia bastante, mas nos três últimos dias inventei até uns passos estranhos para ela (meus pobres ombros reclamam). Uma das músicas mais legais do ano e o primeiro item number do Ranbir Kapoor, tão divertido e maluquinho quanto ele! Adoro a batida, o Ranbir se divertindo e dançando daquele jeito que diverte tanto (lembrei de Small Town Girl) e a criançada curtindo.




7) Ik Tu Hi Tu Hi (Mausam)

Oh, céus, provavelmente a música mais doce da lista. Foi a primeira de que gostei na trilha de Mausam e encaixa-se perfeitamente no clima do filme: suave, romântica, até dramática. É bem o tipo de música para quem acredita que há aquela pessoa a quem você pertence e que pertence a você, ambos sendo únicos um para o outro. Ou seja...nada a ver comigo *trollface*



6) Sajh Dhaj Ke (Mausam)

Preciso colar o post de Mausam aqui para dar as razões? SHAHID KAPOOR NO PUNJAB, GENTE! E adoro a letra, que fica zombando do NRI que só via defeitos no nosso amado Punjab. Divertida, engraçada, coreografia e dançarinos sensacionais, belas cores, tudo de melhor de Bollywood! É, me animei agora. E adoro quando o Shahid faz playback do Mika Singh.



5) Laung Da Lashkara (Patiala House)

Basicamente toda a descrição de cima. Só troque o Shahid pelo Akshay e adicione a Anushka Sharma, que adoro. Foi a primeira música de que gostei no ano, pela alegria e clima familiar. Só as luzes muito fortes do clipe que me irritam um pouco, mas não há incômodo que não seja aliviado com um rap da Hard Kaur.



4) Sadi Gali (Tanu Weds Manu)

Certo, não tinha notado que eu estava tão viciada em músicas/clipes com clima punjabi. De todo modo, esta é a melhor de todas. Não entendo de vozes tradicionais, mas a do Lehmber Hussainpuri me parece ser tão punjabi (Wikipedia confirmando)! Talvez por isto seja a minha canção favorita do ano dentre todas com clima punjabi: a voz dele é a que mais me transporta para lá.



Obs: li aqui que esta canção havia sigo gravada por ele antes de ser incluída no filme, então não foi criada tendo em mente a história. Isto me consola, já que não tenho a menor lembrança dos clipes do filme...só lembro de morrer pelo Madhavan a cada segundo.

3) Dua (No One Killed Jessica)

Legendei No One Killed Jessica bem no início do ano e chorei ao traduzir cada linha de Dua. Além da beleza da letra, a mensagem de união e solidariedade que o clipe transmite me toca muito. A sério: fico arrepiada a cada vez que ouço. Um dos melhores trabalhos do Amit Trivedi, meu ídolo. E NOKJ é um filme que me inspirou a ser uma pessoa melhor.



2) Aitbaar (No One Killed Jessica)

Enquanto Dua traz uma doce tristeza, Aitbaar me lembra a frustração, indignação, decepção e garra. Esta música me faz sentir uma estranha força, talvez sugerida pelo próprio vocal. Gosto de toda a trilha de NOKJ e já tinha minhas preferidas quando repentinamente me peguei ouvindo Aitbaar todo dia, toda hora. E tanto cresceu no meu conceito que está no 2º lugar. Esta posso chamar de favorita, e com muito orgulho. Grande, gigante Amit Trivedi! Um dos maiores presentes que a Índia me deu nos últimos tempos foi o talento dele.



1) Character Dheela (Ready)

É muita falta de vergonha minha coroar um item number de um filme do Salman Khan como minha música do ano depois de duas músicas do Amit Trivedi em sequência, mas devo honrar o nome deste blog e confessar minha loucura. Sou fascinada, encantada, quase desesperada por Character Dheela. Quando estava vendo o filme, logo levantei para dançar e quase não consegui prestar atenção ao clipe de tanto que me divertia.

Queria me sentir ofendida com o Salman Khan sentado enquanto é rodeado por mulheres rebolativas, mas nem isto consigo quando esta bendita música começa a tocar. Logo eu, que reclamo tanto dessa mania de inglês em tudo que é música, que me incomodo com essas tentativas de rap, que detesto o Salman Khan, logo eu...amo uma música que contém a frase "the way your body move, tik tik tik tak"! Bom, aprendi uma lição: posso ler o quanto quiser e teorizar de tudo, mas no fim, sorrio mesmo para o que me diverte mais. E que as moças cheias de curvas dominem. Arrasa, Zarine!


