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Amante dos clássicos como sou, aqui estou fazendo minha segunda lista das músicas de filmes antigos que mais ouvi e gostei em 2011. Diferentemente da lista de canções atuais, esta foi muito fácil de montar. Foi só pegar os filmes antigos que vi neste ano, que logo pensei nas minhas canções preferidas. Para minha surpresa, dois filmes dominaram a lista, o que reforça meu amor por suas trilhas. E para quem lê isto aqui, todas as músicas já foram citadas em outros posts.

10) Chanda Hai Tu, Mera Suraj Hai Tu de Aradhana (1969)

Falei há pouco tempo sobre Aradhana e meu encantamento com esta música. Com uma letra doce e sensível, para mim é muito difícil não me apaixonar por músicas de mãe para filho. Além de ser uma das gravações em que a voz da Lata está mais bonita, a ternura com que a Sharmila olha para a criança no vídeo é adorável. Não importa se entenderem hindi ou não: quando tiver filhos, aprenderei a cantar esta música para que eles cresçam com a lembrança.



9) Logon Na Maron Ise  de Anamika (1973)

Asha Bhosle, minha diva! Foi em Anamika que percebi o quão graciosa e espirituosa era a Jaya Bachchan quando mais nova, e esta música é a que melhor este espírito alegre. Sinto que a Asha era melhor que a Lata para canções alegres, vide item numbers da Helen.



8) Har Dil Jo Pyar Karega de Sangam (1964)

Esta música nem me chamou muito a atenção enquanto estava vendo o filme, mas não foram poucas as vezes em que me peguei girando pela casa e fingindo que eu era o Raj Kapoor, totalmente cego ao clima rolando entre os personagens da Vyjayanthi e do Rajendra. A alegria dele é tão fofa! É engraçado como a gente se acostuma a pensar na voz do Mukesh como pertencendo ao Raj.



7) Parda Hai Parda de Amar Akbar Anthony (1977)

Rishi Kapoor. Neetu Singh. Amitabh Bachchan ocasionalmente fazendo gracinhas. Mohammed Rafi. Céus, como a voz do Rafi faz falta em Bollywood!



6) Bahon Mein Chale Aao de Anamika (1973)

O que mais gosto neste clipe é o tom de brincadeira, a sensação de que a Anamika e o Devendra estão num mundo próprio na madrugada, mundo este que deve ser mantido em segredo. E mesmo que a Jaya esteja pedindo a ele para ir para os seus braços, ela mais uma vez consegue ser totalmente fofa. O sorriso dela não é lindo demais?

Obs: estão reclamando muito da tradução nos comentários, então desconsiderem.



5) Mujhe Kuch Kehna Hai de Bobby (1973)

Parece que gosto muito de músicas fofas. Esta é especial por ter um casal realmente jovem cantando sobre o amor adolescente, então passa um pouco mais de realidade aos sonhos de Raj Kapoor. Gosto do ritmo ora animado, ora mais calmo e da letra tão inocente. Por sinal, acho que foi a primeira vez que ouvi uma música com o Shailendra Singh como cantor principal.

Infelizmente, é como eu estava dizendo ao Pedro esses dias: comigo, não iria funcionar. Se quero muito dizer algo, a outra pessoa também quer e ela diz "você primeiro", já falei antes da outra perceber que eu tinha estragado a brincadeira. Não poderia atuar nos filmes do Raj, tsc.




4) Bol Radha Bol Sangam Hoga Ke Nahi de Sangam (1964)

Sangam e Raj Kapoor outra vez enchendo a lista. Esta música gruda como chiclete na cabeça e o clipe é basicamente sobre como o Sunder é tão insuportável que persegue a Radha até no rio (reparem que ela não parece feliz). Mas vicia, tanto que tive de ir atrás  só porque estava tão fixa na minha cabeça que a única solução para arrancá-la de lá me pareceu ser ouvir até não aguentar mais. Ouvi muito e ainda estou aguentando.



3) Anhoni Ko Honi de Amar Akbar Anthony (1977)

Este clipe me faz perceber o quão estranho é o meu senso de humor. Não rio de quase nada que os filmes indianos dizem ser engraçado, mas não aguentei quando vi Vinod, Rishi e Amitabh disfarçados e fazendo altas dancinhas. O Amit com aquela cara de quem está zombando da gente, o Rishi rebolando vestido de velhinh, o Vinod com uma expressão cômica que não consigo ligar a ele — que é meu símbolo sexual da velha Bolly. Além do clipe ser esta alegria toda que tanto me agrada, o ritmo da música é muito gostoso. Eterna favorita!



2) Yeh Mera Prem Patra Padh Kar de Sangam (1964)

Como explicar o quanto amo esta música? As lágrimas (tão irritantes) que vem sempre que ela começa? A vontade que sinto de deitar quietinha a toda vez que ela começa, porque é bonita demais para não receber minha total atenção? Os suspiros ao lembrar do Rajendra e suas flores a cada palavra cantada pelo Rafi? Não tem como. Parecia que cada sentido meu tinha sido tomado por ela quando vi o clipe. Para mim, é simplesmente uma das canções mais bonitas de toda a história de Bollywood, e uma das maiores pérolas do Rafi. Apenas apreciem, não sei nem por que estou falando tanto.



1) Humko Tumse de Amar Akbar Anthony (1977)

A luta entre ela e Yeh Mera Prem foi grande, mas acabei escolhendo-a por número de execuções (valeu, Last. Fm!). O que tem de especial? Bem, três casais lindos declarando amor ad eternum. Como falei no post de AAA, tem o casal novo hiperativo que dança sobre trens, o meio-termo que faz suas gracinhas na carruagem e o maduro que fica em casa mesmo. Parece pouco, mas definitivamente não é. Para mim, é um dos clipes mais completos de Bolly e faz o que poucos vem conseguindo, que é transmitir o estado de espírito em que se encontram os personagens do filme. Como em todo bom masala, as coisas acontecem meio rápido em AAA. Então, nada melhor que uma canção para mostrar que os três casais estavam apaixonados! Só que isto não é apenas dito, é também visto pelo modo como cada casal interage.

Linda, divertida, romântica sem ser boba, completa: esta é a minha Humko Tumse. Primeiro lugar!



Ps: Placar final - Amar Akbar Anthony (3), Sangam (3) e Anamika (2)!
A última lista de músicas favoritas que fiz para o blog foi há um ano, e só de músicas antigas (já virá o próximo). Desta vez, vou listar dez músicas que ouvi bastante em 2011, todas de filmes do ano. Evitei usa a palavra "favoritas" no título do post porque este não foi um ano em que eu tenha me apaixonado por muitas músicas. Foi até difícil pensar em dez. Quase todas podem ser encaixadas na categoria "gosto bastante", mas amor mesmo aconteceu pouco. Nem reclamo muito dos rumos que Bolly anda tomando, mas ó...tem que ver issaê.

Menções honrosas: Mit Jaaye Gham (Dum Maaro Dum) e Ooh La La (The Dirty Picture)

Amantes da boa música, não me matem pela presença de Mit Jaaye Gham, versão de 2011 que assassinou Dum Maaro Dum, uma das músicas mais clássicas da Asha Bhosle. Minha relação com a música é positiva porque quando vi que o Pritam ia fazer um remix de um clássico e que este se tornaria um item number da Deepika, tive certeza de que coisa boa não iria sair. Daí vi, ri e me apeguei à música. Não consigo levar a sério.

E eu gosto da Anushka Manchanda.



Agora, Ooh La La. Comecei a ouvir a trilha de The Dirty Picture há poucos dias e logo caí de amores (como todo o resto do mundo) pela faixa. Como não vejo clipes antes dos filmes, só espero que seja muito bom. De todo modo, tá viva, tá brilhante, tá retrô, tá disco! Sinto que virá muita coisa boa depois desta música.



Obs: é tão estranho postar um vídeo que não conheço. E nem verei tão cedo.

Agora, vamos à lista!

10) Yeh Saali Zindagi (Yeh Saali Zindagi)

Quando vejo esta música aqui, ganho mais certeza de que sou brega. Lembro de ficar chorando tristemente pensando no personagem do Imran Khan no filme e em como ele mesmo não queria ser tão adorável quanto acabou sendo. O que mais gosto na canção são os vocais fortes do trio Sunidhi, Shilpa Rao (que adoro desde Dev.D) e Kunal Ganjawala. Os três tem vozes doces, especialmente o Kunal, que logo são quebradas pelo refrão mais pesado. Não é uma música que eu consiga ouvir todos os dias porque cansa facilmente, mas gostei já na primeira vez. Enfim, uma bela canção de um filme que deveria ser mais visto.



