Este post não faz parte da minha Semana Anos 40, já que ainda estou organizando os filmes que verei nela.
Suraj: o filme que eu tentava ver há meses, desde que vi Ho Ek Baar no Youtube. Consegui e fui muito, muito feliz. Lançado em 1966, o filme foi dirigido por T. Prakash Rao e estrelado por Rajendra Kumar e Vyjayanthimala.
Suraj: o filme que eu tentava ver há meses, desde que vi Ho Ek Baar no Youtube. Consegui e fui muito, muito feliz. Lançado em 1966, o filme foi dirigido por T. Prakash Rao e estrelado por Rajendra Kumar e Vyjayanthimala.
Antes de começar a falar do filme, quero compartilhar uma mania estranha que desenvolvi. Quando leio/ouço/falo o nome do Rajendra Kumar, mentalmente canto mere mehboooooob tujhe (única frase que sei). Eu sei, é ridículo. Mas não consigo evitar. Tenho que escrever logo sobre Mere Mehboob (1963), um dos meus favoritos.
Lindas cores! |
O filme começa contando a história de dois Maharajas que são muito amigos. Quando seus filhos ainda são pequenos, eles decidem firmar o compromisso de que eles se casarão quando crescerem. Para simbolizar o compromisso, o Maharaja Vikram Singh (David Abraham) entrega um colar ao filho do Maharaja Sangram Singh (Niranjan Sharma) e fica feliz ao ver que seu fiel criado Ram Singh (Gajanan Jagirdar) é quem está cuidando da criação do pequeno príncipe.
O sofredor |
Mais tarde, Ram Singh está brincando com o príncipe e não percebe quando uma criada entra no quarto e rouba o colar (super inteligente, essa aí). Quando diz ao rei que o colar foi perdido, este fica furioso e ordena que o objeto seja procurado. Não o encontrando, acusa Ram Singh de ladrão e o homem é chicoteado. Expulso do castelo, Ram Singh entra em desespero: agora seus filhos serão conhecidos como filhos de um bandido. Tudo isto faz com que cresça seu ódio e ele decide raptar o filho do rei. Quatro anos depois, ele envia uma mulher para devolver a criança. Os pais da criança veem um marca de queimadura como a de seu filho no braço da criança, e ficam convencidos de que finalmente tem seu príncipe de volta. Nem imaginam que seu filho está sendo educado para ser um ladrão, e que a criança que acolheram é o filho de Ram Singh. Quando crescem, Suraj (Rajendra! Rajendra!) torna-se um bandido com bom coração e Pratap (Ajit) torna-se um príncipe mau caráter. A princesa Anuradha (Vyjayanthimala) também cresceu e é uma mocinha cheia de atitude. Diz ao pai que só se casará com o homem que aceitar, e decide ir ao outro reino conhecer o princípe. Seu pai concorda, não sabendo que ela irá lá trocando de lugar com sua criada (Mumtaz). E é deste modo que ela acaba sendo alvo de constantes investidas do príncipe e conhece Suraj, que sempre a salva. Aí nasce o amor e a história vai se desenrolando. E palmas para quem não contou o final!
Para começar: que lindo casal é formado por Vyjayanthi e Rajendra! Os dois são engraçados e ainda assim conseguiram me fazer acreditar na história de amor deles. São poucas as atrizes que conseguem me convencer daquelas personagens que no início brigam e riem do mocinho e depois se apaixonam - a Vyjayanthi é uma delas, tendo conseguido a proeza em Gunga Jumna e em Suraj. Além de não facilitar para o príncipe e nem para o Suraj, a princesa Anuradha dava trabalho até mesmo ao pai. Fiquei com pena do rei/Maharaja/não sei desesperado com aquela filha que além de querer viajar sozinha, não tem medo de não honrar um compromisso firmado há anos por dois soberanos. É nisto que acredito estar a graça de Suraj: o filme não estava preocupado em fazer um retrato fiel de como era a realeza em determinada época. Aquela ali é a Vyjayanthimala vestida de princesa, mas falando como uma moça moderna. Não sei se já houve casos de princesas que impusessem suas vontades deste modo, mas não me parece muito real. Isto também não faz muita diferença, já que a Vyjayanthi conseguiu me fazer crer em tudo...preciso de mais?
Tão fofinho com essa roupa estranha! |
Suraj era o Robin Hood (que sempre confundo com Peter Pan) do povo. Houve um momento em que ele disse que era o amigo dos pobres e inimigo da realeza, mas durante o filme não o vi fazendo nada demais pelo povo. Só no início houve um momento em que ele salvou algumas moças da vila de serem sequestradas pelo príncipe Pratap. Ele não dava os produtos de seus roubos aos pobres, mas sim àquele que acreditava ser seu pai, Ram Singh. Aliás, quando Ram Singh falou de como iria transformar o filho do rei em um ladrão, lembrei de outro filme, Awaara (1951). Ouvi dizer que os indianos tem um respeito intenso pelas figuras familiares, e às vezes não lido bem com isto. Suraj amava e respeitava Ram Singh infinitamente mais do que este merecia, e isto me incomodava porque ao contrário de Suraj, eu sabia das armações do homem. A importância das relações familiares ficou muito marcada numa cena em que Suraj canta no palácio e sua apresentação é tão apreciada que o rei pergunta o que ele deseja receber por ela. Com o objetivo de roubar o colar (o mesmo do início da história) como foi pedido por seu pai, ele diz ao rei que apenas deseja abraçá-lo. O abraço dura algum tempo, e tanto o Maharaja quando Suraj dizem que sentiram algo diferente ali. O rapaz diz que sentiu uma estranha paz. É clara aí a ideia de que a relação entre pai e filho é algo que ultrapassa o limite do conhecimento humano. Não concordo com esta ideia, mas não deixei de amar a cena. Gosto muito de abraços.
Pequena Neetu Singh chorando |
Além de Pratap (o príncipe), Ram Singh tem uma filha chamada Geeta. Ela e Suraj tem uma relação de amor muito bonita. Amo histórias com irmãos que se amam e cuidam um do outro. Quando as crianças ainda eram pequenas, a filha de Ram Singh foi interpretada por uma garotinha muito linda que ficou encantadora com os trajes típicos indianos. Parecia uma bonequinha! Depois que Ram enviou seu filho ao rei, a pequena Geeta foi repreendida pelo pai. Ela estava chamando o rapaz de Pratap, e o pai gritava com ela que aquele era Suraj. Fiquei olhando para a menininha e disse: "Nossa, como parece a Neetu". Continuei vendo a cena e a criatura era igualzinha à ela. Dei pausa no filme para ir à Wikipedia da Neetu e lá estava seu papel em Suraj. É incrível o quanto ela sempre foi bonita e como o rosto não mudou. E este foi o momento "curiosidade do dia". Depois do pequeno Aamir, tivemos a pequena Neetu.
Até mais!
Ps: meta para o próximo post - escrever menos.
Ps²: quem viu o filme sabe que não falei do Johnny Walker. É que o achei tão chatinho desta vez! Desanimei dele e estou traumatizada graças a isto aqui.
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