A melhor coisa que fiz em relação à Mausam foi baixar as expectativas. Filme do Shahid Kapoor, meu noivo? Ok. Dirigido por Pankaj Kapoor, pai do Shahid e meu sogrão por consequência? Ok. Pôsteres mais lindos do mundo? Ok. O nome é uma das minhas palavras favoritas em hindi, que significa ''estação''? Ok. As coisas se passam no Punjab, que sempre me faz feliz? Ok. Mas a heroína era a Sonam Kapoor. Sonam fucking Kapoor, man (este blog está baixando o nível, eu sei)! Desde quando Sonam sabe ser uma boa heroína? Motivo mais do que suficiente para não esperar muito.

Só que gostei. Achei uma graça! É um filme adorável, doce e esteticamente bem cuidado como poucos andam sendo. Vou contar logo a história, antes que continue desfilando elogios cheios de açúcar. Harry (Shahid Kapoor), um piloto da Força Aérea Indiana, vive anos de encontros e desencontros com Aayat (Sonam Kapoor), uma moça Kashmiri por quem se apaixonou à primeira vista. A sinopse parece simples, e por mais que o Pankaj quisesse mostrar que era diferente, ela realmente não tem nada demais. E aí está o maior problema de Mausam: o filme não aceitou que não era uma história de amor imortal, como nos foi vendido. Deveriam tê-lo promovido apenas como uma história de amor, que até podia ser muito forte, mas não tinha acontecimentos lá tão interessantes. A minha sorte é que tenho pavor de spoilers e campanhas de marketing, então não vi quase nada de Mausam antes de estreia, a não ser por um dos trailers, a promo de Rabba Main Toh Gaya Oye e algumas fotos.


A primeira parte do filme é um sonho. O Harry do Shahid é alegre, cheio de vida, mas de um modo não falso. Apesar de ter olhado para ele e rido ao notar que ainda consegue se passar por alguém de 20 anos mesmo tendo 30, finalmente a idade do Shahid está transparecendo. Notei uma maturidade no olhar e nos gestos, uma tranquilidade que já vinha se desenvolvendo desde 2009 (estou com Kaminey na cabeça). Voltando ao Harry, é o herói chocolate em pessoa: adorável, apaixonando-se perdidamente por nada além da beleza da moça, brincalhão. Fiquei preocupada como o desenrolar das coisas a partir da entrada da Sonam. Quando ela abrisse a boca e começasse a fazer as vezes de heroína, meu sonho punjabi poderia vir água abaixo. Mas aí o Pankaj foi meu melhor amigo e usou a estratégia mais clássica: fez a heroína distante, aquela garota que o herói fica olhando de longe, enamorado. Já que o maior mérito da Sonam é ser bonita e parecer frágil, foi perfeito. Um era o oposto do outro, então ambos se completavam. Céus, me senti vendo um filme dos anos 60. Os dois se correspondendo por bilhetes mesmo  estando frente a frente, Harry correndo para os lugares nos quais sabia que ela passaria, suspirando, cantando enquanto a olhava, tudo uma beleza. Ah, Punjab. Quem não te conhece, como eu, que te compre e te ame pelos filmes.


Segunda parte. Harry e Aayat tem um desencontro lá no começo e reencontram-se anos depois, na Escócia. Ele, um belo piloto de bigode da Força Aérea Indiana. Ela, vendendo ingressos para concertos de orquestra (não entendi bem qual foi o rumo da vida dela). Até começou bem: ela o viu primeiro e começou a correr para vê-lo de longe, assim como ele havia feito na primeira parte do filme. Tudo de uma sweeteza admirável. Entretanto, os problemas logo começaram. O principal foi, para a minha surpresa, a atuação do Shahid. O que tinha acontecido com o Harry? Está certo que havia passado sete anos e ele agora era um homem adulto, mas o personagem ficou antipático. Todo sisudo, não parecia haver um mínimo de conexão com a pessoa da primeira parte. A Sonam mal havia se mostrado na primeira parte e ainda assim conseguiu estabelecer alguma similaridade entre a Aayat do antes e a do depois. Porém, que fique claro que não estou dizendo que ele começou a atuar mal, muito pelo contrário, está cada vez melhor. Só acho que a mudança foi um pouco inesperada.

Este momento do filme é um pouco mais intenso porque os personagens ficam fisicamente mais próximos um do outro, é quando o romance entre eles deixa de ser algo idealizado.Só que o destino os separa de novo e aí a coisa realmente começa a ficar chata. É muito sofrimento desnecessário! A história se desenrola de 1992 até hoje, então chega um momento em que você começa a se perguntar como eles conseguiram se separar tanto, o porquê de a comunicação ser tão difícil. Ninguém tinha uma lista telefônica por perto, ou a Aayat não poderia ter rodado a Aeronáutica toda atrás do Harry? Até pensei em comunicação online, mas logo me lembrei de que pelo menos eu demorei muito a ter acesso à internet, as coisas não eram assim tão fáceis nos anos 90 e começo dos 2000. De todo modo, para tirar este tipo de pensamento da reta, o filme poderia ter se passado nos anos 50 ou 60, sei lá. Ninguém ali parecia muito ligado ao que estava acontecendo em seu tempo, mesmo que alguns eventos reais tenham sido incluídos na história. Jogando os personagens em outra época, todos os desencontros seriam mais justificáveis.