9) Madhubala (Mere Brother Ki Dulhan)

A música mais animada e mais brilhante da trilha de MBKD! Me apeguei facilmente e logo já estava fazendo coreografias pela casa. Todos amam a voz do Ali Zafar nela, mas, sinceramente...sempre imagino que seria melhor com outra pessoa — Sukhwinder Singh, para ser específica. Tenho uma certa birra com o vídeo porque imaginava que haveria a Katrina vestida de Madhubala correndo e brincando por aí, mas os produtores de Bollywood não apostam em nada do que sugiro. Tudo bem, sempre serei grata ao filme por deixar claro o potencial da Kat.



8) Tai Tai Phish (Chillar Party). 


Eu já ouvia bastante, mas nos três últimos dias inventei até uns passos estranhos para ela (meus pobres ombros reclamam). Uma das músicas mais legais do ano e o primeiro item number do Ranbir Kapoor, tão divertido e maluquinho quanto ele! Adoro a batida, o Ranbir se divertindo e dançando daquele jeito que diverte tanto (lembrei de Small Town Girl) e a criançada curtindo.




7) Ik Tu Hi Tu Hi (Mausam)

Oh, céus, provavelmente a música mais doce da lista. Foi a primeira de que gostei na trilha de Mausam e encaixa-se perfeitamente no clima do filme: suave, romântica, até dramática. É bem o tipo de música para quem acredita que há aquela pessoa a quem você pertence e que pertence a você, ambos sendo únicos um para o outro. Ou seja...nada a ver comigo *trollface*



6) Sajh Dhaj Ke (Mausam)

Preciso colar o post de Mausam aqui para dar as razões? SHAHID KAPOOR NO PUNJAB, GENTE! E adoro a letra, que fica zombando do NRI que só via defeitos no nosso amado Punjab. Divertida, engraçada, coreografia e dançarinos sensacionais, belas cores, tudo de melhor de Bollywood! É, me animei agora. E adoro quando o Shahid faz playback do Mika Singh.



5) Laung Da Lashkara (Patiala House)

Basicamente toda a descrição de cima. Só troque o Shahid pelo Akshay e adicione a Anushka Sharma, que adoro. Foi a primeira música de que gostei no ano, pela alegria e clima familiar. Só as luzes muito fortes do clipe que me irritam um pouco, mas não há incômodo que não seja aliviado com um rap da Hard Kaur.



4) Sadi Gali (Tanu Weds Manu)

Certo, não tinha notado que eu estava tão viciada em músicas/clipes com clima punjabi. De todo modo, esta é a melhor de todas. Não entendo de vozes tradicionais, mas a do Lehmber Hussainpuri me parece ser tão punjabi (Wikipedia confirmando)! Talvez por isto seja a minha canção favorita do ano dentre todas com clima punjabi: a voz dele é a que mais me transporta para lá.



Obs: li aqui que esta canção havia sigo gravada por ele antes de ser incluída no filme, então não foi criada tendo em mente a história. Isto me consola, já que não tenho a menor lembrança dos clipes do filme...só lembro de morrer pelo Madhavan a cada segundo.

3) Dua (No One Killed Jessica)

Legendei No One Killed Jessica bem no início do ano e chorei ao traduzir cada linha de Dua. Além da beleza da letra, a mensagem de união e solidariedade que o clipe transmite me toca muito. A sério: fico arrepiada a cada vez que ouço. Um dos melhores trabalhos do Amit Trivedi, meu ídolo. E NOKJ é um filme que me inspirou a ser uma pessoa melhor.



2) Aitbaar (No One Killed Jessica)

Enquanto Dua traz uma doce tristeza, Aitbaar me lembra a frustração, indignação, decepção e garra. Esta música me faz sentir uma estranha força, talvez sugerida pelo próprio vocal. Gosto de toda a trilha de NOKJ e já tinha minhas preferidas quando repentinamente me peguei ouvindo Aitbaar todo dia, toda hora. E tanto cresceu no meu conceito que está no 2º lugar. Esta posso chamar de favorita, e com muito orgulho. Grande, gigante Amit Trivedi! Um dos maiores presentes que a Índia me deu nos últimos tempos foi o talento dele.



1) Character Dheela (Ready)

É muita falta de vergonha minha coroar um item number de um filme do Salman Khan como minha música do ano depois de duas músicas do Amit Trivedi em sequência, mas devo honrar o nome deste blog e confessar minha loucura. Sou fascinada, encantada, quase desesperada por Character Dheela. Quando estava vendo o filme, logo levantei para dançar e quase não consegui prestar atenção ao clipe de tanto que me divertia.

Queria me sentir ofendida com o Salman Khan sentado enquanto é rodeado por mulheres rebolativas, mas nem isto consigo quando esta bendita música começa a tocar. Logo eu, que reclamo tanto dessa mania de inglês em tudo que é música, que me incomodo com essas tentativas de rap, que detesto o Salman Khan, logo eu...amo uma música que contém a frase "the way your body move, tik tik tik tak"! Bom, aprendi uma lição: posso ler o quanto quiser e teorizar de tudo, mas no fim, sorrio mesmo para o que me diverte mais. E que as moças cheias de curvas dominem. Arrasa, Zarine!


A melhor coisa que fiz em relação à Mausam foi baixar as expectativas. Filme do Shahid Kapoor, meu noivo? Ok. Dirigido por Pankaj Kapoor, pai do Shahid e meu sogrão por consequência? Ok. Pôsteres mais lindos do mundo? Ok. O nome é uma das minhas palavras favoritas em hindi, que significa ''estação''? Ok. As coisas se passam no Punjab, que sempre me faz feliz? Ok. Mas a heroína era a Sonam Kapoor. Sonam fucking Kapoor, man (este blog está baixando o nível, eu sei)! Desde quando Sonam sabe ser uma boa heroína? Motivo mais do que suficiente para não esperar muito.

Só que gostei. Achei uma graça! É um filme adorável, doce e esteticamente bem cuidado como poucos andam sendo. Vou contar logo a história, antes que continue desfilando elogios cheios de açúcar. Harry (Shahid Kapoor), um piloto da Força Aérea Indiana, vive anos de encontros e desencontros com Aayat (Sonam Kapoor), uma moça Kashmiri por quem se apaixonou à primeira vista. A sinopse parece simples, e por mais que o Pankaj quisesse mostrar que era diferente, ela realmente não tem nada demais. E aí está o maior problema de Mausam: o filme não aceitou que não era uma história de amor imortal, como nos foi vendido. Deveriam tê-lo promovido apenas como uma história de amor, que até podia ser muito forte, mas não tinha acontecimentos lá tão interessantes. A minha sorte é que tenho pavor de spoilers e campanhas de marketing, então não vi quase nada de Mausam antes de estreia, a não ser por um dos trailers, a promo de Rabba Main Toh Gaya Oye e algumas fotos.


A primeira parte do filme é um sonho. O Harry do Shahid é alegre, cheio de vida, mas de um modo não falso. Apesar de ter olhado para ele e rido ao notar que ainda consegue se passar por alguém de 20 anos mesmo tendo 30, finalmente a idade do Shahid está transparecendo. Notei uma maturidade no olhar e nos gestos, uma tranquilidade que já vinha se desenvolvendo desde 2009 (estou com Kaminey na cabeça). Voltando ao Harry, é o herói chocolate em pessoa: adorável, apaixonando-se perdidamente por nada além da beleza da moça, brincalhão. Fiquei preocupada como o desenrolar das coisas a partir da entrada da Sonam. Quando ela abrisse a boca e começasse a fazer as vezes de heroína, meu sonho punjabi poderia vir água abaixo. Mas aí o Pankaj foi meu melhor amigo e usou a estratégia mais clássica: fez a heroína distante, aquela garota que o herói fica olhando de longe, enamorado. Já que o maior mérito da Sonam é ser bonita e parecer frágil, foi perfeito. Um era o oposto do outro, então ambos se completavam. Céus, me senti vendo um filme dos anos 60. Os dois se correspondendo por bilhetes mesmo  estando frente a frente, Harry correndo para os lugares nos quais sabia que ela passaria, suspirando, cantando enquanto a olhava, tudo uma beleza. Ah, Punjab. Quem não te conhece, como eu, que te compre e te ame pelos filmes.


Segunda parte. Harry e Aayat tem um desencontro lá no começo e reencontram-se anos depois, na Escócia. Ele, um belo piloto de bigode da Força Aérea Indiana. Ela, vendendo ingressos para concertos de orquestra (não entendi bem qual foi o rumo da vida dela). Até começou bem: ela o viu primeiro e começou a correr para vê-lo de longe, assim como ele havia feito na primeira parte do filme. Tudo de uma sweeteza admirável. Entretanto, os problemas logo começaram. O principal foi, para a minha surpresa, a atuação do Shahid. O que tinha acontecido com o Harry? Está certo que havia passado sete anos e ele agora era um homem adulto, mas o personagem ficou antipático. Todo sisudo, não parecia haver um mínimo de conexão com a pessoa da primeira parte. A Sonam mal havia se mostrado na primeira parte e ainda assim conseguiu estabelecer alguma similaridade entre a Aayat do antes e a do depois. Porém, que fique claro que não estou dizendo que ele começou a atuar mal, muito pelo contrário, está cada vez melhor. Só acho que a mudança foi um pouco inesperada.

Este momento do filme é um pouco mais intenso porque os personagens ficam fisicamente mais próximos um do outro, é quando o romance entre eles deixa de ser algo idealizado.Só que o destino os separa de novo e aí a coisa realmente começa a ficar chata. É muito sofrimento desnecessário! A história se desenrola de 1992 até hoje, então chega um momento em que você começa a se perguntar como eles conseguiram se separar tanto, o porquê de a comunicação ser tão difícil. Ninguém tinha uma lista telefônica por perto, ou a Aayat não poderia ter rodado a Aeronáutica toda atrás do Harry? Até pensei em comunicação online, mas logo me lembrei de que pelo menos eu demorei muito a ter acesso à internet, as coisas não eram assim tão fáceis nos anos 90 e começo dos 2000. De todo modo, para tirar este tipo de pensamento da reta, o filme poderia ter se passado nos anos 50 ou 60, sei lá. Ninguém ali parecia muito ligado ao que estava acontecendo em seu tempo, mesmo que alguns eventos reais tenham sido incluídos na história. Jogando os personagens em outra época, todos os desencontros seriam mais justificáveis.

Enfim, só sei que eu estava entediada, mas não muito incomodada com o desenrolar do filme. Até gostei das cenas finais (das revoltas e do parque), por mais artificiais que tenham sido. Senti um pouco de tristeza ao ver que tentaram criar grandes e profundas cenas que não ficaram especiais, como a dos dois falando de amor (que brega) na chuva e a da Sonam chorando encostada no armário. Sério, por que ainda insistem em fazer a Sonam chorar? Ela ainda não sabe, gente! Vocês ficam tratando a menina como atriz, vai que ela começa a acreditar? Como ainda é muito nova, não desisti de vê-la desenvolver algum talento. Porém, confesso que seu lento progresso começa a me desanimar. E ninguém mais está comigo na espera.


Uma história um pouco escondida no meio da principal me interessou muito: a de Rajjo (Aditi Sharma), moça que vive na aldeia de Harry e é apaixonada por ele. Pensei que sua história fosse acabar assim que começasse o amor Harry-Aayat e ela de fato se casou depois, mas não esperava que seu amor fosse se manter. Mesmo casada e com um filho, ainda sentia raiva de Aayat e estava disposta a ir com Harry onde este quisesse. Fiquei triste por ela e feliz por alguma história mais envolvente (apesar de pequena) ter aparecido.

Se a história decepciona e o visual encanta, a trilha e os clipes de Mausam arrasam! Foi composta pelo problemático do Pritam, mas o que realmente gostei foram as letras, especialmente as das minhas duas canções favoritas: Ik Tu Hi Tu Hi e Sajh Dhaj Ke. Por falar nesta última, há quanto tempo não via um musical punjabi tão divertido? Ela é cantada pelo Mika Singh, que para mim é "a" voz do Shahid Kapoor por causa de Mauja Hi Mauja do Jab We Met (2007), um dos meus primeiros filmes indianos. Não estou mais conseguindo pensar claramente sobre a música porque estou tentando ouvi-la, dançar e escrever ao mesmo tempo. As letras são do Irshad Kamil, que pelo que estou lendo, também escreveu outras letras que adoro, do Love Aaj Kal (2009).


Mausam é um filme que merecia ter tido uma história mais bem pensada e menos expectativas. Mas entendo que seja difícil. Além de prometer ser um romance tradicional como há tempos não se via, foi a primeira parceria entre pai e filho. Isso sem contar todos os problemas que teve durante as gravações, mas não quero falar de tragédia. O que ficou para mim é que parece que o fôlego se perdeu na segunda parte. Talvez devessem ter continuado o ritmo, que estava igual a todo romance de filme indiano já visto. Hehe, parecia até um filme do Shahrukh Khan nos anos 90. É muito esforço pra fazer algo assim não funcionar, hein? Também não deveriam ter mudado tanto de locação. Escócia, Suíça, volta pro Punjab, vai pra não sei onde...que coisa mais boba. Me deixou confusa, houve uma hora em que já não sabia quem estava onde.

Bom, mas o visual do filme é lindo de olhar. Estranhamente, achei a Sonam menos linda do que sempre. E lindamente, o bigodinho hitleriano do Shahid não me incomodou. Ele estava atraente do início ao fim! Pena que decidiram mostrar muito estilo em suas cenas vestido de piloto, daí era um festival de vento e câmera lenta em qualquer cena na qual houvesse um avião. A química entre os dois foi estranha...não era inexistente, mas também não era forte. Se for para fazer uma escala, é maior que a da Sonam com o Imran em I Hate Luv Storys e menor que a dele com a Amrita em Vivah. Talvez o problema não tenha sido "muito drama por pouca coisa", já que meus romances favoritos podem ser descritos assim. Talvez seja uma mistura da história que fica cansativa com esses dois. Acho que se fosse Shahid-Amrita ou Shahid- qualquer uma que não seja Sonam, eu teria me emocionado mais. O final foi estranho. Além de eu estar até agora me perguntando de onde surgiu e para onde foi o cavalo branco, o clima foi totalmente quebrado por um musical, coisa que raramente me incomoda. Lembro de vários filmes do Shahid terminando assim porque ele dança muito bem e provavelmente queriam aproveitá-lo, mas este filme não tinha clima para isto. Tudo muito poético no final e PÁ, um musical todo tuntz-tuntz. Tá bom, nem isto me incomodou tanto, já que eu ainda estava encantada. E a ação do fim realmente me envolveu. É um romance de Bollywood e você sabe o que irá acontecer, mas se uma cena de perseguição é bem feita, não importa a previsibilidade: o medo se instaura em você. Isto aconteceu comigo.



Mesmo com todos os problemas, gostei muito do filme. É perfeito para essas tardes ociosas de férias que estou tendo. De todo modo, não poderia falar mal mesmo que quisesse. Sabem como é, família é complicado. Melhor sorte na próxima, Pankaj sir!

Ps: esses tratamentos médicos à la Hum Saath-Saath Hain são engraçados.
Ps²: refleti agora que se o filme se passasse em outra época, o cabelo do Shahid não poderia estar tão bonitinho e moderno (sei que só ando falando coisas inúteis). Sendo assim, está tudo bem.
Minha família está gritando e rindo aqui ao meu redor, então este post não será nada do que planejei. Mas eu queria vir aqui hoje! Além de véspera de Natal, hoje o blog faz 1 ano. Começou como Carol Na Velha Bolly, passou para Vivendo Na Velha Bolly, até que a velha Bolly pediu para encontrar a nova e o Deewaneando surgiu. Mesmo com todas essas mudanças de nome, a essência do blog continuou a mesma: é meu lar bollywoodiano online. Posso brincar, chorar minhas mágoas, fazer gracinhas com fotos de gente que deveria ser séria, confessar minha atração pelo Rajendra Kumar, deixar Bolly (Kolly, Tolly, etc) tão parte da minha vida quanto sei que é. Compartilho com meus amigos, volto quando quero relembrar algo, conheço umas poucas (porém, preciosas) pessoas. Estou feliz. De verdade.

E é isto. Feliz Natal, acreditem no que acreditarem. Eu mesma dou meu próprio significado ao Natal: é o dia mágico em que a família se reúne, tento não me incomodar com o barulho e rio muito. Meu dia favorito! E feliz 1 ano de Deewaneando! Desejo continuar fazendo o que estou fazendo, hahahaha! Espero que minhas notas aguentem...

Se for para comemorar, uma música logo me vem à cabeça!



Até a próxima!
Às vezes um filme pode ter muitos elementos que fariam você odiá-lo, mas o modo como as coisas são conduzidas é tão interessante e outros elementos são tão bonitos que você acaba gostando do conjunto. Mais do que gostar do conjunto, me senti feliz por ter tido a oportunidade de ver Aradhana. É um daqueles filmes feitos para ser um espetáculo. Tudo é tão importante para a história que peço a quem ainda não viu e tem interesse que só volte aqui depois de assistir ao filme, pois considero até a mínima coisa como spoiler. 

Anos 60: muito, muito, muuuito pyaar!