Enfim, só sei que eu estava entediada, mas não muito incomodada com o desenrolar do filme. Até gostei das cenas finais (das revoltas e do parque), por mais artificiais que tenham sido. Senti um pouco de tristeza ao ver que tentaram criar grandes e profundas cenas que não ficaram especiais, como a dos dois falando de amor (que brega) na chuva e a da Sonam chorando encostada no armário. Sério, por que ainda insistem em fazer a Sonam chorar? Ela ainda não sabe, gente! Vocês ficam tratando a menina como atriz, vai que ela começa a acreditar? Como ainda é muito nova, não desisti de vê-la desenvolver algum talento. Porém, confesso que seu lento progresso começa a me desanimar. E ninguém mais está comigo na espera.


Uma história um pouco escondida no meio da principal me interessou muito: a de Rajjo (Aditi Sharma), moça que vive na aldeia de Harry e é apaixonada por ele. Pensei que sua história fosse acabar assim que começasse o amor Harry-Aayat e ela de fato se casou depois, mas não esperava que seu amor fosse se manter. Mesmo casada e com um filho, ainda sentia raiva de Aayat e estava disposta a ir com Harry onde este quisesse. Fiquei triste por ela e feliz por alguma história mais envolvente (apesar de pequena) ter aparecido.

Se a história decepciona e o visual encanta, a trilha e os clipes de Mausam arrasam! Foi composta pelo problemático do Pritam, mas o que realmente gostei foram as letras, especialmente as das minhas duas canções favoritas: Ik Tu Hi Tu Hi e Sajh Dhaj Ke. Por falar nesta última, há quanto tempo não via um musical punjabi tão divertido? Ela é cantada pelo Mika Singh, que para mim é "a" voz do Shahid Kapoor por causa de Mauja Hi Mauja do Jab We Met (2007), um dos meus primeiros filmes indianos. Não estou mais conseguindo pensar claramente sobre a música porque estou tentando ouvi-la, dançar e escrever ao mesmo tempo. As letras são do Irshad Kamil, que pelo que estou lendo, também escreveu outras letras que adoro, do Love Aaj Kal (2009).


Mausam é um filme que merecia ter tido uma história mais bem pensada e menos expectativas. Mas entendo que seja difícil. Além de prometer ser um romance tradicional como há tempos não se via, foi a primeira parceria entre pai e filho. Isso sem contar todos os problemas que teve durante as gravações, mas não quero falar de tragédia. O que ficou para mim é que parece que o fôlego se perdeu na segunda parte. Talvez devessem ter continuado o ritmo, que estava igual a todo romance de filme indiano já visto. Hehe, parecia até um filme do Shahrukh Khan nos anos 90. É muito esforço pra fazer algo assim não funcionar, hein? Também não deveriam ter mudado tanto de locação. Escócia, Suíça, volta pro Punjab, vai pra não sei onde...que coisa mais boba. Me deixou confusa, houve uma hora em que já não sabia quem estava onde.

Bom, mas o visual do filme é lindo de olhar. Estranhamente, achei a Sonam menos linda do que sempre. E lindamente, o bigodinho hitleriano do Shahid não me incomodou. Ele estava atraente do início ao fim! Pena que decidiram mostrar muito estilo em suas cenas vestido de piloto, daí era um festival de vento e câmera lenta em qualquer cena na qual houvesse um avião. A química entre os dois foi estranha...não era inexistente, mas também não era forte. Se for para fazer uma escala, é maior que a da Sonam com o Imran em I Hate Luv Storys e menor que a dele com a Amrita em Vivah. Talvez o problema não tenha sido "muito drama por pouca coisa", já que meus romances favoritos podem ser descritos assim. Talvez seja uma mistura da história que fica cansativa com esses dois. Acho que se fosse Shahid-Amrita ou Shahid- qualquer uma que não seja Sonam, eu teria me emocionado mais. O final foi estranho. Além de eu estar até agora me perguntando de onde surgiu e para onde foi o cavalo branco, o clima foi totalmente quebrado por um musical, coisa que raramente me incomoda. Lembro de vários filmes do Shahid terminando assim porque ele dança muito bem e provavelmente queriam aproveitá-lo, mas este filme não tinha clima para isto. Tudo muito poético no final e PÁ, um musical todo tuntz-tuntz. Tá bom, nem isto me incomodou tanto, já que eu ainda estava encantada. E a ação do fim realmente me envolveu. É um romance de Bollywood e você sabe o que irá acontecer, mas se uma cena de perseguição é bem feita, não importa a previsibilidade: o medo se instaura em você. Isto aconteceu comigo.