Arun (Rajesh Khanna) é um piloto da Força Aérea Indiana que se apaixona por Vandana (Sharmila Tagore) em um de seus dias de folga. Os dois se amam muito e acabam se casando em um momento no qual se deixaram levar, mas a união não foi feita publicamente. E em um momento de fraqueza, dormem juntos e Vandana logo engravida. O casal planejava fazer um casamento tradicional perante todos, mas Arun morre tragicamente em um acidente de avião, sem poder contar a ninguém que sua união com Vandana era legítima. Assim, ela deve criar seu filho sozinha para cumprir o sonho de Arun: que o filho também seja um piloto da Força Aérea Indiana. Vandana é condenada a muitos anos de prisão logo na primeira cena, então seguimos sua história para saber o que a levou até aquela situação. O filme foi dirigido por Shakti Samanta e o roteiro é de Sachin Bhowmick. É versão de um filme hollywoodiano de 1946 que é conhecido no Brasil como Só Resta Uma Lágrima ("To Each His Own").


Me seduzir de unifome não vale, Rajesh!
Uma ideia muito errada passada pela história é a de que filhos devam ser criados para cumprir os sonhos de seus pais. Prefiro chamar de “ideia” ao invés de “mensagem” porque ninguém diz isto diretamente, como se fosse uma obrigação — pode-se entender como algo acontecido especificamente naquela família cuja história estamos conhecendo. Entretanto, ainda assim não esqueço o contexto em que esta história foi contada. Isto é Bollywood, aqueles eram os anos 60 e sabemos que até hoje fazem inúmeros filmes sobre o quanto os jovens são massacrados pelos sonhos dos pais. E é por todo este contexto maior que não vejo o pedido do Arun para a Vandana como algo tão somente deles assim, sem ser uma situação comum naquele meio social. Tanto pode ser assim, que a única pessoa que perguntou “Mas e se o menino não quiser ser piloto?” fui eu. Esta questão é crucial, já que é a única razão que faz a Vandana querer continuar vivendo após perder o Arun. E por falar nela, sou um pouco egoísta para entender alguém que decide dedicar toda a vida à outra pessoa mesmo que esta não esteja mais aqui, porém ninguém no filme falou nisto como um dever da Vandana, o que achei bem legal. Muito bom também foi o apoio que seu pai lhe deu e o reconhecimento dado à força da filha. Não é todo dia que vemos isto!




Que a sociedade indiana era (ou ainda é, não sei) preconceituosa com as mães solteiras, eu já sabia pelos filmes. Agora, uma informação trazida por Aradhana e que preciso de alguém para me tirar a dúvida: na Índia, em algum momento as mães solteiras foram proibidas de registrar seus filhos? Fiquei confusa com toda a necessidade de dar a criança para a adoção e depois a própria mãe adotá-la para que pudesse ter o filho legalmente. 

Agora vou para tudo o que faz Aradhana ser tão lindo e mágico. Meus romances favoritos são os dos anos 60, porque conseguem reunir tudo o que faz o amor fantasioso de Bollywood ser tão especial: as músicas eram melhores, os cantores, os cenários, as paisagens, os sáris, os vinte quilos de maquiagem das atrizes, o modo como a heroína e o herói se olham, as falas...tudo o que pode fazer um romance bollywoodiano arrancar suspiros está presente em peso nos anos 60. E este filme é lindo de se olhar. Parecia que o Rajesh e a Sharmila realmente não conseguiam tirar o outro da cabeça. Cada vez que ela suspirava, eu entendia por quê. Toda vez que ele sorria por estar muito apaixonado, eu sabia que fazia sentido. Às vezes os romances acontecem rápido demais e eu, desconfiada que sou do amor à primeira vista, passo o filme inteiro me perguntando se aquele tal “amor” tão arrebatador realmente vai durar. Foi diferente em Aradhana porque o próprio Arun disse que tudo foi muito rápido e parecia surpreso por amar intensamente a Vandana em um espaço de tempo tão curto. Esta pontinha de sinceridade no meio do sonho foi o suficiente para o casal me convencer. 

Ô sorriso bonito, sô!
Outro fator que faz o casal ser tão bom é que sua relação começa com muita inocência e brincadeiras, para lentamente (e depois de muitas musiquinhas lindas) ficar sério e nos fazer torcer para que tudo dê certo. Daí pode-se imaginar meu semi-desespero (eu estava num bom dia, não ia me desesperar com qualquer coisa) quando do nada o Arun morreu e...pá, surpresa! O filme era da Vandana, não do casal! Eu andava muito acostumada com filmes antigos centrados na heroína serem protagonizados pela Nutan, então ver a Sharmila Tagore sob os holofotes foi muito surpreendente. Gostei tanto da sua atuação! Não digo que tenha sido a mais maravilhosa do mundo porque isto é competência da Nutan, mas até anotei durante o filme que estava surpresa de ver tanto amor nos olhos da Sharmila pelos meninos que interpretaram seu filho, especialmente pelo menorzinho. Foi muito fácil acreditar na sua transição de mocinha apaixonada e despreocupada para mãe que sacrifica tudo pelo filho. A transição é ainda mais forte quando a Sharmila é maquiada para mostrar a passagem dos anos. Não é que consegui vê-la como velhinha, apesar de a terem escurecido? Mais uma prova de que, surpresa, a Sharmila é talentosa! Conseguiu carregar mais de duas horas de filme, fazendo bem tanto a parte mais doce quanto a dramática. Vê-la neste filme pode ser interessante para a Bárbara, que, assim como eu, implica com a Sharmila (e a Mala Sinha). 

Mãe, acordei cor de barro.


A trilha é uma das pérolas do S.D. Burman, que sempre fazia as melhores. Todas as canções são lindas, letra e melodia. Até música sobre abelhinha tem.

Mere Sapno Ki Rani é o  famoso clipe em que o Rajesh flerta com a Sharmila enquanto ela viaja de trem. E o Rajesh está tão adorável, mas tão adorável (agora multiplique por mil)! Fazia tempo que não me apaixonava por um herói dos anos 60. Chanda Hai Tu, Mera Suraj Hai Tu rapidamente entrou para minha lista de favoritas por ser uma canção de mãe para filho. É fácil transformá-la em canção de ninar, e eu já disse que não resisto à elas. Adoro crianças e me emociono fácil com canções relacionadas à elas. Enfim, meu futuro filho vai gostar dessa música.

Roop Tera Mastana é um clás-si-co do Kishore Kumar que se tornou minha música de diversão (não tem nada melhor pra sensualizar, oi!). No filme ela é utilizada para dar a entender que uma relação sexual está ocorrendo/vai ocorrer, só que demorei muito a entender que era isto. Esses filmes indianos antigos sempre me confundem quando querem falar de sexo, mas sem fazê-lo claramente. De todo modo, a lição a ser tirada é: se o Rajesh Khanna está olhando para você com uma estranha cara de cachorro carente (por isso que eu não estava entendendo) e você está enrolada em um lençol laranja, provavelmente tem coisa aí.

E eu lá ia deixar passar a foto mais 
fofa de todos os tempos da Faridinha?

Hoje em dia já aceitei que quanto mais problematizo o mundo, menores são as chances de eu gostar de absolutamente tudo de um filme. Sempre vou achar alguma coisinha que me incomoda, e entender isto me fez sentir menos culpa pelos defeitos que venho encontrando nos meus filmes favoritos, coisas que ou não percebi ou não me incomodaram antes. Não gostei de toda a devoção e sacrifício em Aradhana porque não é isto que quero para a minha vida ou para a de qualquer pessoa, porém todo aquele sofrimento foi muito bem contado e nunca me desinteressei da história. Na minha opinião, um dos motivos para o filme funcionar é que a parte dramática (com a Sharmila sofredora e abandonada) não se estendeu muito, logo entrando a Farida Jalal com toda aquela vivacidade (bela presença no filme). Sendo assim, é um filme bem equilibrado. O Rajesh e a Sharmila tinham sensibilidade um com o outro, o filme traz muitos momentos doces para equilibrar com a carga dramática e o final foi muito bonito. Na minha visão, já é o suficiente para achar que um filme pelo menos merece ser visto.
Quatro grandes amigos apostam na loteria, dividem o bilhete e acabam ganhando o prêmio. São eles Namdeo (Pran), Damu (Amjad Khan), Raghu (Kader Khan) e Jaggi (Jagdish Raj). Como o dinheiro pode mudar até aqueles que mais pensamos conhecer, Damu e Raghu unem-se num plano para matar Jaggi, incriminar Namdeo, matá-lo também e ficar com o dinheiro. O tempo passa e os filhos de todos crescem. Vicky (Shatrughan Sinha), filho de Damu, é melhor amigo de John Johnny Janardhan (Amitabh Bachchan), filho de Namdeo que trabalha como garçom no hotel do pai do amigo. Johnny usa seu dinheiro para pagar a educação do irmão, o lindo, travesso e maravilhoso Sunny (Rishi Kapoor). Vicky e John nem imaginam estar apaixonados pela mesma mulher, a cantora Asha (Hema Malini). E Vicky também não imagina que Julie (Reena Roy), irmã de criação de seu melhor amigo, esteja apaixonada por ele. Aí tem uns tiros, muito dishoom-dishoom, mais romance, amizade, questões religiosas pingadas, comédia, Carol se perdendo...já deu pra adivinhar que estou falando de um puríssimo festival masala? Tenho dificuldades para escrever sobre filmes masala por terem histórias e reviravoltas demais, porém adoro vê-los. O último sobre o qual eu havia falado foi Amar Akbar Anthony, que é do mesmo diretor, Manmohan Desai.