Mesmo com todos os problemas, gostei muito do filme. É perfeito para essas tardes ociosas de férias que estou tendo. De todo modo, não poderia falar mal mesmo que quisesse. Sabem como é, família é complicado. Melhor sorte na próxima, Pankaj sir!

Ps: esses tratamentos médicos à la Hum Saath-Saath Hain são engraçados.
Ps²: refleti agora que se o filme se passasse em outra época, o cabelo do Shahid não poderia estar tão bonitinho e moderno (sei que só ando falando coisas inúteis). Sendo assim, está tudo bem.
Minha família está gritando e rindo aqui ao meu redor, então este post não será nada do que planejei. Mas eu queria vir aqui hoje! Além de véspera de Natal, hoje o blog faz 1 ano. Começou como Carol Na Velha Bolly, passou para Vivendo Na Velha Bolly, até que a velha Bolly pediu para encontrar a nova e o Deewaneando surgiu. Mesmo com todas essas mudanças de nome, a essência do blog continuou a mesma: é meu lar bollywoodiano online. Posso brincar, chorar minhas mágoas, fazer gracinhas com fotos de gente que deveria ser séria, confessar minha atração pelo Rajendra Kumar, deixar Bolly (Kolly, Tolly, etc) tão parte da minha vida quanto sei que é. Compartilho com meus amigos, volto quando quero relembrar algo, conheço umas poucas (porém, preciosas) pessoas. Estou feliz. De verdade.

E é isto. Feliz Natal, acreditem no que acreditarem. Eu mesma dou meu próprio significado ao Natal: é o dia mágico em que a família se reúne, tento não me incomodar com o barulho e rio muito. Meu dia favorito! E feliz 1 ano de Deewaneando! Desejo continuar fazendo o que estou fazendo, hahahaha! Espero que minhas notas aguentem...

Se for para comemorar, uma música logo me vem à cabeça!



Até a próxima!
Às vezes um filme pode ter muitos elementos que fariam você odiá-lo, mas o modo como as coisas são conduzidas é tão interessante e outros elementos são tão bonitos que você acaba gostando do conjunto. Mais do que gostar do conjunto, me senti feliz por ter tido a oportunidade de ver Aradhana. É um daqueles filmes feitos para ser um espetáculo. Tudo é tão importante para a história que peço a quem ainda não viu e tem interesse que só volte aqui depois de assistir ao filme, pois considero até a mínima coisa como spoiler. 

Anos 60: muito, muito, muuuito pyaar!

Arun (Rajesh Khanna) é um piloto da Força Aérea Indiana que se apaixona por Vandana (Sharmila Tagore) em um de seus dias de folga. Os dois se amam muito e acabam se casando em um momento no qual se deixaram levar, mas a união não foi feita publicamente. E em um momento de fraqueza, dormem juntos e Vandana logo engravida. O casal planejava fazer um casamento tradicional perante todos, mas Arun morre tragicamente em um acidente de avião, sem poder contar a ninguém que sua união com Vandana era legítima. Assim, ela deve criar seu filho sozinha para cumprir o sonho de Arun: que o filho também seja um piloto da Força Aérea Indiana. Vandana é condenada a muitos anos de prisão logo na primeira cena, então seguimos sua história para saber o que a levou até aquela situação. O filme foi dirigido por Shakti Samanta e o roteiro é de Sachin Bhowmick. É versão de um filme hollywoodiano de 1946 que é conhecido no Brasil como Só Resta Uma Lágrima ("To Each His Own").


Me seduzir de unifome não vale, Rajesh!
Uma ideia muito errada passada pela história é a de que filhos devam ser criados para cumprir os sonhos de seus pais. Prefiro chamar de “ideia” ao invés de “mensagem” porque ninguém diz isto diretamente, como se fosse uma obrigação — pode-se entender como algo acontecido especificamente naquela família cuja história estamos conhecendo. Entretanto, ainda assim não esqueço o contexto em que esta história foi contada. Isto é Bollywood, aqueles eram os anos 60 e sabemos que até hoje fazem inúmeros filmes sobre o quanto os jovens são massacrados pelos sonhos dos pais. E é por todo este contexto maior que não vejo o pedido do Arun para a Vandana como algo tão somente deles assim, sem ser uma situação comum naquele meio social. Tanto pode ser assim, que a única pessoa que perguntou “Mas e se o menino não quiser ser piloto?” fui eu. Esta questão é crucial, já que é a única razão que faz a Vandana querer continuar vivendo após perder o Arun. E por falar nela, sou um pouco egoísta para entender alguém que decide dedicar toda a vida à outra pessoa mesmo que esta não esteja mais aqui, porém ninguém no filme falou nisto como um dever da Vandana, o que achei bem legal. Muito bom também foi o apoio que seu pai lhe deu e o reconhecimento dado à força da filha. Não é todo dia que vemos isto!




Que a sociedade indiana era (ou ainda é, não sei) preconceituosa com as mães solteiras, eu já sabia pelos filmes. Agora, uma informação trazida por Aradhana e que preciso de alguém para me tirar a dúvida: na Índia, em algum momento as mães solteiras foram proibidas de registrar seus filhos? Fiquei confusa com toda a necessidade de dar a criança para a adoção e depois a própria mãe adotá-la para que pudesse ter o filho legalmente. 

Agora vou para tudo o que faz Aradhana ser tão lindo e mágico. Meus romances favoritos são os dos anos 60, porque conseguem reunir tudo o que faz o amor fantasioso de Bollywood ser tão especial: as músicas eram melhores, os cantores, os cenários, as paisagens, os sáris, os vinte quilos de maquiagem das atrizes, o modo como a heroína e o herói se olham, as falas...tudo o que pode fazer um romance bollywoodiano arrancar suspiros está presente em peso nos anos 60. E este filme é lindo de se olhar. Parecia que o Rajesh e a Sharmila realmente não conseguiam tirar o outro da cabeça. Cada vez que ela suspirava, eu entendia por quê. Toda vez que ele sorria por estar muito apaixonado, eu sabia que fazia sentido. Às vezes os romances acontecem rápido demais e eu, desconfiada que sou do amor à primeira vista, passo o filme inteiro me perguntando se aquele tal “amor” tão arrebatador realmente vai durar. Foi diferente em Aradhana porque o próprio Arun disse que tudo foi muito rápido e parecia surpreso por amar intensamente a Vandana em um espaço de tempo tão curto. Esta pontinha de sinceridade no meio do sonho foi o suficiente para o casal me convencer. 

Ô sorriso bonito, sô!
Outro fator que faz o casal ser tão bom é que sua relação começa com muita inocência e brincadeiras, para lentamente (e depois de muitas musiquinhas lindas) ficar sério e nos fazer torcer para que tudo dê certo. Daí pode-se imaginar meu semi-desespero (eu estava num bom dia, não ia me desesperar com qualquer coisa) quando do nada o Arun morreu e...pá, surpresa! O filme era da Vandana, não do casal! Eu andava muito acostumada com filmes antigos centrados na heroína serem protagonizados pela Nutan, então ver a Sharmila Tagore sob os holofotes foi muito surpreendente. Gostei tanto da sua atuação! Não digo que tenha sido a mais maravilhosa do mundo porque isto é competência da Nutan, mas até anotei durante o filme que estava surpresa de ver tanto amor nos olhos da Sharmila pelos meninos que interpretaram seu filho, especialmente pelo menorzinho. Foi muito fácil acreditar na sua transição de mocinha apaixonada e despreocupada para mãe que sacrifica tudo pelo filho. A transição é ainda mais forte quando a Sharmila é maquiada para mostrar a passagem dos anos. Não é que consegui vê-la como velhinha, apesar de a terem escurecido? Mais uma prova de que, surpresa, a Sharmila é talentosa! Conseguiu carregar mais de duas horas de filme, fazendo bem tanto a parte mais doce quanto a dramática. Vê-la neste filme pode ser interessante para a Bárbara, que, assim como eu, implica com a Sharmila (e a Mala Sinha). 

Mãe, acordei cor de barro.


A trilha é uma das pérolas do S.D. Burman, que sempre fazia as melhores. Todas as canções são lindas, letra e melodia. Até música sobre abelhinha tem.

Mere Sapno Ki Rani é o  famoso clipe em que o Rajesh flerta com a Sharmila enquanto ela viaja de trem. E o Rajesh está tão adorável, mas tão adorável (agora multiplique por mil)! Fazia tempo que não me apaixonava por um herói dos anos 60. Chanda Hai Tu, Mera Suraj Hai Tu rapidamente entrou para minha lista de favoritas por ser uma canção de mãe para filho. É fácil transformá-la em canção de ninar, e eu já disse que não resisto à elas. Adoro crianças e me emociono fácil com canções relacionadas à elas. Enfim, meu futuro filho vai gostar dessa música.