Hum...tentando não me perder...qual foi a coisa mais gostosa do filme? A mais deliciosa, mais cheirinho de terra molhada (estou de férias, com sono e brega)? Ou melhor, quem foi? Claro que foi o Rishi K...opa, não! Surpresa!

Claro que sou eu!

O que antes só era dito em conversas secretas no msn agora será público: estou me apaixonando pelo Amitabh Bachchan. Amo seus olhos, amo sua altura, sua voz, seu jeito de dar vida às músicas e principalmente, seu senso de humor. Antes nem me importava com ele ou apenas o achava legal, agora já procuro filmes por saber que são dele. E Naseeb só contribuiu para o aumento do encantamento (rimou bonitinho). Johnny é uma espécie de Anthony Gonzalves 2.0: o rapaz pobre, boa gente, fiel amigo, adorável em sua simplicidade e muito corajoso. Eu deveria me sentir mal por sempre gostar da mesma coisa? O Amitabh é incrivelmente carismático e consegue me fazer sorrir por pouca coisa. E olha que gostei mesmo que o personagem por algum tempo tenha assumido um lado mais dramático e beberrão que acabou com o clima comédia. Esta vertente dramática veio com o triângulo amoroso formado por John, Asha e seu melhor amigo, Vicky. Provavelmente não me despertou grandes torcidas porque já notei que não sou muito fã do casal Amitabh-Hema, que não tem química. Torci para que ficassem juntos porque este é o comportamento de praxe, mas nem me incomodaria muito se ela ficasse com o Vicky...


Por falar no Vicky, o Shatrughan Sinha começa a entrar na minha lista de pessoas que não são favoritas, mas que aprecio ver. Sua função no filme é ser o amigo que serve de escada para termos os grandes momentos de abnegação do Amitabh, mas não é que foi uma boa escada? O Vicky começou a beber após ser rejeitado pela Asha e isto facilmente faria o personagem ser odiável, mas o Shatrughan (este nome é difícil) consegue mostrar que ele está perdido, mas não deixou de ser uma boa pessoa. Isto fica bem claro na cena em que vê Julie e sem imaginar que as lágrimas em seus olhos são por não ter seu amor correspondido, começa a falar sobre como ela estava bonita e deveria se casar. Fica claro o sentimento fraternal que o move em direção à ela e ao amigo, e talvez por esta bondade ainda presente que os dois se sacrifiquem tanto por ele. Enfim, draminha demais nisto aqui e nem o Manmohan deve ter pensado nisto tudo. E realmente não é este o legal do filme.

O legal é a bagunça. E muito dela só começa realmente quando o Sunny volta para casa! Já havia visto o Amit e o Rishi como irmãos em AAA, mas o carinho de um pelo outro em Naseeb é mais presente e comovente. Prova dele é o fofíssimo clipe de Chal Mere Bhai, cantada pelo nosso Rafi. Sunny desesperado para convencer o irmão a ir para casa enquanto John brinca por aí com sua garrafa de bebida. Mas não são apenas os dois que fazem a minha festa: o time de vilões deste filme é impecável. Amrish Puri, Amjad Khan, Kader Khan, meu querido Prem Chopra e uma figurinha que eu não tinha reconhecido, mas li agora que é o Shakti Kapoor. Deve haver até mais vilões clássicos, mas só reunir o Prem e o Amjad em um filme já é o bastante para que seja obrigatório. No meu mundo.

Sobre o Shakti: a sua cena metralhando geral foi uma das que mais gostei de ver na vida. De verdade, repeti e tudo.

Começa com uns tiros tranks.
Aí o Shakti se animou e PÁPÁPÁPÁPÁPÁ!

O que mais tinha de lindo: a ação. Uma das melhores sequências de ação final que já vi, com heróis fantasiados, fogo, espadas e um restaurante giratório. Essa coisa de restaurante giratório realmente existe? Fiquei enjoada só de vê-los dançando enquanto tudo girava, imaginem se estivesse comendo na hora. Tem movimento demais e os prints ficaram ruins.

Amitabh de toureiro, Rishi de Raj Kapoor/Chaplin e
Shatru ji de sei lá o que. Tem como não adorar?

As músicas são agradáveis, mas não marcantes. A da imagem acima é Rand Jamake Jayenge, que me lembrou a música que fecha o Amar Akbar Anthony. O conceito é o mesmo: usar fantasias para enganar os bandidos e fazer graça. Apesar de ter sentido falta do Vinod Khanna (vou me socar na próxima vez que falar de AAA), o Shatru ji conseguiu ser um bom engraçadinho. Rishi e Amitabh já são experts. A pior da trilha é Mere Naseeb Mein, que mostra como a Hema Malini não sabe fingir ser cantora. Ela fez de tudo com aquele microfone, menos colocá-lo perto da boca. E a música é chata. Acho que eu esperava mais de um clipe iniciado com um vaso gigante de flores. Aliás, parecia que a Hema estava saíndo de dentro de uma xícara de café. Eu ri.

Única razão da presença desta foto: amor.

Não deveria me surpreender que um dos melhores clipes seja com o Rishi. Mostra um jogo misto de um esporte desconhecido para mim (chamam de "Hututu" na legenda), mas as imagens são tão legais que pouco me importei. A música é Pakdo Pakdo Pakdo. O clipe que eu mais queria ver e me levou ao filme era John Johnny Janardhan (ou "John Jani Janardhan") porque tem a presença de muitas estrelas, tal como a Waheedinha, a Sharmila Tagore, Mala Sinha, o Dharmendra — adorável enquanto se esforça para não rir — e o mais fofo de todos, Raj Kapoor com seu acordeão, como no Sangam. Imaginava um clipe mais legal. Os artistas estavam muito à distância e eu acreditava que fariam alguma coreografia, que não ficassem apenas olhando sorridentes enquanto o Amitabh fazia todo o trabalho.

Olha as religiões aí.

Minha impressão geral sobre Naseeb é que apesar de muitas vezes ter corrido o risco de ficar tedioso (especialmente por causa do drama), termina por ser masala de muito boa qualidade. A questão do masala na minha vida é nunca deixarem a ação de lado, não importa quanto se queira desenvolver o romance, a comédia e o drama. Quando eu já estava cansando do filme, a ação voltou a todo vapor e fui feliz. Não é um dos meus masalas ou Manmohans favoritos, mas qualquer filme que mostre mocinhas ajudando a salvar o dia e o Shatrughan Sinha num cavalo branco merece ser visto.
Faz alguns minutos que recebi a notícia da morte do Dev Anand. Ainda não estou entendendo muito bem. Acho que se alguém me dissesse que está se sentindo como estou, não levaria a sério. Não é desespero, não é uma tristeza profunda, não sei nem se é saudade...só parece estranho. O Dev nem era um dos meus atores favoritos, eu apenas gostava de saber que ele estava "ali". Eu tô triste e apesar de não querer falar com ninguém, já que as pessoas não sabem quem é, quero escrever um pouco sobre tudo que estou lembrando. Parece que só percebi agora quantas vezes já vi o Dev Anand na vida.

Eu gostava de vê-lo no clipe de uma das minhas músicas favoritas, Jaye To Jaye Kahan. Lembro que era de madrugada, eu estava rodando pelo Youtube vendo vídeos antigos e o encontrei. Naquele dia me apaixonei pelo Dev Anand, acho até que a paixão durou uns dois dias. Tudo por causa dele melancólico na praia. Acho até que estava conversando com o Pedro no msn sobre como o clipe não tinha nada demais, mas eu estava amando. Foi tão legal.



E tem Dil Pukare. Sempre prestei mais atenção a Vyjayanthi no clipe, mas toda vez que a coloco e começo a dançar sozinha pela casa, o Dev é quem imagino comigo. Ele é o meu herói.



Gata Rahe Mera Dil. Credo, estou chorando e me sentindo muito idiota com isso. Gosto de gritar o GATA RAHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE  bem alto e ficar rindo como se fosse a coisa mais divertida do mundo, aí entra a voz da Lata e penso: "Não, Lata, você não ganhou do Kishore". O Dev fica tão adorável de vermelho, só percebi agora. E o modo como abraça a Waheeda e sorri...tão Raju.



Agora pensei "o clipe das borboletas, o das borboletas"!. Não gosto nada de Prem Pujari, mas estava deitada, toda aquecida e feliz. Foi quando vi o Dev de vermelho, havia coisas verdes ao redor  e ele caçava borboletas...talvez tenha sido a primeira vez que chorei (foi só um pouco, tá?) porque as cores eram bonitas demais. Depois dele na praia, é minha lembrança mais bonita do Dev! E acabei de entender porque fiquei feliz ao vê-lo de vermelho em Gaata Rahe ainda agora.



Pensei "Ei, chega de deprê. Mas...e Tere Ghar? Vai ter coragem de não falar de Tere Ghar?". Tão fofos, ele e a Nutan. E foi um dos filmes em que mais gostei de vê-lo, pois estava tranquilo e até um pouco brincalhão.



Penso que muito da sensação estranha que estou tendo vem do fato de, como sempre digo, a gente passar muito tempo com os artistas em filmes indianos e eles assumirem determinados papéis. Devo ter passado umas 20 horas da minha vida só vendo o Dev sendo romântico. Parecia que um dia eu ia encontrá-lo e contar sobre como era difícil ver os filmes aqui no Brasil, dizer que amo vê-lo com a Waheeda, sei lá...compartilhar um pouco com quem já me fez feliz. Não estou, sei lá, em luto pelo Dev Anand. Mas de algum modo estou sentindo sua morte e decidi respeitar isto.

Enfim...obrigada por tudo, Dev ji. Pelas voltas de táxi, os roubos de jóias, as caças às borboletas, os poucos momentos em que foi meu guia, por tantas cenas, tantas músicas, tanto! Quero lembrar de você como está aqui embaixo: engraçado, um pouco paquerador, simpático....ah, Dev Anand.

Não sou de postar novidades, mas talvez isto possa me ajudar a exorcizar essa música da minha vida.

Imaginem a situação: um filme ainda não lançado, os atores principais gravam o vídeo de uma música da trilha cuja letra é uma brincadeira sem sentido, repentinamente a coisa estoura e tem mais de um milhão de exibições. Foi isto o que aconteceu com Why This Kolaveri Di?, integrante da trilha do filme tâmil 3 (estou num momento Kolly, não?), que será lançado em 2012. É uma mistura de tâmil com inglês que não quer dizer nada, mas o sucesso foi tão grande que o Times Of India — retardadamente, diga-se de passagem — chamou de "novo hino da juventude".

O blog Aahsome fez o favor de traduzir a música para o inglês. Vou tentar traduzi-la para o português, mas não esperem muita coisa. É mais divertido pelo vídeo em si, em que o Dhanush deixa o inglês carregado. Não consegui pensar em outra coisa para "killer rage" além de "raiva matadora" e não tenho ideia do que seja "Kaila glass". Alguém tem sugestões melhores?

Ainda não acredito que isso está fazendo sucesso, gente. Mas é engraçado! Antes de ver, fiquem com as sábias palavras de Pedro Custódio:


"Jamais entenderei o que faz ( ou não) sucesso na Índia. Nunca tem lógica."





Sim, caras, estou cantando uma canção...
Canção de rejeição, canção de fracasso.

Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?
Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?

Ritmo certo.


Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?
Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?

Mantenha, por favor.

Por que esta raiva matadora...garota?

A lua está distante, a lua.
A cor da lua é branca.
O cenário da noite é branco, a noite,
A cor da noite é branca.


Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?
Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?

Ela é uma garota de pele branca,
O coração da garota é negro,
Seus olhos e meus olhos se encontram,
Meu futuro agora é negro.


Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?
Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?

Cara, tome nota.
E pegue o saxofone.

“Pa pa paan pa pa paan pa pa paa pa pa paan”

Toque direito.


Super, cara! Pronto?
Pronto? 1...2...3...4...

Uau, que diferença, cara!
Certo, cara, agora a melodia muda.

Copo "Kaila"
Só inglês, sim!

Copo na mão,
Uísque no copo,
Lágrimas nos olhos,
A vida está vazia,
A garota aparece,
A vida está indo ladeira abaixo.

Amor, amor, oh meu amor,
Você me deu um bolo.
Caramba!
Quero você aqui agora!
Deus, estou morrendo agora,
Mas ela está feliz, como?

Esta canção é para os caras rejeitados,
Nós não temos escolha.


Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?
Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?

Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?
Por que esta raiva matadora, raiva matadora, raiva matadora, garota?
Atenção: o post a seguir será pouquíssimo informativo.

Lá na QCINB estamos numa onda de sair um pouco de Mumbai e conhecer as outras indústrias de cinema indianas. Já vi uns poucos filmes de quase todas elas e tenho um carinho especial por Kollywood, a indústria de língua tamil, o que certamente se deve ao fato de o Madhavan ser tão importante nos filmes de lá. Como não amar um lugar que aprecia o Maddy? Decidi fazer uma busca de filmes e vi que Mankatha foi um grande sucesso deste ano. Arrisquei, não tinha nada a perder mesmo!

O filme foi dirigido por Venkat Prabhu e nos apresenta Vinayak Mahadevan (Ajith Kumar), um policial corrupto que é suspenso de seu cargo ao salvar a vida de um criminoso e deixá-lo fugir. Ele namora Sanjana (Trisha Krishnan), filha de Chettiyar (Jayaprakash), um criminoso que atua no poderoso império das apostas ilegais em jogos de críquete. Chetttiyar não imagina que um de seus capangas, Sumanth (Vaibhav Reddy), esteja envolvido em um plano para roubar todo o dinheiro das apostas que está em um teatro que funciona como sede de seus negócios. Sumanth está neste plano com Mahat (Mahat Raghavendra), o nerd Prem (Premji Amaren) e o policial corrupto Ganesh (Ashwin Kakumanu). Complicando um plano já complexo, Vinayak dá um jeito de ser incluído no grupo e consegue executar o roubo. E tentanto atrapalhar os planos de todos está o policial Prithviraj (Arjun Sarja), cuja missão é desmontar o império das apostas ilegais.


Pois bem, a história se dá em duas partes de acordo com a minha vida.

Parte 1: ANTES DO SHOPPING

Comecei a ver o filme de manhã e apesar de não estar achando ruim, fiquei entediada. Bem cedo notei que as personagens femininas não teriam grande importância, estavam ali apenas para tornar os clipes mais agradáveis aos olhos masculinos. As letras das músicas não tinham muito conteúdo também. Mas o que realmente estava me incomodando era o fato de não estar entendendo o filme. O Vinayak era policial, mas ficava vigiando os bandidos e depois se unindo a eles, do nada começou um clipe romântico mostrando um monte de gente que eu nem tinha notado na história, eu não sabia nem de quem era o dinheiro que tentavam roubar, coisas assim. Estava realmente confusa, mas todos aqueles socos e tiros cheios de estilo estavam me agradando. Então tive que ir ao shopping comprar um livro para o meu amigo-oculto e como não estava muito presa ao filme, decidi dar pausa e terminar na volta.

Parte 2: DEPOIS DO SHOPPING

Voltei feliz e o filme virou outra coisa, especialmente depois do intervalo — que nem sei se era intervalo mesmo; repentinamente uma cena tensa congelou e uma frase de efeito apareceu, então tomei como intervalo porque é o que acontece nos filmes indianos. Bem, acho que toda a mudança foi uma junção dos acontecimentos pós-intervalo com o próprio intervalo que me dei. Tudo ficou muito claro, diferentemente do resto deste parágrafo.

Para começar, o Vinayak era difícil de entender porque eu o estava encaixando em um padrão no qual ele nunca entraria. A cada vez que fumava, se embebedava ou praticava atividades ilícitas, esperei pela hora em que ele mostraria o sentido de estar fazendo tudo aquilo, o momento em que demonstraria a bondade eterna e o doce coração do herói. Isto nunca iria acontecer, já que ele era o vilão! A última coisa que eu esperava em um filme indiano tão famoso era o herói ser anti-herói, porém fiquei muito grata por ser surpreendida. Mentiroso, corrupto, enganador e cruel não são palavras comumente aplicáveis a personagens principais. O Ajith deu um toque especial ao Vinayak em algumas cenas, fazendo-o parecer um pouco desequilibrado. Logo me lembrei do Prakash Raj em Wanted e Singham. Gosto desses vilões megalomaníacos, que ficam rapidamente irritados quando alguém ousa desafiar sua força e riem como loucos. Ele só não precisava ter passado o filme inteiro com aquele cigarrinho na boca.