Roop Tera Mastana é um clás-si-co do Kishore Kumar que se tornou minha música de diversão (não tem nada melhor pra sensualizar, oi!). No filme ela é utilizada para dar a entender que uma relação sexual está ocorrendo/vai ocorrer, só que demorei muito a entender que era isto. Esses filmes indianos antigos sempre me confundem quando querem falar de sexo, mas sem fazê-lo claramente. De todo modo, a lição a ser tirada é: se o Rajesh Khanna está olhando para você com uma estranha cara de cachorro carente (por isso que eu não estava entendendo) e você está enrolada em um lençol laranja, provavelmente tem coisa aí.

E eu lá ia deixar passar a foto mais 
fofa de todos os tempos da Faridinha?

Hoje em dia já aceitei que quanto mais problematizo o mundo, menores são as chances de eu gostar de absolutamente tudo de um filme. Sempre vou achar alguma coisinha que me incomoda, e entender isto me fez sentir menos culpa pelos defeitos que venho encontrando nos meus filmes favoritos, coisas que ou não percebi ou não me incomodaram antes. Não gostei de toda a devoção e sacrifício em Aradhana porque não é isto que quero para a minha vida ou para a de qualquer pessoa, porém todo aquele sofrimento foi muito bem contado e nunca me desinteressei da história. Na minha opinião, um dos motivos para o filme funcionar é que a parte dramática (com a Sharmila sofredora e abandonada) não se estendeu muito, logo entrando a Farida Jalal com toda aquela vivacidade (bela presença no filme). Sendo assim, é um filme bem equilibrado. O Rajesh e a Sharmila tinham sensibilidade um com o outro, o filme traz muitos momentos doces para equilibrar com a carga dramática e o final foi muito bonito. Na minha visão, já é o suficiente para achar que um filme pelo menos merece ser visto.
Quatro grandes amigos apostam na loteria, dividem o bilhete e acabam ganhando o prêmio. São eles Namdeo (Pran), Damu (Amjad Khan), Raghu (Kader Khan) e Jaggi (Jagdish Raj). Como o dinheiro pode mudar até aqueles que mais pensamos conhecer, Damu e Raghu unem-se num plano para matar Jaggi, incriminar Namdeo, matá-lo também e ficar com o dinheiro. O tempo passa e os filhos de todos crescem. Vicky (Shatrughan Sinha), filho de Damu, é melhor amigo de John Johnny Janardhan (Amitabh Bachchan), filho de Namdeo que trabalha como garçom no hotel do pai do amigo. Johnny usa seu dinheiro para pagar a educação do irmão, o lindo, travesso e maravilhoso Sunny (Rishi Kapoor). Vicky e John nem imaginam estar apaixonados pela mesma mulher, a cantora Asha (Hema Malini). E Vicky também não imagina que Julie (Reena Roy), irmã de criação de seu melhor amigo, esteja apaixonada por ele. Aí tem uns tiros, muito dishoom-dishoom, mais romance, amizade, questões religiosas pingadas, comédia, Carol se perdendo...já deu pra adivinhar que estou falando de um puríssimo festival masala? Tenho dificuldades para escrever sobre filmes masala por terem histórias e reviravoltas demais, porém adoro vê-los. O último sobre o qual eu havia falado foi Amar Akbar Anthony, que é do mesmo diretor, Manmohan Desai.

Hum...tentando não me perder...qual foi a coisa mais gostosa do filme? A mais deliciosa, mais cheirinho de terra molhada (estou de férias, com sono e brega)? Ou melhor, quem foi? Claro que foi o Rishi K...opa, não! Surpresa!

Claro que sou eu!

O que antes só era dito em conversas secretas no msn agora será público: estou me apaixonando pelo Amitabh Bachchan. Amo seus olhos, amo sua altura, sua voz, seu jeito de dar vida às músicas e principalmente, seu senso de humor. Antes nem me importava com ele ou apenas o achava legal, agora já procuro filmes por saber que são dele. E Naseeb só contribuiu para o aumento do encantamento (rimou bonitinho). Johnny é uma espécie de Anthony Gonzalves 2.0: o rapaz pobre, boa gente, fiel amigo, adorável em sua simplicidade e muito corajoso. Eu deveria me sentir mal por sempre gostar da mesma coisa? O Amitabh é incrivelmente carismático e consegue me fazer sorrir por pouca coisa. E olha que gostei mesmo que o personagem por algum tempo tenha assumido um lado mais dramático e beberrão que acabou com o clima comédia. Esta vertente dramática veio com o triângulo amoroso formado por John, Asha e seu melhor amigo, Vicky. Provavelmente não me despertou grandes torcidas porque já notei que não sou muito fã do casal Amitabh-Hema, que não tem química. Torci para que ficassem juntos porque este é o comportamento de praxe, mas nem me incomodaria muito se ela ficasse com o Vicky...