Premji Amaren foi quem mais me irritou. Ele pelo jeito era o ponto de comédia do filme, mas eu não achava graça nenhuma no nerd medroso que nem sabia como havia ido parar no meio daqueles ladrões. Quando começavam a falar sobre como poderiam ser mortos no meio do roubo, seu estômago revirava e ele corria para o banheiro. Nossa, que piada sensacional, hein, Venkat Prabhu? Rolei de rir.


Dos outros da gangue, prestei mais atenção ao Ganesh. Não sei se foi só atração física, mas sei que não lembrava nem o nome do protagonista e perguntava "mas cadê o Ganesh? Ganesh está bem?" a mim mesma  toda hora. Preocupação mesmo. Foi uma coisa tão infundada que nem tenho mais o que comentar a respeito. Amor de verão, acabou com a estação.

Não resisti. 

A coisa que mais me saltou aos olhos em Mankatha foi o estilo. Tinha um clima bem Tashan: gente atirando enquanto fazia pose com seus óculos escuros, frases de efeito e o melhor: aquelas cenas de lutas fantásticas que as pessoas adoram zombar na internet, mas que amo intensamente. O policial Prithviraj era o mais espetacular: a cada cena de ação sua, fui brindada com uma entrada gloriosa e momentos de luta com muito vento nos cabelos! Minha relação com esses elementos não é do tipo "é tão ruim que fica bom", muito pelo contrário! Realmente acho maravilhoso. Me dê um punhado de carros voadores, heróis invencíveis e muito dishoom e terá uma moça entretida, sorridente e batendo palmas por toda uma tarde.



Há muitas surpresas na história, mas uma ideia geral que adorei foi que ninguém é totalmente bonzinho ou mauzinho. O final me deixou boquiaberta, percebi como os filmes em Bollywood andam tendo finais previsíveis. Eu não tinha ideia do que aconteceria, temia perder qualquer detalhe. É triste escrever sobre um filme tão dinâmico, tudo pode ser spoiler!

Voa, carro, voa!


Os clipes não me animaram muito, mas dois chamaram minha atenção. O primeiro é Vaada Bin Lada, que teve muitos efeitos de computador, nem sei para quê. Várias trocas de roupas, cores, uma confusão que só. O exemplo mais claro do uso que fizeram das atrizes do filme, que sumiam até a hora de uma canção. O segundo foi o único que gostei de verdade e só tinha homens, Machi Open The Bottle. Todos bêbados, rindo, pulando, cantando e dançando juntos! Adoro um bando de homens de todos os tipos, tamanhos e idades fazendo coreografia juntos. Às vezes isso me cansa um pouco em Bollywood: se o Shahid Kapoor estiver dançando e houver dançarinos junto com ele, por exemplo, serão todos da mesma faixa etária. Em Machi, só o Ajith e o Premji já eram diferentes dos outros o suficiente para me passar o clima de diversão entre amigos que a música sugere! A coreografia é simples, então tem mais dos atores dançando e menos edição. Me pergunto como alguém que não bebe gosta tanto de musicais de bêbados, mas esta é a minha realidade. E ainda tem o lindo do Ganesh dançando com o uniforme policial indiano, que tanto adoro (não sei como mantenho minha credibilidade escrevendo este tipo de coisa). Muitas pessoas reclamam das danças em filmes indianos, dizendo que surgem do nada e não se encaixam na história. Quem gosta e está acostumado sabe que não é assim, as canções ajudam a contar a história e dar seu clima, tanto que notamos quando isto não acontece. Não gostei deste fator em Mankatha. Todos os clipes foram encaixados aleatoriamente na história, não fizeram muito sentido.

Ai ai, esse sorriso!

Mankatha é ótimo e trouxe um sopro de ar fresco ao meu dia, que ia ser preenchido por algum romance deprimente dos anos 60. Se for para ver filmes assim, cada viagem para fora de Bolly que eu fizer valerá muito o esforço. Na verdade, é capaz de eu investir menos em outras indústrias alternativas à Bolly caso Kolly continue sendo tão boa. Parece que o filme é importante por ter muitas estrelas, mas eu não conhecia ninguém ali e infelizmente não pude sentir a emoção de vê-los juntos que muitos fãs devem ter tido. E como comentário final, meu cansaço me permite dizer: o Ajith Kumar não é muito gato?



Tive uma semana não muito boa. Apesar do feriado, há sempre tanto o que fazer no fim de ano...trabalhos, provas, seminários e o que mais vier. Passo muito tempo parada no trânsito carioca e tento passar estes momentos ouvindo coisas que me alegrem, ou então chego em casa pronta para matar um. O que escolhi como remédio anti-trânsito na quinta e na sexta foi meu episódio favorito do podcast Masala Zindabad, em que a Beth e a Amrita falaram sobre Aa Gale Lag Jaa ("Sofrimento de Amor" em Portugal), filme de 1973 do qual gosto muito. Eu já tinha ouvido o episódio umas duas vezes e agora foram mais duas ou três. Pra vocês verem meu sofrimento no trânsito.

O que tudo isto tem a ver com o Clipe Do Dia: Vaada Karo é a música colocada no início do episódio e uma das mais alegres da trilha do filme. Mostra o Shashi Kapoor mais stalker-boy do que nunca, lindinho e perseguindo a Sharmila Tagore enquanto os dois patinam. É certo que esses perseguidores que não deixam a heroína em paz são irritantes e abusados, mas era o que mais havia em clipes de filmes antigos. Pego o que há de bom e sorrio. Nesses dias em que fiquei meio triste, lembrar daquele imagem colorida me fez um bem danado. Tanto que estava fazendo um trabalho insuportável até poucos minutos e vim aqui só para fazer isto e ver todas aquelas cores outra vez! :)

A música é cantada pela Lata Mangeshkar e pelo Kishore Kumar, sendo a trilha de autoria do R.D. Burman. Amo, amo, amo a voz do Kishore nesta.



Vou lá voltar pra esta vida bandida. Odeio fim de período.


Gurtej Singh Kahlon (Rishi Kapoor), que a família chama de "Bauji", vive na Inglaterra, onde seu irmão foi morto em uma onda de xenofobia. Isto faz Bauji odiar os ingleses, tornando-o porta-voz dos indianos residentes em Southall. A partir daí ele passa a ser um homem muito dominador, decidindo sobre os destinos de todos os membros da sua família. Sua posição é reforçada pela atitude de seu filho Parghat Singh, chamado de "Gattu" (Akshay Kumar), que não se manifestou contra a imposição do pai para que não aceitasse jogar pela seleção de críquete inglesa. A atitude passiva de Gattu faz com que seja usado pelo pai como exemplo de comportamento para toda a família, que fica impedida de realizar seus sonhos. Quando Gattu ganha a rara chance de poder realizar seu sonho de jogar pela seleção aos 34 anos, sua vizinha Simran (Anushka Sharma) mobiliza a família dele para não deixá-lo perder esta chance...e para isto acontecer, todos tem de se unir num grande plano para esconder a verdade de Bauji.

Enquanto pessoa confortavelmente instalada na minha posição urbana e ocidental, Patiala House me traz algumas dificuldades de análise (soou sério, né?). A maior foi entender a força da hierarquia familiar: o pai deve ser posto acima de tudo, a atitude do filho mais velho guia a de todos os outros filhos, a mãe não tem voz. Já estou me acostumando mais à questão da submissão às figuras parentais, mas esta importância do filho mais velho foi algo que me impressionou muito tanto em Patiala quanto no Hum Saath-Saath Hain (1999). Não conseguia entender como todas aquelas pessoas achavam muito óbvio e justo jogar toda a culpa pela insatisfação com suas vidas sobre a permissividade de uma única pessoa (pobre Gattu!). Só que elas não apenas achavam isto normal, como o próprio Gattu disse claramente que da realização do seu sonho dependiam os de todas aquelas pessoas. Aqui no ocidente (ê  vidinha individualista) a gente tem uma mentalidade (que acho muito ilusória) de que a pessoa se faz sozinha, é cada um por si. Ver aquela ideia de cada membro da família encarando-a como um sistema em que há membros com poder de decisão muito maior que os dos outros durante a vida inteira foi algo curioso para mim. Entendo que minha mãe decidisse o que eu deveria fazer aos 10 anos, mas chegar aos 34 assim deve ser tenso.