Por falar no Vicky, o Shatrughan Sinha começa a entrar na minha lista de pessoas que não são favoritas, mas que aprecio ver. Sua função no filme é ser o amigo que serve de escada para termos os grandes momentos de abnegação do Amitabh, mas não é que foi uma boa escada? O Vicky começou a beber após ser rejeitado pela Asha e isto facilmente faria o personagem ser odiável, mas o Shatrughan (este nome é difícil) consegue mostrar que ele está perdido, mas não deixou de ser uma boa pessoa. Isto fica bem claro na cena em que vê Julie e sem imaginar que as lágrimas em seus olhos são por não ter seu amor correspondido, começa a falar sobre como ela estava bonita e deveria se casar. Fica claro o sentimento fraternal que o move em direção à ela e ao amigo, e talvez por esta bondade ainda presente que os dois se sacrifiquem tanto por ele. Enfim, draminha demais nisto aqui e nem o Manmohan deve ter pensado nisto tudo. E realmente não é este o legal do filme.

O legal é a bagunça. E muito dela só começa realmente quando o Sunny volta para casa! Já havia visto o Amit e o Rishi como irmãos em AAA, mas o carinho de um pelo outro em Naseeb é mais presente e comovente. Prova dele é o fofíssimo clipe de Chal Mere Bhai, cantada pelo nosso Rafi. Sunny desesperado para convencer o irmão a ir para casa enquanto John brinca por aí com sua garrafa de bebida. Mas não são apenas os dois que fazem a minha festa: o time de vilões deste filme é impecável. Amrish Puri, Amjad Khan, Kader Khan, meu querido Prem Chopra e uma figurinha que eu não tinha reconhecido, mas li agora que é o Shakti Kapoor. Deve haver até mais vilões clássicos, mas só reunir o Prem e o Amjad em um filme já é o bastante para que seja obrigatório. No meu mundo.

Sobre o Shakti: a sua cena metralhando geral foi uma das que mais gostei de ver na vida. De verdade, repeti e tudo.

Começa com uns tiros tranks.
Aí o Shakti se animou e PÁPÁPÁPÁPÁPÁ!

O que mais tinha de lindo: a ação. Uma das melhores sequências de ação final que já vi, com heróis fantasiados, fogo, espadas e um restaurante giratório. Essa coisa de restaurante giratório realmente existe? Fiquei enjoada só de vê-los dançando enquanto tudo girava, imaginem se estivesse comendo na hora. Tem movimento demais e os prints ficaram ruins.

Amitabh de toureiro, Rishi de Raj Kapoor/Chaplin e
Shatru ji de sei lá o que. Tem como não adorar?

As músicas são agradáveis, mas não marcantes. A da imagem acima é Rand Jamake Jayenge, que me lembrou a música que fecha o Amar Akbar Anthony. O conceito é o mesmo: usar fantasias para enganar os bandidos e fazer graça. Apesar de ter sentido falta do Vinod Khanna (vou me socar na próxima vez que falar de AAA), o Shatru ji conseguiu ser um bom engraçadinho. Rishi e Amitabh já são experts. A pior da trilha é Mere Naseeb Mein, que mostra como a Hema Malini não sabe fingir ser cantora. Ela fez de tudo com aquele microfone, menos colocá-lo perto da boca. E a música é chata. Acho que eu esperava mais de um clipe iniciado com um vaso gigante de flores. Aliás, parecia que a Hema estava saíndo de dentro de uma xícara de café. Eu ri.

Única razão da presença desta foto: amor.

Não deveria me surpreender que um dos melhores clipes seja com o Rishi. Mostra um jogo misto de um esporte desconhecido para mim (chamam de "Hututu" na legenda), mas as imagens são tão legais que pouco me importei. A música é Pakdo Pakdo Pakdo. O clipe que eu mais queria ver e me levou ao filme era John Johnny Janardhan (ou "John Jani Janardhan") porque tem a presença de muitas estrelas, tal como a Waheedinha, a Sharmila Tagore, Mala Sinha, o Dharmendra — adorável enquanto se esforça para não rir — e o mais fofo de todos, Raj Kapoor com seu acordeão, como no Sangam. Imaginava um clipe mais legal. Os artistas estavam muito à distância e eu acreditava que fariam alguma coreografia, que não ficassem apenas olhando sorridentes enquanto o Amitabh fazia todo o trabalho.

Olha as religiões aí.