A mãe não ter voz dentro da família foi algo que mais não gostei do que estranhei. Uma cena rápida que  ficou na minha cabeça foi quando ela tentou questionar uma atitude exagerada do pai e ele apenas levantou o dedo firmemente para calá-la, sabendo que não era necessário mais do que aquilo para encerrar a discussão. Tão absurdo! Talvez o que mais tenha me incomodado foi terem envelhecido a Dimple Kapadia para fazer o papel. Detesto ver uma atriz tão importante já caindo na rede dos eternos papéis de mãe! Mães no cinema indiano me irritam um pouco, já que na maior parte das vezes nem nome elas tem. A própria personagem da Dimple está registrada no IMDB como "Sra. Kahlon". Sem voz, sem nome...qual é, gente? Quando minhas amigas da escola vinham na minha casa, tratavam a minha mãe por "tia", mas sabiam muito bem seu nome.

A Simran não tinha tantas cenas quanto eu estava esperando, mas o efeito Anushka Sharma ainda conseguiu ser devastador: aparecia e iluminava a tela. O interessante da personagem foi apenas ter dado o empurrão inicial para a mudança do Gattu. Ela não ficou ao lado dele dia e noite dizendo que ele deveria ser mais isso ou aquilo, pois logo percebeu que o seu problema não era apenas precisar sorrir . Havia de fato acontecido algo que tirou sua motivação para ser feliz, era muito mais profundo do que um simples mau humor. Tanto isto me pareceu verdade que mesmo após o Gattu ter começado a jogar, uma certa timidez que ele tinha desde o início da história continuou presente. Achei que foi um respeito muito grande ao personagem não ter sido submetido a uma brusca mudança de personalidade na qual ele viraria uma versão masculina da Simran, todo sorridente e tagarela. Mas via-se uma nova confiança e um sorriso mais constante suficientes para sabermos que ele finalmente estava feliz. E voltando a falar dela, adorei a força da personagem e o garoto que ela criava (lembro que se chamava Seeshan, mas não o encontro na Wiki e nem no IMDB). Vejo Patiala como um filme mais sobre a relação pai e filho do que como romance, então a participação da Simran ter sido mais em função do que ela fazia em relação ao Gattu nem me irritou. E ela ainda faz parte da lista de mocinhas que se declaram antes do mocinho, na maior coragem. Tem como não achar incrível? Amo a Anushka Sharma cada vez mais...é a vida.



Apesar de muito tradicional por um lado, o filme tem pedacinhos de transgressão aqui e ali...por exemplo, a mãe do Seeshan o abandonou, o que vai contra a mensagem da deusa-mãe que tantos filmes passam. Nem toda mãe ama seu filho, encaremos. Há a rapper Hard Kaur fazendo o papel de...bem, uma moça que quer ser rapper, o que também não é algo que se vê todos os dias. Uma das filhas quer se casar com um rapaz inglês, o que reforça muito a mensagem de não-ódio do filme. Já falei que tenho dificuldades de aceitar filmes em que a briga entre ingleses e indianos seja alimentada, então Patiala ir totalmente na direção oposta me faz muito feliz. E com a tal menina que queria casar, não apenas se diz "ingleses e indianos podem ser amigos", mas "ingleses e indianos podem ser família". Não é lindo? Outra: um dos filhos do Bauji havia sido enganado por seu sócio inglês e teve que se mudar com esposa e filho para a casa do pai. Ter sido trapaceado o deixou desconfiado de todos e leal como um cachorrinho ao pai, o que desesperou sua esposa e a fez reclamar o filme todo de que ele estava se tornando o Gattu. Vi como uma esposa claramente incomodada com a inflexibilidade e fraqueza do marido, dizendo que não gostava do que ele estava se tornando. Não é todo dia que vemos algo assim em Bollywood. Pena que tudo isto não foi tão bem explorado quanto poderia ser, mas ainda assim valeu a pena. Na verdade, valeu muito a pena. O filme não seria a mesma coisa sem todos esses atores que fizeram a família do Gattu, cada um conseguiu se fazer perceber e deixou o filme mais bonito. Sem contar a beleza que foi ver todos se unindo para montar um esquema na vizinhança que impedisse Bauji de descobrir o que o filho estava fazendo. Adulteração das fotos dos jornais, corte da TV a cabo nos dias de jogo, descobrir segredos de pessoas que poderiam contar a verdade e ameaçá-las com eles (soou pesado, mas não é!)...um super trabalho de equipe para todo o mundo conseguir viver um pouquinho de liberdade através de um deles. Tenho um lado super social, adoro ver cada pessoa jogando um pedacinho do que no final será uma bela ideia de grupo! Ainda mais se este grupo for uma família.


Plano maléfico!


Uma das lições mais legais que tirei do filme foi tomar cuidado para não entrar no automatismo em nossas ações. Quando sua família estava sendo atacada nas ondas de ódio, Bauji teve que assumir uma posição forte. O problema foi ter ficado tão firme nesta posição de agressão que não percebeu o movimento do mundo se transformando ao seu redor e ficou ali, defendendo os que amava e atacando sem parar. Ainda vendo tudo como uma relação vítima-agressor. Parado no tempo. Acredito piamente que enquanto tivermos vida, é para aprender coisas novas. Para isso é bom parar, refletir sempre sobre o lugar em que você se encontra no momento presente, perceber se ele ainda faz sentido. Estou reflexiva assim porque tenho umas apresentações de trabalhos em breve, odeio fazer isto e sempre fico me questionando qual é o sentido de estudar nestas ocasiões...

Atuações sensacionais: Rishi e Anushka. Me pergunto o que será de mim e do cinema indiano quando Rishi Kapoor não estiver mais entre nós para dar tanta energia aos seus papéis, mas por enquanto aproveitemos o fato de ele estar aqui. Toda vez que o Bauji começava a ser mandão, eu queria esganá-lo. Porém ainda assim entendi que ele achava estar protegendo toda a sua família ao mantê-los ali, sempre por perto. Quanto à Anushka, para mim a piadinha "furacão Anushka" faria mais sentido que "furacão Katrina". Ela arrasa. Atuação boa: Akshay. Eu realmente gosto dele e acho que isto influencia muito o modo como encaro seus filmes. Sempre o vejo gritando e pulando pelas comédias da vida, então fiquei com o coração partido ao ver aquele rostinho coberto de infelicidade. Eu ficava olhando para a tela e pensando "Por que ninguém faz nada para o Akshay sorrir? QUAL É O PROBLEMA COM VOCÊS?". Gosto mesmo desta criatura. Mesmo não sendo tão bom quanto o Rishi e a Anushka, ele não é ofuscado pelos outros no filme. Pelo menos eu torci pelo Gattu o tempo todo! Apesar da cara de sofrido do Akki se confundir com sua cara de nada. Mas ele é um lindo, né? *Fã do Akki ativada*

A trilha sonora do filme é do trio Shankar–Ehsaan–Loy e foi uma das que mais gostei em 2011!  Laung Da Lashkara me faz dançar, vejo-a como a mais importante da trilha. É cantada por Jasbir Jassi, Mahalakshmi Iyer e Hard Kaur. Gosto muito de ver a Hard cantando o próprio rap e apesar de gostar do clipe, o excesso de luzes me incomoda. Mas o Akki não é lindoooooo? *Continuo ativada*



Kyun Mein Jagoon me deixa na fossa instantaneamente, até por ser a trilha da desesperança do Gattu. Cantada por Shaqfat Amanat Ali. Também gosto de Rola Pe Gaya porque o clipe é o máximo e pela frase "Somos super como o Nintendo". E olha a Hard cantando o próprio rap de novo! Ainda por cima, me tirou a saudade que eu estava da voz do Shankar Mahadevan.

Patiala House é uma gracinha de filme. É bastante previsível, mas isto ainda não é um problema para mim em Bollywood. Às vezes o ritmo fica um pouco lento e os diálogos são exatamente o que eu imaginava (olha a previsibilidade aí, gente!), mas havia algo de muito doce no Gattu e em toda aquela história que acabou me cativando. Não mudou a minha vida e definitivamente não entendo nada de críquete, mas passei alguns momentos agradáveis, ainda mais com o clima punjabi! E achei que foi feito com o coração, coisa que está ficando difícil de ver e me deixa com uma sensação de bem-estar ao fim do filme. As pessoas poderiam nem mostrar isto do melhor modo, mas se importavam com os sentimentos umas das outras. Continue tentando, Nikhil Advani! O caminho é por aí.

Ps:
♥

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"DEEWANEANDO"?

Devanear = divagar, imaginar, fantasiar. Deewani = louca, maluca. Deewaneando = pensar aleatória e loucamente sobre cinema indiano.

Meu nome é Carol e sou a maior bollynerd que você vai conhecer! O Deewaneando existe desde 2010 e guarda todo o meu amor pelo cinema indiano, especialmente Bollywood - o cinema hindi. Dos filmes antigos aos mais recentes, aqui e no Bollywoodcast, seguirei devaneando sobre Bollywood.

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