Minha impressão geral sobre Naseeb é que apesar de muitas vezes ter corrido o risco de ficar tedioso (especialmente por causa do drama), termina por ser masala de muito boa qualidade. A questão do masala na minha vida é nunca deixarem a ação de lado, não importa quanto se queira desenvolver o romance, a comédia e o drama. Quando eu já estava cansando do filme, a ação voltou a todo vapor e fui feliz. Não é um dos meus masalas ou Manmohans favoritos, mas qualquer filme que mostre mocinhas ajudando a salvar o dia e o Shatrughan Sinha num cavalo branco merece ser visto.
Faz alguns minutos que recebi a notícia da morte do Dev Anand. Ainda não estou entendendo muito bem. Acho que se alguém me dissesse que está se sentindo como estou, não levaria a sério. Não é desespero, não é uma tristeza profunda, não sei nem se é saudade...só parece estranho. O Dev nem era um dos meus atores favoritos, eu apenas gostava de saber que ele estava "ali". Eu tô triste e apesar de não querer falar com ninguém, já que as pessoas não sabem quem é, quero escrever um pouco sobre tudo que estou lembrando. Parece que só percebi agora quantas vezes já vi o Dev Anand na vida.

Eu gostava de vê-lo no clipe de uma das minhas músicas favoritas, Jaye To Jaye Kahan. Lembro que era de madrugada, eu estava rodando pelo Youtube vendo vídeos antigos e o encontrei. Naquele dia me apaixonei pelo Dev Anand, acho até que a paixão durou uns dois dias. Tudo por causa dele melancólico na praia. Acho até que estava conversando com o Pedro no msn sobre como o clipe não tinha nada demais, mas eu estava amando. Foi tão legal.



E tem Dil Pukare. Sempre prestei mais atenção a Vyjayanthi no clipe, mas toda vez que a coloco e começo a dançar sozinha pela casa, o Dev é quem imagino comigo. Ele é o meu herói.



Gata Rahe Mera Dil. Credo, estou chorando e me sentindo muito idiota com isso. Gosto de gritar o GATA RAHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE  bem alto e ficar rindo como se fosse a coisa mais divertida do mundo, aí entra a voz da Lata e penso: "Não, Lata, você não ganhou do Kishore". O Dev fica tão adorável de vermelho, só percebi agora. E o modo como abraça a Waheeda e sorri...tão Raju.



Agora pensei "o clipe das borboletas, o das borboletas"!. Não gosto nada de Prem Pujari, mas estava deitada, toda aquecida e feliz. Foi quando vi o Dev de vermelho, havia coisas verdes ao redor  e ele caçava borboletas...talvez tenha sido a primeira vez que chorei (foi só um pouco, tá?) porque as cores eram bonitas demais. Depois dele na praia, é minha lembrança mais bonita do Dev! E acabei de entender porque fiquei feliz ao vê-lo de vermelho em Gaata Rahe ainda agora.



Pensei "Ei, chega de deprê. Mas...e Tere Ghar? Vai ter coragem de não falar de Tere Ghar?". Tão fofos, ele e a Nutan. E foi um dos filmes em que mais gostei de vê-lo, pois estava tranquilo e até um pouco brincalhão.



Penso que muito da sensação estranha que estou tendo vem do fato de, como sempre digo, a gente passar muito tempo com os artistas em filmes indianos e eles assumirem determinados papéis. Devo ter passado umas 20 horas da minha vida só vendo o Dev sendo romântico. Parecia que um dia eu ia encontrá-lo e contar sobre como era difícil ver os filmes aqui no Brasil, dizer que amo vê-lo com a Waheeda, sei lá...compartilhar um pouco com quem já me fez feliz. Não estou, sei lá, em luto pelo Dev Anand. Mas de algum modo estou sentindo sua morte e decidi respeitar isto.

Enfim...obrigada por tudo, Dev ji. Pelas voltas de táxi, os roubos de jóias, as caças às borboletas, os poucos momentos em que foi meu guia, por tantas cenas, tantas músicas, tanto! Quero lembrar de você como está aqui embaixo: engraçado, um pouco paquerador, simpático....ah, Dev Anand.

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"DEEWANEANDO"?

Devanear = divagar, imaginar, fantasiar. Deewani = louca, maluca. Deewaneando = pensar aleatória e loucamente sobre cinema indiano.

Meu nome é Carol e sou a maior bollynerd que você vai conhecer! O Deewaneando existe desde 2010 e guarda todo o meu amor pelo cinema indiano, especialmente Bollywood - o cinema hindi. Dos filmes antigos aos mais recentes, aqui e no Bollywoodcast, seguirei devaneando sobre Bollywood.

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